Diego, será que a situação do Brasil é muito diferente da dos norte-americanos?
Afinal de contas, aqui também há uma preocupação em saber se políticos de alto escalão são do norte/nordeste ou sudeste/sul. É muito rotineiro que ministros sejam escolhidos de forma a alternar essas duas origens.
Também temos essa preocupação em manter identidades culturais.
E afinal de contas, as cotas estão voltando lá, onde pelo menos já havia uma cultura estabelecida nesse sentido até a década de 1960. Aqui nós tivemos a duvidosa honra de criá-las do nada em tempos bem recentes.
Nos Estados Unidos, o preconceito é racial e étnico. Aqui é mais social.
Aqui nós não temos problemas se um professor é negro e ensina em uma escola com maioria branca. Não existe essa preocupação com relação ao que o professor ensinar vai ser perigoso porque ele vai pregar para os alunos sobre superioridade racial ou étnica.
Poxa cara (nesse sentido, a experiência foi extritamente pessoal), eu estudei em escola pública minha vida inteira, tive professores de todas as etnias possíveis (meu professor de religião era árabe, com sotaque e tudo e ensinou todas as religiões, sem favorecimento).
Acho que essa questão de manter a identidade costuma ser uma preocupação de determinados grupos que promovem festivais para isso, mas não obrigam todos os alunos a participarem. São nos fins de semana, podem ser feitos nas escolas públicas, mas a não ser que sejam referentes a feriados nacionais, não ocupam o tempo de aula...
Essa questão das cotas é muito complicada... quando eles vão aprender que não dá pra agir nas consequências e sim na origem do problema?
Seria muito mais interessante preparar melhor os alunos no Ensino Fundamental e Médio do que dar a eles de mão beijada uma vaga... vai gerar muita desconfiança e uma segregação dos alunos quotistas é inevitável ao meu ver... eles não vão ter o mérito de ter passado no vestibular pelo seu próprio esforço e por isso devem ser discriminados.
E se houvessem cotas, deveriam ser dadas por classe social, e não por cor ou etnia... e ainda assim haveriam problemas...
Alguns livros de medicina custam quase R$1.000,00. Como um aluno que não tem condições nem de pagar um ônibus direito vai fazem com um livro desses? Eles vão ser forçados a continuar frequentando esses cursos menos elitizados (história, letras, etc...)...