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Unbedeutend_F_Organisch

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Potencial presidente do México
« Online: 10 de Maio de 2005, 17:09:43 »
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Potencial presidente do México, esquerdista López Obrador causa medo e esperança
O prefeito da capital mobiliza a população pobre e assusta a elite


Ginger Thompson
Na Cidade do México

Ele é o prefeito da maior cidade do hemisfério e o mais recente fenômeno político do país. Ele pode levar dezenas de milhares às ruas se quiser. Em três semanas agitadas em que promoveu o maior protesto na história recente do México, ele derrotou uma contestação legal do presidente do país e do Congresso que ameaçava colocar um fim à sua carreira política.


Agora, Andrés Manuel López Obrador, parece destinado a ser eleito presidente no próximo ano. "O que vimos no domingo passado foi prova de que esta é uma nova sociedade", disse o prefeito em entrevista na semana passada, sobre a marcha de protesto, "de que as estruturas tradicionais do poder não estão no controle, nem com todo seu dinheiro e mídia".

De fato, apesar de López Obrador, um viúvo de 51 anos e pai de três filhos, ter provado que pode mobilizar a vasta classe baixa deste país, o que permanece incerto é se ele será capaz de ter o empresariado pró-Estados Unidos e a frágil classe média a seu lado.

Ele é mais conhecido por arrumar brigas políticas do que por construir pontes. E seu estilo de política esquerdista, impetuoso, faz muitos na elite governante e analistas no exterior temerem que o México siga pelo caminho da Venezuela, atolada em uma guerra de classes enquanto o presidente Hugo Chávez surfa na onda do sentimento anti-americano.

É uma onda que levou políticos esquerdistas ao poder por toda a América Latina. E como Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil e Tabaré Vásquez no Uruguai, López Obrador personifica a irada decepção com as políticas econômicas pró-mercado apoiadas por Washington --que estabilizaram a economia para os ricos, mas não melhoraram as condições para os pobres.

Sua ascensão ao poder levará tal frustração às portas dos Estados Unidos.

Na entrevista, López Obrador rejeitou comparações com os movimentos esquerdistas por toda a região. Ele disse que se considera um fenômeno puramente mexicano, criado por uma mãe católica devota, uma devastadora tragédia familiar e um poeta que escreveu sobre as belas paisagens do México e lhe mostrou as lutas mais cruéis do país.

No fundo, disse o prefeito, ele continua sendo um ativista oprimido dos trópicos, onde a política pode ser um assunto violento. Mas ele disse que tem participado da política nacional há quase uma década, tendo servido como presidente do Partido Revolucionário Democrático antes de se tornar prefeito em 2000.

Ele apontou para sua atuação como prefeito desta cidade monstruosa, exibindo documentos financeiros que mostram que a dívida teve o menor aumento nos últimos 20 anos como prova de que está qualificado para administrar a economia nacional.

Ele apontou para as quase 1 milhão de pessoas que marcharam nesta cidade no mês passado como prova de que a maioria dos mexicanos pensa o mesmo.

"A mentalidade das pessoas mudou", disse ele. "Eles estão dispostos a defender a democracia. É nisto que estávamos apostando. E apostamos certo."

De fato, o prefeito, conhecido no México por suas iniciais AMLO --assim como Kennedy é JFK para os americanos--, desafia rótulos fáceis. Ele realiza coletivas de imprensa às 6 horas da manhã, mas ignora perguntas mais incisivas e tem bloqueado a aplicação da lei de liberdade de informação.

Ele tem sido criticado pelos conservadores por gastar demais no bem-estar dos idosos, em um asilo para prostitutas velhas demais para trabalhar e vias elevadas para aliviar o trânsito.

Ele irritou a esquerda quando bloqueou leis que teriam legalizado uniões gays, fez acordos com magnatas dos negócios para restaurar o centro histórico desta cidade e quando trouxe o ex-prefeito de Nova York, Rudolph W. Giuliani, para ajudar a desenvolver políticas de tolerância zero ao crime.

E naquilo que até seus principais assessores consideraram um grande erro, que alienou a classe média, ele disse que os organizadores de uma marcha contra o crime eram peões em uma conspiração da direita contra ele.

