Autor Tópico: A "escória" do mundo  (Lida 3218 vezes)

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ukrainian

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A "escória" do mundo
« Online: 20 de Agosto de 2006, 20:41:48 »
20/08/2006

A "escória" do mundo

Há um tema – na Europa, nos EUA ou na América Latina – em que a divisão entre direita e esquerda permanece fortemente: o dos imigrantes. Discriminados, excluídos, criminalizados – são a nova “escória” do mundo.

Eles sintetizam algumas coisas diabolizadas no mundo contemporâneo: são trabalhadores, sem qualificação profissional, são pobres e são de etnias não-brancas. Nenhuma síntese poderia sintetizar tantas qualificações infelizes como essas.

Direita e esquerda podem estar embaralhadas em muitas coisas. Discute-se se continua a haver linhas demarcatórias entre elas. Mas em um ponto a sensibilidade da direita e da esquerda se diferenciam: a execração ou a solidariedade com os trabalhadores imigrantes.

Trabalhadores imigrantes – porque disso se trata: se emigra para buscar trabalho, quando o neoliberalismo concentra, mais do que nunca na história da humanidade, as possibilidades de sobrevivência. Vivem muito mal, discriminados, excluídos em São Paulo, os nordestinos. Vivem muito mal, discriminados, excluídos nos EUA, os mexicanos. Mas ainda assim estão melhores do que nos seus lugares de origem – o que por si só condena as condições de vida nesses seus lugares de origem.

Como são imigrantes, são os “outros”, aspecto reforçado pelas etnias distintas que costumam caracterizá-los: chicanos nos EUA, africanos na Europa, caboclos no centro-sul do Brasil. Uma civilização construída sob os pilares do racismo – da consigna “civilização ou barbárie”, em que civilizados são os brancos, anglo-saxões, protestantes ou católicos. Bárbaros são todos os “outros”. O “orientalismo”, concepção desenvolvida pelo palestino Edward Said, revela como o ocidente amalgama tudo o que não é “ocidental”, nessa categoria que designa o seu “outro”.

Trabalho, pobreza, etnia – uma síntese desses três elementos desqualificados pelo capitalismo neoliberal constitui as determinações essenciais dos imigrantes. A esses se agrega sua origem na periferia do capitalismo, no “atraso”.

Quando alguém atribui aos imigrantes a responsabilidade por algum problema numa sociedade – a violência, o desemprego, o mau desempenho do sistema educacional -, está expressando o pensamento conservador, o pensamento de direita, que exorciza os problemas dessa sociedade num bode expiatório. Para isso busca um “outro” sobre o qual recaia a culpa dos problemas gerados por essa própria sociedade.

O candidato tucano a governador de São Paulo tentou justificar o péssimo sistema educacional do estado usando os imigrantes como bode expiatório, depois de tantos anos em que governaram o estado contra a educação e os imigrantes. Um direitista se deixa trair neste tema. A elite aristocrática paulista odeia pobres, trabalhadores, imigrantes e mulatos/negros/mestiços/caboclos. Sabem que é a outra cara - antagônica - da Daslu e da sua insaciável riqueza.

Postado por Emir Sader às 12:13

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Offline Buckaroo Banzai

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #1 Online: 20 de Agosto de 2006, 20:54:35 »
isso não é exclusivo de direita; mais um exemplo de como essa divisão super agregadora não descreve quase nada. O próprio Lula, de esquerda, segundo os Lulistas, de direita, segundo PCO, PSTU e PSOL, fez propaganda de que só permitiria que novas plataformas de petróleo fossem construídas pelas mãos de brasileiros puros, em vez de decidir que o mercado determinasse quem as construiria, a despeito de critérios étnicos-nacionalistas.

