Autor Tópico: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos  (Lida 2252 vezes)

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ukrainian

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ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Online: 13 de Agosto de 2006, 22:58:21 »
 Altamiro Borges: Veja estimula ódio e preconceitos

A revista Veja desta semana mais uma vez dá um exemplo de péssimo jornalismo, do tipo que contribui para que certos preconceitos se fortaleçam ainda mais na sociedade brasileira. Ao invés de informar, sua reportagem de capa opta por manipular fatos. No texto abaixo, o jornalista Altamiro Borges expõe esse desserviço e mostra como parte da classe média absorve as informações publicadas no semanário.

Veja estimula ódio e preconceitos


Por Altamiro Borges*



 :enjoo: :enjoo: :enjoo: :enjoo: :enjoo:

Na noite deste sábado, no caixa de um supermercado na região central de São Paulo, uma típica senhora da alta classe média, vestida no pior estilo da perua decadente, pega a última edição da revista Veja. Na capa, a foto de uma mulher negra, título de eleitor na mão, e a manchete: “Ela pode decidir a eleição”. No texto-legenda, a descrição: “Nordestina, 27 anos, educação média, 450 reais por mês, Gilmara Cerqueira retrata o eleitor que será o fiel da balança em outubro”. A dondoca burguesa, indignada, tenta puxar conversa, em plena militância eleitoral. “Que absurdo. Onde já se viu essa gente pobre decidir o destino do país. Eu odeio o Lula. Deus nos livre dele”.


O episódio, por mais repugnante que possa parecer, é verídico. Dá ânsia de vomito, mas é real, infelizmente. Ele revela o grau exacerbado de preconceito da burguesia e de parcelas da “classe mérdia” contra o presidente Lula e por sua opção, mesmo tímida, de priorizar os investimentos nas áreas carentes. A extremada reação da madame deve ter sido exatamente a orquestrada pelos conspiradores da Editora Abril, asseclas do golpista-mor Roberto Civita. O objetivo desta e de outras edições da revista Veja é o de criar um clima de ódio entre as camadas médias contra o atual governo. A publicação não visa informar, mas sim manipular e gerar preconceitos.


E a perua nem havia lido a revista – bastou a capa para liberar seus piores instintos de classe.  As páginas internas destilam veneno; são todas editorializadas e não informativas e imparciais. Num texto leviano, por exemplo, esta edição novamente vincula os petistas ao crime organizado. Sem provas, afirma: “Fica evidente a simpatia do PCC pelo PT, bem como a aversão da organização pelo PSDB” – o que mereceria um imediato processo judicial do partido contra a Editora Abril. Noutro artigo, não vacila em citar a China – seu eterno diabo comunista – para atacar o “tímido” crescimento da economia brasileira, por culpa do “populismo e do corporativismo” do governo Lula, que “criam um ambiente avesso à competição e a inovação”. Haja descaramento!


Panfleto da direita


Mas é na reportagem de capa, que ocupa dez páginas da edição, que a Veja escancara todo o seu preconceito e ódio de classe. O primeiro artigo tenta desqualificar os 34 milhões de eleitores do Nordeste, com pouca escolaridade (93% até o nível médio) e baixa renda (71% ganham até R$ 700). De forma marota, acusa essa “gente pobre” de ser vítima do assistencialismo. “[Gilmara] não tem dinheiro para comprar um par de óculos para o filho caçula, mas está satisfeita com a vida – e com Lula. ‘Ele é um homem bom’, diz ela, que, como outros 22 milhões de nordestinos, recebe o Bolsa Família – a mais espetacular alavanca eleitoral de Lula no Nordeste”.


Já o segundo texto reforça o dogma neoliberal de que os investimentos públicos em programas sociais equivalem à “gastança” e são ineficientes economicamente. A manipulação é descarada. O próprio articulista constatou que várias cidades e regiões do Nordeste tiveram suas economias dinamizadas devido aos programas sociais do governo. As vendas no varejo cresceram 17,7% – bem acima dos 7% na região Sudeste – e “os nordestinos passaram a comprar mais alimentos perecíveis, material de limpeza e higiene”. Apesar destes fatos irretocáveis, o pau-mandado dos Civitas aposta no desastre desta política e ainda tenta estimular a discriminação regional:


“O Nordeste enfrenta uma bolha de crescimento inflada pelo aumento do consumo, que, por sua vez, é lastreado em grande parte no dinheiro que os brasileiros que trabalham e pagam impostos carreiam para a região em programas assistenciais”. Haja rancor pequeno-burguês! O último texto é o mais raivoso de todos; já verte veneno no título: “Reféns do assistencialismo”. Em poucas linhas, ele bate três vezes na tecla de que os programas sociais do governo “distribuem dinheiro dos brasileiros que trabalham e pagam impostos a 44 milhões de outros brasileiros” – os nordestinos. A repetição não é por mera incompetência. Visa exatamente contaminar a madame e outros individualistas empedernidos das camadas médias.


