Autor Tópico: Ciência no Brasil  (Lida 10099 vezes)

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Offline Zizou

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Ciência no Brasil
« Online: 25 de Setembro de 2006, 11:46:37 »
Caros amigos foristas...Sou aluno de iniciação cientifica, ou seja, estou ingressando na vida acadêmica, e como qualquer novato, sinto aquela empolgação por estar começando alguma coisa...mas estou ficando preucupado com o "tipo" de ciência que a maior parte dos professores e alunos de mestrado e doutorado fazem aqui na minha Universidade...A formação na graduação pouco se preucupa com a filosofia e a importância do método cientifico, e isso se reflete na pós-graduação...alunos que não entendem o método hipotético-dedutivo e fazem uma ciência que não chega a lugar nenhum...No sábado, fui conversar com uma amiga de outro país que veio fazer mestrado aqui no Brasil. Apesar de ter adorado o país e saber que na área biológica, o Brasil ainda possui um campo imenso de pesquisa, ela vai tentar fazer o doutorado em outro país, por se decepcionar com a postura da maior parte dos pesquisadores brasileiros. Segundo ela, no Brasil a maior parte dos alunos entra na pós, apenas para continuar nessa vida de "estudante" e nem tem idéia do que é "fazer ciência"...pode ser que seja um problema isolado, ou até uma viagem minha..., mas gostaria de saber a opinião de vocês, ou mesmo, alguma experiência na vida acadêmica...
" Meu objetivo é ensinar minhas aspirações a se conformarem com os fatos, em vez de tentar fazer com que os fatos se harmonizem com elas." Thomas Henry Huxley
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Offline Nina

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #1 Online: 26 de Setembro de 2006, 14:39:40 »
Você está certo, a maioria pensa assim mesmo, e no fim nem se dá conta do porquê de estar na carreira acadêmica. Chega ao fim e fala "eu não gosto de dar aula mesmo, vou tentar ser técnico de laboratório", como se fosse preciso um doutorado para isso.

Não sei nas demais, mas na área biológica acaba acontecendo duas coisas: uma ruim - você se sente sem retorno e desanimado pois a maioria não tem noção do que é ciência e acha que é cientista; e a boa - você se destaca quando pessoas igualmente preparadas e cientes do método e do processo científico te encontram no meio do resto. Sempre tem um ou outro professor excelente que terá você como o exemplo do aluno desejável, não precisa ser gênio, apenas ter uma noção das coisas.

Mudar a realidade? Difícil... enquanto o Estado pagar menos para o professor do que o mestrando recebe, a merda continua assim mesmo. Mestrado no Brasil é bico.
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Zizou

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #2 Online: 27 de Setembro de 2006, 12:48:44 »
Não sei nas demais, mas na área biológica acaba acontecendo duas coisas: uma ruim - você se sente sem retorno e desanimado pois a maioria não tem noção do que é ciência e acha que é cientista; e a boa - você se destaca quando pessoas igualmente preparadas e cientes do método e do processo científico te encontram no meio do resto. Sempre tem um ou outro professor excelente que terá você como o exemplo do aluno desejável, não precisa ser gênio, apenas ter uma noção das coisas.
Essa minha amiga, comentou muito sobre o ambiente de trabalho em alguns laboratórios, onde acaba acontecendo isso mesmo que você falou...as pessoas são tão alienadas, que desestimulam aqueles que tem interesse...ela falou que todos a admiram por conseguir ler artigos e estudar tanto...mas, como ela me disse, isso não faz parte da nossa vida acadêmica?
Quanto aos professores, justamente por encontrar alguns interessados em fazer e ensinar o que é ciência de qualidade, que continuo empolgado para iniciar na área de pesquisa...o problema é quantos professores desse nível temos no país....
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Offline Zizou

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #3 Online: 27 de Setembro de 2006, 12:50:48 »
Mestrado no Brasil é bico.
é bem mais fácil do que a gente imagina...
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Dissertação de doutorado ou tese de mestrado custam R$ 2 mil

