Autor Tópico: Religião sem dogmas?  (Lida 9343 vezes)

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Offline Leafar

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #25 Online: 04 de Maio de 2007, 23:22:20 »
No meio de tanta retórica, Leafar, surgiram algumas "dúvidas".

Então "verdades aquiridas" são imutáveis… questionáveis mais imutáveis… elas não são necessariamente lógicas, só imutáveis… mas questionáveis…  :vergonha:
Verdades são sempre imutáveis. Mas as pessoas muitas vezes não as compreendem ou não as aceitam e, portanto, as questionam. 2+2=4 é uma verdade imutável, a DE a aceita como um dogma. Mas quem não entender e quiser questionar o "porquê", é livre para fazê-lo. E se alguém quiser ainda rejeitar a explicação e não aceitar a proposta como verdadeira é igualmente livre para fazê-lo.

O Espiritismo, assim como todas as outras doutrinas filosóficas, tem as suas bases fundamentais, ou os seus dogmas, como queiram. Não há nada demais em se ter dogmas verdadeiros (como 2 e 2 são 4). O problema é quando se tem dogmas falsos, ou seja, que não correspondem à realidade.

De qualquer forma um espírita que rejeite, por exemplo, a reencarnação, pode continuar, se quiser, se qualificando como espírita. Ninguém o impedirá. Mas isso será visto como um sinal de incoerência. Melhor seria professar um sistema filosófico mais adequado ao modo de pensar, ou quem sabe até fundar um novo sistema filosófico.

Citação de: Nina
Na prática, que diferença há entre dogmas imutáveis e inquestionáveis? Além do masoquismo de questionar algo que não é passível de mudança, não vejo nenhuma. você pode racionalizar o que quiser, se é imutável, não adianta queimar fosfato.
Adianta sim. As verdades são sempre imutáveis. A questão está somente em saber onde elas estão. Nós dizemos que as nossas bases são algumas das verdades adquridas. Ainda que fossem, você acreditaria só por eu lhe dizer? Acho que não, não é? Então tem que queimar fosfato e racionalizar para tentar saber se as "verdades" que eu apresento são verdades de fato.

Citação de: Nina
Vocês podem até afirmar que estas "verdades adquiridas" não são verdade apenas porque Kardec disse que eram estes os dogmas da DE (que são imutáveis). Mas vocês não as consideram verdades imutáveis?
Sim, como 2 e 2 são 4. Mas não é só porque Kardec disse, e sim porque racionalizamos a respeito. Entretanto, nenhuma garantia há de algum "Ser supremo" que o que racionalizamos sejam verdades de fato. A nossa razão também pode se enganar. Mas não se preocupe, pois ninguém será condenado só por isso.

Citação de: Nina
Então, mais uma vez vem a pergunta que não cala: que diferença faz dizer que não é verdade, se vocês a julgam assim e ela é imutável (portanto, absoluta)? Liberdade de aceitação todas as religiões têm. Você aceita os dogmas e fica ou não aceita e procura outra. Há inúmeros produtos nas prateleiras do supermercado da fé… e bastante gente gosta de comprar mais de um de cada vez (talvez por garantia…).
É verdade. Cada um compra o que quer. Mas uma compra errada sempre acabará num resultado inconveniente. E assim aprendemos, às custas dos erros. Alguns são mais espertos e procuram aprender com os erros dos outros. Todas as opiniões são colocadas num caldeirão e é nossa responsabilidade selecionar as certas. Mas não se é condenado por não acertar sempre.

Entretanto, pode-se ser condenado por não tentar acertar. Numa prova de múltipla escolha é eliminado o candidato que escolhe mais de uma opção, pois isso representa fraqueza de convicção e preguiça de buscar o melhor caminho. Vê-se isso aos montes: espíritas acendendo velas para santos, católicos utilizando-se de práticas espíritas enquanto a igreja condena o Espiritismo, etc… Essas pessoas dão péssimos exemplos. Como acertadamente disse O Dr. Boaventura Kloppenburg no seu livro O Espiritismo no Brasil - Orientação para Católicos, Vozes - 1960, Introdução pág. 6:

"Esta situação não pode continuar. Se a causa da confusão é apenas a ignorância, então o remédio estará na instrução, no esclarecimento, na orientação…

…Não queremos destruir o espírita, o umbandista, o esoterista ou o maçon; mas faremos tudo para acabar com o católico-espírita, o católico-umbandista, o católico esoterista, o católico maçon.

