É mais problemático do que em geral se reconhece, categorizar e estereotipar todo um segmento da população em função de suas crenças ou descrenças religiosos. Especialmente quando esse grupo é tão heterogêneo e diverso quanto a subcultura dos não-teístas, uma parcela da sociedade que não reconhece líderes, dogmas e nem doutrina; exceto pela descrença compartilhada e pontual na existência de uma entidade sobrenatural, inteligente e consciente tal qual a figura de Deus pessoal é classicamente idealizada pelas religiões abraâmicas modernas, nenhuma crença é formalmente requerida daqueles que se identificam com essa filosofia, de forma que esse não é um grupo coeso e organizado como se observa com os fiéis das religiões tradicionais. Entretanto, pode-se observar alguns padrões de comportamento comuns a eles, como um interesse maior pela ciência e pela filosofia como ferramentas para compreensão dos fenômenos da natureza e da sociedade e como fonte de referência sobre o que é uma conduta moral. Ao contrário do que supõem os preconceitos populares, entretanto, não existe entre os descrentes uma predileção pela ideologia comunista, embora seja observada entre a maioria deles uma ligeira inclinação em favor de políticas socialmente liberais. Nesse contexto cabe questionar: existiriam traços de personalidade implícito comuns que embora não enunciados sejam mais típicos e encontrados com frequência nessas pessoas? Existiriam elementos na psique que teriam influência na propensão de alguém a ser ateu?