Offline Rodion

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #2 Online: 20 de Agosto de 2006, 21:07:25 »
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Como são imigrantes, são os “outros”, aspecto reforçado pelas etnias distintas que costumam caracterizá-los: chicanos nos EUA, africanos na Europa, caboclos no centro-sul do Brasil. Uma civilização construída sob os pilares do racismo – da consigna “civilização ou barbárie”, em que civilizados são os brancos, anglo-saxões, protestantes ou católicos.

os coreanos, japoneses, são gente civilizada pra mim...
o 'civilizado' de alguns séculos atrás servia pra designar o estado de coisas na europa. se bárbarie assumiu uma carga negativa, é por ter sido usada pra designar exatamente o que designa, instituições não européias.

aliás, o que teria emir sader a dizer sobre os libaneses e japoneses no brasil ou judeus nos eua?

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O candidato tucano a governador de São Paulo tentou justificar o péssimo sistema educacional do estado usando os imigrantes como bode expiatório, depois de tantos anos em que governaram o estado contra a educação e os imigrantes. Um direitista se deixa trair neste tema. A elite aristocrática paulista odeia pobres, trabalhadores, imigrantes e mulatos/negros/mestiços/caboclos. Sabem que é a outra cara - antagônica - da Daslu e da sua insaciável riqueza.
como tem gente suja neste mundo. só faltou falar que serra tem preconceito contra nordestinos...
serra tentou se explicar depois. a constante chegada de imigrantes faz com que os recursos públicos destinados à educação sejam focados mais em abrangência do que qualidade. a malícia que o sr. sader vê aí, eu não vejo.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Alenônimo

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #3 Online: 20 de Agosto de 2006, 23:11:57 »
O tal "racismo" do Serra nada mais é do que uma distorção de suas palavras, praticada por uma coligação que sabe que não vai ganhar no estado de São Paulo e precisa desesperadamente manchar a imagem do oponente.

Como o Bruno mesmo disse, Serra ainda explicou qual é o problema da migração. E se querem saber, eu concordo com ele. Migração não só aumenta a demanda por escolas no estado como também traz pessoas que, por serem humildes, já não possuem escolaridade mesmo (e os políticos opositores não hesitam em contar essas pessoas para mostrar que a educação do estado vai mal).

Migração traz seus problemas, e deve ser encarado de frente para se resolver. Não estamos falando de mandar os migrantes de volta pra casa, mas de resolver a situação deles já que estão aqui para terem uma vida melhor.
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Offline Quereu

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #4 Online: 21 de Agosto de 2006, 00:12:05 »
Não é possível que os imigrantes pobres enriqueçam indefinidamente simplesmente invadindo os países ricos - onde estarão os escassos recursos deste mundo? Se os recursos são limitados, limitadas devem ser as fontes de enriquecimento. Consequentemente, se meu raciocínio não for demasiadamente frouxo (e já ofereço a "pega" para os críticos), num cenário de recursos limitados onde as pessoas competem por eles, haverá empobrecimento geral.

Mas o sonho da terra do leite e mel habita os corações dos homens de boa vontade. O paraíso perdido cristão voltou miticamente e sopra suas ilusões aos desavisados e frustrados. Ah, este mundo demasiado competitivo...

Do paraíso perdido de Cristo ao paraíso perdido de Marx.
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Offline Rodion

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #5 Online: 21 de Agosto de 2006, 00:23:04 »
alguns recursos são limitados, a riqueza não é. diamante não se traduz em mais riqueza do que basalto até que alguém lhe atribua valor.

riqueza é fruto de esforço. o que é ser rico se não o fato de ter o poder de dispôr do esforço dos outros?

botando a coisa de modo bem simples:

a)a siemens produz celulares. seus funcionários são motivados pelo salário que receberão no final do mês.
b)a del valle produz sucos. seus funcionários são motivados pelo salário que receberão no final do mês.
c)a bmw fabrica bons carros. seus funcionários são motivados pelo salário que receberão no final do mês.

por que os funcionários querem salários? para que possam comprar bmw's, sucos e celulares. o esforço, fruto da motivação, empreendido na fabricação destes bens é o que verdadeiramente criou a riqueza. não houvesse siemens, del valle e bmw, as únicas empresas existentes nesse hipotético território, não seria criada tal riqueza.

a criação de riqueza nem sempre está condicionada somente pelos recursos disponíveis. de nada adianta ter diamantes se não há bmws de quem comprar.