O medo da democracia


O lamentável episódio deste sábado, que causou irritação e reforçou a convicção de que a classe “mérdia” é egoísta e burra, corrobora uma tese defendida pelo historiador Augusto Buonicore, num excelente artigo na revista Debate Sindical. Conforme ele demonstra, as classes dominantes fizeram de tudo para evitar a ampliação dos espaços democráticos. Sempre temeram o sufrágio universal, exatamente por temerem o voto da “gente pobre” – da mulher, nordestina, negra, baixa escolaridade e poucas posses. No caso das mulheres, elas só conquistaram esse direito em 1918, na Inglaterra; em 1920, nos EUA; em 1934, no Brasil; e em 1948, na França. Já os negros dos EUA, exemplo de democracia para a Editora Abril, só adquiriram direitos políticos nos anos 60.


Foi John Locke, principal teórico liberal da revolução inglesa, quem propôs a exclusão dos não-proprietários do direito ao voto: “Todo governo não possui outra finalidade além da conservação da propriedade”. Já James Madison, o quarto presidente dos EUA, confessou: “Se as eleições forem abertas para todas as classes do povo, a propriedade não será mais segura”. E até John Stuart Mill, um liberal progressista, tentou desfigurar o sufrágio universal. “Um empregador é mais inteligente do que um operário por ser necessário que ele trabalhe com o cérebro e não só com os músculos. Nestas condições, pode-se atribuir dois ou três votos a toda pessoa que exerce uma dessas funções de maior relevo”, pregou, ao defender o voto diferenciado entre as classes.


A conquista destes direitos demandou dos trabalhadores muitas revoltas, manifestações, greves e revoluções. “A consigna ‘um homem um voto’, que se tornou paradigma dos estados modernos, soava como algo subversivo aos liberais burgueses. A própria palavra democracia era explosiva. Assim, contraditoriamente, o que conhecemos como democracia burguesa foi uma conquista da luta dos trabalhadores contra a própria burguesia que tentava excluí-los da vida pública”, conclui Buonicore. Apesar dos limites e seduções da democracia burguesa, ela permitiu que um operário grevista, no Brasil, e um líder camponês, na Bolívia, chegassem à Presidência da República.


Atentado à Constituição


É isso que causa tanta ojeriza, preconceito e ódio de classe à revista Veja e às madames-peruas. Por mais que o governo Lula tenha cedido – e cedeu demais ao “deus-mercado” –, as elites não o toleram. Não aceitam que um novo bloco de forças, oriundo das camadas populares e das lutas sociais, tenha chegado ao governo central. Não aceitam que o governo, mesmo que timidamente, inverta algumas prioridades e invista em programas sociais, na valorização do salário mínimo, na ampliação do crédito popular, na agricultura familiar. Elas têm nojo desta “gente pobre” e do que Lula simboliza. A maioria pobre é para ser uma fiel serviçal e não quem “decide a eleição”.


Numa democracia mais avançada, a Editora Abril seria processada por estimular o preconceito e a discriminação regional, que ferem a Constituição; já a dondoca seria presa por racismo! Apesar dos limites da “democracia dos proprietários”, seria saudável para a democracia e para o próprio jornalismo que pipocassem centenas de processos na Justiça contra esta asquerosa publicação! É preciso ter a dignidade e ousadia do jornaleiro Fabio Marinho, dono de uma movimentada banca em Porto Alegre, que se recusou a vender esta revista! A Veja está passando de todos os limites e merece o forte repúdio da sociedade.
 

* Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi).

« Última modificação: 13 de Agosto de 2006, 23:00:38 por Ukrainian »

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #1 Online: 13 de Agosto de 2006, 23:07:07 »
O pior foi ter recebido aqui em casa um exemplar desse panfleto goebbelista, mesmo sem pedir... Chegou a época de eleições, e a direita aproveita para difundir suas mentiras e suas idéias racistas...

