Autor Tópico: Igreja e o ensino da castidade  (Lida 2397 vezes)

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Offline Flush

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Igreja e o ensino da castidade
« Online: 03 de Fevereiro de 2007, 15:02:57 »
Igreja e o ensino da castidade

A liberdade sexual assegura-se como um direito natural do ser Humano. A diversidade de convicções e desejos traduz-se numa impossível imposição de comportamentos psiquicos e fisicos definidos por normas ou estereótipos marcados por incompreensão daquilo que deveriam ser factores base. Uma mentalidade grupal não se adequa à individualidade de cada um, e cada pessoa deve exercer as suas convicções livremente desde que não atente a convicções dos restantes.

Apontar a castidade como comportamento sexual atenta à liberdade Humana. Definir uma situação anti-Natureza como fonte de idealogia totalitária do comportamento Humano é hediondo e putrefacto. Castidade envolve a repressão mais natural do próprio ser, que é a sobrevivência da própria espécie, e a demonstração afectiva de um conjunto de factores físicos e psicologicos de complexidade extrema. Tal comportamento de repressão potencia sérios danos na psique Humana.

A nossa Natureza individual sobrepõe-se a qualquer tipo de imposição bárbara e rídicula. Esconder a sexualidade traduz a potenciação de comportamentos fisicos e psicológicos criminosos. Cerca de 5000 padres Americanos foram acusados de crimes sexuais nos últimos 50 anos. Estes factos não são certamente fruto de puro acaso, antes são o fruto colhido de mentes doentes. Doentes quando escolhem a castidade, e doentes por deixarem que esta os encaminhe num dos mais hediondos e execráveis comportamentos, a pedofilia. Tentar definir castidade como a maneira sã de existir é por si só um crime, atentando contra a Natureza do ser vivo, e traduzindo-se em comportamentos desumanos.

A Igreja continua na mais putrefacta existência, e pior ainda, tenta passar esta putrefação aos mental e fisicamente sãos, para além de tentar interferir com todas as suas forças nas liberdades individuais de quem se comporta mediante a saudável liberdade sexual.

Publicado originalmente em: http://webtekk.org/ateismos/?p=176

rizk

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #1 Online: 03 de Fevereiro de 2007, 21:47:54 »
Castidade não é isso aí não, castidade é não agir à toa.

Qualquer católico razoável entende que o "casamento" e "virgindade" são coisas que se alteram ao longo do tempo e que, conseqüentemente, o ato sexual não é uma coisa restrita à união abençoada pela instituição, mas que, como tudo na vida, deve ser praticado até o ponto que não prejudique a prática da Caridade. Não está rolando amor ao próximo, não presta.

Se o papa é um católico razoável, é outra conversa. E, se a natureza humana é assim tão importante, meu filho, voltemos a ser caçadores-coletores, hm. VOLTEMOS ÀS ÁRVORES.

Offline Flush

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #2 Online: 03 de Fevereiro de 2007, 22:56:21 »
Castidade não é isso aí não, castidade é não agir à toa.

Qualquer católico razoável entende que o "casamento" e "virgindade" são coisas que se alteram ao longo do tempo e que, conseqüentemente, o ato sexual não é uma coisa restrita à união abençoada pela instituição, mas que, como tudo na vida, deve ser praticado até o ponto que não prejudique a prática da Caridade. Não está rolando amor ao próximo, não presta.

Se o papa é um católico razoável, é outra conversa. E, se a natureza humana é assim tão importante, meu filho, voltemos a ser caçadores-coletores, hm. VOLTEMOS ÀS ÁRVORES.

O tema não trata da definição da castidade, mas sim da tentiva de imposição da mesma nas sociedades e resultantes sexismos e homófobias.
Fazer uma tatugem é uma violação da castidade por exemplo, mas não será certamente o conceito mais próprio para as elações de anti-natureza que ela tráz.
Aquilo que defines como católico razoável não é mais que alguém que nega as instruções bíblicas. Algo teológicamente incorrecto quanto a mim.
Aqui fica a minha visão sobre os pensamentos católicos acerca deste assunto:

Deuteronómio apresenta-nos uma visão sanguinária e repugnante das relações afectivas. Uma hedionda visão de apedrejamentos até à morte. Caso uma mulher case e não seja virgem terá como destino ser apedrejada por todos os habitantes da cidade. O mesmo acontecerá com qualquer mulher que não rompa o himen na sua primeira relação sexual. Completamente hediondo é também a forma como são tratadas as mulheres violadas. Se não gritarem serão também apedrejadas até à morte. Dentro destes contextos também se encontra a obrigação de vivência conjugal mesmo que exista o mais profundo ódio. É esta a visão cristã das relações afectivas. Uma mistura de obrigações, ódio, e apedrejamentos públicos até à morte.

