É verdade que Estado laico não significa Estado ateu. Significa apenas que os órgão do Estado -Governo central, Governo regional, municípios, assembleias locais - são independentes e equidistantes de qualquer religião, não favorecendo nem sendo favorecidos por elas.
Nenhum Estado deveria incluir nos seus princípios - Constituição - qualquer referência a qualquer crença de forma a poder ser igualmente justo para com todos os cidadãos das diversas religiões ou sem religião.
Não concordo que desde que uma crença não seja prejudicial para a sociedade possa, só por isso, fazer parte dos códigos básicos da mesma. As crenças do ponto de vista religioso não são verdades absolutas chegando, nalguns casos, a ser mentiras descaradas. Não gostava de que o meu país baseasse a sua Constituição em mentiras.
Já agora, desconhecia que a Constituição brasileira fazia referência a deus, ainda que apenas nas notas introdutórias. Esse precedente pode ser suficiente para um governante menos escrupuloso tirar partido e afastar a sociedade do laicismo desejável. Por isso, o meu conselho é: ateus do Brasil, façam tudo o que puderem para remover essa referência da Constituição brasileira.
Eu não quis dizer incluir crenças religiosas na Constituição, e sim respeitar quaisquer crença religiosa que não cause mal a sociedade. O estado deve ter leis laicas que não discriminem ou beneficiem uma opção religiosa sobre as outras - ou seja, liberdade religiosa
E não-religiosa.
Os dogmas religiosas devem ser
tolerados - não exatamente credibilizados, isso já é outra questão - SE não causarem mal a ninguém. Exemplo: o dogma católica da mãe de Jesus ser virgem causa algum mal á sociedade? Não! Os católicos que pensam assim se quiserem! O que isso vai atrapalhar em minha vida ou na sociedade?
Lógico, se os católicos quiserem impor esse dogma a alguém, deverá estar preparada para críticas, pois a pessoa também tem o direito de questionar.
Agora, se analisarmos outro dogma, a proibição da camisinha, isso sim causa um impacto extremamente ruim na sociedade. Esse dogma
específico deve ser combatido, mas não todo o catolicismo, pois podemos, nessa generalização, prejudicar pessoas (católicas inclusive) que nada tem a ver com essa questão.