Offline Rodion

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #2 Online: 13 de Agosto de 2006, 23:09:56 »
Citar
O episódio, por mais repugnante que possa parecer, é verídico. Dá ânsia de vomito, mas é real, infelizmente. Ele revela o grau exacerbado de preconceito da burguesia e de parcelas da “classe mérdia” contra o presidente Lula e por sua opção, mesmo tímida, de priorizar os investimentos nas áreas carentes. A extremada reação da madame deve ter sido exatamente a orquestrada pelos conspiradores da Editora Abril, asseclas do golpista-mor Roberto Civita. O objetivo desta e de outras edições da revista Veja é o de criar um clima de ódio entre as camadas médias contra o atual governo. A publicação não visa informar, mas sim manipular e gerar preconceitos.

engraçado, acusar preconceito e incitá-lo logo a seguir...
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline HSette

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #3 Online: 13 de Agosto de 2006, 23:12:13 »
O pior foi ter recebido aqui em casa um exemplar desse panfleto goebbelista, mesmo sem pedir... Chegou a época de eleições, e a direita aproveita para difundir suas mentiras e suas idéias racistas...

¡No passarán!
« Última modificação: 13 de Agosto de 2006, 23:16:15 por HSette »
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
"Por quê?"
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Offline Diegojaf

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #4 Online: 13 de Agosto de 2006, 23:19:24 »
Não tem a reportagem aí não?

No site ainda está a edição da China...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

ukrainian

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #5 Online: 13 de Agosto de 2006, 23:34:55 »
Se a internet não fosse comunista, não poderia estar fazendo isso agora...

Código: [Selecionar]
Código da Veja desse mês: ANAJÁS

Link: http://veja.abril.com.br/160806/p_052.html
« Última modificação: 13 de Agosto de 2006, 23:37:11 por Ukrainian »

Offline El Duckzin

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #6 Online: 14 de Agosto de 2006, 00:05:42 »
O negócio é o seguinte, não é culpa da Veja que exista imbecis nesse planeta (...)  |(

Agora, eu achei muito interessante a reportagem com os ganhadores do prêmio Nobel de economia e por essa e muitas, mas muitas outras reportagens, a Veja pode ser considerada séria, assim como toda a imprensa brasileira, que é uma imprensa investigativa e QUASE imparcial.

Fico muito triste que as pessoas critiquem aquilo que existe de bom no Brasil só porque não concorda com a própria ideologia (...)  |(

Eu acho que esquerdas e direitas não existem mais, hoje é uma coisa só, a economia é muito importante e o que for arrecadado com a mesma deve ser repassado para a população em educação, saúde, transporte, etc ... e assim criar uma sociedade capaz de competir igualmente no mercado e ter seu espaço, é um senso comum que independe de ideologia, é a socio-democracia capitalista, que todos sabem que funciona diferente da democracia capitalista desigual ou a socialismo totalitario utópico.

Just fuckin' dig it.    :hmph:
« Última modificação: 14 de Agosto de 2006, 00:07:46 por El Duckzin »
Vini Vid Vicious (...)

Offline Buckaroo Banzai

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #7 Online: 14 de Agosto de 2006, 06:50:17 »
A extremada reação da madame deve ter sido exatamente a orquestrada pelos conspiradores da Editora Abril, asseclas do golpista-mor Roberto Civita. O objetivo desta e de outras edições da revista Veja é o de criar um clima de ódio entre as camadas médias contra o atual governo. A publicação não visa informar, mas sim manipular e gerar preconceitos.
provas? Ou é só teoria da conspiração de algum Olavo de Carvalho às avessas, cujas "provas" são só livre associação e até mesmo, ausência de provas?



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E a perua nem havia lido a revista – bastou a capa para liberar seus piores instintos de classe.  As páginas internas destilam veneno; são todas editorializadas e não informativas e imparciais. Num texto leviano, por exemplo, esta edição novamente vincula os petistas ao crime organizado. Sem provas, afirma: “Fica evidente a simpatia do PCC pelo PT, bem como a aversão da organização pelo PSDB” – o que mereceria um imediato processo judicial do partido contra a Editora Abril.

Como sem provas? E a ligação gravada do PCC sobre como discutiam matar um vereador do PSDB, e entre se salvavam ou não todos os esquerdistas/oposicionistas(?) ou apenas o PT?

E isso, não é de qualquer forma, como o autor sugere, vincular o PT ao PCC, mas mais o contrário. Não li a matéria mencionada, mas por tudo que li em outras fontes, o que se sabe é que o PCC tem simpatia pelo PT.

