Tópico: O que é normal para você?

[Guinevere]

Também gosto de debates racionais.

Você gosta? Quem sabe um dia você aprenda a estabelecer um, né?

[Euzébio]

Também gosto de debates racionais.

Você gosta? Quem sabe um dia você aprenda a estabelecer um, né?

  Ahn, eu disse que gostava, não disse que era adepto...

[Marcell]

Como o conceito é de cunho psicológico, aí vai minha modesta contribuição:
Normal é o que se encaixa dentro dos padrões adotados ou inerentes à maioria.

[Agnostic]

Qual seu conceito de normal?

Depende do contexto. Me dê um contexto e lhe dou uma resposta. Não tenho conceito universal de normal.

[HSette]

De como algo absurdo torna-se, gradualmente, normal:

Hoje acordei com um repórter da CBN dizendo o seguinte:

Madrugada bem mais tranquila em São Paulo. Apenas três ataques a ônibus coletivos e dois ataques a postos bancários. 

[Siegfried]

De como algo absurdo torna-se, gradualmente, normal:

Hoje acordei com um repórter da CBN dizendo o seguinte:

Madrugada bem mais tranquila em São Paulo. Apenas três ataques a ônibus coletivos e dois ataques a postos bancários. 

Entendo vocÊ.
Mas sobre essa questão sempre fico pensando...

Em um mundo governado pelo individualismo é "normal" que cada um lute pelos próprios interesses? (Ou seja, se há caos urbano é porque existe uma boa causa para isso)

A sociedade se preocupa com a violência porque tem medo de ser uma vítima dela (é puro interesse). Se a violência fosse tão absurda ninguém aceitaria passivamente.

Não vejo nenhum tipo de vantagem ("lucro") na violência. Penso que temos mais a ganhar unindo forças.

Bem, sei lá!  

[Luis Dantas]

Em um mundo governado pelo individualismo é "normal" que cada um lute pelos próprios interesses? (Ou seja, se há caos urbano é porque existe uma boa causa para isso)

E há sim. A necessidade das massas de descobrir uma forma de fazer diferença no cotidiano.

A sociedade se preocupa com a violência porque tem medo de ser uma vítima dela (é puro interesse). Se a violência fosse tão absurda ninguém aceitaria passivamente.

Não vejo nenhum tipo de vantagem ("lucro") na violência. Penso que temos mais a ganhar unindo forças.

Sim... mas para qual objetivo?

É essa pergunta que não foi respondida a contento ainda, e por isso as tensões sociais.

[Siegfried]

Siegfried:   "Penso que temos mais a ganhar unindo forças."
Luis Dantas: "Sim... mas para qual objetivo?"

Perguntinha complicada!

Poderiamos pensar em interesses que todo ser humano tem (99% das pessoas): preservar a vida, ser livre, amar e ser amado, ter amigos de confiança, experimentar boa comida, viver a arte, ter uma família, etc.

Bem, poderia pensar também o ser humano como forças. E perguntar porque essas forças iriam se anular tentando uma destruir a outra? Mesmo com objetivos diferentes, poderia existir uma negociação, até porque forças unidas "são multiplicadas" e trabalham melhor.

Sei lá, existem interesses que não há como negociar também! Até já falei disso uma vez aqui, se me lembro bem, delirei com uma estória de vírus chinês, mas só tive 1 ou 2 comentários.

Uma outra questão seria o sádico... Dedicar a vida para pisar em cima das pessoas é também um estilo de vida ou é uma loucura?

hehehe... sei lá!
Não tenho conclusão nenhuma... só jogando os delírios ao vento!

[Mana Sibele]

Oi tudo bem?

Tirando o que tá ruim, o resto tá tudo bem!

Tá com magoa de mim?

E por que eu deveria estar magoado contigo? Eu acho você uma gracinha!

Aproveitando quero dizer que gosto de debates racionais e não quero tirar o cargo de ninguém

Também gosto de debates racionais.

Viu? Já temos algo em comum!

 

[Euzébio]

De como algo absurdo torna-se, gradualmente, normal:

Hoje acordei com um repórter da CBN dizendo o seguinte:

Madrugada bem mais tranquila em São Paulo. Apenas três ataques a ônibus coletivos e dois ataques a postos bancários. 

Numa metrópole com pelo menos DEZ milhões de habitantes, H, estes casos são meros "incidentes"... (pode-se dizer que mais de 99% da população paulistana está em paz)

[HSette]

pode-se dizer que mais de 99% da população paulistana está em paz)

Acho exagerado esses 99%, Euzébio. Mesmo porque a preocupação não se restringe apenas à cidade, e nem mesmo ao Estado de São Paulo.

De qualquer forma, quis frisar que coisas inicialmente tidas como absurdas podem, gradualmente, migrar para a categoria das normais.
Isso é muito comum, por exemplo, em relação a costumes culturais e hábitos sociais.