13.Se um homem, depois de ter desposado uma mulher e a ter conhecido, vier a odiá-la,

14.e, imputando-lhe faltas desonrosas, se puser a difamá-la, dizendo: desposei esta mulher e, ao aproximar-me dela, descobri que ela não era virgem,

15.então o pai e a mãe da donzela tomarão as provas de sua virgindade e as apresentarão aos anciães da cidade, à porta.

16.O pai dirá aos anciães: dei minha filha por mulher a este homem, mas porque ele lhe tem aversão,

17.eis que agora lhe imputa faltas desonrosas, pretendendo não ter encontrado nela as marcas da virgindade. Ora, eis aqui as provas da virgindade de minha filha. E estenderão diante dos anciãos da cidade a veste de sua filha.

18.E os anciãos da cidade tomarão aquele homem e fá-lo-ão castigar,

19.impondo-lhe, além disso, uma multa, de cem siclos de prata, que eles darão ao pai da jovem em reparação da calúnia levantada contra uma virgem de Israel. E ela continuará sua mulher sem que ele jamais possa repudiá-la.

20.Se, porém, o fato for verídico e não se tiverem comprovado as marcas de virgindade da jovem,

21.esta será conduzida ao limiar da casa paterna, e os habitantes de sua cidade a apedrejarão até que morra, porque cometeu uma infâmia em Israel, prostituindo-se na casa de seu pai. Assim, tirarás o mal do meio de ti.

22.Se se encontrar um homem dormindo com uma mulher casada, todos os dois deverão morrer: o homem que dormiu com a mulher, e esta da mesma forma. Assim, tirarás o mal do meio de ti.

23.Se uma virgem se tiver casado, e um homem, encontrando-a na cidade, dormir com ela,

24.conduzireis um e outro à porta da cidade e os apedrejareis até que morram: a donzela, porque, estando na cidade, não gritou, e o homem por ter violado a mulher do seu próximo. Assim, tirarás o mal do meio de ti.

25.Mas se foi no campo que o homem encontrou a jovem e lhe fez violência para dormir com ela, nesse caso só ele deverá morrer,

26.e nada fareis à jovem, que não cometeu uma falta digna de morte, porque é um caso similar ao do homem que se atira sobre o seu próximo e o mata:

27.foi no campo que o homem a encontrou; a jovem gritou, mas não havia ninguém que a socorresse.

28.Se um homem encontrar uma jovem virgem, que não seja casada, e, tomando-a, dormir com ela, e forem apanhados,

29.esse homem dará ao pai da jovem cinqüenta siclos de prata, e ela tornar-se-á sua mulher. Como a deflorou, não poderá repudiá-la em todos os dias de sua vida.

Offline Flush

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #3 Online: 03 de Fevereiro de 2007, 22:58:24 »
E, se a natureza humana é assim tão importante, meu filho, voltemos a ser caçadores-coletores, hm. VOLTEMOS ÀS ÁRVORES.

Tens de encontrar algo que interligue a Natureza Humana aos caçadores-coletores.
Assim fica díficil dizer o que quer que seja.

Offline N3RD

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #4 Online: 04 de Fevereiro de 2007, 10:41:44 »
Se a pessoa quer fazer castidade qual é o problema ? vai virar estuprador ?

Eu faço a 18 anos e não matei nem estuprei ninguém.(ainda)
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Offline FxF

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #5 Online: 04 de Fevereiro de 2007, 11:31:22 »
Não há razão para não se sentir prazer.

rizk

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #6 Online: 04 de Fevereiro de 2007, 11:32:43 »
Aquilo que defines como católico razoável não é mais que alguém que nega as instruções bíblicas. Algo teológicamente incorrecto quanto a mim.
Bom, desde sempre o católico deixa as instruções bíbilicas. Isso de levar ao pé da letra é coisa de denominaçãozinha evangélica. O católico razoável não crê em infabilidade, nem das escituras nem do Papa.