Isso não significa que haja qualquer vínculo formal ou informal entre os dois. E a notícia não pode deixar de ser dada apenas porque PTistas acham que poderia ser prejudicial à imagem do partido.



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Mas é na reportagem de capa, que ocupa dez páginas da edição, que a Veja escancara todo o seu preconceito e ódio de classe. O primeiro artigo tenta desqualificar os 34 milhões de eleitores do Nordeste, com pouca escolaridade (93% até o nível médio) e baixa renda (71% ganham até R$ 700). De forma marota, acusa essa “gente pobre” de ser vítima do assistencialismo. “[Gilmara] não tem dinheiro para comprar um par de óculos para o filho caçula, mas está satisfeita com a vida – e com Lula. ‘Ele é um homem bom’, diz ela, que, como outros 22 milhões de nordestinos, recebe o Bolsa Família – a mais espetacular alavanca eleitoral de Lula no Nordeste”.

Eu não li a matéria, mas não acho que a associação de pobreza e populistas aproveitadores não seja algo que não deva ser abordado apenas porque alguns não gostem da idéia de que isso possa ocorrer.

Inversamente, não vivem falando de que tal e tal partido (o PT inclusive :roll: ) só agradam à banqueiros? E isso não seria algo análogo? Por que pode-se criticar um grupo de políticos por tentar se eleger ao agradar os grandes capitalistas e a classe média e alta, mas não por tentar agradar as classes mais baixas? Principalmente porque se aproveitar, de gente pobre e com piores condições, menor nível de educação, prometendo milagres, botando depois a culpa no governo anterior pela incapacidade de cumpri-los, é algo muito mais desprezível do que simplesmente tentar se mostrar economicamente viável?


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Já o segundo texto reforça o dogma neoliberal de que os investimentos públicos em programas sociais equivalem à “gastança” e são ineficientes economicamente. A manipulação é descarada. O próprio articulista constatou que várias cidades e regiões do Nordeste tiveram suas economias dinamizadas devido aos programas sociais do governo.
E se ele mencionou isso, do que está reclamando? Ou ele constatou, mas escondeu, não publicou, e o autor do texto sabe disso por telepatia? :roll:

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As vendas no varejo cresceram 17,7% – bem acima dos 7% na região Sudeste – e “os nordestinos passaram a comprar mais alimentos perecíveis, material de limpeza e higiene”. Apesar destes fatos irretocáveis, o pau-mandado dos Civitas aposta no desastre desta política e ainda tenta estimular a discriminação regional:


“O Nordeste enfrenta uma bolha de crescimento inflada pelo aumento do consumo, que, por sua vez, é lastreado em grande parte no dinheiro que os brasileiros que trabalham e pagam impostos carreiam para a região em programas assistenciais”. Haja rancor pequeno-burguês!
Não vi rancor aí. Achar que isso é rancor é ter rancor por qualquer oposição ao "wishful thinking" de que tudo está indo muito bem e que não pode dar nada errado como está.



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O último texto é o mais raivoso de todos; já verte veneno no título: “Reféns do assistencialismo”. Em poucas linhas, ele bate três vezes na tecla de que os programas sociais do governo “distribuem dinheiro dos brasileiros que trabalham e pagam impostos a 44 milhões de outros brasileiros” – os nordestinos. A repetição não é por mera incompetência. Visa exatamente contaminar a madame e outros individualistas empedernidos das camadas médias.
Bem, não dá para comentar muito desse pequeno comentário, sem ter lido a matéria. Apenas, novamente, creio que é uma coisa válida a se colocar, e não deve-se censurar apenas porque acaba com as fantasias de uns.

Uma das coisas que o Lula vivia a falar, era "ensinar a pescar, em vez de dar o peixe". No que o assistencialismo é "ensinar a pescar"?

E novamente, porque não pode-se considerar essa situação injusta, mas tudo bem falar de um desvio das camadas mais pobres para os grandes capitalistas ou coisas do tipo? Bem, se bem que isso é frase da Heloísa Helena... se referindo ao governo Lula :D



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O medo da democracia


O lamentável episódio deste sábado, que causou irritação e reforçou a convicção de que a classe “mérdia” é egoísta e burra, corrobora uma tese defendida pelo historiador Augusto Buonicore, num excelente artigo na revista Debate Sindical. Conforme ele demonstra, as classes dominantes fizeram de tudo para evitar a ampliação dos espaços democráticos. Sempre temeram o sufrágio universal, exatamente por temerem o voto da “gente pobre” – da mulher, nordestina, negra, baixa escolaridade e poucas posses. No caso das mulheres, elas só conquistaram esse direito em 1918, na Inglaterra; em 1920, nos EUA; em 1934, no Brasil; e em 1948, na França. Já os negros dos EUA, exemplo de democracia para a Editora Abril, só adquiriram direitos políticos nos anos 60.


