Autor Tópico: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico  (Lida 2717 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Online: 16 de Novembro de 2006, 17:02:19 »
Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
15/11/2006 09:18:29 - Jornal A Gazeta


O que vale mais diante de um impasse no tratamento de um paciente: a vontade da família ou a decisão do médico? A polêmica foi levada às últimas conseqüências, ontem em um hospital de Cariacica, e o caso foi parar na polícia.

A empresária Elza Amâncio Viana, 30 anos, deu entrada no Hospital São João Batista, em Cariacica, com princípio de aborto espontâneo. O marido, Gilson, acompanhava a esposa e pediu aos médicos que ela não recebesse transfusão de sangue, porque ambos pertenciam à congregação Testemunhas de Jeová e não admitiam o procedimento médico.

No entanto, o ginecologista P.C.V. - que pediu para não ter o nome divulgado - estava de plantão no hospital e decidiu realizar a transfusão para garantir a vida da paciente. O marido de Elza, inconformado, arrombou a sala de pré-parto, onde ela era atendida, e agrediu P.

Gilson justifica a atitude dizendo que perdeu a cabeça quando viu a mulher recebendo sangue, mesmo depois de ter avisado o hospital sobre sua decisão.

"Minha esposa estava grávida de 12 dias, mas nem sabia. Ela teve um princípio de aborto, levei-a em dois hospitais antes de chegar ao Hospital São João Batista. Se eles não tinham estrutura para outro procedimento, deveriam ter me avisado, porque eu a levaria para outro hospital", disse.

Por outro lado, o médico garante que essa era a única alternativa no momento. Segundo ele, a vida da paciente estava em risco e não havia tempo a perder.

"Tenho o respaldo do Código do Ética Médica. O hospital poderia ser acusado de negligência médica e omissão de socorro se deixasse a paciente morrer por falta da transfusão", afirmou.

O caso continuará na Justiça. O médico afirma que vai processar Gilson. O religioso diz que a congregação também analisa a possibilidade de processar o hospital.

A versão de cada um

"Ouvi ela gritando e perdi a cabeça"

Gilson Viana - 30 anos, marido da paciente

"Ouvi minha esposa me gritando e perdi a cabeça. Arrombei a porta e vi ela se batendo, com bolsas de sangue ao lado. Dei um soco na nuca do médico e disse que ele teria que me avisar. Quebrei as mangueiras que levavam o sangue até ela, mas já era tarde. Ela está muito abalada. Disse que está se sentindo violentada. A Bíblia diz que o sangue é vida e a vida só pode ser dada por Deus. Ela já tinha sofrido outros dois abortos. O primeiro foi há cinco anos e o outro há pouco mais de dois anos. Em nenhuma das duas situações anteriores ela recebeu transfusão de sangue".

"Considerei primeiro a vida da paciente"

P.C.V. - ginecologista agredido

"Considerei, em primeiro lugar, a vida da paciente. Ela chegou com um choque causado por um sangramento vaginal intenso, decorrente de um aborto incompleto. No momento, não havia, no hospital, outro tratamento além da transfusão de sangue. Ela corria risco de morte. A paciente estava inconsciente e só acordou quando estava estabilizada. O marido dela invadiu a sala de pré-parto, me agrediu fisicamente e agrediu verbalmente outros funcionários. Nunca tinha passado por uma situação como essa. Ele vai responder pelos seus atos. Vou entrar com uma ação na Justiça".

http://gazetaonline.globo.com/noticias/minutoaminuto/local/local_materia.php?cd_matia=238652&cd_site=0844

Offline Mussain!

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #1 Online: 16 de Novembro de 2006, 17:11:50 »
Sabe de uma coisa.... se era opção dela não receber sangue, o médico deveria respeita-la. Nesse caso eu acho que o médico errou.

Quer morrer porra...? Vai cão!

Offline Felius

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #2 Online: 16 de Novembro de 2006, 17:13:06 »
O marido dela tem que ser preso.

E mussolim, o medico se respeita essa e ela morre, ele se fode depois na justica/
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Offline Mussain!

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #3 Online: 16 de Novembro de 2006, 17:13:48 »
Agora no caso de uma criança, não.

Offline Mussain!

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #4 Online: 16 de Novembro de 2006, 17:20:07 »
O marido dela tem que ser preso.