"Nosso mal é a indecisão. Nem pró nem contra. Nem frios nem quentes. Mornos! "Oxalá fôsses frio ou quente", diz o Senhor, "mas porque és môrno, nem frio nem quente, estou para te vomitar da minha bôca (Apoc 3,16)."


Eu concordo com o autor, apesar de ser um adversário. Quem defende ao mesmo tempo sistemas contraditórios entre si é morno. Isso causa problemas tanto do lado de lá como do lado de cá.

Citação de: Nina
Não disse que todos os dogmas do espiritismo oscilam com o vento. Disse que aqueles que usam para dar roupagem moderna e atual à doutrina costumam ser trocados, sempre que não são mais úteis ou que a ciência os prova mentirosos.
Que eu saiba usamos ainda a mesma literatura codificada por Kardec no século XIX.

Citação de: Nina
Faz o seguinte, pega o Livro dos espíritos e dá uma lidinha, por exemplo. Você diria que tudo que está escrito lá é válido?
Não me lembro de algo que já tenha sido finalmente refutado. Se foi, não é com certeza em algum ponto fundamental que inviabilize a doutrina espírita.

Citação de: Nina
Não é nele que constam as verdades contadas pelos espíritos ao próprio Kardec?
Sim. Mas não se esqueça que a codificação espírita teve a colaboração humana. Kardec recebia várias comunicações e cabia a ele selecionar as que considerava verdadeiras e identificar as falsas. Quem é espírita, implicitamente afirma que concorda com suas escolhas e conclusões.

Citação de: Nina
E Leafar, neste mundo que existe de fato, ciência atual é a restrita pelo método científico sim. Qualquer coisa que não cubra as predições do método e da filosofia científica atual podem ser qualquer coisa (pseudociência, ciência patológica e charlatanismo), mas não é ciência. Se vocês não são capazes de repetir experimentos é porque o acaso está em pé de igualdade com sua "teoria".
Pode ser. Mas o acaso, que é outra teoria, não exclui a nossa teoria. Como você mesma disse, estamos até agora, pelo menos em pé de igualdade.

E infelizmente não é você que arbitra o que pode ou o que não pode ser considerado ciência.

Citação de: Nina
Detalhe:

Citar
Mas eu entendo ciência como tudo aquilo que trata do estudo e da pesquisa de conhecimentos verdadeiros, ou que pelo menos podem ser verdadeiros. Ora, a existência dos espíritos é um fato, mas ainda que não fosse, é no mínimo hipotético, haja vista a quantidade de pessoas que afirmam manter contatos com espíritos.

Infelizmente você tem uma definição particular de ciência que se adequa a suas limitações, e é por isso que espíritas não são levados a sério, justamente pela falta de critério.

Quanto à falácia ad numerum, só um lembrete daquela respostinha que todos gostamos de ver de vez em quando: "coma merda, afinal, milhões de moscas não podem estar enganadas".  :papel:
Palavras fortes para uma moça que parece bem educada!

Eu não usei a falácia ad numerum. Usaria se eu dissesse que "o Espiritismo é verdade porque muitas pessoas acreditam nele". Mas não foi isso que eu disse. Eu disse que o fato de muitas pessoas afirmarem já ter tido contatos com espíritos, torna a sua existência uma hipótese válida. "Hipótese" é diferente de "Verdade". E como a existência dos espíritos ainda é hipoteticamente válida, o seu estudo e investigação (que é o que o Espiritismo faz) pode ser considerado ciência. Para descartar o Espiritismo como ciência, é preciso antes desqualificar o objeto do seu estudo como hipótese.

