Tópico: Será que nossas vidas seriam mais fáceis se não fossemos ateus?

[Nyx]

Provavelmente muita gente está me achando doidinha por questionar isso, porém alguém aí já parou para pensar em como a vida daqueles que possuem uma fé enorme em uma determinada crença parece mais fácil?
 Exemplificado, uma grande amiga minha é católica fervorosa (para vocês terem uma idéia ela quer ser freira) e perdeu a avó a cerca de 2 anos. Ela ficou realmente arrasada porém ficava repetindo para mim que iria reencontrá-la no paraíso, que sua avó iria encontrar Deus... E todo aquele blá, blá, blá.
Em compensação, já perdi dois tios, um a três anos e outra a apenas 1. Porém eu tenho consciência que nunca mais vou vê-los, vão ser comidos pelos germes (que momento mórbido ) da mesma forma que irá acontecer comigo quando minhas células pararem de executar suas funções.
Enfim, ela se apoia na religião, enquanto eu me apoio em mim mesma.

Então, será que a nossa vida seria mais fácil se não fossemos ateus e tivéssemos alguma fé em Deus?

[Diegojaf]

Olá Lela, seja bem vinda ao Clube Cético. Quando for possível, dê uma passadinha na seção de papo furado e se apresente no tópico destinado a esse fim.

E respondendo à sua pergunta, sim, seria mais fácil no sentido de que teríamos menos dores de cabeça em nossos relacionamentos familiares com nossos pais e demais parentes teístas, mas não acho que valeria a pena viver comodamente acreditando em um conto cheio de furos e não ir atrás de respostas...

[Stéfano]

Lela,

Você realmente acha que é mais fácil para os teístas aceitarem a morte ?

[Nyx]

Olá Lela, seja bem vinda ao Clube Cético. Quando for possível, dê uma passadinha na seção de papo furado e se apresente no tópico destinado a esse fim.

E respondendo à sua pergunta, sim, seria mais fácil no sentido de que teríamos menos dores de cabeça em nossos relacionamentos familiares com nossos pais e demais parentes teístas, mas não acho que valeria a pena viver comodamente acreditando em um conto cheio de furos e não ir atrás de respostas...

Obrigada pelo bem vinda. E eu concordo plenamente que não seria nada divertido viver num conto de fadas, onde Deus é o criador, que nos protege e que iremos para o céu. Eu tenho a idéia meio amalucada de que o mundo é um quebra-cabeça, que eu preciso montar antes de morrer para que a minha vida digamos que "tenha um sentido". E acredite, encontrei muitas peças que faltavam depois que me tornei atéia (e faltaram muitas outras), porém uma promessa que fiz a mim mesma foi que nunca iria defender o ateísmo perante os outros, acho injusto tirar essa crença delas quando talvez a maioria das pessoas ainda não esteja preparada para andar pelas próprias pernas, precisando de um apoio, ou seja um Deus. 

[Nyx]

Lela,

Você realmente acha que é mais fácil para os teístas aceitarem a morte ?

Não vamos radicalizar senhor Stéfano, acho que não é fácil para ninguém aceitar a morte, eu apenas a usei como exemplo no sentido que, os que crêem na vida eterna acreditam que irão rever os entes mortos, enquanto nós (ateus) geralmente não concebemos essa idéia. 

[rizk]

Lela, pra citar os outros existe o código "quote". ou você coloca

Código: [Selecionar]

[quote]texto[/quote]
ou seleciona o texto e aperta o botãozinho que parece uma caixinha de diálogo amarela. So easy.


Eu sinto falta de ser religiosa em alguns momentos. Sinto falta principalmente de REZAR. Coisas como oração pré-refeição e orações pela alma dos mortos e por paz de espírito. O que me incomoda não é nem tanto a ausência de deus para guardar e proteger, mas da falta de fé na possibilidade de vir a estar na  plenitude algum dia.
Já tem algum tempo que estou desenvolvendo "alternativas laicas" porém, e me acostumando a elas. No começo não parecia  tão satisfatório quanto orar, no sentido de acalmar o coração, mas enfim.

Eu já perdi a capacidade de pensar colocando deus na equação. NÃO SEI se a minha vida seria mais fácil nem como seria o mundo se deus não existisse. Acho isso ok.