E mussolim, o medico se respeita essa e ela morre, ele se fode depois na justica/
Se eu não me engano, há uma ficha que pode validar a ação do médico. É uma ficha que indica a religião da pessoa e sendo TJ pode deixar esses bestas irem para o inferno.  :twisted:

Acho que o Stéfano sabe melhor disto.
« Última modificação: 16 de Novembro de 2006, 17:22:10 por Mussolim Bucetê »

Offline Luis Dantas

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #5 Online: 16 de Novembro de 2006, 17:45:58 »
O médico tem um juramento, e por falar nisso, tem suas próprias convicções.  Não o condeno.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline N3RD

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #6 Online: 16 de Novembro de 2006, 19:22:04 »
Devia ter deixado morrer.  Eu deixava.
Não deseje.

Offline Stéfano

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #7 Online: 16 de Novembro de 2006, 19:51:37 »
Situação complicada essa... agora o médico vai ter que provar que ela tinha indicação absoluta de transfusão sanguínea de emergência.
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Offline Dbohr

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #8 Online: 16 de Novembro de 2006, 21:11:14 »
Pobre do médico.

Em horas como essa eu só posso concordar com Dawkins em seu Root of all Evil?

Stéfano, o que a Ética Médica recomenda numa situação-limite dessas?

Offline Mental

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #9 Online: 17 de Novembro de 2006, 07:50:21 »
Eu fui Testemunha de Jeová por quatro anos (daqueles de irem de porta em porta vendendo revistinhas).
Só eu sei o que se passa lá dentro, na prática mesmo. Depois vou abrir um tópico aqui mesmo falando sobre o outro lado das TJ que ninguém conhece.

Quanto a questão do sangue, as Testemunhas de Jeová carregam um documento extra com dizeres sobre as suas convicções religiosas.
Na questão do sangue, dizem que aceitam tratamento alternativo para repor o volume perdido de sangue, tais como solução salina e expansores de plasma tais como solução de ringer e dextrano. (Acho que é isso)
O problema é que nem todos os hospitais tem esses medicamentos disponíveis, e mesmo se tivesse, tais medicamentos em certos casos não substituem o sangue.
Nesse caso eles prefeririam a morte.

O problema disso tudo está no entendimento errôneo das escrituras sagradas.

Falando dentro do contexto bíblico:

Eles se baseiam em Atos 15:28 onde fala que o homem deve abster-se de sangue.
Todavia não se dão conta que a bíblia dizia abstenção no "sentido alimentar", como não comer carne de animais mortos por estrangulamento ou beber seu sangue. (O apóstolo falava sobre as atitudes de se comer sangue citadas no antigo testamento - nem transfusão de sangue existia na época).
Sangue é vida e Jesus ama quem da a vida em favor dos seus amigos (João 15:13)
Se transfusão de sangue fosse pecado, então as leis de Deus estariam (mais uma vez) em choque pois a omissão de socorro e o rejeitar um procedimento que daria vida seria assassinato e suicídio, respectivamente, o que igualmente são pecados na bíblia.
Nem sempre...

Offline Felius

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #10 Online: 17 de Novembro de 2006, 18:09:26 »
E nao se esqueca que se bebe o sangue de cristo em toda missa (pelo menos catolica, testemunha de jeova nao sei)
"The patient refused an autopsy."

danieli

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #11 Online: 18 de Novembro de 2006, 04:57:07 »
E nao se esqueca que se bebe o sangue de cristo em toda missa (pelo menos catolica, testemunha de jeova nao sei)
haja sangue para tamanha purificação :histeria:

Offline Stéfano

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #12 Online: 18 de Novembro de 2006, 14:23:38 »
Pobre do médico.

Em horas como essa eu só posso concordar com Dawkins em seu Root of all Evil?

Stéfano, o que a Ética Médica recomenda numa situação-limite dessas?
É uma situação dúbia, por um lado temos que respeitar as convicções religiosas do paciente e por outro temos que fazer todo o possível a favor de preservar a vida. Se o paciente chega numa situação estável, consciente, é adulto e deixa claras as suas convicções assinando os documentos apropriados, eu pessoalmente não teria o menor problema em usar quaisquer alternativas aos hemoderivados e não transfundir nem que isso levasse ao óbito. Eu era coordenador de uma UTI de hospital que atendia muitos TJ, nunca precisei transfundir e nenhum morreu por causa disso. Grande parte das transfusões sanguíneas não são absolutamente necessárias mesmo. Mas se um paciente chega mal e precisa de sangue, a família que reclame lá fora.
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Offline Quasar

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #13 Online: 18 de Novembro de 2006, 16:30:28 »
Pobre do médico.

Em horas como essa eu só posso concordar com Dawkins em seu Root of all Evil?