Bruno Garschagen

Uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado de 150 páginas pode ser comprada por R$ 2.000 em empresas especializadas. O prazo de entrega varia de um a dois meses.
O negócio se profissionalizou de tal forma que a qualidade das monografias, teses e dissertações feitas sob encomenda é reconhecida pelas bancas examinadoras de instituições famosas pela produção intelectual qualificada.
Um dos profissionais entrevistados pela Folha vendeu uma dissertação na área de economia, aprovada pela Fundação Getúlio Vargas, no Rio, e uma na de literatura, que será defendida em breve perante uma banca da Universidade de São Paulo (USP).
O autor dos trabalhos é R. M., 36, mestre, doutor e professor de filosofia de uma importante universidade carioca. Ele afirmou que a empresa para a qual presta serviços de "pesquisador" é uma pequena indústria que chega a produzir teses de doutorado até na área de medicina.
"O baixo nível de exigência da universidade brasileira abriu esse mercado, que permite que pessoas sem qualquer intimidade com um determinado assunto, mas que saibam organizar informações, possam fazer teses e dissertações para vender", diz R. M., para quem trabalhos acadêmicos podem ser feitos mecanicamente, contando com a indiferença de professores universitários.
Nos classificados dos principais jornais do Rio e na internet há dezenas de empresas oferecendo esses serviços. Foi dessa forma que professores universitários ouvidos pela Folha disseram ter constatado a existência desse mercado, apesar de nunca terem registrado casos semelhantes em seus departamentos.
"A oferta é tão explícita que é quase uma pressão sobre os alunos", diz Cláudia Márcia da Rocha, professora do departamento de letras vernáculas da faculdade de letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Tenho 37 anos de magistério e nunca imaginei que veria esse tipo de coisa ser feita abertamente."

"Erudição balofa"
Liliana Cabral Bastos, coordenadora do programa de pós-graduação de letras da PUC-RJ, acha que vendedores de teses aproveitam-se de falhas das instituições.
Segundo R.M., que produz trabalhos acadêmicos sob encomenda há um ano, qualquer pessoa que saiba organizar informações e escrever bem pode elaborar um trabalho padrão a partir da pesquisa e da bibliografia entregues por quem faz a encomenda.
"É o que eu chamo de erudição balofa: muitas citações, costuradas com os parágrafos chavões da academia, naquele indefectível estilo impessoal da terceira pessoa."
A falta de originalidade dos trabalhos pode, sim, servir de estímulo a esse mercado, conta Herli Menezes, professor de metodologia do ensino de ciências na Faculdade de Educação da UFRJ. Ele acha que a padronização do texto acadêmico beneficia essa fraude.

Insegurança e falta de tempo
Profissionais e estudantes entrevistados pela Folha afirmam que a compra e a venda dos trabalhos são estimuladas por falta de tempo, insegurança e pouco interesse por pesquisa. O advogado C.B., 27, do Espírito Santo, comprou a monografia com a qual se formou em direito na Universidade Salgado de Oliveira, de Campos (RJ).
Pagou R$ 50 pelo projeto de pesquisa e R$ 200 pela monografia. Quem vendeu foi uma colega da própria faculdade, que estava um período à frente.
O advogado disse que encomendou a monografia porque, na época, estava mais preocupado em estudar para as provas finais. "Sabia que não conseguiria conciliar as duas coisas e que a monografia não me traria qualquer retorno." O trabalho, somado com a apresentação diante da banca, foi aprovado. C. B. ainda vendeu a mesma monografia por R$ 200 para dois outros estudantes.

