Bom, Daniboy, minha opinião é que o personagem Homer é tecnicamente um cristão, mas então até eu sou tecnicamente um cristão visto nunca ter pedido oficialmente um desligamento da ICAR. A crença em Deus de Homer é vaga, dúbia e flexível. Além de misturada com dezenas de outras crenças e superstições. Ele trata sua fé em Deus da mesma maneira que trata outros credos, como no episódio do casamento de Apu, onde ele se veste de Ganesha. Para ele, divindades e seres ficciosos são a mesma coisa e tratados da mesma forma. Contra sua vontade ele vai à igreja aos domingos, mas apenas porque Marge possui um maior senso de conveniência social sobre a religião do que ele.
Concordo com muitos colegas que Os Simpsons e Homer em especial não é particularmente uma crítica-deboche da religião e do cristianismo em especial. É uma crítica-deboche da mediocridade do cidadão médio norte-americano, embora muita coisa possa ser extendidade à mediocridade de muitos cidadãos de outros países, sobre vários vetores de nossa cultura ocidental. O desenho trabalha em cima do absurdo, do grotesco, do exagero-não-muito-exagerado. Por isso não fico indignado sobre o episódio do Brasil e seus macacos em pleno Rio atacando quem passa na rua. Imagino o equivalente japonês ficando furioso porque num episódio os Simpsons caem aos espamos no chão do seu hotel quando assistem um animê na televisão cheio de luzes e flashes...
Homer não é bem ignorante. Ele é supérfluo. Todo seu conhecimento provêm da mídia e como tal não poderia ser muito profundo e acurado sobre as coisas, tipo religião...