É que generalização sempre me incomoda!
OK, Luz...não discordo disto. Porém, permita-me fugir um pouco do assunto do tópico para algo que me ocorreu várias vezes e esta é uma boa oportunidade de falar. Eu já comentei antes que, se partirmos do pressuposto de que qualquer comentário sobre uma determinada categoria ou grupo de pessoas não conseguirá abranger 100% dos seus integrantes ( e de fato não conseguirá, pois estamos falando de pessoas, não de parafusos ), ficaremos restritos a comentários pontuais e individualizados, o que inviabilizaria certo tipo de abordagens.
Devemos concordar que uma generalização bem utilizada não é necessariamente algo preconceituoso ou errôneo. Uma generalização pode ter bons fundamentos e nortear o rumo de uma discussão onde muitas vezes não contamos com números e estatísticas. Ou até onde os números nos dizem que uma grande parte ( ou maioria ) de determinado grupo se enquadra naquela classificação supostamente "generalista".
Exemplifico. Recentemente tive uma discussão saudável com o Diego porque afirmei que a maioria dos policiais civis não são honestos. Apesar de ser da PM, ele ficou incomodado com tal afirmação e disse que não podíamos generalizar, que eu afirmei isto no "achômetro" e tal. De fato eu não tinha números que confirmassem o que disse, da mesma forma como não ele não tinha algum que me desmentisse...simplesmente porque não existem tais números. Dados sobre policiais corruptos somente poderiam ser dados pela própria polícia, que seria a menos interessada em divulgá-los. E eu nunca ouvi alguém se referir à polícia como geralmente se refere aos bombeiros.
Daí eu pergunto...será que não é possível "generalizar" às vezes, mesmo que cometendo alguma eventual injustiça com uma minoria ? Se assim for, não poderíamos falar quase nada sobre ninguém. Os políticos não poderiam ser chamados de desonestos ( Gabeira, Suplicy e mais meia dúzia não se enquadrariam ), nem os americanos de consumistas ( apesar dos milhares de shoppings ), os africanos de pobres ( existem pessoas ricas lá também ), as prostitutas de serem fingidas ( ôpa, algumas fazem amor com seus clientes ), os adeptos da Renascer de ingênuos e alienados ( existem empresários bem sucedidos e personalidades lá ), os hippies não gostam de trabalhar ( ah...mas eles fazem colarzinhos nas feirinhas ).
Será que por causa de um alemão bonzinho que foi manipulado pelo Reich eu não posso dizer que os nazistas eram desumanos ? Ou só porque existe o CC não podemos afirmar que os brasileiros são um povo religioso ? Nem que os países ricos exploram os mais pobres ( pera aí, suecos são gente fina )...e por aí vai.
E o que é mais curioso para mim é que a "generalização" só é condenada quando o adjetivo usado não é algo bom. Ou seja...se eu digo que os japoneses são trabalhadores todo mundo concorda ( mesmo que neste momento existam um monte de japinhas coçando ), mas se eu falar que baiano é preguiçoso é generalização. Nossas morenas são sensuais ( yes !! ), mas as loiras são burras ( isto é generalização preconceitusa ). Bombeiros são bonzinho pode falar...mas não diga que os policiais são desonestos ! Os céticos têm mais bom senso ? Depende do cético. Os crentes são tolos ? Depende do crente.
Oras, depende, depende, depende...logo, não se pode mais "generalizar" sobre nada que não seja bacana para que alguém se sinta ofendido ( não estou falando de você, Luz...rs...). Se eu disser que no CC só tem gente legal e interessante não é generalização e ninguém ira reclamar. Se o Rod Infinity disser que os céticos não conhecem as religiões é generalização grosseira.
Para mim, generalização só ocorre quando o outro discorda de você. Quando concorda, a generalização vira consenso e é bem aceita.
É como definimos quem têm bom senso ou não...se concordar comigo, certamente terá...rs...
"Mas é claro que posso estar enganado !"...ou quem sabe, generalizando as generalizações...rs...