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TERRACorte julga militar que se negou a ir ao Iraque
Segunda, 5 de fevereiro de 2007, 19h47
Uma corte marcial americana começou nesta segunda-feira a examinar o caso do tenente Ehren Watada, primeiro oficial da ativa a se negar a viajar para o Iraque, transformando-se no símbolo de organizações pacifistas.
Watada declarou-se inocente na abertura do processo judicial às 9h (15h no horário de Brasília) perante o tribunal da base militar de Fort Lewis, 70 km ao sul de Seattle, a grande cidade do Estado de Washington (noroeste), constatou uma correspondente da AFP.
Na base, resguardada por um imponente cerco policial, cerca de 20 pessoas se reuniram para expressar seu apoio ao militar. Outras manifestações ocorreram em Nova York e Los Angeles, entre elas uma na frente da Casa Branca em Washington.
Ehren Watada, de 28 anos, que se alistou no Exército em 2003, negou-se em junho de 2006 a partir com sua unidade para o Iraque, argumentando publicamente objeção de consciência.
Agora o militar será julgado por sua recusa em viajar em missão ao país em guerra e por suas declarações, qualificadas de "comportamento impróprio para um oficial".
"Ao ler a quantidade de mentiras que a administração Bush utilizou para iniciar esta guerra, fiquei emocionado (...). Se o Presidente (Bush) pode trair minha confiança, agora é meu momento de revisar o que ele está me pedindo para fazer", declarou o tenente, de acordo com a ata de acusação.
Ehren Watada, que pode ser condenado a até quatro anos de prisão, é o primeiro oficial do exército americano a desobedecer publicamente uma ordem de deslocamento para o Iraque.
Segundo a organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, três soldados rasos americanos já foram condenados a penas de 12 a 15 meses de prisão por terem se negado a participar da guerra nesse país do Oriente Médio.
Enquanto o Exército insiste no fato de que um soldado tem que respeitar a linha de comando e não pode escolher sua guerra, Watada estima que a Constituição o autoriza a não cumprir uma ordem ilegal.
AFP