Como quase todos os líderes políticos deste país, López Obrador começou durante o antigo regime autoritário que dominou o governo por mais de sete décadas consecutivas.

Seus simpatizantes apontam que o prefeito se mobilizou contra a corrupção dentro do Partido Revolucionário Institucional (PRI) e depois o abandonou para ajudar a liderar um movimento esquerdista, que colocou o México na estrada para uma maior democracia.

"Foi dito que López Obrador escreve seus discursos com sua mão esquerda e governa com sua direita", disse Héctor Zagal, que foi co-autor de uma biografia do prefeito. "Ele é um produto do antigo PRI, com todas as suas falhas e virtudes."

Manuel Camacho Solís, um legislador federal e estrategista político chefe do prefeito, disse: "Ele está à vontade como líder social, e o faz bem, mas tem se esforçado para aprender a governar".

"Para ser presidente, ele precisa conquistar o respeito das pessoas por meio do diálogo, e não estando em conflito com elas."

López Obrador não discorda. "Há a impressão de que sou autoritário", disse ele. "Mas os movimentos sociais exigem forte liderança.

"Esta luta é muito difícil", disse ele. "E às vezes ela endurece o coração, mas não para sempre."

Trajetória

Pistas sobre o prefeito, que foi batizado em homenagem ao seu pai, Andrés, e sua mãe, Manuela, estão espalhadas por todo o Estado de Tabasco, no Sul. Ele nasceu em uma cidade minúscula, Tepetitan, que não se parece em nada com a cidade que ele atualmente governa.

Lá, as crianças jogam bola no meio dos milharais e pescadores pobres, como Felipe Lopez Gonzalez, citam trechos do Novo Testamento para explicar como vivem com menos de US$ 4 por dia as famílias que moram perto dos ricos campos de petróleo deste país.

A pobreza, na época, parecia um assunto momentâneo para o jovem López Obrador, algo que ele ouviu de homens e mulheres que não podiam pagar suas contas na loja da família.

Na época, em 1969, tal vida idílica foi despedaçada quando um de seus irmãos mais jovens, Jose Ramón, morreu; ele estava brincando com uma pistola quando ela disparou.

Andrés Manuel, com 15 anos na época, assistiu o acidente. Os parentes disseram que ele tentou fazer com que seu irmão largasse a arma.

Na entrevista, o prefeito se recusou a falar sobre o evento ou sobre a especulação de alguns aqui de que o trauma do acidente deu um zelo messiânico à sua política.

"Aquilo me afetou e ainda me afeta", disse o prefeito.

Talvez a experiência que mais o mudou tenha ocorrido anos depois, na cidade indígena de Tucta, a qual López Obrador ajudou a tirar da miséria. Ele colocou seus olhos na aldeia pela primeira vez em 1976, na companhia de Carlos Pellicer Cámara, um dos poetas mais queridos do México.

Parecia um local perdido no tempo. Os índios chontal, descendentes dos maias, não tinham eletricidade nem água potável. Não havia escolas ou hospitais. E as pessoas viviam em cabanas feitas de galhos e folhas.

"Eles não apenas deixaram os chontales à margem da sociedade", lembrou López Obrador, se referindo às autoridades do governo, "como negavam a existência dos chontales, apesar de serem a realidade mais familiar de Tabasco".

Os índios rapidamente se tornaram uma realidade familiar para López Obrador. Ele se mudou com sua esposa e filho ainda bebê para um barraco em Tucta, com chão sujo e teto de palha, e --assim como fez na Cidade do México-- iniciou uma combinação de programas de bem-estar social e infra-estrutura para ajudar a atender às necessidades básicas das pessoas e colocá-las para trabalhar.

"Ele poderia ter tido um vida confortável com sua família, mas ele a trouxe para cá para estar conosco", lembrou Pedro Bernardo, 58 anos, um dos beneficiários do trabalho de López Obrador em Tucta. "Há poucas pessoas que poderiam suportar os golpes desta vida."

Mas havia golpes mais duros pela frente.

"Meu sonho era me tornar governador de Tabasco", disse López Obrador, "porque eu queria mudá-lo".

Foi um sonho que lhe escapou.

