Olá amigos,
Como muitos já sabem existem diversas organizações religiosas, cujo fim último é a propagação da fé religiosa. Eu fico pensando: Seria viável a construção e uma ONG atéia, como eu entendo um pouco de Marketing, sei que não deveriamos por o nome "atéia" na ONG. Mas que tal Sociedade para a Difusão da Ciência e do Laicismo! O objetivo de tal ONG seria difundir homeopaticamente o ateísmo através de palestras sobre ciência e política em Escolas Secundárias e outras organizações que se interessarem. A maioria aqui do fórum conhece sobre a teoria evolucionaria e o Big-Bang, mas o povão lá fora ainda permanece em grande parte ignorante quanto a esses assuntos. Acho que o maior problema seria angariar fundos para a Sociedade, mas o que os amigos acham? É viável? Ou é melhor não mexer com isso?
Não, não é viável, conforme prova a prática dos últimos 3 anos (que eu vi).
E não faz nenhum sentido uma organização atéia.
Mudei radicalmente de opinião. Quando começou-se a pensar na Ateus do Brasil, eu agitei demais... e me arrependi. Resumo: espera-se que uma organização tenha membros, fonte de renda, propostas e meios de concretizar as propostas (um deles é ter pessoal qualificado).
Porque vejamos. A questão de colocar "ateu" no nome (ou não) não é nem questão de marketing (mesmo porque não precisa saber nada pra notar que declarar isso é queimar filme): a questão é um "e daí", mesmo. Os ateus não têm nada em comum: vindo das mais diversas partes, nada nos une.
Ser ateu não significa nada, a não ser que se assuma uma posição política: "ateus pelo direito de decidir", "ateus pefelistas", "ateus pela democracia parlamentarista", "ateus pelo fim da poluição sonora e extinção das baleias", etc.
Poderíamos, a princípio, ter uma "Ateus pela Difusão da Ciência e do Laicismo". O problema é que a ciência e o laicismo já são difundidos.
Note-se que é a ciência e tecnologia que dão dinheiro e geram emprego, hoje em dia. O ceticismo é mainstream; e crente é empregada doméstica - e, convenhamos, elas não atentam contra a ciência e o laicismo, mal votar eles conseguem.
E o laicismo já está no papel há muitos anos. Presume-se que a manutenção dele seja de interesse de todo cidadão brasileiro, então uma "organização ecumência pelo laicismo" poderia ser uma boa idéia. Mas ela agiria apenas pra processar pessoas, naturalmente. E nós, enquanto indivíduos e membros de outras associações, podemos fazer isso sem precisar da burocracia de uma organização própria.
(E, se as pessoas fossem bestas a ponto de criar tal organização, ou ia ter muito poucos filiados, ou mais cedo ou mais tarde teria 400 rachas e iria por ralo abaixo)
Se for pensar numa organização clara e declaradamente ateísta, as coisas já são bem mais óbvias
1) não há membros - quando chega a hora de botar a mão no bolso, 80% dos agitadores somem;
2) não há dinheiro - nem nós temos, nem conseguiríamos patrocínio;
3) não há proposta - conforme contei acima, o "e daí";
4) não há material humano qualificado - os poucos que sobram também se escafedem quando precisam assumir compromissos e levar a coisa de maneira profissional;
5) não há meios de concretizar nada - por conseqüência. Ninguém abriria portas pra uma palhaçada dessas.
Enfim. O que é viável mesmo é que nós criemos bem as crianças sob a nossa responsabilidade, façamos boa ciência e garantamos, legalmente, as liberdades dos cidadãos. E tudo isso podemos fazer sem "ong".
p.s. eu também sou a favor de material de propaganda do CC. Doem dinheiro para o comitê mantenedor mandar fazer camisetas, hm.