O grupo francês de cosméticos L'Oréal negou, neste sábado, as acusações de que sua filial Garnier tivesse usado critérios racistas na contratação de mulheres para uma propaganda de sua marca, em relação ao processo judicial movido contra a empresa na França.
A L'Oréal garantiu em comunicado que, de acordo com as informações que dispõe, "essas alegações são completamente infundadas".
Tudo começou em 2000, quando a Garnier lançou uma campanha para o xampu Fructis com a agência de comunicação Districom, que utilizou a empresa de trabalho temporário Adecco para a contratação de mulheres para sua publicidade.
Um fax enviado à Adecco no dia 12 de julho de 2000 pedia que fossem procuradas meninas jovens de 18 a 22 anos que usassem tamanho entre 38 e 42 e que fossem do tipo "BBR", interpretado pela Promotoria como "Bleu-Blanc-Rouge", as cores da bandeira francesa.
A sigla seria uma forma de dizer, segundo o Ministério Público, que a L'Oréal queria meninas brancas, embora o autor do fax, que já não trabalha para Districom, sustente que eram pedidas candidatas que soubessem "falar corretamente o francês".
Uma testemunha que também tinha trabalhado na Districom, Christine Cassan, garantiu perante o tribunal que a agência rejeitava sistematicamente as negras, e que no pedido da Garnier estava especificado que as mulheres tinham de ser brancas.
Além disso, Cassan disse que, apesar dessa política, ela teria apresentado candidatas que não eram brancas. Em represália, uma superior lhe haveria dito estar cansada dela "e de seus árabes".
Explicação
Nesta semana, a empresa declarou sua surpresa por ter sido processada neste caso, por acreditar que está "ativamente comprometida, há muitos anos, com a luta a favor da diversidade". "(Esta lógica está) em todas as nossas atividades, em particular com a marca multiétnica Garnier, que assume por completo a riqueza deste princípio", afirma a L'Oreal.
"O respeito da pessoa é um princípio fundamental da cultura do grupo", complementa a empresa que, segundo ela, tenta mostrar não tolerar "nenhuma forma de racismo ou discriminação".
Na audiência judicial de quinta-feira passada, os representantes da L'Oréal haviam negado as acusações. Em sua defesa, lembraram que a marca de xampus Fructis, citada no processo, foi uma das primeiras a fazer, na França, "publicidade com pessoas de todas as origens".
O grupo disse ainda que, se as denunciantes tiverem razão, sua ação foi, além de claramente contrária a sua ética, contraprodutiva.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u60626.shtmlEu pessoalmente nw acho isso racismo, a empresa deve contratar quem quiser ......