López Obrador abandonou o PRI, então buscou derrubá-lo em 1988, quando o partido se recusou a indicá-lo como candidato à prefeitura do município de Macuspana.

Apoiado pela base política camponesa que ele comandava como um general, o político agitador concorreu duas vezes ao governo em chapas esquerdistas e perdeu nas duas ocasiões. As eleições de 1994 foram manchadas por acusações de corrupção. E por vários meses, López Obrador e seus soldados civis protestaram de todas as formas que podiam, para tornar o Estado ingovernável.

Dois anos depois, o ativista anti-establishment estava em ação novamente, liderando milhares de simpatizantes contra mais de 50 poços de petróleo por todo o Estado, para protestar contra vazamentos da companhia de petróleo estatal que contaminavam as terras produtivas e rios.

Os protestos fizeram a companhia perder cerca de US$ 8,5 milhões em receita nos primeiros 12 dias. Dezenas de pessoas foram feridas e presas enquanto a polícia tentava abrir o caminho até os poços.

Na entrevista na semana passada, López Obrador disse que os princípios daquelas batalhas ainda o guiam, mas seus dias de radical já acabaram.

"Eu sou um centrista agora", disse ele, com um sorriso torto.

"Quando começamos, o PRI dominava completamente", disse ele. "Nem mesmo as folhas nas árvores se mexiam a menos que o PRI assim o dissesse."

"Muito tempo se passou até que as pessoas pudessem viver sua liberdade", disse ele. "Cabia a nós ensiná-las a não terem medo."

"E agora elas não têm mais medo."


fonte: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2005/05/04/ult574u5384.jhtm
AMLO = ???

Aquele negócio de precisar ser forte, rígido parece uma desculpa por atitudes autoritárias, não entanto,como não conheço a cara do cacife, me abstenho de afirmações.
Lembrando que não é porque alguém é apoiado pelo povo é que a melhor opção, exemplos como Maluf, Collor ou Chavez já dizem tudo...

Offline Rodion

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Re.: Potencial presidente do México
« Resposta #1 Online: 10 de Maio de 2005, 17:11:21 »
mais um caudilho na nossa lamentável história!
azar dos mexicanos...
se o sujeito vier a assumir, tomara que o que fizer lá sirva de exemplo.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Pregador

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Re.: Potencial presidente do México
« Resposta #2 Online: 10 de Maio de 2005, 17:49:03 »
Talvez ele não seja tão ruim. É dificil dizer. E outra coisa. Democracia é democracia. Se ele for eleito, é porque o México assim quis.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Unbedeutend_F_Organisch

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Re: Re.: Potencial presidente do México
« Resposta #3 Online: 10 de Maio de 2005, 18:02:00 »
Citação de: Amon
Talvez ele não seja tão ruim. É dificil dizer. E outra coisa. Democracia é democracia. Se ele for eleito, é porque o México assim quis.


Essa é minha desilusão com a democracia(eu ainda a apóio), a luta contra o aristocracismo em detrimento da qualidade de opinião.Paciência, o negócio é esperar o momento para virar a mesa.




Quando ler isso o Poindexter vai ter um infarto,pois a América Latina está ficando mais vermelha.
Esse seria o momento ideal para quem sentiu raiva quando Bush e Ratzinger venceu e o Poin comerou, devolver... :twisted:

Offline Rodion

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Re.: Potencial presidente do México
« Resposta #4 Online: 10 de Maio de 2005, 18:45:00 »
o point nem tanto. mas o pessoal do midia sem mascara deve estar em catarse; esquerda no méxico, na venezuela, no brasil, no uruguai e sabe-se lá mais onde.
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Unbedeutend_F_Organisch

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Re.: Potencial presidente do México
« Resposta #5 Online: 10 de Maio de 2005, 23:04:51 »
Não, isso não pode acontecer senão o que ouviremos daqui pra frente será:

"Como podem ver,eu Olavo O Super O Melhor O Filósofo de Carvalho provei para estes coliformes fecais da imprensa que me criticam, que há uma conspiração comunista"

Poindexter

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Potencial presidente do México
« Resposta #6 Online: 11 de Maio de 2005, 09:24:27 »
Depois a América Latina não sabe porque está no Terceiro Mundo, com este "ódio natural" contra o empresariado. Será que é tão difícil assim para ela entender o conceito de "mercado"? Quando entenderá que a única forma pela qual o dinheiro é sujo é pela quantidade de micróbios presentes no papel? Quando olhará os milionários como exemplos a serem seguidos, ao invés de safados a ser desapropriados?

