Eu fiz essa pergunta em outro fórum, e foi lá que obti a melhor generalização explicativa sobre o que faz os "bad boys" fascinarem as mulheres.
Eis aí, a tese:
"Bad boy
trangressão
liberdade
> prazer
Eis aí, no meu entendimento, a relação que demonstra o porquê de algumas moças (não todas; ninguém ouviu todas) preferirem "caras do mal".
A vida em sociedade é pautada em regras desde o nosso nascimento. Desta forma, somos prematuramente tolhidos em diversos aspectos de nossa natureza psíquica.
Prazer e realidade, ora se confrontam, ora se abraçam. O sacrifício do prazer em benefício da construção de uma 'realidade' é uma constante. E os prazeres/desejos não libertos vão se acumulando à espera da tão sonhada/fantasiada satisfação.
Quando surge quem transgrida esse contexto psico-social, de pronto este indivíduo é taxado como sendo 'o anti-social', 'the bad guy', 'hentai', 'marginal', 'rebelde', 'iconoclasta', etc… (não vou entrar aqui no mérito da questão do sujeito realmente ser ou não o que dizem e se o que ele faz ou deixa de fazer vai colaborar com o progresso social).
Todavia, se existe quem os condene, há quem os idolatre, pois eles se tornam símbolos palpáveis (ainda que de papel) da liberdade tão almejada pelos homens no cotidiano; símbolos do 'eu posso' (poder) 'fazer' (de realização) 'o que bem entender a qualquer hora em qualquer lugar' (além do tempo e do espaço). E isso do ponto de vista psicológico é muito forte e cativante. O encontro do prazer contido, ansioso pelo romper dos grilhões impostos pelo meio, com o prazer manifesto, irresponsável e debochado do 'bad boy', produz um encanto envolvente, porque não dizer hipnótico, que contagia e fascina.
As mulheres e os homens acabam admirando, e cobiçando, a 'liberdade' de uma pessoa com este potencial de transgressão. Passam a imaginar, boquiabertos, como seria uma vida ao lado de alguém 'tão livre', ou mesmo, como seriam suas vidas se fossem como 'ele'.
'Ele é tudo aquilo (coisificação do indivíduo) que eu sempre quis (meus desejos de prazer são semelhantes aos dele, embora eu ainda não os tenha realizado) ser.'
Mas em seguida, vem o choque com a realidade e o olhar pra trás, o despertar doloroso. A comparação entre paradigmas torna-se, então, inevitável, ainda que breve ou tardia. Alguns fraquejam, vacilam, perdem noites de sono (arrependidos ou ansiosos), indo e vindo, errando e recaptulando as experiências vividas ao lado dos 'libertos por opção'."