acho que "distribuição de renda" é algo muito abrangente... dependendo do que quer que isso signifique pode ser desejável e justo ou não.
Pode se ver isso simplesmente como um estado das coisas, o que é algo aparentemente desejável, e potencialmente justo, mas também como alguma ação, como práticas que levariam a isso, que podem (ou não) ser injustas e indesejáveis, não justificando o fim.
Se de repente todos os ladrões de uma dada região tivessem permissão legal para se apossar do que quisessem, e redistribuir, conforme julgassem que fossem as necessidades deles/dos outros, não seria algo justo, a meu ver, ainda que resultasse em uma distribuição de renda.
Agora, há outras formas de haver uma distribuição de renda justa, como um estado, que não esse tipo de prática, ou ao menos num nível mínimo em que isso seria apenas uma analogia risível, como gerar "universalmente" condições mínimas de desenvolvimento. Isso não traria uma distribuição totalmente igualitária, e na prática nem mesmo as oportunidades não seriam totalmente igualitárias, mas ao menos todos teriam oportunidades mínimas, e o resto seria uma combinação de competência de grupos e indivíduos e sorte.
Mais ou menos como para diferentes alunos de uma mesma classe, de uma mesma escola, mesmo professor, podem haver diferentes distribuições de notas, de acordo com o desempenho individual ou de grupos de estudos, de "panelinhas" de pessoas mais ou menos interessadas no desempenho escolar. A meu ver isso é bem mais justo do que os resultados iniciais se darem com diferenças individuais, depois tirar a média do desempenho da classe e essa ser a nota de cada aluno, que seria um meio de "distribuição de notas" mais igualitário, mas ao mesmo tempo mais injusto, e que nem ajuda realmente a quem pretende ajudar.