Citação de: Nina
Citar
Quem discorda, é só provar que espíritos não existem e nem jamais poderiam existir. Aí o estudo deixa de fazer sentido e o Espiritismo deixa imediatamente de ser uma ciência.

Não mesmo… Provem vocês que existem espíritos, e aí, quem sabe, o espiritismo pode passar a ser visto como ciência.

 :ok:
Infelizmente, como já disse antes, não é você que arbitra isso.

Um abraço.
« Última modificação: 04 de Maio de 2007, 23:40:39 por Leafar »
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Offline Leafar

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #26 Online: 04 de Maio de 2007, 23:32:43 »
Por favor, Leafar. Dê uma lida na lista de falácias que pode ser encontrada aqui. Só para indicar uma, por exemplo, você cometeu uma falácia bastante comum que é a inversão do ônus da prova.

Pelas regras do fórum o uso de falácias é proibido. Não que realmente esperamos de todos argumentos de todos os foristas sejam 100% lógicos e conseqüentemente livre de falácias, mas bem, essa proibição funciona de modo a forçar que os debates conduzam da forma mais bem argumentada possível.

Grato. :)

Aqui:
Citação de: Leafar
Quem discorda, é só provar que espíritos não existem e nem jamais poderiam existir. Aí o estudo deixa de fazer sentido e o Espiritismo deixa imediatamente de ser uma ciência.

Exigir que alguém prove que espíritos não existem é inverter o ônus da prova. Vocês alegam que existe, provem.

O ad numerum a Nina já apontou.
Acho que já está bem explicado à Nina acima. Só vou reforçar...

Eu não sugeri que provassem falsos os espíritos para desqualificar o Espiritismo como verdade. Eu sugeri que provassem falsos os espíritos para desqualificar o Espiritismo como hipótese.

A falácia está em se dizer: "É verdade até que provem o contrário.", e não em se dizer "É hipótese até que se prove o contrário".

Caso discordem, coloquem seus argumentos e rediscutimos a questão.

Um abraço.
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Offline Luis Dantas

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #27 Online: 05 de Maio de 2007, 00:40:51 »
Ah, mas QUEM está alegando verdade até que se prove o contrário mesmo, Leafar? :)
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Offline Leafar

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #28 Online: 05 de Maio de 2007, 00:48:51 »
Eu não fui.

O que eu disse é que já considero certas coisas como verdades intimamente, pois já racionalizei a respeito, mas que trato aqui como hipóteses para não exaltar os ânimos.

Se eu deixei algo a entender diferente disso, eu me expressei mal. Me apontem que eu me retrato sem problemas. Às vezes eu escrevo com pressa e passo um mal entendimento.

Um abraço.
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Offline Luis Dantas

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #29 Online: 05 de Maio de 2007, 00:55:06 »
Eu não fui.

Não?  Pois a sua inversão do ônus da prova parte exatamente desse ponto.

Citar
O que eu disse é que já considero certas coisas como verdades intimamente, pois já racionalizei a respeito, mas que trato aqui como hipóteses para não exaltar os ânimos.

Quanta bondade...
digo, você percebe o que está dizendo? 

Que se julga dono da verdade e nos responsabiliza pela SUA arrogância e pretensão.
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Offline Nina

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #30 Online: 05 de Maio de 2007, 01:57:23 »
O uso de palavras fortes não é sinônimo de falta de educação. Às vezes é preciso usá-las quando o interlocutor é mais "cabeçudo".

Quanto ao seu dogma, 2+2=4.... Isso é fato, não dogma. Dogma é espírito, que não é factual. Se fosse fato, HAVERIA EVIDÊNCIAS.

Veja no dicionário a diferença entre dogma, verdade e fato.

E quanto a dizer que a masturbação mental de questionar algo imutável ser útil... tem gente que gasta energia em coisa mais útil... por exemplo, lendo ciência, e não livros codificados por espíritos que não existem no mundo real. Cada um conforme o que lhe é possível...

