Amigos,
Osvaldo Polidoro seria Allan Kardec reencarnado? Vai ter que entrar na fila, pois Alziro Zarur também almeja esse privilégio. O direito acho que pertence a quem chegou primeiro. Temos que checar.
Agora sem brincadeira: se Allan Kardec viesse a reencarnar-se, teríamos que reconhecer nele todas as suas virtudes, sem exceção de nenhuma sequer. Será que essas personalidades tinham todas as suas qualidades e características? Pelo que me lembro, a presunção e o messianismo não eram características de Allan Kardec.
Sem questionar se os escritos de Allan Kardec eram certos ou errados, com certeza eram bem diferentes dos candidatos, e por isso, essa possibilidade está descartada. O espiritismo não se coaduna com essas teorias, mas não pode impedir que venham à tona.
Se Kardec era um "professor" tão importante assim, como é que ele foi acreditar que mesas voadoras são causadas por espíritos, sendo que já vinham sendo consideradas na época como sendo fraudes?
Na verdade ele não acreditou não. Ele de princípio era tão cético a esse respeito quanto vocês. Ele ouviu falar desses fenômenos que agitavam a Europa em 1854, mas demorou mais de um ano para ir ver o fenômeno pela primeira vez. Segue o relato do próprio Allan Kardec, do livro Obras Póstumas - Minha primeira iniciação no espiritismo:
Foi em 1854 que pela primeira vez ouvi falar das mesas girantes. Encontrei um dia o magnetizador, Senhor Fortier, a quem eu conhecia desde muito tempo e que me disse: Já sabe da singular propriedade que se acaba de descobrir no Magnetismo? Parece que já não são somente as pessoas que se podem magnetizar, mas também as mesas, conseguindo-se que elas girem e caminhem à vontade. — “É, com efeito, muito singular, respondi; mas, a rigor, isso não me parece radicalmente impossível. O fluido magnético, que é uma espécie de eletricidade, pode perfeitamente atuar sobre os corpos inertes e fazer que eles se movam.” Os relatos, que os jornais publicaram, de experiências feitas em Nantes, em Marselha e em algumas outras cidades, não permitiam dúvidas acerca da realidade do fenômeno.
Algum tempo depois, encontrei-me novamente com o Sr. Fortier, que me disse: Temos uma coisa muito mais extraordinária; não só se consegue que uma mesa se mova, magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde. — Isto agora, repliquei-lhe, é outra questão. Só acreditarei quando o vir e quando me provarem que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que possa tornar-se sonâmbula. Até lá, permita que eu não veja no caso mais do que um conto para fazer-nos dormir em pé.
...
Eu estava, pois, diante de um fato inexplicado, aparentemente contrário às leis da Natureza e que a minha razão repelia. Ainda nada vira, nem observara; as experiências, realizadas em presença de pessoas honradas e dignas de fé, confirmavam a minha opinião, quanto à possibilidade do efeito puramente material; a idéia, porém, de uma mesa falante ainda não me entrara na mente.
No ano seguinte, estávamos em começo de 1855, encontrei-me com o Sr. Carlotti, amigo de 25 anos, que me falou daqueles fenômenos durante cerca de uma hora, com o entusiasmo que consagrava a todas as idéias novas. Ele era corso, de temperamento ardoroso e enérgico e eu sempre lhe apreciara as qualidades que distinguem uma grande e bela alma, porém desconfiava da sua exaltação. Foi o primeiro que me falou na intervenção dos Espíritos e me contou tantas coisas surpreendentes que, longe de me convencer, aumentou-me as dúvidas. Um dia, o senhor será dos nossos, concluiu. Não direi que não, respondi-lhe; veremos isso mais tarde.
Passado algum tempo, pelo mês de maio de 1855, fui à casa da sonâmbula Sra. Roger, em companhia do Sr. Fortier, seu magnetizador. Lá encontrei o Sr. Pâtier e a Sra. Plainemaison, que daqueles fenômenos me falaram no mesmo sentido em que o Sr. Carlotti se pronunciara, mas em tom muito diverso. O Sr. Pâtier era funcionário público, já de certa idade, muito instruído, de caráter grave, frio e calmo; sua linguagem pausada, isenta de todo entusiasmo, produziu em mim viva impressão e, quando me convidou a assistir às experiências que se realizavam em casa da Sra. Plainemaison, à rua Grange-Batelière, 18, aceitei imediatamente. A reunião foi marcada para terça-feira de maio às oito horas da noite.
Foi aí que, pela primeira vez, presenciei o fenômeno das mesas que giravam, saltavam e corriam em condições tais que não deixavam lugar para qualquer dúvida. Assisti então a alguns ensaios, muito imperfeitos, de escrita mediúnica numa ardósia, com o auxílio de uma cesta. Minhas idéias estavam longe de precisar-se, mas havia ali um fato que necessariamente decorria de uma causa. Eu entrevia, naquelas aparentes futilidades, no passatempo que faziam daqueles fenômenos, qualquer coisa de sério, como que a revelação de uma nova lei, que tomei a mim estudar a fundo.E, bem, se Kardec deu no pé sem provar que sua doutrina estava certa, não pode cobrar a nossa aceitação também. Eu só aceitos teses muito bem embasadas em métodos científicos e estes só são possíveis usando ferramentas como o empirismo. Se nenhum espírito ou médiu vai ajudar a mostrar aos cientistas, de forma empírica, que estão falando a verdade, não podem mais exigir que eu acredite neles.
Quem lhe disse que o Espiritismo cobra ou exige a aceitação de quem quer que seja? O Espiritismo faz um apelo para que seja conhecido, nada mais. Se após conhecê-lo você decidir não aceitá-lo, eu serei o primeiro a incentivá-lo a deixar a doutrina e procurar uma outra filosofia que melhor lhe convenha. O Espiritismo precisa de bons adeptos, e não de adeptos. Se não tiver tempo ou interesse de se dar ao trabalho de conhecê-lo, continue com suas crenças.
