Porque as equações da mecanica quantica são esquisitas e dão várias respostas possíveis.
Aí a gente olha e pensa "mas qual dessas respostas vai ser a que mostra onde estará de fato a partícula?"
Se for efetuada a medição, a partícula estará em algum dos lugares previstos. Mas qual? Quem decide? O observador só de observar determina onde a dita foi parar? Ou a natureza decide aleatoriamente? Essa idéia é tão incômoda que até Einstein reclamou: "Deus não joga dados com o universo". Ele queria que a teoria não tivesse nada probabilístico.
A explicação proposta pelo Everett é que ... acontecem todos. Cada um num universo diferente. Exemplo: o experimento da fenda dupla.
Jogue um elétron contra uma paredinha com duas fendas. Por qual das duas ele passará? A experiência mostra que
pelas duas! E ainda se você puser uma outra paredinha do outro lado sem fendas, pra ver onde ele "bateu" vai ver raias de interferência dele consigo mesmo. Essa experiência pode ser repetida facilmente em qualquer laboratório.
Pela interpretação Everret o que houve é que o universo se dividiu em dois na hora de o elétron "escolher" por onde ia passar. E neste nível sub-atômico ainda dá pra um universo interferir com o outro.
Bom, o caso é que mesmo tendo físicos rejeitando a explicação Everret, dá pra se tirar proveito da aparente multiplicidade de universos e da interferência entre eles pra construir um computador que realize várias operações simultâneamente - como se fosse uma em cada universo - e combine os resultados. Já estão sendo feitas experiências primárias nesse sentido e elas
dão certo. Ainda assim tem gente que teima que isso não prova a existência do multiverso.
Eu admito minha ignorância e não entendo bem porque. Estou acompanhando uma aula de Computação Quântica na net a algumas semanas e espero até o fim do semestre entender:
http://www.scottaaronson.com/democritus/Pra mim a comp quântica é o campo mais irado do momento. As razões são muitas: pela possibilidade do avanço da compreesão da Física, pelas implicações filosóficas da existência do multiverso e pelo ganho prático na solução de problemas pesados (do tipo "um trilhão de anos pra o computador mais rápido do mundo achar a resposta") em tempo rápido.