Offline Alenônimo

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« Resposta #7 Online: 11 de Maio de 2005, 09:42:05 »
Citação de: Poindexter
Depois a América Latina não sabe porque está no Terceiro Mundo, com este "ódio natural" contra o empresariado. Será que é tão difícil assim para ela entender o conceito de "mercado"? Quando entenderá que a única forma pela qual o dinheiro é sujo é pela quantidade de micróbios presentes no papel? Quando olhará os milionários como exemplos a serem seguidos, ao invés de safados a ser desapropriados?
De uma certa maneira, concordo muito com você. Mas fico com o pé atrás quando uma empresa tende a "forçar a barra" para vender seus produtos saindo da lei...

Aqui em Birigüi mesmo, as maiores empresas de calçados tendem a "dividir" suas empresas em mais de 150 fabriquetas só para pagar menos impostos. Na maioria dessas fabriquetas, matidas por grandes como a Klin, a Pé com Pé, a Bical e outras, eles tendem a não registrar os empregados para não pagar INSS. Dá para ter respeito com esse tipo de atitude?
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Poindexter

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« Resposta #8 Online: 11 de Maio de 2005, 09:52:20 »
Citação de: Alenônimo
De uma certa maneira, concordo muito com você. Mas fico com o pé atrás quando uma empresa tende a "forçar a barra" para vender seus produtos saindo da lei...

Aqui em Birigüi mesmo, as maiores empresas de calçados tendem a "dividir" suas empresas em mais de 150 fabriquetas só para pagar menos impostos. Na maioria dessas fabriquetas, matidas por grandes como a Klin, a Pé com Pé, a Bical e outras, eles tendem a não registrar os empregados para não pagar INSS. Dá para ter respeito com esse tipo de atitude?


Aí já é outra estória. É falta de regulação, de fiscalização, de uma Justiça eficiente e de penas duras, ao invés das penas ridículas que vemos no Brasil. É também resultado da progressividade dos impostos, que prejudicam as grandes empresas em benefício das pequenas, assim como o IR prejudica quem ganha mais em relação à quem ganha menos.

Offline Tonto

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« Resposta #9 Online: 11 de Maio de 2005, 11:18:22 »
Citação de: Poindexter
Citação de: Alenônimo
De uma certa maneira, concordo muito com você. Mas fico com o pé atrás quando uma empresa tende a "forçar a barra" para vender seus produtos saindo da lei...

Aqui em Birigüi mesmo, as maiores empresas de calçados tendem a "dividir" suas empresas em mais de 150 fabriquetas só para pagar menos impostos. Na maioria dessas fabriquetas, matidas por grandes como a Klin, a Pé com Pé, a Bical e outras, eles tendem a não registrar os empregados para não pagar INSS. Dá para ter respeito com esse tipo de atitude?


Aí já é outra estória. É falta de regulação, de fiscalização, de uma Justiça eficiente e de penas duras, ao invés das penas ridículas que vemos no Brasil. É também resultado da progressividade dos impostos, que prejudicam as grandes empresas em benefício das pequenas, assim como o IR prejudica quem ganha mais em relação à quem ganha menos.

Ao contrário do seu entendimento eu acho que a  PROGRESSIVIDADE é uma forma mais justa de cobrar imposto (paga mais quem  ganha mais)
"Se quiser realizar seus sonhos primeiro você terá que acordar"

Offline Alenônimo

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« Resposta #10 Online: 11 de Maio de 2005, 11:29:34 »
Citação de: Tonto
Ao contrário do seu entendimento eu acho que a  PROGRESSIVIDADE é uma forma mais justa de cobrar imposto (paga mais quem  ganha mais)
Concordo. Os impostos deveriam ser proporcionais ao que a pessoa ganha e/ou usa.
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

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« Resposta #11 Online: 11 de Maio de 2005, 11:43:36 »
Citação de: Alenônimo
Concordo. Os impostos deveriam ser proporcionais ao que a pessoa ganha e/ou usa.