[Stéfano]

Não vamos radicalizar senhor Stéfano, acho que não é fácil para ninguém aceitar a morte, eu apenas a usei como exemplo no sentido que, os que crêem na vida eterna acreditam que irão rever os entes mortos, enquanto nós (ateus) geralmente não concebemos essa idéia. 

Não quiz sugerir que você achasse que lidar com a morte fosse fácil para os teístas. Acontece que na minha experiência (sou médico e já fui chefe de uma UTI), se houve alguma relação entre religiosidade e aceitação da morte, essa relação foi inversa.

[Nyx]

Lela, pra citar os outros existe o código "quote"

Muito obrigada, eu ainda estou meio perdida com os botãozinhos mas com o tempo eu me acho.

Eu sinto falta de ser religiosa em alguns momentos. Sinto falta principalmente de REZAR. Coisas como oração pré-refeição e orações pela alma dos mortos e por paz de espírito. O que me incomoda não é nem tanto a ausência de deus para guardar e proteger, mas da falta de fé na possibilidade de vir a estar na  plenitude algum dia.
Já tem algum tempo que estou desenvolvendo "alternativas laicas" porém, e me acostumando a elas. No começo não parecia  tão satisfatório quanto orar, no sentido de acalmar o coração, mas enfim.

Eu já perdi a capacidade de pensar colocando deus na equação. NÃO SEI se a minha vida seria mais fácil nem como seria o mundo se deus não existisse. Acho isso ok.

Eu também tive sérios problemas com a questão do rezar logo que me tornei atéia, antes em momentos de desespero eu rezava a Deus pedindo que as coisas simplesmente dessem certo (é meio dificil hoje acreditar que eu realmente achava que as coisas iriam funcionar se eu simplesmente pedisse a Deus ) e depois eu tive que "excluir essa opção" e passar a depender de mim mesma. Eu deveria me proteger, eu deveria alcançar meus objetivos, eu deveria aceitar os momentos tristes da minha vida...
No início não é nem um pouquinho divertido mas como você citou, há alternativas, e talvez isso nos ajude a ficar mais fortes, afinal quando não acreditamos em Deus começamos a depender mais de nós mesmos, não de uma força superior.
E eu também não tenho certeza alguma se a minha vida crendo em Deus seria mais fácil ou ainda mais difícil, só sei que apenas um milagre irá me fazer desistir do ateismo.

[Luis Dantas]

uma promessa que fiz a mim mesma foi que nunca iria defender o ateísmo perante os outros, acho injusto tirar essa crença delas quando talvez a maioria das pessoas ainda não esteja preparada para andar pelas próprias pernas, precisando de um apoio, ou seja um Deus.

Concordo até certo ponto, mas também acho que crer ou não em Deus não é exatamente uma escolha, e menos ainda uma escolha _dos outros_.

E se você reparar bem, também não é algo que faça muita diferença no fim das contas.  Mesmo quem crê em Deus muitas vezes tem muita dificuldade em entender o que ele gostaria que fizéssemos afinal de contas.

Além do mais, será que temos o direito de decidir quem tem ou não condições de se questionar sobre a existência de Deus?  Ou mesmo condição de protegê-los dessa pergunta?

Eu por mim concluí que crer em Deus não é mesmo algo que tenha muita lógica.  Para alguns traz alívio, para outros é um tormento, para a maioria de nós ateus é puro peso morto sem fundamento nos fatos.

Mas mesmo entre os teístas, mesmo entre religiosos teístas praticantes e convictos, crer em Deus _não basta_, nem deveria bastar.  É só um detalhe que algumas vezes ajuda a inspirar.  Mas a religião e a crença não devem ser mortas, tem de trazer bons frutos para ser realmente válidas.  Com ou sem Deus.

[Nyx]

Não quiz sugerir que você achasse que lidar com a morte fosse fácil para os teístas. Acontece que na minha experiência (sou médico e já fui chefe de uma UTI), se houve alguma relação entre religiosidade e aceitação da morte, essa relação foi inversa.

Médico de UTI ?? Me surpreendeu, esse é um emprego que eu realmente não gostaria de ter (nada pessoal), não deve ser nada fácil conviver com a morte tão de perto, ter tantas vidas nas mãos. Parabéns você sem dúvida alguma é um profissional que merece respeito.

Provavelmente essa questão de morte e religiosidade é muito relativa, pois enquanto os teístas acreditam rever os mortos no futuro eles também tem dificuldade de acreditar que Deus tiraria a vida das pessoas que eles prezam, enquanto os ateus lamentam não rever nunca mais quem partiu, porém geralmente vêem a morte como um processo biológico natural, que embora causa sofrimento é necessária.