Banca mais exigente
Para evitar que alunos apresentem trabalhos comprados, a saída é formar bancas qualificadas para avaliar a apresentação, segundo Marcelo Milano Vieira, professor de estudos organizacionais da Escola Brasileira de Administração Pública de Empresas da Fundação Getúlio Vargas.
"Basta a banca fazer perguntas específicas sobre a coleta dos dados e a origem das informações usadas em dissertações e teses."
Como os trabalhos feitos sob encomenda seguem um formato padrão aceito nas universidades, Vieira diz que a banca pode descobrir a fraude formulando perguntas fora do modelo determinado. Ele atribui o crescimento da compra de trabalhos de pós-graduação a profissionais sem interesse ou condições intelectuais para fazer mestrado ou doutorado, mas que são pressionados pelas empresas a obter um título.
"São executivos que só querem o certificado e, para isso, buscam trabalhos sob encomenda."
O número reduzido de professores e a grande quantidade de pós-graduandos agravam o problema, opina a professora Cláudia Márcia da Rocha, da UFRJ. "Há turmas de mestrado com 40 alunos. Não há como dar conta de todos", avalia Rocha.
Ele conta ainda que um amigo, professor da Coppe (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia), cobra dos alunos que produzam textos em aula, para evitar problemas como plágio ou compra de trabalho.

http://noticias.uol.com.br/educacao/ultnot/ult105u4047.jhtm
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Offline Nina

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #4 Online: 25 de Outubro de 2006, 13:42:00 »
Querem um exemplo de alguém que não deveria ser considerado pesquisador ou receber títulos acadêmicos sem antes explicar o motivo de estar fazendo o que faz, ou de passar por uma avaliação isenta?

Então, imaginem que eu conheço um cara que fez biologia numa universidade interiorana, onde a concorrência no vestiba é de 3 vagas para cada candidato (ehehehe)... então, ele passa e passa o curso todo acoxambrando as matérias e posando de "gente fina" para conseguir facilidades. Aí ele vai fazer pós-graduação num instituto de respeito, mas com um orientador não tão respeitado assim (péssima qualidade intelectual e produção científica). Depois de duas tentativas entra no mestrado e faz sua dissertação, sem nenhum brilho, a não ser pela sua filosofia de vida que agrada aos professores: "quem não puxa saco, puxa carroça". Seu orientador conhece a pessoa certa para lhe orientar no doutorado, no mesmo lugar de onde veio. Este mestre, então, vai para uma universidade considerada top no Brasil, na sua linha de pesquisa. Seu novo orientador, agora no doutorado (em que a admissão é sem prova ou seleção...) e em outra área de concentração (mas de interseção com a linha de pesquisa antiga) o adora, uma vez que também segue a filosofia do nosso biólogo e espera ancioso por alguém que lhe agrade tanto quanto ele agradou seu orientador, o que lhe rendeu, "merecidamente", o cargo na mesma universidade em que se titulou anos antes. Nosso colega doutorando faz seu doutorado no tempo padrão, e embora polidez não seja seu forte, os colegas apenas acham curioso que ele esteja fazendo doutorado quando surgem os seminários ou seções expositivas, em que ouvem da boca do colega coisas como: "que seje um cromossomo"; "menas as técnicas tais", além de outros assassinatos em concordância verbal e nominal....
Mas tudo bem... podem ser apenas vícios de linguagem... pensam isso, até que ao apropriar-se do trabalho de graduação de uma aluninha de iniciação científica (que desenvolveu, escreveu e discutiu o trabalho, que fora também seu TCC) - afinal, segundo as palavras de seu orientador: "é preciso ajudar o Fulano... ele é um rapaz que precisa fazer um currículo e eu vou ajudá-lo..." e ainda sobra um comentário como "Não se preocupe, eu vou te ajudar também... mas primeiro tenho que fazer o currículo dele!". [...] - o tal doutorando chama a menina de burra, afinal, "como ela não sabia que haplóide é sem "h"?"
Sim, e a coisa piora daí pra frente... o resumo é que o "merecimento" do nosso biólogo o levou a um cargo numa universidade federal (afastada, é verdade... mas transferências existem), vários trabalhos publicados que foram desenvolvidos por outros alunos do orientador, inclusives trabalhos de dissertação e teses de pessoas que não publicaram seus dados (bobearam) e indicações eternas de sua extrema qualidade, competência, dedicação e inteligência.