[Siegfried]

Numa metrópole com pelo menos DEZ milhões de habitantes, H, estes casos são meros "incidentes"... (pode-se dizer que mais de 99% da população paulistana está em paz)

Usando a mesma linha de pensamento....

Num Universo com mais de DEZ bilhões de galáxias destruir toda a humanidade é um mero "incidente" (pode-se dizer que mais de 99% das galáxias estão em paz)

Entendo o seu valor estatístico, mas penso ser complicado tirar a particularidade de algo. É como ter um cachorrinho... há muitos outros de potencialidade idêntica... mas você ama o seu cachorro! . Um outro exemplo: você trocaria um de seus vinte dedos por uma quantia considerável de dinheiro?

Bem, sei lá..... Especulando....

[Tarcísio]

Respondendo a pergunta:

Não existe normal.

[Guinevere]

Existe normal enquanto existe norma.

[Tarcísio]

Não existe norma.

[Nina]

Também gosto de debates racionais.

Você gosta? Quem sabe um dia você aprenda a estabelecer um, né?

  Ahn, eu disse que gostava, não disse que era adepto...

[Guinevere]

Não existe norma.

Existem. Existem "ene" normas.  Exemplo: "morgegos podem voar". Um morcego que não voa não é normal.

[Euzébio]

Acho exagerado esses 99%, Euzébio. Mesmo porque a preocupação não se restringe apenas à cidade, e nem mesmo ao Estado de São Paulo.

De qualquer forma, quis frisar que coisas inicialmente tidas como absurdas podem, gradualmente, migrar para a categoria das normais.
Isso é muito comum, por exemplo, em relação a costumes culturais e hábitos sociais.

Eu sei que você está certo, mas quis frisar como a mídia consegue por si só espalhar o pânico entre as pessoas.

Décadas atrás eu tinha uma tia que morava no Rio, e sempre que a mídia anunciava aquelas terríveis enchentes na cidade de São Paulo, ela nos ligava para saber se estávamos vivos!

A imagem que se passava era a de que SP estava sofrendo um verdadeiro dilúvio, o que não era verdade.

Se o PCC está fazendo "sucesso" ao querer atemorizar a população, grande parte da culpa é da mídia.

Para quem mora no exterior então, nem se fala! Para eles o Brasil está vivendo verdadeira guerra civil!

 

[Tarcísio]

Não existe norma.

Existem. Existem "ene" normas.  Exemplo: "morgegos podem voar". Um morcego que não voa não é normal.

Tarcísios podem gritar. Um Tarcísio que não grita não é normal?

[Guinevere]

Não, não é.

Aprendeu rápido, parabéns.

[Tarcísio]

Não, não é.

Aprendeu rápido, parabéns.

Tarcísios podem comer o próprio dedo. Um Tarcísio que não come o próprio dedo não é normal?

[Guinevere]

Tarcísios podem comer o próprio dedo. Tarcísios não fazem isso com frequÊncia, a maioria nunca. ===> Essa é a "norma". O que você é "apenas" um enunciado verdadeiro.

Tarcísios que comem o dedo - ou qualquer humano que pratique autofagia - não são normais porque a norma - verificada na prática - é que não se pratique autofagia.

[Nina]

Tá difícil, heim? Entre poder, e normalmente executar, creio que há alguma diferença....

[rizk]

Tá difícil, heim? Entre poder, e normalmente executar, creio que há alguma diferença....

Aí é que está a questão. Diz o meu novo e glorioso dicionário:

"em seu significado mais geral, a palavra Poder designa a capacidade ou a possibilidade de agir, de produzir efeitos. Tanto pode ser referida a indivíduso e a grupos humanos como a objetos e fenômenos naturais (como na expressão Poder calorífico, Poder de absorção).
Se o entenderemos em sentido especificamente social, ou seja, na sua relação com a vida do homem em sociedade, o Poder torna-se mais preciso, e seu espaço conceptual pode ir desde a capacidade geral de agir, até a capacidade do homem em determinar o comportamento do homem: Poder do homem sobre o homem. O homem não é só o sujeito mas também o objeto do poder social.
(...)
Assim, podemos distinguir entre o Poder como simples possibilidade (Poder potencial) e o Poder efetivamente exercido (Poder em ato ou atual). O Poder em ato é uma relação entre comportamentos. Consiste no comportamento do indivíduo A ou do grupo A que procura modificar o comportamento do indivíduo B ou do grupo B em quem se concretiza a modificação comportamental pretendida por A, abrangendo também o nexo intercorrente entre os dois comportamentos: um exame mais detalhado do Poder em ato comporta uma análise destes três aspectos do fenômeno. "


E se a mãe de um Tarcisio mandar Tarcisio comer o dedo? A mãe do Tarcisio é normal?

[Guinevere]

Não, porque a maioria das mães não fazem isso. Isso é uma norma.

A maioria dos brasileiros se auto-medica. Isso é uma norma também. As pessoas que não fazem isso não são normais. Mas não estão erradas.