Citar
Não me lembro de algo que já tenha sido finalmente refutado. Se foi, não é com certeza em algum ponto fundamental que inviabilize a doutrina espírita.
Sim. Mas não se esqueça que a codificação espírita teve a colaboração humana. Kardec recebia várias comunicações e cabia a ele selecionar as que considerava verdadeiras e identificar as falsas. Quem é espírita, implicitamente afirma que concorda com suas escolhas e conclusões.

Leafar, não preciso comentar mais nada além destes trechos. Eles provam o que eu disse no primeiro tópico, que se a ciência mostra que seus dados são errados, vocês espíritas simplesmente arrumam desculpas e "vestem outro casaco".

O resto é retórica barata.

Fico confusa apenas com o fato de você aceitar que não-repetibilidade das experiências coloca a "hipótese espírita" em pé de igualdade com o acaso e não aceitar que o materialismo, que explica estes fenômenos com repetibilidade, falseabilidade e todos as outras premissas do método científico, o que significa que neste caso o acaso pode estar descartado. É fazer tanta força para crer numa coisa tão mágica, que chega a ser mais idiota que a masturbação mental do questionar o imutável (nem que seja para auto-convencimento, como você disse).

Falar que o livro dos espíritos não tem erros chega a ser desonesto... dar desculpas de que há interferência humana na codificação, por sua vez, beira o vergonhoso. Mas eu me envergonharia mesmo da sua postura... Leia sua literatura base, Leafar. Leia os trechos em que ela se traveste (mal) de ciência.

Citar
Infelizmente, como já disse antes, não é você que arbitra isso.

Não, a lógica o faz, e muito bem. Mas eu, nem ninguém que saiba português neste fórum aceitará a inversão do ônus da sua parte.

E sobre materialismo, não encare o termo tão pejorativamente como a maioria dos espíritas faz... "materialista é alguém ruim, que vai ficar grudado ao corpo depois do desencarne".... OH, que hipótese mágica linda que necessita de ainda mais fé que as demais...
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Leafar

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #31 Online: 05 de Maio de 2007, 02:01:26 »
Luís,

Você pode gostar ou não da minha postura. É um direito seu.

A questão é que fui acusado de infringir uma das regras do fórum, que é a de cometer falácias. Me defendi dizendo que não usei. Se discorda, exponha as suas razões, preferencialmente usando de citações de meus posts anteriores para facilitar o meu trabalho de identificação do meu possível erro.

Um abraço.
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Offline Luis Dantas

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #32 Online: 05 de Maio de 2007, 02:08:40 »
Luís,

Você pode gostar ou não da minha postura. É um direito seu.

Sem dúvida, mas não é isso que está em pauta; nem importa se eu gosto da sua postura, e sim se ela faz sentido lógico, se é intelectualmente honesta, se respeita a responsabilidade de provar o que diz.

Se o fizesse, minhas inclinações emocionais nem seriam levantadas.  Mas como não é esse o caso, realmente só lhe resta apelar para o apelo emocional para tentar conseguir apoio.

Citar
A questão é que fui acusado de infringir uma das regras do fórum, que é a de cometer falácias.

Não foi acusado; você cometeu.

Citar
Me defendi dizendo que não usei. Se discorda, exponha as suas razões, preferencialmente usando de citações de meus posts anteriores para facilitar o meu trabalho de identificação do meu possível erro.

Ora, Atheist e Nina estão fazendo isso há vários posts.  Você até respondeu alguns desses posts.  Não conseguiu entender o que eles disseram?  Foram tão didáticos.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Atheist

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #33 Online: 05 de Maio de 2007, 02:09:11 »
Eu não sugeri que provassem falsos os espíritos para desqualificar o Espiritismo como verdade. Eu sugeri que provassem falsos os espíritos para desqualificar o Espiritismo como hipótese.

Está escrito com todas as letras que você escreveu que quem discorda deve provar que espíritos não existem. É isso que está escrito. Não distorça!

Retornando, o ônus de provar que espíritos existem é de quem alega que eles existem! É muito difícil entender isso? Não são os céticos que precisam provar que os espíritos não existem ou que são falsos (embora muitos já o tenham feito).

