negação do Holocausto e Nazismo (Nacional-Socialismo) [...]
Chama-se de Holocausto ao tratamento desumano que os judeus sofreram nas mãos dos nazistas, e que tornou-se um símbolo do mal em nossos tempos. Como vários símbolos, o Holocausto tornou-se sagrado. Para muitas pessoas, tanto judeus como não-judeus, ele simboliza o horror do genocídio contra os judeus. Alguns anti-semitas modernos descobriram que atacar o Holocausto causa tanto sofrimento para alguns judeus quanto atacar aos próprios. O termo usado para o ataque a qualquer aspecto da simbologia ou da mitologia do Holocausto é "Negação do Holocausto". Parece ser esta a principal motivação do Instituto para Revisão Histórica e seu Journal of Historical Review, que desde 1980 vem publicando artigos atacando a exatidão de uma ou outra alegação sobre o Holocausto. Isso mesmo: uma revista "histórica" dedicada quase que exclusivamente à questão de fazer o Holocausto parecer um exagero de historiadores tendenciosos. Esse instituto foi fundado em 1978 e alega ser um "centro de pesquisa, educação e publicação dedicado à verdade e exatidão na história." Se a verdade e a precisão histórica fossem os únicos objetivos desse grupo, duvido que fosse causar tanta controvérsia. No entanto, parece que seus promotores estão mais preocupados com o preconceito que com a verdade. Assim, mesmo as inexatidões que corretamente identificam são recebidas com desdém e escárnio. Afinal, eles nunca tratam da questão principal do Holocausto. Tratam de números: teriam sido 6 milhões, ou 4 milhões, ou 2 milhões os judeus que morreram ou foram mortos? Tratam de questões técnicas: esse chuveiro poderia ter sido usado como uma câmara de gás? Essas mortes foram devidas a causas naturais ou não? Hitler emitiu uma ordem para a Solução Final ou não? Se emitiu, onde está ela? Não estou dizendo que essas não sejam questões legítimas, nem estou dizendo que essas perguntas deveriam ser encaradas como tabu. O que afirmo é que os que negam o Holocausto não tratam das questões referentes às leis raciais que levaram à prisão e encarceramento de milhões de judeus em vários países pelo crime da "raça". Não se preocupam com a política de aglomerar pessoas como animais e transportá-las para "campos", onde os que não morriam por doenças eram levados a morrer à míngua ou eram assassinados, ou se tivessem "sorte" sobreviviam para executar trabalhos forçados. Não tocam no assunto das questões morais da experimentação médica em seres humanos, ou da perseguição dos homossexuais e dos enfermos. Por que?
Michael Shermer dedica dois capítulos do livro Why People Believe Weird Things [Por que as Pessoas Acreditam em Coisas Estranhas] (1997) aos argumentos dos negadores do Holocausto. (Em Denying History: Who Says the Holocaust Never Happened and Why Do They Say It? [Quem Diz Que o Holocausto Nunca Aconteceu e Por Que o Dizem?] [2000] Shermer e o co-autor Alex Grobman dedicam nove capítulos ao assunto.) Trata de vários dos argumentos deles e os refuta um a um. Por exemplo, um dos apelos favoritos dos negadores do Holocausto e exigir alguma prova de que Hitler teria dado a ordem para o extermínio dos judeus (ou dos retardados mentais, doentes mentais e deficientes físicos). Os negadores do Holocausto usam as anotações telefônicas de Himmler em 30 de novembro de 1941 como prova de que não deveria haver nenhuma eliminação dos judeus. A nota verdadeira diz: "transporte judeu partindo de Berlim. Sem liquidação." O que quer que a nota quisesse dizer, não significava que Hitler não queria que os judeus fossem liquidados. O transporte em questão, a propósito, foi liquidado naquela tarde. Em todo caso, se Hitler ordenou que não houvesse nenhuma eliminação no transporte de Berlim, então elas estavam ocorrendo e ele sabia disso. As intenções de Hitler tornaram-se públicas em seus primeiros discursos. Mesmo enquanto seu regime estava sendo destruído, Hitler proclamava: "Contra os judeus lutei de olhos abertos e à vista do mundo inteiro.... Tornei claro que eles, essa praga parasita da Europa, seriam finalmente exterminados," Hitler certa vez comparou os judeus aos bacilos da tuberculose que haviam infestado a Europa. Não considerava cruel matá-los se não se dispusessem ou não pudessem trabalhar. Afirmou: "Isso não é cruel se for lembrado que mesmo criaturas inocentes da natureza, como lebres e veados, quando infectadas, precisam ser mortas para que não possam trazer dano a outras. Por que as bestas que queriam trazer o Bolchevismo deveriam ser mais poupadas que aquelas criaturas inocentes?"
No meu ponto de vista, no entanto, a comunidade racista não acredita em suas falsas idéias a respeito do Holocausto por nenhuma das razões para crenças estranhas enumeradas por Shermer. Elas acreditam porque tais crenças trazem poder. Fazem com que a pessoa se sinta superior e permitem que o mal seja racionalizado como bom. Afinal, muitas crenças estranhas são crenças de grupos, não de indivíduos isolados. Compreender a dinâmica das crenças sociais não é uma tarefa fácil, e certamente vai além do wishful thiking e da preguiça. Os negadores do Holocausto alimentam-se uns aos outros do anti-semitismo. Mas o que teria dado origem a seu ódio pelos judeus? O ressentimento e a projeção de suas próprias falhas numa outra raça? Talvez. Esse foi o argumento de Sartre, seguindo a pista de Nietzsche, em O Anti-Semita e o Judeu. O negador do Holocausto parece basear-se na vontade de acreditar porque a crença se encaixa nos preconceitos do crente.
Veja verbete relacionado sobre os Protocolos dos Sábios do Sião.
leitura adicional
Projeto Nizkor "Nizkor" é uma palavra hebraica que significa "nós nos lembraremos."
O Nazismo e o Ocultismo
Os Nazistas e o Ocultismo Lowell K. Dyson, Ph.D. Columbia, 1968
Como Himmler caiu sob o feitiço de bruxas
Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos
Concedendo ao Diabo a Parte Que Lhe Cabe: Revisionismo do Holocausto como um Caso de Teste para a Liberdade de Expressão e a Ética Cética de Frank Miele
The Journal for Historical Review
Mass Media Funk: o processo por calúnia de David Irving contra Deborah Lipstadt
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Relatando o Revisionismo de Eric Umansky
Lipstadt, Deborah. Denying the Holocaust: the Growing Assault on Truth and Memory (Plumsock MesoAmerican Studies, 1994).
Segel, B. W. A Lie and a Libel: the History of the Protocols of the Elders of Zion, Richard S. Levy, tradutor & editor, (Lincoln, NE : University of Nebraska Press, 1995).
Shermer, Michael e Alex Grobman. Denying History : Who Says the Holocaust Never Happened and Why Do They Say It? (University of California Press, 2000).
Shermer, Michael. Why People Believe Weird Things: Pseudoscience, Superstition, and Other Confusions of Our Time , caps.. 13 e 14 (W H Freeman & Co.: 1997).
http://skepdic.com/brazil/nazismo.html 
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