Mas, se eu puder comentar o trecho bíblico citado, acho a lei adequada e com um razoável respeito à moça, se é pra pensar em quão bárbaros os hebreus costumavam ser. Se a moça não consegue se defender, é inocente; se é violentada, não é desamparada. Se ela não é donzela dentro da casa de seu pai, é casada, ou não se defende mesmo podendo, está violando deliberadamente as leis da comunidade relativas ao casamento.

Quanto à "natureza humana", quem pode defini-la? Eu não acredito em natureza humana. Quem invocou ela foi você, no seu texto: você é quem deve definir. O que eu li foi que a moralidade sexual vai contra a liberdade, e cá não consigo relacionar uma coisa à outra. Nem o que os votos de castidade dos padres têm a ver com pedofilia. Aliás, acho essas explicações primárias e falaciosas.

Offline Fred

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #7 Online: 04 de Fevereiro de 2007, 11:58:08 »
Se a pessoa quer fazer castidade qual é o problema ?
Eu faço a 18 anos e não estuprei ninguém.(ainda)

Hummm...carne fresca...deixa o Copelli ficar sabendo disto...ele vai ficar mais empolgado ainda !! :janta:
“Não tenho medo das perguntas difíceis: tenho pavor das respostas fáceis.” A. Malcot

Offline Flush

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #8 Online: 04 de Fevereiro de 2007, 13:46:03 »
Se a pessoa quer fazer castidade qual é o problema ? vai virar estuprador ?

Eu faço a 18 anos e não matei nem estuprei ninguém.(ainda)


Castidade como liberdade de escolha pessoal não é considerado nem problema nem solução. É meramente  a liberdade de escolha de um individuo, e nada contra isso disse. Da mesma forma que não seria contra a defesa da castidade por parte da Igreja caso ela não tentasse incuti-la com todas as suas possibilidades e poderes como uma necessidade, repulsando todo e qualquer outro comportamento.
Totalitarismo é o problema, escolha indivual a solução.

Offline N3RD

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #9 Online: 04 de Fevereiro de 2007, 20:17:53 »
Se a pessoa quer fazer castidade qual é o problema ?
Eu faço a 18 anos e não estuprei ninguém.(ainda)

Hummm…carne fresca…deixa o Copelli ficar sabendo disto…ele vai ficar mais empolgado ainda !! :janta:

É que você não viu a mp que ele me mandou.. coisa de boiola querendo arruma parceiro na internet.

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Offline Fred

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #10 Online: 04 de Fevereiro de 2007, 23:26:07 »
É que você não viu a mp que ele me mandou… coisa de boiola querendo arruma parceiro na internet.

Mostra ! Mostra ! Mostra !  :histeria:
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Offline N3RD

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #11 Online: 05 de Fevereiro de 2007, 15:19:51 »
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« Enviada para: N3RD : 01 Fev 2007, 19:15:07 »
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Beijos Coração Coração Coração Coração Coração Coração Coração Coração Coração Coração Coração Coração Beijos

Resposta:

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:palavrao: :vomito: :nããããããããão!!!: :cadeirada: :dãh!: :Bate: :demente:

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Offline Luis Dantas

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #12 Online: 05 de Fevereiro de 2007, 16:41:36 »
Aquilo que defines como católico razoável não é mais que alguém que nega as instruções bíblicas. Algo teológicamente incorrecto quanto a mim.

Ah, mas acontece que a bíblia é apenas um texto, e a teologia é apenas uma ferramenta para a religião.  Nunca vice-versa.