Aí é que tá. Nos impostos progressivos, os impostos NÃO são proporcionais ao quanto se ganha. Grosso modo, quem ganha o dobro da outra, num sistema dxe impostos progressivos, paga MAIS QUE O DOBRO de impostos que a outra. Se você acha que quem ganha o dobro deve pagar o dobro, então você é favorável à impostos NEUTROS, e não PROGRESSIVOS.

Offline Tonto

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« Resposta #12 Online: 11 de Maio de 2005, 12:23:29 »
Citação de: Poindexter
Citação de: Alenônimo
Concordo. Os impostos deveriam ser proporcionais ao que a pessoa ganha e/ou usa.


Aí é que tá. Nos impostos progressivos, os impostos NÃO são proporcionais ao quanto se ganha. Grosso modo, quem ganha o dobro da outra, num sistema dxe impostos progressivos, paga MAIS QUE O DOBRO de impostos que a outra. Se você acha que quem ganha o dobro deve pagar o dobro, então você é favorável à impostos NEUTROS, e não PROGRESSIVOS.

É com exatamente isso que eu concordo: com a PROGRESSIVIDADE.
O imposto de renda é um típico imposto progressivo (que poderia ser aperfeiçoado).
O ICMS parece-me que poderia ser melhorado: quem ganha um salario mínimo paga a mesma coisa  de quem ganha R$ 20.000,00, por uma lata de leite em pó, por exemplo.Enquanto um paga 5% do seu salário, o outro para, 0,00000000000000000000000000000000000000000000000005%
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« Resposta #13 Online: 11 de Maio de 2005, 13:50:18 »
Citação de: Tonto

É com exatamente isso que eu concordo: com a PROGRESSIVIDADE.


Fazer o quê...


Citação de: Tonto

O imposto de renda é um típico imposto progressivo (que poderia ser aperfeiçoado).


Pois é... e é um absurdo, isso!


Citação de: Tonto

O ICMS parece-me que poderia ser melhorado: quem ganha um salario mínimo paga a mesma coisa  de quem ganha R$ 20.000,00, por uma lata de leite em pó, por exemplo.Enquanto um paga 5% do seu salário, o outro para, 0,00000000000000000000000000000000000000000000000005%


Acontece que os mais ricos consomem muito mais que os mais pobres. Desta forma, enquanto os mais pobres pagam esses tais "5%" uma única vez e só vão pagar de novo no mês seguinte, os mais ricos pagam esses "0,00000000000000000000000000000000000000000000000005%" que você falou várias vezes durante um único mês. Imagine-se quanto os mais ricos pagam de ICMS ao comprar bens luxuosos...

Offline Alenônimo

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Potencial presidente do México
« Resposta #14 Online: 11 de Maio de 2005, 13:55:35 »
Citação de: Poindexter
Acontece que os mais ricos consomem muito mais que os mais pobres. Desta forma, enquanto os mais pobres pagam esses tais "5%" uma única vez e só vão pagar de novo no mês seguinte, os mais ricos pagam esses "0,00000000000000000000000000000000000000000000000005%" que você falou várias vezes durante um único mês. Imagine-se quanto os mais ricos pagam de ICMS ao comprar bens luxuosos...
Concordo plenamente, mas acho a carga tributária dos produtos muito alta.

Acho que o ideal de economia é mais ou menos o que está em prática hoje. Só acho que ele deve ser aperfeiçoado para não haver tanta "roubalheira" por parte do governo e das empresas. O produto deve ter um preço mais justo, com menos impostos e com preços bem competitivos. Acho que com a devida Reforma Tributária, isso se acerta...
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

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Re.: Potencial presidente do México
« Resposta #15 Online: 11 de Maio de 2005, 16:39:52 »
PD contra a isenção de Imposto de Renda para os mais pobres?

Acho que o imposto tem que ser progressivo mesmo. Empresa grande tem estrutura para pagar mais, empresa pequena precisa de espaço para crescer. O que gera o problema que o Alê citou não é o sistema tributário, mas sim a falta de fiscalização.

