Autor Tópico: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?  (Lida 2620 vezes)

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Offline FxF

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Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Online: 26 de Novembro de 2006, 20:02:41 »
Apesar de se tratar de questão religiosa, criei o tópico nesta área em questão de se tratar do valor da religião na sociedade.

Até onde a fé deveria de ser aceita pela sociedade, em termos legais e morais?
Ela não só a aceita porque hoje a sociedade na maioria é influenciada pela fé?

Será que, caso não tivessemos tido aulas de religião ou coisas parecidas, tivessemos crescido em um meio totalmente contra preconceitos irracionais, e hoje vissemos as religiões, não notariamos algo diferente, ela como uma simples materialização da ignorância humana, algo totalmente estúpido?

Será que na verdade declarar "preconceito contra religiosos" não é uma alegação falsa, já que se sab que tais praticam religião, e na verdade é uma demonstração de que a religiosidade é errada?

Para que serve a religião, a não ser influênciar pessoas com dogmas ilógicos por cultura? O preconceito em todos os aspectos, desde nossas ações mais simples até algo complexo como a medicina, não é simplesmente errado? Não devemos concluir por nós mesmos o que é o certo, ao invéz de seguir dogmas, falsos por não terem méritos a serem dogmas? Um simples meio de dividir as pessoas, e forçar pessoas boas a fazerem ações erradas?

Será que os beneficios da religião são reais? O efeito placebo que gera não pode ser substituído? A crença do motivo para viver, por ser uma crença não é viver em uma mentira, tornando na verdade o mesmo que dizer que um bêbado é mais feliz que um sóbrio?

Será que o pensamento de vida após a morte, além da demonstração da arrogância do ser humano em achar que o universo inteiro deve seguir regras que o faça feliz, na verdade não aumenta a taxa de homicídeo segundo alguns dados apontam?

Será que "liberdade religiosa" pode ocorrer? Será que se pode ter uma constituição que possua valor perante a liberdade de acreditar no que quiser, incluindo que certas regras são superiores as leis por virem de divindades? Será que a liberdade de pensamento de "educar" (se tratando de religião, leia-se "descer goela abaixo") sua religião para seus filhos não prova que a liberdade de pensamento inclui a liberdade de pensamento de pensar que a liberdade de pensamento não é algo com tanto valor? Será que pode haver "liberdade religiosa" quando as religiões são contra tal pensamento, seja pela força ou pelo medo fundamentados em superstições? Será que permitir a liberdade religiosa, não crima um dilema sobre poder acreditar em algo superior a constituição? Ao final, será que podem haver leis sobre a religião que não se contradizam no final das contas?

Lembrem-se do que digo:
Quando um crime se baseia na religião, na crença, na superstição, ele tem um tratamente especial na justiça.
Um dia ainda haverá um golpe, um golpe contra a religião, onde descrentes contra a crença criarão uma religião, uma religião, baseada em outras religiões, e que retirará tudo de ruim ou relativo que estas declaram como dogmas, e farão suas ações baseadas nela. Assim, conseguirão provar o mal de permitir a crença simplesmente usando-o, fundamentando-se aos mesmos argumentos do mal da religião de hoje, só que forçará a sociedade a vê-lo.

“Sempre que a moralidade baseia-se na teologia, sempre que o correto torna-se dependente da autoridade divina, as coisas mais imorais, injustas e infames podem ser justificadas e estabelecidas.”
Ludwig Feuerbach

Offline HSette

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #1 Online: 26 de Novembro de 2006, 20:08:45 »
Eu entendo que crenças religiosas dizem respeito ao foro íntimo das pessoas.
O ordenamento jurídico não deve chegar a esse nível, desde que não se cometam crimes em nome da fé.

E:

Citar
Quando um crime se baseia na religião, na crença, na superstição, ele tem um tratamente especial na justiça.

 :?: :o :?:

Que eu saiba, pelo menos na legislação brasileira não tem nada disso.
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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #2 Online: 26 de Novembro de 2006, 20:17:59 »
Na teoria, muito não deveria, mas na prática ocorre. Simples.

Além de há casos mais específico, como os evangélicos pais que não permitem doações de sangue para seus filhos menores, os quais por serem menores devem de estar sob a condição de depender da assinatura dos pais. O médico que fizer a doação geralmente ganha na justiça, mas mesmo assim, ocorre casos onde a doação é negada em "respeito" (Hã? Talvez até por crenças dos médicos as vezes) aos pais. Infelizmente, isso também é justificado na justiça como liberdade religiosa.

Mas em todo caso, não se trata somente da constituição, segue exemplos das guerras religiosas de hoje, além do que toda a sociedade em sí baseia nas religiões.

Segue algo irônico da constuição brasileira, que sua introdução cita "para uma sociedade sem preconceito" e mais adiante "sob Deus".

