Que atualmente, com tantas descobertas científicas, muitos homens sejam ateus é algo bastante compreensível, mas que tenham sempre existido ateus ao longo da história é algo realmente extraordinário.
Quando ainda não existia a Ciência Moderna e suas incríveis descobertas, quando ainda acreditava-se que o Universo girava em torno da Terra, quando não se conhecia a Relatividade de Einstein ou mesmo a Realidade de Newton, quando sequer imaginava-se pisar o solo lunar, as sondas espaciais, a Física Quântica, a Seleção Natural entre milhares de coisas que poderíamos citar aqui – em um cenário totalmente dominado pelo misticismo, pela crença em deuses e a magia, é algo surpreendente que existissem ateus.
Afinal, o que levava o homem ao ateísmo no passado? O que o fazia estar assim tão certo de sua opinião se não havia “fatos” que a embasasse? Se não havia respostas científicas as perguntas mais ingênuas?
A única resposta que consigo encontrar é a “ausência de crença”, pura e simplesmente. O homem faz suas escolhas em cima do que acredita e não o contrário. Nenhum homem “decide” ser ateu quando ainda possui algum tipo de crença, ele se torna ateu porque as perde. Simples assim, afinal nenhum homem luta contra suas próprias crenças se acredita nelas.
Quando muitos ateus defendem sua condição por causa de fatos, indícios e evidências que a Ciência Moderna oferece, parecem se esquecer que antes de tudo isso sequer ser imaginado já existiam ateus. E que o ateísmo é o mesmo desde antes do próprio termo “ateu” ter sido cunhado – como é evidente na História.
Quando muitos ateus defendem sua condição por uma questão de lógica e razão, parecem se esquecer que muitos dos grandes “pensadores” históricos não foram ateus.
Quando muitos ateus defendem sua condição em função do conhecimento que possuem, perecem se esquecer que existem homens que possuem o mesmo conhecimento e possivelmente um conhecimento superior, mas nem por isso são necessariamente ateus.
Nenhum motivo parece justificar melhor o ateísmo que a “ausência de crença”, mas isso tão pouco justifica qualquer condição, pois ao contrário de defender, condições ofendem a liberdade de escolha que não necessita de uma razão, lógica ou conhecimento diferenciados. O ateísmo se justifica por si mesmo como qualquer outra postura, pois está ao alcance tanto do homem diferenciado quanto do homem comum.