Qualquer religioso razoável (não apenas no Catolicismo) aprende a não usar as escrituras, a teologia ou a doutrina como muletas; é a prática religiosa que dignifica a religião, e NUNCA o contrário.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Fred

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #13 Online: 05 de Fevereiro de 2007, 19:28:41 »
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« Enviada para: N3RD : 01 Fev 2007, 19:15:07 »
Beijos Coração Coração Coração Coração Coração Coração

Isso ainda vai acabar em quebra de castidade... :beijos:
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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #14 Online: 06 de Fevereiro de 2007, 01:24:23 »
Aquilo que defines como católico razoável não é mais que alguém que nega as instruções bíblicas. Algo teológicamente incorrecto quanto a mim.
Bom, desde sempre o católico deixa as instruções bíbilicas. Isso de levar ao pé da letra é coisa de denominaçãozinha evangélica. O católico razoável não crê em infabilidade, nem das escituras nem do Papa.

Mas, se eu puder comentar o trecho bíblico citado, acho a lei adequada e com um razoável respeito à moça, se é pra pensar em quão bárbaros os hebreus costumavam ser. Se a moça não consegue se defender, é inocente; se é violentada, não é desamparada. Se ela não é donzela dentro da casa de seu pai, é casada, ou não se defende mesmo podendo, está violando deliberadamente as leis da comunidade relativas ao casamento.

Quanto à "natureza humana", quem pode defini-la? Eu não acredito em natureza humana. Quem invocou ela foi você, no seu texto: você é quem deve definir. O que eu li foi que a moralidade sexual vai contra a liberdade, e cá não consigo relacionar uma coisa à outra. Nem o que os votos de castidade dos padres têm a ver com pedofilia. Aliás, acho essas explicações primárias e falaciosas.

Segundo o Catolicismo o papa é infalível, dogma definido no Primeiro Concílio do Vaticano de 1870, e declarar a Bíblia como falível também é contrário ao Catolicismo, pois esta é a palavra de deus, e para o Catolicismo deus não é falivel. É extremamente são reinterpretar-se e tecer-se raciocínios próprios, mas o totalitarismo Católico não o tem em bons olhos.
 
Um exemplo incrivel de barbaridade demonstrada nestas passagens é a associação de perca de virgindade ao rompimento do hímen. Essa hideonda ideia ainda hoje prevalece fruto essencialmente das religião cristã e islâmica. Ou a recompensa que uma mulher terá depois de ter sido violada, viver para toda a eternidade com o seu violador. Tudo visando o amor cristão. Doentio...

A moralidade sexual não vai contra a liberdade, muito pelo contrário. A moralidade pela liberdade é justa e saudável. É da Natureza Humana possuir moralidade suficiente para definir conceitos de bem e mal. Moralidade não é uma imposição de Infernos e Paraísos, é um factor tão antigo quanto o próprio Homem que veio a ser detorpado ao longo dos tempos pelas religiões e pelos estados totalitários.

Estudos neurológicos comprovam as disfunções mentais e físicas associadas a uma repressão libidinosa. Não é falacioso, é um facto. Este facto entra decisivamente em comportamentos desviantes e criminosos perpetuados por alguns padres.

Offline Luis Dantas

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #15 Online: 06 de Fevereiro de 2007, 04:02:59 »
Mais um motivo para que o que a Mimi chama de "católicos razoáveis" (eu pessoalmente preferiria "católicos com discernimento") existam. 

Já que os Padres não tem como um todo (há muitas exceções) conseguido cuidar a contento da própria doutrina, cabe então aos fiéis encorajá-los e, se preciso for, lhes tirar a escolha.
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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #16 Online: 07 de Fevereiro de 2007, 17:20:12 »
Mais um motivo para que o que a Mimi chama de "católicos razoáveis" (eu pessoalmente preferiria "católicos com discernimento") existam. 

Já que os Padres não tem como um todo (há muitas exceções) conseguido cuidar a contento da própria doutrina, cabe então aos fiéis encorajá-los e, se preciso for, lhes tirar a escolha.

É esse o grande problema da moderabilidade religiosa. Tratam a teologia como plasticina e vêm o que querem e não o que é defendido e usado como alicerce de uma religião. Torna-se assim uma parede de impedimento de critica aos ideais religiosos quando se plastifica a religião e se dá os conceitos que se quer. Se não forem usados os livros de deus, a teologia e as autoridades da doutrina dessa religião simplesmente deixámos de ter religião e passamos a ter outro tipo de vertentes. Essas vertentes quanto a mim são positivamente criadas, pois derivam da própria critica individual, e das necessidades de respostas às quais as religiões nada dizem e nada sustentam racionalmente. Mas se os caminhos encontrados diferem dos alicerces das religiões é justo chamar-lhes religão?