Ou se busca pelo conforto, ou se busca pela verdade. A verdade é mais sutil do que um rinoceronte numa loja de artigos de cerâmica e não tem a menor intenção de tornar a sua vida confortável. É por isso que muitas pessoas reclamam que os ateus (mas se referindo aos céticos) são frios e sem coração. Se um fato não vai te ajudar em nada a te deixar feliz, ou se ele vai te deixar muito chateado, não importa para a busca da verdade.
E não adianta dizer que "onde o Espiritismo se estrepa, a ciência vale" porque a ciência não reconhece em nada o espiritismo. Os próprios espíritas têm dificuldades de aceitar isso e ficam criando malabarismos interpretativos sobre os campos mais controversos da ciência. Não foi você mesmo quem disse que os espíritos habitam as dimensões das super cordas?
Não posso responder por todos. Mas se uma religião, filosofia ou ciência não buscar a verdade, ela também não me conforta. As mensagens espíritas às vezes também são consideradas frias e sem coração por alguns opositores simplesmente por serem objetivas. Nas mensagens espíritas sérias não se encontram rodeios e sentimentalismos piegas.
Super cordas?! Quem disse isso? Eu nunca ouvi falar.
Mas porque então a comunidade espírita não está ao menos tentando? Uma coisa é saber que não se terá uma resposta a todas as perguntas, mas outra é não fazer nada quanto a isso. A humanidade está sempre em busca de respostas e faz sempre o possível para conseguí-las. No entanto, isso não é visto em nenhuma religião quando se fala em tentar provar que elas estão certas.
Repito aqui: porque não pegarmos médiuns e espíritos para fazermos testes simples, como colocar dados em um ambiente onde o espírito possa ir vê-los e passá-los ao médium? Acha mesmo que isso não ajudaria a, no mínimo, convencer as pessoas de que, ao menos caso precisem, poderiam procurar os centros espíritas quando precisassem de ajuda espiritual?
Eu falo sério. Podemos entrar em contato com o PesquisaPsi, que é o grupo que tem maior familiaridade com esse tipo de testes, pra ver o que é possível fazer. Se o que você e o Douglas dizem é sério, um teste desses concenceria uma grande parcela da população, ajudando um monte de gente a "evoluir". Simplismente não há motivos para um médium negar em fazer algo assim.
Agora, quer apostar quanto que se você for procurar qualquer médium, qualquer um, eles irão se recusar a fazer esse teste? Eles sempre irão inventar uma desculpa que os impessam de praticá-lo. Já ouvi asneiras do tipo "céticos possuem uma aura que anula os efeitos dos espíritos, impedindo destes de se manifestarem em suas presenças". Isso é "científico" pra você?
Se quiserem realizar essas experiências com alguns voluntários, podem realizar. Não me oponho. Só vale lembrar que experiências adivinhatórias normalmente não dão certo, o que poderá causar uma certa frustração. Os espíritos se recusam a fazer este tipo de experiência, porque é um insulto às nossas inteligências e às deles precisarmos de coisas desse tipo para nos convencermos. As provas já existem para quem quiser ver e ter o trabalho de estudar e pesquisar.
Experiências de comunicação com os espíritos já foram e são feitas exaustivamente em vários lugares, e seus resultados estão disponíveis. O problema é que a ciência espírita é uma ciência empírica e psicológica. Podemos até convencer (ou obrigar) médiuns a se submeterem a certas experiências, mas não podemos obrigar os Espíritos. E uma vez realizadas na presença de algumas pessoas, nada pode garantir que se repetirão em igualdade de condições na presença de outras pessoas, pois estamos tratando com inteligências que têm vontade própria.
O problema dos céticos de hoje é o excesso de ceticismo. Existem milhares de médiuns por aí a fora, publicando livros (apócrifos ou não) que dizem ter sido ditados por espíritos. Temos o caso de Chico Xavier, que publicou mais de 400 livros, onde é perfeitamente possível diferenciar os estilos. Se um único desses milhares de livros tiver autoria reconhecida, estará provada a existência dos espíritos. E vou dizer que, para quem está disposto a estudar seriamente, essas autorias já estão reconhecidas. Mas pergunte quantos estão dispostos a abrir um livro e pesquisar seriamente. Pergunte a todos os que nos criticam, quantos tiveram sequer a curiosidade de abrir O Livro dos Espíritos para poder fazer uma crítica com conhecimento de causa. Podemos contá-los nos dedos. A maioria fala que ouviu alguma coisa de fulano ou de ciclano, ou então leu um trechinho de alguma obra espírita. Por isso os espíritos se recusam a fornecer provas banais. Se recusam a se dar ao trabalho de satisfazer a curiosidade e convicção de preguiçosos. Para esses, o que temos a dizer é que continuem com as suas crenças, pois o espiritismo não tem interesse na conversão de ninguém.
Já indiquei e vou indicar de novo: quem tiver interesse em conhecer as obras básicas espíritas para depois poder criticar com conhecimento de causa, basta buscá-los
neste link.
Também vou indicar um link que fala do Sr. Willian Crookes, que foi um cientista de renome do século XIX e XX, também a princípio cético a respeito dos fenômenos espiritualistas, e que se dedicou ao longo de alguns anos a estudar esses fenômenos com o intuito de desmascará-los. Vejam
aqui. Se não confiarem na fonte proposta, procurem no google que conseguirão outras fontes.
Segue
este outro link que descreve um pouco as experiências de Willian Crookes. O problema é que é um pouco grande (5,4MB).
Um abraço a todos.