Publicado em 25/8/2006 12:08:09
Reunião em Tokyo discute pirataria mundial
Falsificação de produtos é uma das principais fontes de financiamento do terrorismo internacional
Tokyo - Efe
A falsificação de produtos de consumo é uma das principais fontes de financiamento do terrorismo internacional, denunciou na quinta 24 a Associação Mundial de Detetives, que concluiu em Tokyo sua reunião anual.
Representantes de agências de detetives de todo o mundo se reuniram durante a semana na capital japonesa para estudar a situação atual do setor da pesquisa privada, com um enfoque especial aos novos desafios decorrentes do terrorismo internacional e seus métodos de financiamento.
Nessas reuniões falou-se das empresas utilizadas para a lavagem de dinheiro, as transferências feitas a paraísos fiscais sob segredo bancário, as fundações aparentemente não lucrativas que na realidade sustentam grupos criminosos e principalmente o financiamento através da pirataria de bens.
"O terrorismo está sendo financiado em parte com a falsificação de produtos", afirmou Francisco Marco, diretor geral do "Método 3" (a maior agência de detetives da Espanha) e representantes dos investigadores particulares espanhóis no encontro.
"Método 3" foi a agência que descobriu em 2004, em Luxemburgo, o paradeiro do espião e ex-agente do Ministério do Interior espanhol, Francisco Paesa, que era considerado morto desde 1998.
No entanto, como destaca a diretoria, a especialização da empresa - que este ano cumpre 20 anos de existência - é a coleta de provas judiciais em casos de concorrência ilegal e os serviços a grandes empresas.
Nesse sentido, Marco levou à reunião de Tokyo, a experiência do "Método 3" em temas como as patentes, a espionagem industrial e a falsificação de marcas, onde a presença de grupos de crime organizados a nível internacional é cada vez mais evidente.
"Cerca de 90% dos fundos colhidos pelas organizações terroristas é para sua manutenção e apenas 10% pra cometer atos terroristas definidos", disse Marco, ao destacar que esse dinheiro é proveniente de atividades lucrativas como a falsificação de produtos.
Segundo Marco, "existem cerca de 20 organizações falsificadoras, as fábricas desses produtos falsos não são tantas e o fornecedor do material costuma ser o mesmo."
É por isso, acrescentou, que é possível que grupos terroristas coincidam na hora de abastecer-se.
Essas relações no financiamento de organizações terroristas também valem para o mercado latino-americano. Marco, doutor em direito, também se referiu ao Oriente Médio na hora de explicar a entrada de moedas para encobrir o material bélico. "É preciso que os governos ocidentais tomem medidas mais rigorosas contra a pirataria e a falsificação. O Oriente deve abrir os olhos diante desse tema."
É por isso, disse, que "não só é preciso concentrar-se na luta direta contra o terrorismo, mas também, fundamental descobrir a trama dessas redes e seu financiamento."