Não confundir gênios com superdotados e reconhecer que existem pessoas normais com habilidades para pontuar muito bem em testes de QI, fazendo-se passar por gênios ou superdotados.
Taí um terreno ainda nebuloso, mas um saudável e fértil tema para se debater.
Claro que a intenção inicial de Alfred Binet quando criou testes de inteligência para uso clínico era determinar o nível mental (ou idade mental) das crianças. Posteriormente decidiram dividir a idade mental pela idade cronológica e o termo QI (quociente de inteligência) foi então proposto.
Penso que seja possível sim muitos confundirem desempenhos acima da média em testes de QI com superdotação (ou altas habilidades, como é mais correto se chamar esta condição hoje em dia) e genialidade, e quiçá seja por isso que pessoas que de fato são extremamente inteligentes sejam atraídas para estes tipos de testes e se saiam bem neles, como naturalmente se esperaria que fossem se sobressair, ao contrário daqueles que apenas ostentariam uma única habilidade de pontuarem excepcionalmente em tais testes.
Mas tem que se analisar o conjunto da obra e não só estes testes isoladamente para diagnosticarmos adequadamente a presença de uma latente (ou manifesta) superdotação ou genialidade.
Taí o método de análise mais permissível para os pesquisadores no que tange ao que atualmente é conhecido como altas habilidades.
Na história da humanidade, na minha opinião, é possível pinçar algumas dezenas de casos de gênios. Ramanujan, Euler, Gauss, Mozart, Newton e Shakespeare talvez sejam alguns deles. O resto da imensa maioria conhecida é de superdotados, e coloco Einstein(*), Darwin e Hawking entre eles.
Felix Mendelssohn Bartholdy é outro caso deveras curioso.
O maior prodígio da história da música depois de Mozart, Mendelssohn nasceu numa família onde seus antepassados se desatacavam sobremaneira na inteligência. Podemos dizer que os dois elementos que estão sendo focos deste debate estavam presentes nele: uma carga genética bastante favorável e um ambiente cuja efervescência intelectual acolheu muito bem este fenômeno das artes.
(*) Existe até uma polêmica sobre a contribuição da primeira esposa de Einstein na primeira fase de sua produção científica.
É verdade! Rs... E é até bastante divertida esta polêmica.