Stéfano, o que a Ética Médica recomenda numa situação-limite dessas?
É uma situação dúbia, por um lado temos que respeitar as convicções religiosas do paciente e por outro temos que fazer todo o possível a favor de preservar a vida. Se o paciente chega numa situação estável, consciente, é adulto e deixa claras as suas convicções assinando os documentos apropriados, eu pessoalmente não teria o menor problema em usar quaisquer alternativas aos hemoderivados e não transfundir nem que isso levasse ao óbito. Eu era coordenador de uma UTI de hospital que atendia muitos TJ, nunca precisei transfundir e nenhum morreu por causa disso. Grande parte das transfusões sanguíneas não são absolutamente necessárias mesmo. Mas se um paciente chega mal e precisa de sangue, a família que reclame lá fora.

É, mas pelo teor da reportagem foi o marido que declarou que não queria a transfusão, nesse caso o médico fez certo para tirar o dele da reta pois se a desgraçada morre sem assinar alguma coisa recusando a tranfusão o médico tava enrrolado.
"Assim como são as pessoas, são as criaturas" -  Didi Mocó

Offline Stéfano

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #14 Online: 19 de Novembro de 2006, 22:37:36 »
É, mas pelo teor da reportagem foi o marido que declarou que não queria a transfusão, nesse caso o médico fez certo para tirar o dele da reta pois se a desgraçada morre sem assinar alguma coisa recusando a tranfusão o médico tava enrrolado.
Claro. Desde quando o marido pode optar legalmente pela morte da esposa ?
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Offline PedroAC

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #16 Online: 20 de Novembro de 2006, 12:32:08 »
http://www.cremesp.com.br/legislacao/resolucoes/rescfm/1021_80.htm
Citar
O paciente se encontra em iminente perigo de vida e a transfusão de sangue é a terapêutica indispensável para salvá-lo.
Em tais condições, não deverá o médico deixar de praticá-la apesar da oposição do paciente ou de seus responsáveis em permiti-la.

http://www.brazilpednews.org.br/dec2000/bnp0025.htm
Citar
O princípio ético de autonomia garantindo o poder de decidir livremente sobre sua pessoa e o direito à liberdade religiosa permitem as testemunhas de Jeová recusar transfusões de sangue e derivados com exceção de situações em que este tratamento é indispensável à vida (Artigo 48o do Código de Ética Médica).

No caso de crianças, o princípio da autonomia da decisão dos pais não se aplica. Os pais não podem impor seus princípios religiosos ao filho em situações de risco de vida. É prudente que a equipe que cuida do paciente recorra a apoio jurídico antecipado com caráter preventivo não deixando de prescrever os hemoderivados necessários à manutenção da vida em tempo hábil.

http://orbita.starmedia.com/jurifran/ajmed.html
Citar
Ponto dos mais controvertidos diz respeito às Testemunhas de Jeová, para os quais o sangue de outrem é impuro. A discussão tornou-se maior após a Constituição Federal de 1988, onde o inciso VI do artigo 5º diz ser "inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias".

                    O médico diante de iminente perigo de vida, mesmo em casos de pacientes "Testemunhas de Jeová", deve realizar o tratamento, ainda que arbitrário, nos moldes do artigo 146, § 3º, I, CP, bem como são aplicáveis os artigos 132 e 135 do mesmo diploma. No campo civil, estaria o médico diante de um caso que exclui sua responsabilidade. Todavia, em caso de omissão de socorro, basta o reconhecimento da culpa para gerar a responsabilidade indenizatória.Jerônimo Romanello Neto, ob. cit., p. 138.

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1226930&idCanal=10
Citar
O respeito pela vontade do doente - que deve demonstrar ao médico que tem consciência dos riscos que corre - deve permanecer mesmo quando há risco de vida para o paciente.

Contudo, o dever de agir - do médico, para salvar a vida do doente - é soberano nos casos de doentes interditos ou com anomalia psíquica, o mesmo acontecendo com os menores de idade.
Citar
Em situações de extrema urgência com risco de vida em que o paciente não possa manifestar o seu consentimento, este é dispensado, "prevalecendo o dever de agir decorrente do princípio da beneficiência consagrado na ética médica". Nestes casos, o médico aplicará a transfusão de sangue, mas se na mesma situação de extrema urgência o doente estiver lúcido e conseguir manifestar a sua recusa, esta deverá ser respeitada.