Offline Luis Dantas

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #17 Online: 07 de Fevereiro de 2007, 17:28:54 »
Mas o que são os alicerces da religião senão a capacidade crítica e compassiva de seus praticantes?  Certamente não serão meras palavras de escrituras!
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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #18 Online: 07 de Fevereiro de 2007, 18:12:57 »
Mas o que são os alicerces da religião senão a capacidade crítica e compassiva de seus praticantes?  Certamente não serão meras palavras de escrituras!

Religião é um fenomeno de grupo. Uma coesão social baseada em hierarquias de onde as linhas chaves de condução provêm dos picos e são mais ou menos "digeridas" pelas camadas inferiores. Não é um fenomeno indivual, pelo que a considerar individualidade de pensamento e liberdade de moldagem à mente de cada um teriamos espiritualidade e não religião. Sem clericalismo, sem livros supostos de conterem as palavras de deus, e sem linhas condutoras de ideais de massas não fará grande sentido falar de religião, especialmente se estivermos a falar de religiões totalitárias como o Catolicismo.
Se pegarmos em algo como o Budismo podemos encontrar algo deveras diferente, mas mesmo assim acente no mesmo pressuposto de massificação. Mas sendo o Budismo uma religião ateísta e não totalitária, é comum que casos de individualidade critica e de experiência própria sejam definidos pelas linhas de espiritualidade e não mais pelas linhas religiosas.
Não vejo qualquer tipo de sentido de denominar Catolicismo individual, quando o Catolicismo é tudo menos um conjunto de indivualidades.

Offline Luis Dantas

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #19 Online: 07 de Fevereiro de 2007, 18:35:17 »
Religião é um fenomeno de grupo. Uma coesão social baseada em hierarquias de onde as linhas chaves de condução provêm dos picos e são mais ou menos "digeridas" pelas camadas inferiores. Não é um fenomeno individual, pelo que a considerar individualidade de pensamento e liberdade de moldagem à mente de cada um teriamos espiritualidade e não religião.

Não, a doutrina imposta por uma hierarquia não é um atributo necessário em uma definição de religião. 

Se fosse, teríamos de inventar outro termo para  (por exemplo) a prática individual da Wicca, o que me parece sem propósito. 

Além do que, por essa lógica renovadores como Francisco de assis não seriam religiosos e sim alguma outra coisa (talvez "espiritualizados"?)  Sinceramente, isso não me parece mais do que afetação.  Quase parece construção de um espantalho para criticar no lugar da religião propriamente dita.

Citar
Sem clericalismo, sem livros supostos de conterem as palavras de deus, e sem linhas condutoras de ideais de massas não fará grande sentido falar de religião, especialmente se estivermos a falar de religiões totalitárias como o Catolicismo.

Aí é que está, o Catolicismo (principalmente em suas formas mais autoritárias) não é mesmo um bom exemplo de religião. 
 
Citar
Se pegarmos em algo como o Budismo podemos encontrar algo deveras diferente, mas mesmo assim acente no mesmo pressuposto de massificação. Mas sendo o Budismo uma religião ateísta e não totalitária, é comum que casos de individualidade critica e de experiência própria sejam definidos pelas linhas de espiritualidade e não mais pelas linhas religiosas.

Distinção muito artificial essa; o espaço para pensamento individual é o que caracteriza essa diferença entre "espiritualidade" e "religião" então?

Realmente, me parece que você está (conscientemente ou não) querendo construir um espantalho para criticar.

Citar
Não vejo qualquer tipo de sentido de denominar Catolicismo individual, quando o Catolicismo é tudo menos um conjunto de individualidades.

Em tese, seria.  Na prática, existe uma multidão de católicos "não-praticantes" e  de praticantes mais liberais que, por mais contraditório que possa parecer no papel, são bastante críticos em relação à doutrina e ao Papa.
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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #20 Online: 09 de Fevereiro de 2007, 07:04:14 »
Mais um motivo para que o que a Mimi chama de "católicos razoáveis" (eu pessoalmente preferiria "católicos com discernimento") existam. 

