Danniel,
Se puder me ajudar, novamente. Recebi a seguinte resposta:
Primeiramente, não-planejado não é sinônimo de acaso, não é porque algo não é um plano, que pode ocorrer de todas as formas imagináveis, com iguais probabilidades
Douglas!
Você sabe qua a entropia é diretamente proporcional à probabilidade, quanto maior a entropia, maior a probabilidade!
Que história é essa de IGUAIS probabilidades: de maneira nenhuma-a vida vai para direção de menor probabilidade, ou seja, contradiz a segunda lei:
S=k ln w
onde S é entropia, k é a constante de Boltzmann e w é a probabilidade de que o sistema exista no estado em que se encontra!
Abraços,
Douglas
Eu acho que ele não entendeu o que eu quis dizer...
não disse que a vida e não-vida tem iguais probabilidades de se formar, que foi o que ele pareceu entender.
Disse nesse trecho, não-planejado, não é sinônimo de "ao acaso". (e nem planejamento necessariamente exclui o acaso, como por exemplo, sorteios tem até que ser planejados para maximizar o acaso, para não privilegiar ninguém)
Acaso seria todas as possibilidades terem iguais probabilidades, ao menos é assim que entendo. E não é só o planejamento que restringe as probabilidades de diversas possibilidades, ou seja, não é só o planejamento que diminui o acaso. A própria tendência a entropia já é uma não-aleatoriedade, e que pode se supor ser não planejada.
E maior entropia, não é sempre sinônimo de maior desorganização; por exemplo, os primórdios do sistema solar tinham menor entropia do que o sistema solar agora, mais organizado. A energia do sistema disponível para trabalho diminuiu, mas produzindo organização - o sistema solar em si, planetas, satélites, o sol, anéis; em vez de uma nuvem gás, moléculas e partículas de matéria mais ou menos homogeneamente distribuidas - e não desorganizando.
Não é só a primeira origem da vida que "vai contra" a lei da termodinâmica (na verdade, não se pode dizer que qualquer ciosa realmente vai, o que ocorre é desequilíbrio termodinâmico, mas sem "violar" leis mesmo assim); cada nascimento individual de certa forma também "vai"; uma semente de uma árvore tem menor organização que a própria árvore crescida, e se desenvolve mesmo assim, sem violação de leis físicas, sem "milagre". Ao mesmo tempo, a entropia de um organismo em alto nível é sua própria morte; se a probabilidade é maior para níveis maiores de entropia, não "deveríamos" estar vivos, não deveria estar digitando isso, todos deveriam estar mortos. Por esse tipo de coisa acho que é um tanto complicado e problemático tentar abordar a questão apenas por termodinâmica, acho que é mais ou menos como tentar entender o funcionamento de um televisor apenas com mecânica, não pensando na eletrônica, ou como tentar entender o funcionamento de um organismo sem saber de seus órgãos internos. Estarmos vivos apesar disso ser termodinâmicamente improvável não significa que "não exista isso de entropia", apenas que a vida é um caso bem mais complicado de sistema físico.
Em termos de termodinâmica simplesmente, o desenvolvimento de um organismo ou da semente em organismo ocorre a custa de um aumento da entropia exterior ao sistema, exterior a semente, ou ao organismo (e também interior ao organismo em "subsistemas"). Uma estrutura física que permita isso não é exclusividade dos seres vivos, os seres vivos "somente" atingiram excelência nisso/são produto disso, de uma longa história de estruturas mais simples capazes de manter algum grau de desequilíbrio termodinâmico, se formando e interagindo com diversas substâncias por um bom tempo, não totalmente ao acaso.
Existe bastante pesquisa no assunto de origem da vida. Ainda não se sabe como a vida surgiu exatamente, e existem diversas teorias e descobertas intrigantes; recomendo ir atrás disso, de detalhes mais específicos, em vez de ficar só "por cima", na termodinâmica, que não poderia servir para estudar uma série de fenômenos termodinâmicamente "impossíveis", como furacões, formação de montanhas, desenvolvimento embriológico, praticamente toda a atividade biológica se olhada por um nível "superior"- como tentar entender como uma formiga faz o que faz considerando ela como apenas três segmentos corporais de quitina com apêndices articulados.