« Última modificação: 21 de Agosto de 2006, 00:25:16 por Bruno »
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Offline Quereu

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #6 Online: 21 de Agosto de 2006, 04:32:24 »
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alguns recursos são limitados, a riqueza não é

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o que é ser rico se não o fato de ter o poder de dispôr do esforço dos outros?

Impressão muito subjetiva de riqueza. Riqueza como disposição de poder sobre os outros não é certamente o que os pobres imigrantes desejam - eles querem as benesses da sociedade de consumo e seu alto padrão de vida. Querem seus carros, casas, sistemas de saúde e educação, etc. Muito me espantaria um argelino emigrando à França para mandar no francês... E todas essas coisas, essas quimeras da sociedade de consumo, consomem recursos - recursos finitos que para serem transformados da matéria-bruta natural em produto industrial requerem o investimento de capital (um recurso finito) que, por sua vez, para ser formado requer poupança (e a capacidade de poupar é um verdadeiro bem social da sociedade que poupou). Enfim, o imigrante exige que se gaste o que não é dele - poupança alheia.
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Offline Nightstalker

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #7 Online: 21 de Agosto de 2006, 12:15:23 »
Estava conversando com a minha professora de Geografia à respeito dos imigrantes que vão para a Europa todos os anos. Ela me disse que acredita que se a taxa de natalidade européia continuar como está e se os imigrantes continuarem indo em peso para lá daqui uns 20 anos a Europa se tornará um país de estrangeiros. Em países como a Itália haverá mais estrangeiros do que Italianos.

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Offline CoqueiroVermelho

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #8 Online: 21 de Agosto de 2006, 13:16:58 »
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Estava conversando com a minha professora de Geografia
Essas professoras de Geografia...  X-D
...

Pug2

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #9 Online: 21 de Agosto de 2006, 16:26:47 »
Estava conversando com a minha professora de Geografia à respeito dos imigrantes que vão para a Europa todos os anos. Ela me disse que acredita que se a taxa de natalidade européia continuar como está e se os imigrantes continuarem indo em peso para lá daqui uns 20 anos a Europa se tornará um país de estrangeiros. Em países como a Itália haverá mais estrangeiros do que Italianos.




Não haverá mais estrangeiros que italianos, ter-se-á italianos com um aspecto menos comum até á data.
Os países desenvolvidos tendem a uma taxa de natalidade baixa, os tais estrangeiros são o que impede uma maior regressão demográfica europeia. Alemanha e Espanha apesar da vinda dos imigrantes mostram sinais de regressão demográfica.
 
No norte de Africa mais desenvolvido que o resto do continente africano verifica-se uma taxa de natalidade inferior á mais pobre.
O problema do aumento populacional a nível mundial resolve-se com estabilidade ( sem guerras*) e com a melhoria do indice de desenvolvimento humano á escala global.
Ajude-se os países africanos a desenvolverem-se e eles param de fazer viagens perigosas para alcançarem o sonho ( ou pesadelo) europeu.

* as guerras costumam ser acompanhadas do chamado baby boom, o que contraria os que pensam que a guerra é um factor de controlo demográfico!
Também na miséria que se verifica taxas de natalidade superiores, parece que o ser humano nesses casos depende de uma alta taxa de natalidade para a continuação da especie.
« Última modificação: 21 de Agosto de 2006, 16:30:41 por Pug »

Offline Quereu

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #10 Online: 21 de Agosto de 2006, 16:34:19 »
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No norte de Africa mais desenvolvido que o resto do continente africano verifica-se uma taxa de natalidade inferior á mais pobre.
O problema do aumento populacional a nível mundial resolve-se com estabilidade ( sem guerras*) e com a melhoria do indice de desenvolvimento humano á escala global.
Ajude-se os países africanos a desenvolverem-se e eles param de fazer viagens perigosas para alcançarem o sonho ( ou pesadelo) europeu.