Foi John Locke, principal teórico liberal da revolução inglesa, quem propôs a exclusão dos não-proprietários do direito ao voto: “Todo governo não possui outra finalidade além da conservação da propriedade”. Já James Madison, o quarto presidente dos EUA, confessou: “Se as eleições forem abertas para todas as classes do povo, a propriedade não será mais segura”. E até John Stuart Mill, um liberal progressista, tentou desfigurar o sufrágio universal. “Um empregador é mais inteligente do que um operário por ser necessário que ele trabalhe com o cérebro e não só com os músculos. Nestas condições, pode-se atribuir dois ou três votos a toda pessoa que exerce uma dessas funções de maior relevo”, pregou, ao defender o voto diferenciado entre as classes.


A conquista destes direitos demandou dos trabalhadores muitas revoltas, manifestações, greves e revoluções. “A consigna ‘um homem um voto’, que se tornou paradigma dos estados modernos, soava como algo subversivo aos liberais burgueses. A própria palavra democracia era explosiva. Assim, contraditoriamente, o que conhecemos como democracia burguesa foi uma conquista da luta dos trabalhadores contra a própria burguesia que tentava excluí-los da vida pública”, conclui Buonicore. Apesar dos limites e seduções da democracia burguesa, ela permitiu que um operário grevista, no Brasil, e um líder camponês, na Bolívia, chegassem à Presidência da República.

novamente, apenas livre-associação. Não melhor do que o PT ser contrário à democracia por exigir unanimidade dos participante dos partidos em suas votações.


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Atentado à Constituição


É isso que causa tanta ojeriza, preconceito e ódio de classe à revista Veja e às madames-peruas. Por mais que o governo Lula tenha cedido – e cedeu demais ao “deus-mercado” –, as elites não o toleram. Não aceitam que um novo bloco de forças, oriundo das camadas populares e das lutas sociais, tenha chegado ao governo central. Não aceitam que o governo, mesmo que timidamente, inverta algumas prioridades e invista em programas sociais, na valorização do salário mínimo, na ampliação do crédito popular, na agricultura familiar. Elas têm nojo desta “gente pobre” e do que Lula simboliza. A maioria pobre é para ser uma fiel serviçal e não quem “decide a eleição”.
Não creio em poderes telepáticos



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Numa democracia mais avançada, a Editora Abril seria processada por estimular o preconceito e a discriminação regional, que ferem a Constituição; já a dondoca seria presa por racismo! Apesar dos limites da “democracia dos proprietários”, seria saudável para a democracia e para o próprio jornalismo que pipocassem centenas de processos na Justiça contra esta asquerosa publicação! É preciso ter a dignidade e ousadia do jornaleiro Fabio Marinho, dono de uma movimentada banca em Porto Alegre, que se recusou a vender esta revista! A Veja está passando de todos os limites e merece o forte repúdio da sociedade.
Liberdade de expressão, pra que, né?
 

Offline Buckaroo Banzai

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #8 Online: 14 de Agosto de 2006, 07:49:26 »
Reféns do assistencialismo - lendo a coisa na íntegra, o que é concluido, um pouco diferentemente do que o texto que o comentava alegava ("O próprio articulista constatou que várias cidades e regiões do Nordeste tiveram suas economias dinamizadas devido aos programas sociais do governo."), é que essa bolsa família acaba beneficiando apenas os burgueses. O dinheiro acaba ficando todo no mercado da cidade, que cresce, mas as pessoas continuam sem perspectiva.

Diferentemente de outras cidades onde coisas do tipo SEBRAE foram implantadas

rizk

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #9 Online: 14 de Agosto de 2006, 09:54:28 »
Não li, não opino. Mas capa tem obrigação de gerar esse tipo de reação.

A veja custa R$ 9 ou por aí, e não é a preta nordestina que vai comprá-la - e queria eu que isso fosse preconceito de classe e não a realidade. E, até onde eu sei, neste país a lei exige que todos votem e também protege todos de pensarem e dizerem o que querem sem ser processados por racismo, por mais jeitão de maria antonieta que tenham. É óbvio que, se o preto pobre quisesse votar no Alckmin, a esquerda tbm faria sua propaganda dizendo que o proletariado não existe mais e foi corrompido e etc. Aparentemente, o problema do autor do texto é com a velha, não com a Veja.