Offline HSette

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #3 Online: 26 de Novembro de 2006, 20:23:41 »
Citar
Na teoria, muito não deveria, mas na prática ocorre.
Realmente, com certeza devem ocorrer situações, digamos, irregulares, do ponto de vista jurídico.
Por exemplo, um réu que assumir seu ateísmo, ou mesmo sua desconsideração por crenças, provavelmente terá sua situação complicada, tanto em relação ao júri, conforme o caso, e perante um juiz que leve a sério as crenças religiosas.

Citar
Segue algo irônico da constuição brasileira, que sua introdução cita "para uma sociedade sem preconceito" e mais adiante "sob Deus".

Isso, de fato, é muito estranho. Paradoxal, para ser mais claro.
« Última modificação: 26 de Novembro de 2006, 20:25:13 por HSette »
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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #4 Online: 26 de Novembro de 2006, 20:26:31 »
Citar
Na teoria, muito não deveria, mas na prática ocorre.
Realmente, com certeza devem ocorrer situações, digamos, irregulares, do ponto de vista jurídico.
Por exemplo, um réu que se dizer ateu provavelmente terá sua situação complicada, tanto em relação ao júri, conforme o caso, e perante um juiz que leve a sério as crenças religiosas.
Isso, de fato, é muito estranho. Paradoxal, para ser mais claro.
Qual o melhor exemplo a não ser da novelinha da Globo sobre a Suzana Richtofen? Esta ficou choramingando segurando uma cruz no tribunal. Por qual motivo mais o advogado a diria para fazer tal a não ser porque ele já deve de ter experiência de que isso surte efeito?

Offline Rodion

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #5 Online: 26 de Novembro de 2006, 21:23:31 »
o preâmbulo não significa nada, o pá.
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Offline HSette

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #6 Online: 26 de Novembro de 2006, 21:35:11 »
o preâmbulo não significa nada, o pá.

Como assim, nada?

É parte da Constituição.... ou não?
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Offline FxF

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #7 Online: 26 de Novembro de 2006, 21:36:06 »
Mesmo não possuindo valor constitucional, ainda sim, demonstra como parcial é tal constituição. E se eu acreditar em mais de uma divindade? E se for em Alá?

A Wikipédia sobre Liberdade de Crença:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade_de_cren%C3%A7a
Citar
O Brasil reconhece oficialmente a existência do Deus único no preâmbulo de sua Constituição Federal de 1988 ("...com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO...") e, garante a liberdade de crença no parágrafo VI do artigo 5º da mesma:

"é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;"
Não passamos só a ter "o direito de exercer" como ele é "inviolável". Então é inviolável termos liberdade religiosa quando o conceito das religiões é contra a crença em outras idéias?

Offline HSette

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #8 Online: 26 de Novembro de 2006, 21:48:51 »
o preâmbulo não significa nada, o pá.

O preâmbulo de um contrato ou de uma lei, também chamado exposição de motivos, ou de uma constituição, destina-se a explicar seu conteúdo, revelando a posição ideológica do legislador e orientando o intérprete do texto legal.

Nas constituições, o preâmbulo aparece com as constituições escritas, consistindo numa declaração preliminar, na qual o legislador constituinte esclarece a origem do documento e seus princípios informadores.

http://www.dji.com.br/constitucional/constituicao.htm
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Offline Rodion

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #9 Online: 26 de Novembro de 2006, 21:51:47 »
o preâmbulo não significa nada, o pá.

O preâmbulo de um contrato ou de uma lei, também chamado exposição de motivos, ou de uma constituição, destina-se a explicar seu conteúdo, revelando a posição ideológica do legislador e orientando o intérprete do texto legal.

Nas constituições, o preâmbulo aparece com as constituições escritas, consistindo numa declaração preliminar, na qual o legislador constituinte esclarece a origem do documento e seus princípios informadores.

http://www.dji.com.br/constitucional/constituicao.htm


não é por causa daquele preâmbulo que "o laicismo brasileiro está ameaçado". só virar umas páginas, já tem o artigo V e pronto.
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Offline HSette

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #10 Online: 26 de Novembro de 2006, 21:57:14 »
Citar
não é por causa daquele preâmbulo que "o laicismo brasileiro está ameaçado". só virar umas páginas, já tem o artigo V e pronto.

Daí eu ter falado em paradoxo.

Aliás, eu acho que foi mesmo político fazendo média.
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Offline Diegojaf

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #11 Online: 26 de Novembro de 2006, 22:06:05 »
Citar
não é por causa daquele preâmbulo que "o laicismo brasileiro está ameaçado". só virar umas páginas, já tem o artigo V e pronto.

Daí eu ter falado em paradoxo.

Aliás, eu acho que foi mesmo político fazendo média.

No preâmbulo, ficam declaradas as posições de um monte de velhos políticos criados sob pesadas regras religiosas...