[Nyx]

Concordo até certo ponto, mas também acho que crer ou não em Deus não é exatamente uma escolha, e menos ainda uma escolha _dos outros_.

E se você reparar bem, também não é algo que faça muita diferença no fim das contas.  Mesmo quem crê em Deus muitas vezes tem muita dificuldade em entender o que ele gostaria que fizéssemos afinal de contas.

Além do mais, será que temos o direito de decidir quem tem ou não condições de se questionar sobre a existência de Deus?  Ou mesmo condição de protegê-los dessa pergunta?

Eu por mim concluí que crer em Deus não é mesmo algo que tenha muita lógica.  Para alguns traz alívio, para outros é um tormento, para a maioria de nós ateus é puro peso morto sem fundamento nos fatos.

Mas mesmo entre os teístas, mesmo entre religiosos teístas praticantes e convictos, crer em Deus _não basta_, nem deveria bastar.  É só um detalhe que algumas vezes ajuda a inspirar.  Mas a religião e a crença não devem ser mortas, tem de trazer bons frutos para ser realmente válidas.  Com ou sem Deus.

Para nós é realmente um peso morto e inútil, porém a religião e a crença em Deus é para muitos o único apoio, o sentido para a vida, é dificil acreditar nisso porém estudo em uma escola de freiras (não é uma experiência muito recomendável para um ateu porém você adquire pontos de vista muito interessantes) e tem muitas pessoas que não estão preparadas para viver sem a "presença de Deus", não tem o espírito forte o bastante para viverem por elas próprias ou simplesmente preferem viver com essa crença. E como eu disse, não acho justo tirar isso delas.

[Lordwar Maxwell]

Pra aqueles que estão sobre a "Fé" a vida seria mais fácil.

Pois, eles enxergariam a vida, a dificuldade, com otimismo. E sua auto-estima estariam sobre o conforto e rendenção ao divino.

Essa "Fé", coragem, perseverança, põe em mente a continução e motivação da sua vida.

Porém, muitos ficam tão cegos, que a ponto, não enxergam que os erros, as dificuldades não são um castigo divino.
Mas porém nossa, nossos erros.

[rizk]

Colega, não sei se vc está em são paulo... se sim, vc tá no Sagrado?!?! Passei um ano lá e foi a experiência mais LOUCA. Colégio de freira é o mais total e absoluto pesadelo do universo-e-além.

[Stéfano]

Pra aqueles que estão sobre a "Fé" a vida seria mais fácil.
Pois, eles enxergariam a vida, a dificuldade, com otimismo. E sua auto-estima estariam sobre o conforto e rendenção ao divino.
Essa "Fé", coragem, perseverança, põe em mente a continução e motivação da sua vida.

Será ? Será que não pesam mais a culpa de não seguir ao pé da letra os preceitos da religião e o medo de uma eternidade de sofrimento ? A revolta, mesmo que velada, por não ter recebido uma vida mais fácil não é um sofrimento também ?

[Rodion]

eu já me acostumei com meu modo de ser e de perceber as coisas e não consigo me imaginar de outra maneira. me sinto muito "pleno" assim.
diria que exceto pela esperança de rever quem já se foi, deus é detalhe.

[Alexsandra]

Lela,

vc e os outros já disseram muita coisa que eu iria dizer, como ficar mais forte com as dificuldades; fé é bom para os outros, não pra mim...

pra não esticar muito o assunto, só quero dizer que no meu caso, me tornar atéia fez as coisas se tornarem mais fáceis pra mim, pq antes eu sofria muito pq achava que deus estava me punindo por tudo, até mesmo por um simples pensamento.

Agora sei que faço meu caminho, não sou fantoche de um deus vingativo, e se alguma coisa deu errado foi pq não planejei direito, ou não estudei/batalhei o suficiente e, principalmente, essas coisas acontecem e, oportunidades não faltam na vida da gente, não vale à pena chorar pelo que passou.

me sinto livre, leve, feliz...

sobre os vermes: cremação...

sobre a morte: ahhh! quem se importa?!?! aceite o fato e pronto! vai morrer mesmo não tem jeito, então azar! eu costumava pensar: e se for uma morte violenta com meu celebrozim espalhado pelo chão?!?! azar do bombeiro que me recolher, é uma morte até  muito boa, rápida e sem dor; e se for lenta e dolorosa num hospital?!? azar também!!! não vou ficar sofrendo por antecedência!!!

sobre o objetivo na vida: sei não, mas tá viva é muito bom!

ihhhh falei demais.... sorry!