TODO MUNDO SABE que a maioria da população não tem formação política suficiente pra votar. Não é mentira, e só faltava agora quererem elevar à condição de pecado e crime a expressão disso. É inquietante que sejam eles que decidam mesmo, mas é o preço que se paga e faz parte do pacote.

Há anos leitora da Veja, tenho a impressão de que é uma revista parcial e CÍNICA. Mas a imprensa é livre, deal with it.

rizk

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #10 Online: 14 de Agosto de 2006, 09:54:52 »
não gosta da Veja, não compra.

 :histeria:

Offline Guinevere

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #11 Online: 14 de Agosto de 2006, 19:20:31 »
Alguém consegue me explicar porque diabos essa capa é racista?

Offline Nina

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #12 Online: 14 de Agosto de 2006, 19:25:32 »
Não vi nada de anormal ou racista.... devo precisar ir no oftalmologista novamente!  :{
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Luis Dantas

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #13 Online: 14 de Agosto de 2006, 20:36:33 »
Também não entendi o que há de racismo nessa capa.  Só porque mostra uma eleitora negra?  Sei de boa fonte que elas existem...
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #14 Online: 14 de Agosto de 2006, 21:31:58 »
Também não entendi o que há de racismo nessa capa.  Só porque mostra uma eleitora negra?  Sei de boa fonte que elas existem...

é porque obviamente é uma crítica da classe mérdia-alta capitalista, onde o "vê se pode uma coisa tão absurda", é implícito, pois apesar de invarialmente racistas e classistas, têm um pouco de vergonha desses posicionamentos, acham um pouco ignorante, sem classe

Offline Huxley

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #15 Online: 14 de Agosto de 2006, 23:37:45 »
Eu achei esse artigo totalmente sem noção.Racista por exibir uma nordestina negra na capa?Isso é ridículo.

A Veja fez bem ao destacar que o programa Bolsa-Família é assistencialista.Ela não diz que há problema em existir uma política social compensatória, ela se refere apenas ao fato que uma política dessas não é estrutural.O governo Lula também tem políticas estruturais, mas isso não faz parte do "pacote Bolsa Família".

Não há absolutamente nenhum problema nessa reportagem da Veja.
« Última modificação: 14 de Agosto de 2006, 23:39:42 por Huxley »
"A coisa mais importante da vida é saber o que é importante". Otto Milo

Meu blog: http://biologiaevolutiva.blogspot.com

rizk

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #16 Online: 14 de Agosto de 2006, 23:38:52 »
Uh, e vcs conseguem LER AS MENTES da burguesia. Eles não querem admitir, mas lá no fundo pensam isso. Ok.

Eu tenho um pouco de vergonha de vocês telepatas.

Offline Luis Dantas

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #17 Online: 14 de Agosto de 2006, 23:59:44 »
Também não entendi o que há de racismo nessa capa.  Só porque mostra uma eleitora negra?  Sei de boa fonte que elas existem...

é porque obviamente é uma crítica da classe mérdia-alta capitalista, onde o "vê se pode uma coisa tão absurda", é implícito, pois apesar de invarialmente racistas e classistas, têm um pouco de vergonha desses posicionamentos, acham um pouco ignorante, sem classe

Isso para mim é coisa da sua cabeça, sinceramente.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.


DIG

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #19 Online: 15 de Agosto de 2006, 12:59:21 »
Isso é alguma piada?
Inverta isso e temos 1 artigo do olavo de Carvalho

Offline Rodion

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #20 Online: 15 de Agosto de 2006, 15:43:49 »
po. vocês não viram que ele pôs até a letra vermelha pra ser irônico?
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline El Duckzin

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #21 Online: 15 de Agosto de 2006, 16:32:43 »
Eu vi..!!

SUBVERSIVO..!! :histeria:
Vini Vid Vicious (...)

Offline Guinevere

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #22 Online: 15 de Agosto de 2006, 16:35:11 »
vermelho quer dizer ironia? nao era "eu estou menstruada"? :D

Offline Rodion

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #23 Online: 15 de Agosto de 2006, 16:47:18 »
não. mas ele não costuma escrever em vermelho, e comunistas gostam de vermelho. logo...
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Guinevere

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Re: ESCROTO² - Veja estimula ódio e preconceitos
« Resposta #24 Online: 15 de Agosto de 2006, 16:49:10 »
da proxima use "[modo comunista on]"

 

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