Olá,
Pelo que entendi, você está interessado em saber como os céticos encaram os milagres. Primeiro, algumas definições:
Um milagre seria um evento cuja ocorrência vai de encontro às leis da natureza. Além disso, seria um evento incomum e imprevisível, estando portanto fora da alçada da ciência, a qual estuda fenômenos replicáveis, ou que possam ser colocados em um contexto natural [1].
O cético não pode afirmar categoricamente que eventos que contrariam as leis da natureza tal como as conhecemos atualmente não possam ocorrer, pelo simples fato de que não conhecemos todas as leis da natureza! O que sabemos realmente, é que a imensa maioria dos fenômenos antes atribuidos a milagres encontraram explicações naturais, e os (poucos) restantes estão baseados em relatos de testemunhas não-confiáveis. É por esse motivo que qualquer alegação do sobrenatural é recebida com ceticismo: se todas as alegações anteriores eram falsas ou tinham explicação natural, porque essa agora vai ser verdadeira? Daí segue a regra fundamental para se lidar com relatos de milagres: Alegações extraordinárias exigem provas extraordinárias. Ou seja, para se provar que fulano de tal estava bêbado no sábado passado, bastam um ou dois relatos de testemunhas. Por outro lado, para se provar que fulano estava levitando no sábado passado, nós céticos vamos exigir relatos de testemunhas idôneas e com conhecimentos de técnicas de ilusionismo, fotografias, filmes e múltiplos testes de laboratório, além da replicação do fenômeno.
[1] Essa ressalva leva em conta fenômenos, como a evolução dos dinossauros, que não são exatamente replicáveis, mas que podem ser colocados no contexto de uma teoria natural - no caso, a teoria da evolução pela seleção natural.