Os motivos deles os impediu de escrever uma CF que traz um Estado teoricamente laico...

Apesar do Estado laico, temos várias salas de audiência com crucifixos... hoje mesmo consegui convencer a minha mãe a não colocar um na sala de audiência dela... apesar dos protestos dela, acho que ela concordou... :lol:
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Rodion

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #12 Online: 26 de Novembro de 2006, 22:32:34 »
sinceramente, a dos crucifixos eu acho frescura. vá lá, nos eua quem vai testemunhar ou ser interrogado tem de jurar com a mão sobre a bíblia e nem por isso deixa-se de dizer que é um dos estados mais laicos do mundo. tal como aqui; ninguém é impedido de crer no que quer, e as pentelhices dos garotinho no rio não têm nada a ver com o preâmbulo da nossa constituição. aquele "com a proteção de deus" é capricho, e só.

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Offline Luis Dantas

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #13 Online: 26 de Novembro de 2006, 22:36:44 »
sinceramente, a dos crucifixos eu acho frescura. vá lá, nos eua quem vai testemunhar ou ser interrogado tem de jurar com a mão sobre a bíblia e nem por isso deixa-se de dizer que é um dos estados mais laicos do mundo.

Sei disso não; de uma forma geral é _razoavelmente_ laico, mas não muito.  Alguns estados, como o Texas e Utah, são muito religiosos.  Estado Laico mesmo eu procuraria na Europa, talvez na Oceania.

Um país que ainda tem controvérsias legais sobre o ensino de Criacionismo nas escolas não pode ser considerado laico.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Rodion

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #14 Online: 26 de Novembro de 2006, 22:42:33 »
sinceramente, a dos crucifixos eu acho frescura. vá lá, nos eua quem vai testemunhar ou ser interrogado tem de jurar com a mão sobre a bíblia e nem por isso deixa-se de dizer que é um dos estados mais laicos do mundo.

Sei disso não; de uma forma geral é _razoavelmente_ laico, mas não muito.  Alguns estados, como o Texas e Utah, são muito religiosos.  Estado Laico mesmo eu procuraria na Europa, talvez na Oceania.

Um país que ainda tem controvérsias legais sobre o ensino de Criacionismo nas escolas não pode ser considerado laico.

para que possamos dizer se um estado é um laico ou não, não dá pra comparar com um tipo ideal. um estado só é laico em relação ao outro. e por que queremos todos um estado laico? para que possamos acreditar ou não acreditar no que quisermos sem sofrer qualquer tipo de constrangimento legal, pra ter, afinal, liberdade religiosa. e isso os norte-americanos têm, isso nós temos. crucifixos em prédios públicos, me desculpem, mas isso se chama frescura.
 
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Offline FxF

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #15 Online: 27 de Novembro de 2006, 01:33:36 »
crucifixos em prédios públicos, me desculpem, mas isso se chama frescura.
Frescura: Detalhe sem importância e que não nos afeta em nada.
Infelizmente, é o velho ditado: "De grão em grão a galinha enche o papo".
Hoje é crucifixo em tribunais, amanhã nas escolas, em seguidas os alunos devem jurar sobre a Bíblia, e por fim já é ensinado somente o criacionismo.
E o anterior justifica o seguintes, pois se há crucifixos em prédios tribunais, sem problemas nas escolas, e se há crucifixos nas escolas, sem problema em dar lealdade à Bíblia para os alunos.
Pode parecer besta um detalhe, frescura, mas em uma sociedade onde os detalhes e as "frescuras" não tem importância, em todo ponto há falhas e inconsistências.

sinceramente, a dos crucifixos eu acho frescura. vá lá, nos eua quem vai testemunhar ou ser interrogado tem de jurar com a mão sobre a bíblia e nem por isso deixa-se de dizer que é um dos estados mais laicos do mundo.
Na constituição sim. Na prática nem sempre. Na política está longe de ser.

Pug2

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #16 Online: 27 de Novembro de 2006, 08:13:11 »
Laicidade não é ausência de religião.

O preconceito anti-religião é uma forma de racismo.

Muito comum um sem número de ateus ( sem religião) manifestarem este tipo de equivoco, mesmo sem o notarem conscientemente é uma forma de intolerância, onde nada os diferencia daqueles que muitas vezes criticam.

Criticar religiões é muito diferente de andar a dizer que deviam ser proibidas ou insultarem os seus seguidores como pessoas irracionais, etc.

Offline FxF

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #17 Online: 27 de Novembro de 2006, 13:10:14 »
Citar
O preconceito anti-religião é uma forma de racismo.
Favor, pesquisar o significado de racismo antes de utilizá-lo para dar sentido a frase.