No artigo 130º(1) do Código Civil Português:
Citar
Aquele que perfizer dezoito anos de idade adquire plena capacidade de exercício de direitos, ficando habilitado a reger a sua pessoa e a dispor dos seus bens.
No artigo 8º:
Citar
A liberdade de consciência, de religião e de culto compreende o direito de:
    a) Ter, não ter e deixar de ter religião;
    b) Escolher livremente, mudar ou abandonar a própria crença religiosa;
    c) Praticar ou não praticar os actos do culto, particular ou público, próprios da religião professada;
(...)
Citar
g) Agir ou não agir em conformidade com as normas da religião professada, no respeito pelos direitos humanos e pela lei;
(...)

http://www.snripd.pt/bibliopac/diplomas/DL_47344_66pSing.htm
http://www.dgrn.mj.pt/legislacao/liberd_relig.asp



  Segundo os artigos referidos, a Testemunha de Jeová referida perde em Tribunal. O médico agiu conforme a lei e a ética bio-médica, e ninguém tem obrigação a seguir preceitos religiosos, mesmo da sua comunidade religiosa. Só gostava de saber se o agressor pediu pelo menos desculpas ao médico, por arrombar a porta, ter dado um soco na nuca e interferido violentamente no tratamento da sua esposa.
Pedro Amaral Couto
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"Tudo o que podemos fazer é pesquisar a falsidade do conteúdo da nossa melhor teoria" -- Karl Popper
"Se um ser humano discorda de vós, deixem-no viver" -- Carl Sagan
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Offline PedroAC

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Offline Rodion

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #18 Online: 20 de Novembro de 2006, 18:07:02 »
pedroac:
ainda, de acordo com o código civil brasileiro, os direitos à vida ou integridade física são indisponíveis, inalienáveis. por essa ótica, a TJ não tinha nada que reclamar.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Meire G

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #19 Online: 21 de Novembro de 2006, 21:52:45 »
Ois,

O paciente não é obrigado a se submeter a transfusão sangüínea nem a se submeter a cirurgia caso não deseje, SALVO em risco iminente de vida.
Se o médico conseguir provar que a transfusão - que por sinal nem foi de todo realizada -  salvou a vida da mulher, ele não errou.

Vamos ao Código de Ética Médica:

É vedado ao médico:
Artigo 46 -  efetuar qualquer procedimento médico sem o esclarecimento e o consentimento prévios do paciente ou de seu responsável legal, salvo em iminente risco de vida.

Artigo 56 - desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo e, caso de iminente risco de vida.

Beijos,
Meire

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #20 Online: 22 de Novembro de 2006, 00:43:28 »
Eu imagino que seja extremamente difícil avaliar precisamente a quantidade de sangue perdida pela pessoa e conseqüentemente uma necessidade real, decilítrica ou o que for, da transfusão sangüínea.

Offline Rodion

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #21 Online: 22 de Novembro de 2006, 00:51:27 »
Eu imagino que seja extremamente difícil avaliar precisamente a quantidade de sangue perdida pela pessoa e conseqüentemente uma necessidade real, decilítrica ou o que for, da transfusão sangüínea.

não sei se é de costume, mas deveria se presumir que é configurado risco de vida quando o médico diz que é.
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Offline Meire G

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #22 Online: 22 de Novembro de 2006, 01:07:25 »
Meninos,


Existem sinais objetivos que indicam a necessidade de transfusão sangüínea, que são os sinais de perda de volemia, como palidez intensa, redução da perfusão dos tecidos, queda da pressão arterial e outros sinais de má oxigenação dos tecidos, como o acometimento do sistema nervoso central - isso configura o que chamamos de choque. Fora isso, existem os parâmetros do hemograma. Não se espera a quase morte (ou o paciente 'chocar') para transfundir, só no caso dos TJ. Quando o paciente fica instável por hemorragia, pode  indicação de transfusão, independente do quanto perdeu em ml.

Meire

Offline Meire G

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #23 Online: 22 de Novembro de 2006, 01:09:54 »
oops - corrigindo:  (...) pode haver indicação de transfusão (...)

Offline Rodion

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Re: Transfusão de sangue acaba em agressão a médico
« Resposta #24 Online: 22 de Novembro de 2006, 02:18:19 »
Meninos,


Existem sinais objetivos que indicam a necessidade de transfusão sangüínea, que são os sinais de perda de volemia, como palidez intensa, redução da perfusão dos tecidos, queda da pressão arterial e outros sinais de má oxigenação dos tecidos, como o acometimento do sistema nervoso central - isso configura o que chamamos de choque. Fora isso, existem os parâmetros do hemograma. Não se espera a quase morte (ou o paciente 'chocar') para transfundir, só no caso dos TJ. Quando o paciente fica instável por hemorragia, pode  indicação de transfusão, independente do quanto perdeu em ml.

Meire

mas mesmo assim, quando se espera tanto pra fazer a transfusão pode ser porque não havia o risco iminente, mas havia um risco. e esperar pra correr risco?
sangue neles!
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