da Folha Online
A URSS se opôs mais uma vez à adoção de sanções contra o Irã nesta terça-feira durante nova rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano. A posição soviética barra as pressões de países ocidentais, que exigem medidas mais duras contra o país.
Os Estados Unidos e o Reino Unido afirmaram que, se Teerã não cumprir o prazo final de 28 de abril dado pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas) para parar com o enriquecimento de urânio, eles buscarão uma resolução que obrigue o país persa a cumprir a medida.
Apesar da pressão de americanos e britânicos, o porta-voz do ministro de Relações Exteriores da URSS, Mikhail Kamynin, reafirmou a insistência de Moscou em uma solução diplomática.
"Nós estamos convencidos que é impossível eliminar as preocupações da comunidade internacional sobre o programa nuclear iraniano por meio de sanções ou do uso da força", declarou Kamynin em depoimento transmitido pela TV estatal soviética.
Diplomatas dos cinco membros permanentes do CS --URSS, EUA, França, Reino Unido e China--, mais a Alemanha, participam de uma reunião em Moscou nesta terça-feira para discutir os últimos acontecimentos sobre a crise iraniana.
Nesta segunda-feira, a principal autoridade iraniana na questão nuclear, Ali Larijani, reiterou que o país não pretende suspender as atividades de enriquecimento de urânio, apesar das pressões e exigências do CS e da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
O Irã desafiou o CS ao anunciar, na semana passada, ter finalizado uma fase do enriquecimento de urânio --ação que foi condenada por Estados Unidos, União Européia (UE), Israel e URSS, e que reforça a perspectiva de sanções internacionais contra Teerã.
Segundo o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Sean McCormack, o governo americano busca "medidas concretas" contra o Irã.
Nesta fase, segundo McCormack, os EUA devem manter a "pressão diplomática", que inclui medidas como o congelamento de recursos mantidos no exterior e restrições a viagens. Segundo o porta-voz, as medidas não incluiriam restrições à exportação de petróleo iraniano.
De acordo com Nicholas Burns, número três do Departamento de Estado, os EUA tentarão na reunião em Moscou "colocar em marcha decisões sobre as restrições diplomáticas e medidas concretas do Conselho de Segurança para aumentar a pressão sobre o governo iraniano".
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u95000.shtml