Citar
Muito comum um sem número de ateus ( sem religião) manifestarem este tipo de equivoco, mesmo sem o notarem conscientemente é uma forma de intolerância, onde nada os diferencia daqueles que muitas vezes criticam.
Eu pré-argumentei isso na primeira mensagem. Basicamente, onde possamos considerar a religião como errada, teoricamente não é uma intolerância injustificável, pois é racional.

Offline Adriano

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #18 Online: 12 de Janeiro de 2007, 00:05:32 »
Assim como na teoria comunista o socialismo seria uma etapa de transição para o mesmo, acredito ser o estado laico uma etapa para o estado ateu. Considerando que a religião é um engodo pessoal e social, mas que por questões políticas (maioria religiosa) o estado laico é a possibilidade viável.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Worf

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #19 Online: 12 de Janeiro de 2007, 00:29:40 »
Citar
o estado laico uma etapa para o estado ateu
Se só existisse uma religião, talvez. Mas há tantas… Melhor não misturar as coisas, pois o Estado deve representar todos os cidadãos, seja qual for a sua religião.

No caso do ateísmo, ele serviria como outra religião qualquer, se fosse adotado pelo Estado. O Estado democrático não é uma pessoa, ele não pode defender uma visão qualquer. Deve defender todas. Entre defender todas as religiões possíveis e se abster de defender qualquer visão teológica, é mais fácil ele ser laico e não se meter no assunto. Até porque isso não o impede de exercer sua função de governar.

Pug2

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #20 Online: 13 de Janeiro de 2007, 12:25:48 »
Racismo ( decisão judicial), postado por Acauan no fórum RV a 03/01/2007 às 12:49

"Todos esses elementos levam-me à convicção de que o racismo, enquanto fenômeno social e histórico complexo, não pode ter o seu conceito jurídico delineado a partir do referencial "raça". Cuida-se aqui de um conceito pseudo-científico notoriamente superado. Não estão superadas, porém, as manifestações racistas aqui entendidas como aquelas manifestações discriminatórias assentes em referências de índole racial (cor, religião, aspectos étnicos, nacionalidade, etc.).

4. Raça e racismo. A divisão dos seres humanos em raças resulta de um processo de conteúdo meramente político-social. Desse pressuposto origina-se o racismo que, por sua vez, gera a discriminação e o preconceito segregacionista.
Ementa do acórdão restou assim redigida (HC 82.424/RS, Relator p/ acórdão Min. Maurício Correa)"

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #21 Online: 13 de Janeiro de 2007, 13:10:29 »
Raça pode ou não ser considerado pseudocientífico dependendo do que se delimite como sendo uma raça.

De qualquer forma, apenas aceitem a acepção doe Pug de racismo como sendo "discriminação religiosa" ou "discriminação étnica" e se evita discussão fora do tópico desncessária.


Eu entendo que crenças religiosas dizem respeito ao foro íntimo das pessoas.
O ordenamento jurídico não deve chegar a esse nível, desde que não se cometam crimes em nome da fé.

concordo

Na teoria, muito não deveria, mas na prática ocorre. Simples.

Além de há casos mais específico, como os evangélicos pais que não permitem doações de sangue

Testemunhas de Jeová são evangélicos?

Offline Adriano

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #22 Online: 13 de Janeiro de 2007, 16:25:51 »

Citar
Muito comum um sem número de ateus ( sem religião) manifestarem este tipo de equivoco, mesmo sem o notarem conscientemente é uma forma de intolerância, onde nada os diferencia daqueles que muitas vezes criticam.
Eu pré-argumentei isso na primeira mensagem. Basicamente, onde possamos considerar a religião como errada, teoricamente não é uma intolerância injustificável, pois é racional.

O simples fato de ser ateu já é uma crítica aos teístas, e temos o direito de ter nossas opiniões políticas e sociais baseadas no ateismo de maneira a evitar crenças e religiões interferindo na administração pública.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline PauloCesar

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #23 Online: 17 de Abril de 2007, 12:13:59 »
Eu entendo que crenças religiosas dizem respeito ao foro íntimo das pessoas.
O ordenamento jurídico não deve chegar a esse nível, desde que não se cometam crimes em nome da fé.

Mesmíssima opinião. Penso que a religião deve ser tolerada desde que não resulte diretamente em atividades criminosas (já que, indiretamente, qualquer atividade pode resultar num crime).

A livre profissão de fé (ou de ausência dela) é básico num Estado Democrático de Direito.
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Offline Luis Dantas

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Re: Até onde a crença deveria ser constituicionalmente e moralmente aceita?
« Resposta #24 Online: 17 de Abril de 2007, 14:34:32 »
O simples fato de ser ateu já é uma crítica aos teístas, e temos o direito de ter nossas opiniões políticas e sociais baseadas no ateismo de maneira a evitar crenças e religiões interferindo na administração pública.

Pensei que ser ateu era descrer de Deus, não crítica a alguém.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

 

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