Neste ponto chegamos a pensar que talvez ele realmente fosse um cara bom, e talvez nós é que estamos sendo injustos. Certamente isso pode estar acontecendo... ainda mais por não termos motivos para qualquer problema, uma vez que nossos trabalhos não foram prejudicados ou levaram seu nome sem merecimento, como no caso da aluninha de graduação. Então o tempo passa (um pouco) e numa pesquisa normal por referências nos deparamos com o Currículo Lattes do cidadão. Sua produção continua a mesma de quando estava sob as asas do orientador protetor, que lhe deu, ainda de quebra, dois certificados de pós-doutorado (é só um papel que as universidade formalizam, mas que as bancas consideram muito na hora do concurso). Nada mais fora publicado.

E lá no fim do C Lattes vemos um dado adicional no currículo: consultor A-doc da Universidade tal....

Ainda estou com a musculatura  doendo de tanto rir.... será possível que mais de 10 anos de academia não ensinaram nada? :o
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Emilson

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #5 Online: 25 de Outubro de 2006, 14:26:29 »
Zizou, o problema não é isolado. Acontece praticamente em todas as áreas da Ciência no Brasil.

Alguém conhece algum curso de exatas que tenha em sua grade curricular disciplinas do tipo "Filosofia da Ciência" ou "Método Científico"? Mestrandos e doutorandos sem noção do que é o método científico tem aos montes. Impressiona mesmo. A maioria que eu conheci e trabalhei junto não sabia.

Como vc, zizou, eu só continuei motivado para trabalhar com Ciência porque conheci e convivi com alguns (poucos) professores/pesquisadores com sólida noção do método científico e com os quais sempre tive discussões muito interessantes sobre Ciência.

Agora, cabe a nós a tentativa de mudar este quadro. Conversem com seus colegas e professores sobre Ciência. Mostrem suas idéias, digam o que acham que está errado, sugiram a implementação de disciplinas do tipo dessas eu citei ou outras relacionadas. Não percam nenhuma oportunidade de "abrir os olhos" dos "alunos alienados". Enfim, vamos fazer nossa parte.
« Última modificação: 25 de Outubro de 2006, 14:30:45 por Emilson »

Offline Dr. Manhattan

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #6 Online: 25 de Outubro de 2006, 14:28:12 »
"A-doc"

 :susto:

 :histeria:

Na verdade, isso dá mais motivo para chorar do que pra rir. O problema no Brasil é que muitos departamentos de universidades, que idealmente deveriam ser meritocracias, na prática funcionam na base do feudalismo, onde o poderoso professor fulano defende os alunos sicrano e beltrano porque eles lhe são leais, estão "do seu lado", ou puxam seu saco. Isso a longo prazo só leva à perpetuação da mediocridade. Um dos piores casos que conheço é de uma certa pessoa que foi contratada por uma universidade pública quando era recém-doutor, na base do "eu conheço ele. É um cara bom..."
Era tão bom que perdeu sua bolsa de pesquisador do CNPq por falta de produção. Hoje ele praticamente não faz pesquisa. É também um dos piores professores que já conheci e ainda pega no pé dos estudantes, que o odeiam. Já houve turmas que fizeram abaixo-assinado contra ele. O sujeito também não tem lá um grande conhecimento da sua área e quase sempre, quando abre a boca para dar uma opinião sobre qualquer assunto causa constrangimento. Ou seja: o cara é um zero à esquerda. Pior ainda: um zero à esquerda que praticamente não pode ser demitido.  :hmph:

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Alan Watts

Offline Luis Dantas

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #7 Online: 25 de Outubro de 2006, 15:00:17 »
A-doc, seria "Ad hoc" para quem não sabe do que está falando?
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Emilson

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #8 Online: 25 de Outubro de 2006, 17:41:36 »
Sim, ele quis dizer ad hoc. Em Ciência, um consultor ad hoc é um pesquisador que dá pareceres (avalia) projetos de pesquisa para as agências de fomento, e artigos para os periódicos científicos. Em geral esse trabalho não é remunerado.

Veja mais detalhes por exemplo em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722004000300001
« Última modificação: 25 de Outubro de 2006, 17:44:32 por Emilson »

Offline Stéfano

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #9 Online: 25 de Outubro de 2006, 18:43:10 »
Eu abandonei o mestrado.
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Offline Südenbauer

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #10 Online: 25 de Outubro de 2006, 20:43:11 »
Por quê?