Já que os Padres não tem como um todo (há muitas exceções) conseguido cuidar a contento da própria doutrina, cabe então aos fiéis encorajá-los e, se preciso for, lhes tirar a escolha.
Yeah!!! Pelo catolicismo razoável e ateu JÁ! O último tirano com as tripas do último padre! :lol:

Na real, me digam QUAL católico do mundo leva tudo totalmente a sério? Já me disseram pra não abandonar de vez o barco e tentar desenvolver uma fé responsável e ADULTA... e é coisa da qual muita gente diz, nestes anos de "renovação carismática". RCC é a coisa mais  MENOS católica deste mundo, a coisa quiçá mais HERÉTICA que já pintou por essas bandas, e eles se dizem católicos.
Há que ver, ao mesmo tempo, um grupo de católicos que está crescendo em força e influência e é DEFINITIVAMENTE liberal, as "católicas pelo direito de decidir".

Quem faz a Igreja não é Roma, é a gente. Se eles quiserem eventualmente institucionalizar estas práticas, vá-lá que-seja, mas não é certo cobrar de uma pessoa que abra mão da sua identidade enquanto católica só porque tem gente maluca comandando.

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #21 Online: 09 de Fevereiro de 2007, 07:45:43 »
O católico foi obrigado a se tornar razoável para não ficar neurótico. Se a hierarquia da igreja não guia o rebanho, quem guia? Se as escrituras não são perfeitas e a hierarquia não as corrige com uma posição oficial, o que inspira os católicos? Deus, no coração de cada um, como no filme Stigmata? Ou, lentamente, o catolicismo razoável segue os conselhos razoáveis do laicismo?

Igreja sem dogmas me parece ser a construção de uma nova religião. Um pouco mais de imaginação e o novo catolicismo se assemelhará ao esoterismo.
A Irlanda é uma porca gorda que come toda a sua cria - James Joyce em O Retrato do Artista Quando Jovem

Offline Luis Dantas

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #22 Online: 09 de Fevereiro de 2007, 09:06:37 »
O católico foi obrigado a se tornar razoável para não ficar neurótico. Se a hierarquia da igreja não guia o rebanho, quem guia? Se as escrituras não são perfeitas e a hierarquia não as corrige com uma posição oficial, o que inspira os católicos? Deus, no coração de cada um, como no filme Stigmata? Ou, lentamente, o catolicismo razoável segue os conselhos razoáveis do laicismo?

Boas perguntas, embora talvez no fim das contas as respostas não importem muito.  Para efeitos práticos quase não faz diferença.
 
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Igreja sem dogmas me parece ser a construção de uma nova religião.

Historicamente, de fato é o que acontece com frequência.  Não é nem mesmo necessário querer remover os dogmas "per se", basta questionar alguns que tenham relevância prática.

Citar
Um pouco mais de imaginação e o novo catolicismo se assemelhará ao esoterismo.

Ou ao Humanismo Secular, por que não?  Se estamos falando de questionar os dogmas...
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #23 Online: 09 de Fevereiro de 2007, 12:18:45 »
O católico foi obrigado a se tornar razoável para não ficar neurótico. Se a hierarquia da igreja não guia o rebanho, quem guia? Se as escrituras não são perfeitas e a hierarquia não as corrige com uma posição oficial, o que inspira os católicos? Deus, no coração de cada um, como no filme Stigmata? Ou, lentamente, o catolicismo razoável segue os conselhos razoáveis do laicismo?

Igreja sem dogmas me parece ser a construção de uma nova religião. Um pouco mais de imaginação e o novo catolicismo se assemelhará ao esoterismo.
Sem dogmas e líderes manipuladores a religião tende a morrer, já que seus princípios se modificam. Assim se torna outra coisa.

Offline Luis Dantas

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Re: Igreja e o ensino da castidade
« Resposta #24 Online: 09 de Fevereiro de 2007, 12:35:03 »
A história mostra claramente que religiões tendem a "se transformar em outra coisa" com muito mais frequência do que morrem, Foxes.  Até mesmo o Portão de Luz Celestial continua ativo, e olhe que é uma das religiões mais unanimemente repudiadas que já existiram.

E acontece que essas "outras coisas", simplesmente, são também religiões.  Religião não é só dogma.

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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

 

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