Mas isso é problema dos europeus. Eles não podem ser obrigados a aceitar os imigrantes. A casa é deles, o quintal é deles - a porta deve ser aberta para quem eles quiserem. Ou você deixa qualquer um entrar na sua casa?
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Offline Luis Dantas

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #11 Online: 21 de Agosto de 2006, 16:56:39 »
Nossa capacidade de ignorar o mundo à nossa volta é considerável, mas tem limites.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Quereu

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #12 Online: 21 de Agosto de 2006, 17:02:07 »
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Nossa capacidade de ignorar o mundo à nossa volta é considerável, mas tem limites.


Tomara q essa frase tb se refira aos invasores e não apenas aos invadidos.
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Pug2

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #13 Online: 21 de Agosto de 2006, 17:02:28 »
Defendo a total liberdade de movimento, as quais considero bem mais importantes que o dinheiro e este tem todo o direito de entrar e sair.
Se podem deslocalizar empresas, então que as pessoas possam movimentar-se em liberdade.
Reconheço que a europa está saturada, mas é uma questão de justiça num mundo globalizado...
Só se resolve o problema agindo na fonte, criando condições para que parem de desejar imigrar, ajude-se os países a desenvolverem-se.
Vivendo a chamada globalização, os problemas de uns tornam-se de outros também, espero que o mundo global caminhe no sentido de tomar consciência da inter-actividade e dependência entre as diferentes sociedades.
A ideia de "nossa casa" só fazia sentido no tempo em que existiam fronteiras economicas.




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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #14 Online: 21 de Agosto de 2006, 17:04:46 »
Não creio que a Europa se torne um território de estrangeiros. Me parece quea a atual tendência é justamente o oposto, em dificultar e impedir cada vez mais a imigração para lá. Em quase todos os parlamentos e câmaras européias discutem-se projetos para dificultar as regras para imigração e obtenção de nacionalidade. Pode até ser que com a baixa taxa de natalidade a Europa precise de gente para trabalhar, contudo, é óbvio que não é qualquer "gente" que serve para trabalhar nos moldes que eles desejam. Se assim não for feito em breve os dados sociais (educação, saúde etc) dos países europeus começaram a declinar, fora  ameaça de colapso da estrutura dos Estados que não estão preparados para ter milhares de crianças a mais na escola, milhares de pessoas a mais para serem atendidos pelo sistema de saúde etc etc. A situação pode ficar parecida com a barsileira, em que a demanda pe grande demais para o sistema suportar, causando o caos e o colapso de quase tudo. Não é a toa que os nacionais discriminem estrangeiros que só prejudicam seus países. Um país qualquer só terá prejuízo com o ingresso de mais um indivíduo pobre sem instrução nenhuma, sem experiência de trabalho útil nenhuma, sem absolutamente nada, que assim que conseguir se naturalizar, rará uma família imensa, também sem instrução, sem experiência, sem absolutamente, que dependerá em quase tudo do Estado para conseguir saúde, educação, trabalho, moradia etc etc.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Quereu

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #15 Online: 21 de Agosto de 2006, 17:05:50 »
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Reconheço que a europa está saturada, mas é uma questão de justiça num mundo globalizado...

Se fazer justiça é espalhar a pobreza nada mais justo.

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #16 Online: 21 de Agosto de 2006, 17:06:52 »
Tanto trabalho para proteger um conceito tão artificial como o de "país"...
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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #17 Online: 21 de Agosto de 2006, 17:08:20 »
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Reconheço que a europa está saturada, mas é uma questão de justiça num mundo globalizado...

Se fazer justiça é espalhar a pobreza nada mais justo.