Offline Stéfano

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #11 Online: 25 de Outubro de 2006, 21:02:57 »
Não vi nenhuma vantagem em seguir carreira científica ou acadêmica. Nem do ponto de vista pessoal e muito menos do financeiro.
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Offline Emilson

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #12 Online: 26 de Outubro de 2006, 10:54:52 »
Não vi nenhuma vantagem em seguir carreira científica ou acadêmica. Nem do ponto de vista pessoal e muito menos do financeiro.

Vou comentar apenas para não desanimar alguém que queira ingressar na carreira acadêmica...

Do ponto de vista pessoal, vai da vocação de cada um. Tem que gostar de entender o mundo natural, o pq das coisas funcionarem da forma que funcionam e como essas coisas funcionam.; ter paixão pelo aprendizado; não ser preso às suas crenças pessoais; gostar de olhar para os problemas sob vários pontos de vista; etc. A principal característica é ter uma mente inquisitiva. Sem uma mente assim, não há educação no mundo que transforme alguém num cientista.

Em termos financeiros varia bastante, mas em geral a remuneração para pesquisadores não é ruim não. Ex: Na Unicamp o salário inicial de um professor/pesquisador recém-contratado é de mais de 5 mil reais.

Offline Stéfano

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #13 Online: 26 de Outubro de 2006, 15:42:42 »
E aí passar o resto da vida quebrando a cabeça para conseguir verba para projetos e, por muito tempo, estar subordinado a imbecis que só querem saber de manter uma produção científica medíocre para continuar contratado e participar de congressos.
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Offline Dr. Manhattan

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #14 Online: 26 de Outubro de 2006, 17:26:41 »
(Vida de cientista)

Como todo emprego, tem vantagens e desvantagen. Mas é como o Emilson falou, uma questão de vocação. Pessoalmente, não consigo me imaginar não sendo cientista. É divertido. Um dia desses eu estava conversando com um colega enquanto caminhávamos para o refeitório, apreciando o outono europeu. Estávamos discutindo uma idéia nova para um trabalho. Esse colega é avô, tem mais de 60 anos, cabelo branco como a neve. No nosso entusiasmo, parecíamos duas crianças planejando uma nova brincadeira ("a gente podia fazer assim e assado... É. Isso é interessante! Mas a gente também podia usar aquilo e etc.[1]"). Esse tipo de envolvimento, essa alegria de descobrir algo que ninguem mais no mundo sabe, é o que faz o trabalho de cientista ser divertido.


[1] a quem interessar possa: estávamos discutindo um possível novo tipo de dispositivo eletrônico que usa interferência quântica. Não posso dar mais detalhes. Quando o artigo sair eu conto  :wink:
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Alan Watts

Offline LIAN

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #15 Online: 26 de Outubro de 2006, 17:39:45 »
Dr. Manhatan, também não consigo mais me imaginar fora desse meio, já são mais de 10 anos, já é parte de minha vida! Esse ano tranquei o doutorado, mas mesmo sem bolsa continuo trabalhando nele, e agora sem pressão e posso fazer exatamente o que quero!!

Stéfano...imagino que tua área não exija tanto curso Stricto Sensu, abrir mão da bolsa seria uma boa. A única obrigação seria assistir as disciplinas e defender a dissertação!
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Offline Dbohr

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #16 Online: 26 de Outubro de 2006, 19:07:50 »
Caras, eu SONHO com uma pós-graduação assim. Com muito sacrifício estou conseguindo terminar minha graduação e acalento a possibilidade de fazer um bom Mestrado na UERJ e tentar um Doutorado no CBPF ou em outro lugar... o que eu mais quero no momento é poder viver de Física.