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Re.: Potencial presidente do México
« Resposta #16 Online: 11 de Maio de 2005, 16:42:19 »
A propósito, aqui em Franca isso também acontece, e as empresas pequenas e médias de sapato sonegam e sonegam e sonegam. É uma festa.

Offline Alenônimo

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Re: Re.: Potencial presidente do México
« Resposta #17 Online: 11 de Maio de 2005, 17:04:46 »
Citação de: Ricardo Mioto
A propósito, aqui em Franca isso também acontece, e as empresas pequenas e médias de sapato sonegam e sonegam e sonegam. É uma festa.
Aqui, as empresas pequenas e médias, pertencem às grandes... Sacou? ;)
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

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Re: Re.: Potencial presidente do México
« Resposta #18 Online: 11 de Maio de 2005, 17:21:26 »
Citação de: Alenônimo
Citação de: Ricardo Mioto
A propósito, aqui em Franca isso também acontece, e as empresas pequenas e médias de sapato sonegam e sonegam e sonegam. É uma festa.
Aqui, as empresas pequenas e médias, pertencem às grandes... Sacou? ;)


Sim, sim. Apenas falei que as pequenas e médias sonegam, não discordei do que você disse. :wink:

Offline Pregador

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Re: Re.: Potencial presidente do México
« Resposta #19 Online: 11 de Maio de 2005, 17:58:39 »
Citação de: Ricardo Mioto
PD contra a isenção de Imposto de Renda para os mais pobres?

Acho que o imposto tem que ser progressivo mesmo. Empresa grande tem estrutura para pagar mais, empresa pequena precisa de espaço para crescer. O que gera o problema que o Alê citou não é o sistema tributário, mas sim a falta de fiscalização.


A fiscalização é fortíssima sim. A lei é horrível e os impostos são confiscatórios. A quantidade de declarãções que as empresas tem de apresentar mostram o rigor da fiscalização. Todos estes dados são cruzados e é muito dificil não se dar mal se você alterar demais uma destas declarações (exemplos: DCTF, DACON, DIPJ, DIRF etc). Quanto a abrirem várias fabriquetas é o jeito para se tentar pagar um pouco menos de imposto, que é extremíssimamente alto. Somente existe grande sonegação e tentativas de burlar o fisco justamente pela carga tributária elevadíssima. Se ela fosse menor, muito menos gente sonegaria e o governo poderia arrecadar mais sem onerar todo mundo como faz, jogando quase 50% das pessoas na economia informal. O mesmo vale para os impostos incidentes na folha de pagamento que são hiper elevados o que leva muitos a não registrarem, aumentando a sonegação e dando força a economia informal.
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Offline Rodion

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« Resposta #20 Online: 11 de Maio de 2005, 18:40:27 »
Citação de: Tonto
Citação de: Poindexter
Citação de: Alenônimo
De uma certa maneira, concordo muito com você. Mas fico com o pé atrás quando uma empresa tende a "forçar a barra" para vender seus produtos saindo da lei...

Aqui em Birigüi mesmo, as maiores empresas de calçados tendem a "dividir" suas empresas em mais de 150 fabriquetas só para pagar menos impostos. Na maioria dessas fabriquetas, matidas por grandes como a Klin, a Pé com Pé, a Bical e outras, eles tendem a não registrar os empregados para não pagar INSS. Dá para ter respeito com esse tipo de atitude?


Aí já é outra estória. É falta de regulação, de fiscalização, de uma Justiça eficiente e de penas duras, ao invés das penas ridículas que vemos no Brasil. É também resultado da progressividade dos impostos, que prejudicam as grandes empresas em benefício das pequenas, assim como o IR prejudica quem ganha mais em relação à quem ganha menos.

Ao contrário do seu entendimento eu acho que a  PROGRESSIVIDADE é uma forma mais justa de cobrar imposto (paga mais quem  ganha mais)

mais justo talvez até seja. também é uma ótima maneira de prejudicar o consumidor, prejudicar as empresas nacionais e incentivar a fuga de empregadores.
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Offline Rodion

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Re: Re.: Potencial presidente do México
« Resposta #21 Online: 11 de Maio de 2005, 18:43:20 »
Citação de: Ricardo Mioto
A propósito, aqui em Franca isso também acontece, e as empresas pequenas e médias de sapato sonegam e sonegam e sonegam. É uma festa.