A alternativa realista é aguardar pacientemente até que os pobres se tornem desesperados sem nada a perder... aí sim fará sentido falar em invasores e invadidos, mas será tarde demais.
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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #18 Online: 21 de Agosto de 2006, 17:09:00 »
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Não creio que a Europa se torne um território de estrangeiros. Me parece quea a atual tendência é justamente o oposto, em dificultar e impedir cada vez mais a imigração para lá. Em quase todos os parlamentos e câmaras européias discutem-se projetos para dificultar as regras para imigração e obtenção de nacionalidade. Pode até ser que com a baixa taxa de natalidade a Europa precise de gente para trabalhar, contudo, é óbvio que não é qualquer "gente" que serve para trabalhar nos moldes que eles desejam. Se assim não for feito em breve os dados sociais (educação, saúde etc) dos países europeus começaram a declinar, fora  ameaça de colapso da estrutura dos Estados que não estão preparados para ter milhares de crianças a mais na escola, milhares de pessoas a mais para serem atendidos pelo sistema de saúde etc etc. A situação pode ficar parecida com a barsileira, em que a demanda pe grande demais para o sistema suportar, causando o caos e o colapso de quase tudo. Não é a toa que os nacionais discriminem estrangeiros que só prejudicam seus países. Um país qualquer só terá prejuízo com o ingresso de mais um indivíduo pobre sem instrução nenhuma, sem experiência de trabalho útil nenhuma, sem absolutamente nada, que assim que conseguir se naturalizar, rará uma família imensa, também sem instrução, sem experiência, sem absolutamente, que dependerá em quase tudo do Estado para conseguir saúde, educação, trabalho, moradia etc etc.


Isso mesmo. Os recursaos são escassos e são deles.
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Offline Luis Dantas

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #19 Online: 21 de Agosto de 2006, 17:14:11 »
"São deles"?!?

Como é que isso funciona, Quereu?

O que, além do poderio político e militar, poderia justificar essa pretensão... e como é que essas justificativas podem se impor sobre o peso dos fatos?
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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #20 Online: 21 de Agosto de 2006, 17:21:36 »
A riqueza da Europa foi formada pela acumulação de capital. A acumulação de capital se dá pela poupança - ou seja, quando o povo deixa de consumir. Foi o europeu que formou o capital, não os imigrantes. Os imigrantes são invasores. A lógica está sendo invertida. Qualquer pessoa que tente invadir uma casa é criminoso mas o imigrante ilegal não. Falácia.

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Offline Luis Dantas

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #21 Online: 21 de Agosto de 2006, 17:28:59 »
Falácia, não, Quereu.  Respeito aos fatos.  Se uma multidão faminta está se formando no terreno ao meu lado, não vai adiantar eu querer brandir certificados de propriedade exclusiva.

Fechar as fronteiras é possível... até certo ponto.  Passado esse ponto, o direito some violentamente diante da necessidade de lidar com a realidade.

Foi esse tipo de cegueira (para com as necessidades do povo alemão) que tornou inevitável a Segunda Guerra Mundial; os países vitoriosos da Primeira Guerra se convenceram de que a ruína alemã era "problema deles"... até que deixou de ser.
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Offline Quereu

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #22 Online: 21 de Agosto de 2006, 17:30:13 »
Então que os bárbaros invadam...
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Pug2

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #23 Online: 21 de Agosto de 2006, 17:30:30 »
"São deles"?!?

Como é que isso funciona, Quereu?

O que, além do poderio político e militar, poderia justificar essa pretensão... e como é que essas justificativas podem se impor sobre o peso dos fatos?

O pode militar para manter ditadores que vão fornecer os recursos necessários ao europeus para que possam manter o poder militar... em suma um ciclo vicioso.


Pug2

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Re: A "escória" do mundo
« Resposta #24 Online: 21 de Agosto de 2006, 17:33:00 »
"Os imigrantes são invasores"

Respeite os milhares de brasileiros que trabalham em Portugal.
São imigrantes, a maioria com situação regularizada ( penso eu).

 

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