Offline Zizou

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #17 Online: 27 de Outubro de 2006, 12:00:26 »
Caros amigos foristas, posso ser sincero, quando postei a msg a quase um mês atrás, e tive apenas uma resposta, achei que era viagem minha... ou o pessoal do fórum também não refletia sobre esses assuntos, agora que vejo respostas no tópico...fico até emocionado :'(. Tentarei comentar a maior parte das msgs.
O texto sobre professores ad-hoc é uma triste realidade...a avaliação de projetos por parte de pessoas como essa, só faz esse "ciclo" continuar...
Alguém conhece algum curso de exatas que tenha em sua grade curricular disciplinas do tipo "Filosofia da Ciência" ou "Método Científico"? Mestrandos e doutorandos sem noção do que é o método científico tem aos montes. Impressiona mesmo. A maioria que eu conheci e trabalhei junto não sabia.
No caso do meu curso de ciências biológicas, a matéria de filosofia da ciência que antigamente era obrigatória, passou a ser optativa...a maior parte dos alunos vem conhecer o que é método científico, quem é Popper, no último ano de graduação graças a professores que perceberam essa lacuna no curso e introduzem esse tipo de conteúdo em suas matérias...


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Offline Zizou

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #18 Online: 27 de Outubro de 2006, 12:07:26 »
(Vida de cientista)

Como todo emprego, tem vantagens e desvantagen. Mas é como o Emilson falou, uma questão de vocação. Pessoalmente, não consigo me imaginar não sendo cientista. É divertido. Um dia desses eu estava conversando com um colega enquanto caminhávamos para o refeitório, apreciando o outono europeu. Estávamos discutindo uma idéia nova para um trabalho. Esse colega é avô, tem mais de 60 anos, cabelo branco como a neve. No nosso entusiasmo, parecíamos duas crianças planejando uma nova brincadeira ("a gente podia fazer assim e assado... É. Isso é interessante! Mas a gente também podia usar aquilo e etc.[1]"). Esse tipo de envolvimento, essa alegria de descobrir algo que ninguem mais no mundo sabe, é o que faz o trabalho de cientista ser divertido.
Posso dizer...que compartilho desse sentimento, no pouco tempo que estou na iniciação, já não me vejo fazendo outra coisa, a paixão pela leitura, pela busca do conhecimento, o entendimento do que é ciência...e ainda a possibilidade de transmitir essas idéias a outras pessoas, realmente já fazem parte da minha vida.
Caras, eu SONHO com uma pós-graduação assim. Com muito sacrifício estou conseguindo terminar minha graduação e acalento a possibilidade de fazer um bom Mestrado na UERJ e tentar um Doutorado no CBPF ou em outro lugar... o que eu mais quero no momento é poder viver de Física.
Espero também poder viver de biologia...
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Offline Zizou

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #19 Online: 27 de Outubro de 2006, 12:19:13 »
"A-doc"

 :susto:

 :histeria:

Na verdade, isso dá mais motivo para chorar do que pra rir. O problema no Brasil é que muitos departamentos de universidades, que idealmente deveriam ser meritocracias, na prática funcionam na base do feudalismo, onde o poderoso professor fulano defende os alunos sicrano e beltrano porque eles lhe são leais, estão "do seu lado", ou puxam seu saco. Isso a longo prazo só leva à perpetuação da mediocridade. Um dos piores casos que conheço é de uma certa pessoa que foi contratada por uma universidade pública quando era recém-doutor, na base do "eu conheço ele. É um cara bom..."
Era tão bom que perdeu sua bolsa de pesquisador do CNPq por falta de produção. Hoje ele praticamente não faz pesquisa. É também um dos piores professores que já conheci e ainda pega no pé dos estudantes, que o odeiam. Já houve turmas que fizeram abaixo-assinado contra ele. O sujeito também não tem lá um grande conhecimento da sua área e quase sempre, quando abre a boca para dar uma opinião sobre qualquer assunto causa constrangimento. Ou seja: o cara é um zero à esquerda. Pior ainda: um zero à esquerda que praticamente não pode ser demitido.  :hmph:


A falta de processo meritocráticos ocorre de uma maneira geral dentro das universidades públicas brasileiras...entre alunos, professores e funcionários. Postarei um texto que saiu a algum tempo...
Citar
"...Universidade democrática não significa, portanto, aquela em que docentes, discentes e funcionários elegem o reitor por voto paritário, em que há isonomia salarial entre todos os docentes da mesma categoria, independentemente de critérios "produtivistas" de desempenho, como pleiteiam sindicatos docentes. Esse "igualitarismo de fancaria", na expressão do grande matemático francês e corajoso militante de esquerda Laurent Schwartz, remete aos idos de maio de 1968, quando alguns experimentos desse gênero foram ensaiados e rapidamente malograram.
A eleição direta e paritária de reitor seria uma singularidade brasileira: nenhum país, incluindo os de regime socialista, adota tal procedimento. A atual legislação para escolha, através de lista tríplice, já é burlada por "consultas amplas" em que se emulam as piores práticas da política partidária. Poderíamos adotar, isso sim, o procedimento civilizado de um comitê de busca, inclusive fora da universidade, a exemplo do que já se faz em institutos do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Para maximizar a eficiência de utilização das verbas públicas deve prevalecer, em todos os aspectos do funcionamento e gestão das universidades, a hierarquia do mérito e da excelência acadêmica, palavras que constituem anátema para as hostes sindicais. Igualmente execrados por elas são acompanhamento e avaliação externa permanentes, contrapartida "sine qua non" para uma responsável autonomia de gestão. O horror à avaliação externa é ilustrado pela repulsa à GED, gratificação que estabelecia uma distinção entre docentes com base no desempenho. A GED não foi atacada pelo que tinha de ruim -os critérios e procedimentos burocráticos empregados na avaliação-, mas pelos seus méritos, por ousar avaliar, recompensando o "produtivismo"!
Outro sintoma da "avaliofobia" é a estabilização precoce e, na prática, permanente de docentes recém-contratados, sem julgamento criterioso, com predominância externa, do seu desempenho no curto período probatório. é também excepcional que se cumpra com rigor o acompanhamento externo indispensável para justificar a permanência no regime de dedicação exclusiva.
Monteiro Lobato dizia: "Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil". A saúva das universidades públicas é o corporativismo personificado nos sindicatos docentes. Os muitos docentes dedicados e produtivos, que não têm tempo nem paciência para agüentar a politicagem e as manobras nas minguadas assembléias, não são representados por essas associações. Já é hora de nos livrarmos dessa praga."

Herch Moysés Nussenzveig, físico, é professor emérito da UFRJ e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Laureado com o prêmio Max Born da Optical Society of America, foi professor e pesquisador visitante do Instituto de Estudos Avançados de Princeton (EUA).
" Meu objetivo é ensinar minhas aspirações a se conformarem com os fatos, em vez de tentar fazer com que os fatos se harmonizem com elas." Thomas Henry Huxley
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Offline Clarice