[Spitfire]

Minha vida é muito mais fácil do que de qualquer teísta.

Quando algo errado acontece e este algo foi diretamente devido a uma falta de competência minha, não preciso ficar inventando um "Deus" para "jogar a culpa". Isto me poupa da trabalheira de inventar uma fantasia para assim poder assumir meus próprios erros.

Errei! Pronto! Bem feito para mim... Que não se repita mais. 

[rizk]

Dava trabaaaalho, né?

[Spitfire]

Dava trabaaaalho, né?

Até que não. Minha criação, independente da religião dos meus pais, sempre foi assumir aquilo que faz e não tentar arrumar desculpinhas esfarrapadas. "Não deu certo? Então não fez direito! Faça novamente, mas faça melhor" dizia (e ainda diz) a minha mãe. Tive (e tenho) muita "sorte" (  ) em nascer em uma família assim. 

[Alexsandra]

é muita coincidência! olha o que encontrei hoje:

“O fato de um crente ser mais feliz que um cético não é mais pertinente que o fato de um homem bêbado ser mais feliz que um sóbrio.”

George Bernard Shaw

[Nyx]

Colega, não sei se vc está em são paulo... se sim, vc tá no Sagrado?!?! Passei um ano lá e foi a experiência mais LOUCA. Colégio de freira é o mais total e absoluto pesadelo do universo-e-além.

Não, eu sou gaúcha mesmo, e gosto de estudar em colégio religioso, apesar das duas aulas semanais de religião, oração todo dia, missa... mas como eu disse anteriormente, faz você ter visões bem interessantes sobre a vida e o teísmo.

[Alenônimo]

é muita coincidência! olha o que encontrei hoje:

“O fato de um crente ser mais feliz que um cético não é mais pertinente que o fato de um homem bêbado ser mais feliz que um sóbrio.”

George Bernard Shaw

É bem por aí mesmo. Não importa o quão inteligente é uma pessoa. Contanto que ela acredite em Deus, está alucinando em pelo menos um detalhe.

[rizk]

Dava trabaaaalho, né?

Até que não. Minha criação, independente da religião dos meus pais, sempre foi assumir aquilo que faz e não tentar arrumar desculpinhas esfarrapadas. "Não deu certo? Então não fez direito! Faça novamente, mas faça melhor" dizia (e ainda diz) a minha mãe. Tive (e tenho) muita "sorte" (  ) em nascer em uma família assim. 

Ow, eu me referia à quantidade de tempo e stress e crise existencial gasta tentando encaixar Deus na vida.

Mas ok. Mãe é um troço revoltante, a minha faz essas coisas também. Deu errado? Senta aqui e vamos exaustivamente analisar todos os passos da ação, aaah, não fex X? Também, queria que desse certo assim? X é absolutamente imprescindível, blablabla, você só sai daqui depois de se mostrar totalmente convencida do seu erro, etc etc. Confessionário é mó mais fácil, reza lá um pouquinho e fim de papo

Acho que isso resume tudo mas estou lesada e não vouconseguir fazer teoria agora.

[Gil]

O que faz sofrer não é a morte em si, mas a saudade.

[Clara Campos]

ser teísta não me parece ser mais fácil nem difícil. Há situações em que talvez seja um pouco mais fácil, pois pdoeremos usufruir de algum conforto, uma esperança de reencontro. Mas geralmente os teístas também acreditam em inferno, em pecados, em castigos divinos; o que me parece bastante angustiante. Há muitos tipos de teístas; uns só comem algumas coisas, outros não se masturbam (ou morrem de remorosos por o fazer), outros ainda não se podem divorciar ou exprimir livremente, outros ainda mutilam-se ou torturam-se fisica e/ou psicologicamente. Alguns teístas preferem deixar morrer os seus filhos a deixá-los receber sangue, ou ostracizam as raparigas que engravidam, outros recusam-se a matar os ratos que empestam as ruas, abrindo espaço para a disseminação de doenças e epidemias.

De forma geral, o teísmo dificulta a vida de uma pessoa ainda que, em contrapartida, que ofereça algum conforto, de vez em quando.