ótimo sonegarem. prefiro ver o dinheiro sendo reinvestido e gerando mais emprego do que indo pro bolso do severino ou algum outro inescrupuloso.
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Poindexter

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Re: Re.: Potencial presidente do México
« Resposta #22 Online: 11 de Maio de 2005, 19:39:05 »
Citação de: Ricardo Mioto
PD contra a isenção de Imposto de Renda para os mais pobres?


Claro! Por quê uns têm que pagar e outros não, se todos utilizam os serviços do Estado? Sem falar que eu acho que ter que pagar impostos diretos deve dar maior conscientização do custo das coisas públicas para que se zele bem por elas.


Citação de: Ricardo Mioto
Acho que o imposto tem que ser progressivo mesmo. Empresa grande tem estrutura para pagar mais, empresa pequena precisa de espaço para crescer. O que gera o problema que o Alê citou não é o sistema tributário, mas sim a falta de fiscalização.


Só porque tem estrutura tem que pagar além do justo? Quer dizer então que, se eu ganhar na Mega-Sena e for comprar um cachorro quente, tenho que pagar R$1.000,00 por ele porque "eu tenho estrutura para pagar"?

Offline Rodion

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Re.: Potencial presidente do México
« Resposta #23 Online: 11 de Maio de 2005, 19:51:05 »
Citar

Só porque tem estrutura tem que pagar além do justo? Quer dizer então que, se eu ganhar na Mega-Sena e for comprar um cachorro quente, tenho que pagar R$1.000,00 por ele porque "eu tenho estrutura para pagar"?

resultado: no país só ficam os pobres. quem tem dinheiro, não vai querer investir num país comunistóide assim, nem vai querer gastar dessa maneira. então, pra evitar problemas, é só fazer uma cortina de ferro que ninguém foge.
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Offline Jonh Ford

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Re.: Potencial presidente do México
« Resposta #24 Online: 11 de Maio de 2005, 19:59:46 »
Economicamente falando, IR é o imposto mais adequado (justo). Impostos sobre varejo (ICMS, por exemplo), tendem a penalizar mais os pobres que os ricos, porque esses usam menos de sua renda para consumir que os primeiros.

O problema é que, no BR, como temos pouca gente com renda, o nível de tributação pelo IR, mesmo quando somamos pessoas físicas e jurídicas é baixo. Além disso, a capacidade de fiscalização do governo é baixa (um grande estado americano, tipo Califórnia, há mais fiscais federais do IR que a Receita Federal no BR todo).

O sistema ideal, em minha opinião:
a) nenhum encargo social sobre folha de pagto. Funcionários deveriam reter um % "x" de seus salário para uma previdência pública capitalizada.
b) IVA, aplicado somente na ponta (consumidor), calculado por fora (e não por dentro, como o ICM) e com preço destacado em nota e cupom fiscal. Deveria haver uma alíquota federal, uma estadual e outra federal;
c) Imposto de Renda progressivo, REALMENTE PROPORCIONAL À RENDA, inclusive - e principalmente - imposto sobre heranças (todo país civilizado tem). O imposto de Renda das PJ deveria ser maior que hoje (no BR é bem baixo). Também com alíquotas federais, estaduais e municipais.

d) Taxas sobre importação (alguns produtos).

E só. Nenhum tipo de imposto, taxa ou contribuição a mais.

Destinações:
Saúde pública;
Ensino público (somente até o segundo grau; o superior deve ser pago);
Financiamento público de bolsas para estudantes que queiram cursar universidade. Com carência de 5 anos (pós formatura) e taxas equivalente à TJLP;
Defesa;
Custeio da Máquina;
Reservas técnicas (cobertura de defasagem da previdência, superávit primário);
Investimentos de infra-estrutura.
Jrs e amortização de dívida pública.

Claro, nesse modelo, o problema da previdência está sanado. O país é meu, faço (e sonho) como quero  :hihi:

 

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