Bah, eu tinha escrito mais, mas o fórum não deixou postar. :'(
Consegui salvar só uma parte:
O worf que disse.
Não, não, eu não falei em primeiro mundo em momento algum. Nem falei que não havia desemprego em países desenvolvidos.
Imagino que até em países rurais/pequenos/socialistas é possível haver pleno emprego.
Se eu for pensar que
só a divisão internacional do trabalho causa desemprego e miséria, países pequenos (como Luxemburgo, Liechenstein, etc.) seriam bem miseráveis, já que não possuem tantas empresas nacionais em países periféricos e possuem milhares de multinacionais em seu território, “sugando” sua economia (como diriam alguns).
Não há desempregados no primeiro mundo porque eles abundam aqui embaixo
Não haver empregos nesses países é culpa do capitalismo nos países desenvolvidos?
Non sequitur.
êxodo de empresas dos países ricos, onde os encargos sociais são muito altos
O Sudeste Asiático está cheio de empresas multinacionais que pagam salários miseráveis para mão-de-obra desqualificada confeccionar produtos simples, como vestuário e material esportivo. Enquanto isso nos países ricos você vê os conservadores reclamando que os imigrantes estão roubando os seus empregos. As coisas não estão fácies nos países pobres, mas também não estão muito melhores nos páises ricos.
Você tocou no ponto principal. As empresas abrem filiais nos países periféricos e dão empregos, vão atrás de mão-de-obra mais barata, já que em seus países, ela deixou de ser competitiva (altos encargos trabalhistas, impostos, custo de vida, etc.).
Agora, qual a relação disso com o desemprego no país periférico?
Não há uma precedência lógica sendo ignorada? As empresas vão para lá procurando mão-de-obra, vão pra lá e darão empregos para aqueles que ela puder/tiver interesse em contratar.
É culpa da empresa o desemprego no país periférico?
Pode-se até achar que é interessante para o empregador pagar sempre pouco pelos salários (eu discordo se, a partir disso, for dito que a "alma do capitalismo" é o desemprego, mas não importa aqui), mas a questão não é essa. A questão é: o empregador tem culpa do desemprego naquele país, se ele, querendo ou não, emprega pessoas diretamente?
Se quiserem ver uma conseqüência interessante de um pensamento assim, reparem: se empresa A vai para o México "explorar os pobres" e vender um produto nos EUA por um preço menor do que empresa B - que só produz dentro dos EUA -, não estaria ela quebrando as empresas americanas? Melhor: não estaria ela levando capital dos EUA para ser investido no México, roubando os americanos? Então isso não é bom para o mexicano?!
Esse tipo de pensamento não serve para nada, na minha opinião. Dá pra distorcê-lo à vontade; partir das mesmas premissas e chegar a conclusões ideologicamente diferentes, pois toda a argumentação quer chegar num "bem e mal". Além disso, não leva em consideração muitos outros fatores.
E se pensarem em imperialismo, eu lhes direi: o que tem um industrial do país A e um agricultor do país B com isso? Por mais que exista lobby político, quem impõe taxas alfandegárias, promove subsídios, invade países e promove bloqueios continentais são governos e seus exércitos, não empresas. É um fator alóctone que está se metendo na economia.