Tá exagerando, Rhyan.
O Marxismo é uma Teoria Econômica muito bem estabelecida.
Ela provê instrumentos de análises importantes, usados no mundo inteiro, inclusive por Organismos Internaconais como FMI e BIRD.
Quais são esses instrumentos de análises?
Antes de mais nada, é bom lembrar que a Teoria Marxista não se limita e nem se esgota em Marx, além de extrapolar o campo especificamente econômico!
A edição de 09/04/2006 do Jornal Estado de São Paulo traz uma matéria especial sobre o assunto. Vale a pena a leitura, notadamente um debate entre o historiador marxista Eric Hobsbawm e o escritor e economista Jacques Attali.
A conclusão dos dois debatedores é que Marx não só está de volta, bem como nunca foi deixado de lado.
O establishment capitalista admite que o filósofo oferece uma análise valiosa do fenômeno da globalização. Ao sugerir que o livre comércio era uma condição de progresso, Marx identificou a China e a Índia como sócios potenciais do capitalismo. Também preveniu que o capitalismo lutaria para administrar as muitas tensões associadas ao crescimento da economia global.
"O fim do marxismo oficial da União Soviética libertou Marx da identificação pública com o leninismo em teoria, e com os regimes leninistas na prática", afirma Hobsbawm.
Para não ir muito longe, as análises de organismos como CEPAL, BID e BIRD, no que se refere às desigualdades no desenvolvimento regional estão fortemente baseadas nos trabalhos do geógrafo brasileiro Milton Santos (desconhecido do grande público, mas uma verdadeira sumidade), cujos trabalhos seguem o paradigma da “Geografia Crítica” a partir da Economia Política de Marx.
A Teoria das Taxas de Lucros Decrescentes é instrumento de análise valioso na definição de políticas de investimentos vultosos em infra-estrutura.
As contribuições são muitas. Não há como negar isso. Temos que dissociar a Teoria Econômica Marxista (e seus desdobramentos) das práticas do que se convencionou chamar “Socialismo Real”.
Este último, a meu ver não passou da mais pura radicalização do Estatismo. Um verdadeiro “L’etát c’est moi!” dos tempos modernos. Não funciona!