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #20 Online: 28 de Outubro de 2006, 17:46:03 »
Sou nova por aqui...  :/
Mas fiquei empolgada com o tema e resolvi abrir um pouco minha experiencia pessoal com voces, pois acho que a minha propria formacao e um bom exemplo das "faces" da ciencia no Brasil!
 :erm:
Fiz psicologia na PUCRS em 1996, e embora a psico la tenha uma tradicao psicanalitica, eu ja no primeiro ano me apaixonei pela ciencia cognitiva e do comportamento...
Com muito esforco conseguimos reativar o laboratorio de psicologia experimental, e pela primeira vez na psico de la houve uma ponte com o curso de biologia...
No tempo eu era monitora da cadeira de experimental e cognitiva, e por um ano vi os alunos se apaixonarem por pesquisa, assim como eu me apaixonei, repetindo experimentos de desamparo aprendido (modelo animal de depressao) e muitos outros...
Mas a nossa alegria durou pouco...  :umm:
O diretor da psico na epoca era um ex seminarista que se dizia "psicologo humanista". Ele nao so desativou completamente nosso laboratorio como tambem despediu meu orientador de iniciacao cientifica (unico cientista de verdade no instituto). Logo depois ele me chamou na sua sala e disse claramente: "Clarice, terei que te desligar do curso se continuares insistindo em fazer "psicologia animal" nesse instituto! tu estas proibida de trazeres ratos do instituto de biologia para dentro deste predio!"
 :grito:
Sim! Nao so o diretor do curso da psicologia nao fazia a minima ideia do que e modelo animal como tambem fui ameacada de sair por tentar fazer experimentos!
So para ter uma ideia do nivel do curso, a professora de introducao 'a psicologia comentou um livro do Gardner em aula uma vez e disse que nao entendia como pode as amigdalas (apontando para a garganta) influenciarem tanto no comportamento humano!!!!
 :grito: :grito: :grito:
Desiludida eu baixei a cabeca... percebi que naquela universidade estavamos numa verdadeira epoca das trevas e que se continuasse criticando tudo iria para a fogueira!
MEDIEVALISMO!
Sem exageiros, um colega mais obstinado com a ciencia continuou tentando fazer algo no curso e foi literalmente barrado de fazer os estagios necessarios para terminar o curso, nao podendo se formar.
Pra mim isso e equivalente a fogueira considerando quanto se paga para um PUC no brasil!
Por outro lado, assim que terminei o curso entrei no mestrado na federal, em Neurociencias na biologia, e so la tive uma formacao de verdade!
Depois acabei saindo do Brasil pra continuar a carreira cientifica pensando em conseguir uma bolsa de doutorado na europa.
De novo um exemplo da ciencia no brasil!
Estou aqui ha 3 anos e nao consegui absolutamente nenhuma ajuda financeira para fazer o doutorado, mesmo sendo cidada europeia!
No brasil fiz o mestrado sem pagar e sendo paga! Alem de ter tido bolsa de iniciacao cientifica por toda a graduacao!
Na inglaterra (onde moro), essas oportunidades praticamente nao existem!
Mas por outro lado o curso de psicologia so fale da psicanalise na cadeira de historia e a biopsicologia seja uma cadeira basica obrigatoria!
... Nao sei se contribui muito ‘a discussao...
Mas acho que minha historinha e um bom exemplo das faces da ciencia no brasil!  :o
 ::)

PS: alguem pode me explicar como adicionar uma figura no perfil nesse site? :stunned:
« Última modificação: 28 de Outubro de 2006, 17:55:35 por Clarice »
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Offline Zizou

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #21 Online: 28 de Outubro de 2006, 20:52:46 »
Clarice, como disse o Emilson, cabe a nós tentar mudar este quadro....no caso da PUC, nem imagino como deve ser a ciência produzida em uma universidade desse tipo...nos outros departamentos a coisa corria assim também?

PS: alguem pode me explicar como adicionar uma figura no perfil nesse site? :stunned:
Vejo que já conseguiu! :ok:
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Offline Zizou

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #22 Online: 28 de Outubro de 2006, 20:58:07 »
E aí passar o resto da vida quebrando a cabeça para conseguir verba para projetos e, por muito tempo, estar subordinado a imbecis que só querem saber de manter uma produção científica medíocre para continuar contratado e participar de congressos.
Na área médica, acredito que a grande parte da subordinação é feita por empresas farmacêuticas...mais de 80% das pesquisas está vinculada as mesmas.
fonte:http://www.zmag.org/content/showarticle.cfm?ItemID=5934
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Offline Clarice

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #23 Online: 29 de Outubro de 2006, 12:05:57 »
Clarice, como disse o Emilson, cabe a nós tentar mudar este quadro....no caso da PUC, nem imagino como deve ser a ciência produzida em uma universidade desse tipo...nos outros departamentos a coisa corria assim também?

Acredito que nao zizou... hoje alguns amigos que terminaram o doutorado estao dando aula nos cursos da area biologica e parece que la os padrecos nao metem o bedelho...

Mas tenho que admitir que foi um erro de amadora achar que o curso de psico na puc nao ia ser influenciado por padres que se entitulam psicologos...

... Por um lado arquei com a consequencia de nao ter estudado tanto pro vestibular... (e nao entrar direto na federal) mas por outro...
acho que minha paixao por ciencia se deve muito a isso! por ter sido privada dela!

O proibido e sempre mais gostoso nao?

 :sim:
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Offline Südenbauer

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Re: Ciência no Brasil
« Resposta #24 Online: 29 de Outubro de 2006, 14:06:16 »
Eu tenho medo de cursar psicologia no Brasil porque eles dão muita ênfase à psicanálise.

 

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