Isso não explica o senhor Lula dizer que se aumentar o peço, é a Petrobras que vai pagar! Eu avisei minha mãe, não vota nele..., e daí? Se ela não vota a grande maioria vota, e ela vai votar de novo!
A questão não é votar ou não no Lula. A questão é que as opções são limitadíssimas. Na verdade, não tenho absolutamente nenhuma razão para acreditar que qualquer outro candidato faria algo diferente do que o Lula (executivo) está fazendo. Qual é a proposta da oposição senão fazer oposição? Não sou petista (longe disso) e tenho razões de sobra para não votar no Lula — e assim farei, mas achar que outro candidato vai fazer maravilhas por esse país é, no mínimo, ingenuidade.
Não basta sair gritando dizendo que existem problemas, é necessário apresentar soluções que sejam viáveis e que se que tenha vontade política para implementá-las, senão tanto faz quem é o chefe do executivo!
Sobre mensalões, caixa-dois etc etc, que envolvem mais o nosso queridíssmo poder legislativo, o buraco parece ser mais embaixo: os caras fazem isso por que existem leis ou brechas nessas leis que permitem que eles façam isso. É preciso mudar as leis e fazer com que se cumpram. Só que, se são eles mesmos os responsáveis em criar as leis e deliberar sobre elas, é como deixar a raposa cuidar do galinheiro. Desculpem, mas não vejo saída para esse problema.
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Agora falando sobre a Petrobras, acredito que o melhor caminho é mesmo abaixar a cabeça e pagar (dentro das regras de mercado) o que os bolivianos determinarem. Minhas razões:
1. O erro da petrobrás foi apostar todas as suas fichas no gás boliviano, acreditando que iria explorar perpetuamente suas jazidas por um preço bem abaixo do mercado (1kBTU de gás no mercado internacional custa entre US$ 8 e 11. A BR, com todos os custos de produção e transporte consegue os mesmos 1kBTU por volta de US$ 5. Mesmo vendo que Morales já anunciava essa decisão quando estava em campanha, a BR (que é uma S/A de economia mista) continuou com esse plano e se ferrou. Erro estratégico. É como no mercado de ações: quanto mais você concentra seus papéis, mais risco você corre.
2. Além do uso veícular do gás, as indústrias brasileiras (a maioria do sul e do sudeste) investiram milhões de dólares trocando seu equipamento (fornos, caldeirarias etc) antes alimentados por óleo combustível (maior impacto ambiental e maior custo operacional) pelo gás natural. Romper com a Bolívia, possivelmente comprometendo o abastecimento para a indústria brasileira, definitivamente não é uma opção.
Os caras (poder executivo e a diretoria da BR) sabem que a posição do Brasil é vulnerável sim. Por isso estão abaixando a cabeça. Mas acho que, dor-de-cotovelo à parte (pois seu erro estratégico é evidente), pagar o preço que os bolivianos querem (entre 8-11 USD) ainda é a melhor opção, já que não temos auto-suficiência em GN e a importação de outro país, que não a Bolívia, teria um custo ainda maior.
A questão aqui é encontrar um meio-termo que satisfaça os bolivianos sem prejudicar a Petrobrás.