Também não penso que nosssas vidas seriam mais fáceis se não fôssemos ateus. Isso é muito relativo. Os teístas têm na fé, na religião ou na figura do divino, suportes psicológicos que os fazem enfrentar diversos problemas (como a dor da perda trazida pela morte de um ente querido) de forma aparentemente mais fácil abstraíndo-se da realidade. O problema com essa atitude é que nada disso é real. É o mesmo 'suporte psicológico' encontrado por um homem embriagado (como bem ilustrado na frase de Bernard Shaw, supracitada).
Por outro lado, os céticos e ateus não possuem fantasia de inferno, deuses castigadores de homens ou bichos-papões comedores de criancinhas. A simples eliminação da absurda idéia do 'pecado' já tira um grande peso de suas costas. Isso, à primeira vista, pode parecer fácil, mas também exige uma grande responsabilidade por parte da pessoa, pois esta sabe que não há fantasias em que se apoiar ou 'destino' ou 'carma' em que jogar a culpa. Se morremos, não há paraíso para acreditar, mas também não há inferno para condenar...
Enfim, penso que 'vida fácil', dada a enorme relatividade do conceito, não passa de um 'mito'. Mas o modo cético/ateu de encarar a realidade, na minha opinião, leva vantagem, não apenas por não se apoar em fantasias para suportar momentos difíceis, mas também para evitar diversos outros problemas que algumas formas de 'crer' (como bem dito pela Clara) acabam impondo aos fiéis.