Citação de: Leafar
A falácia está em se dizer: "É verdade até que provem o contrário.", e não em se dizer "É hipótese até que se prove o contrário".

Então a existência de espíritos é uma hipótese, não um fato?

Se é uma hipótese, porque vocês não fazem experimentos bem conduzidos, pelo método científico, passíveis de reprodução, para apresentar algum fato que comprove a hipótese? Se isso não é feito, ou não pode ser feito, é necessário que parem de chamar a ciência em vão. Parem de falar de glândula pineal e perispírito, por exemplo. Glândula pineal é óbvio que sabemos que existe, mas daí a ela fazer a "ligação do corpo com o espírito" como vocês alegam é muita piração! Onde estão as evidências?

Enfim, se não é um fato, por que vocês vendem aos fiéis como sendo um fato?

Offline Nina

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #34 Online: 05 de Maio de 2007, 02:12:16 »
Citar
Se é uma hipótese, porque vocês não fazem experimentos bem conduzidos, pelo método científico, passíveis de reprodução, para apresentar algum fato que comprove a hipótese?

Essa eu sei! Essa eu sei!!!! Me escolhe, vai!!!

É porque não são os céticos que devem dizer o que é ciência, mas os espíritas, como o Leafar sugeriu alí em cima na resposta a mim!

:sim:
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Leafar

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #35 Online: 05 de Maio de 2007, 03:20:38 »
Nina,

Vamos ver então no dicionário:

Dogma: Ponto fundamental e indiscutível de uma doutrina ou sistema;
Fato: o que é real;
Verdade: conformidade com a realidade.

Vamos ver como se aplica a 2+2=4: é fato porque é facilmente demonstrado. É verdade porque sua explicação está em conformidade com a realidade. E pode ser igualmente considerado dogma porque é fundamental e indiscutível, não em um sistema, mas em qualquer sistema.

Transportando isso para o conceito de reencarnação: ou ela ocorre ou não ocorre. Não há meio termo.

Se ocorre, então exatamente como 2+2=4, é um fato porque poderá ser demonstrado, uma verdade porque sua explicação estará em conformidade com a realidade, e é ou será dogma, não de um, mas de qualquer sistema, porque em sendo fato é fundamental e indiscutível.

Se não ocorre, então não é fato, nem verdade e, se for considerado dogma, é necessariamente falso e qualquer sistema que se apoiar sobre isso desmorona. Aí está o nosso risco.

Nós consideramos a reencarnação um fato. Já temos elementos suficientes que nos convencem disso, e, portanto, consideramos a reencarnação um dogma espírita, igual ao 2+2=4.

Citação de: Nina
Fico confusa apenas com o fato de você aceitar que não-repetibilidade das experiências coloca a "hipótese espírita" em pé de igualdade com o acaso e não aceitar que o materialismo, que explica estes fenômenos com repetibilidade, falseabilidade e todos as outras premissas do método científico, o que significa que neste caso o acaso pode estar descartado. É fazer tanta força para crer numa coisa tão mágica, que chega a ser mais idiota que a masturbação mental do questionar o imutável (nem que seja para auto-convencimento, como você disse).
Esse seu parágrafo ficou um pouco confuso. Mas se eu entendi bem...

Em primeiro lugar, eu não nego a veracidade de nenhum fenômeno que pode ser testado pela repetitibilidade. Para mim é o método mais seguro e deve ser usado preferencialmente. Se pode ser repetido por qualquer um em igualdade de condições, para mim é fato e ponto final. Acho que nisso concordamos. Já a falseabilidade é outra história. O fato de podermos falsear um fenômeno não significa que o fenômeno original seja falso. O fato de alguém habilidoso em photoshop poder produzir fotos idênticas às de William Crookes, não significa necessariamente que as fotos dele sejam falsas (embora possam até ser).

Concordo também que o acaso ocorre onde há o acaso: num jogo de dados, na distribuição dos grãos de areia num deserto, etc... Mas eu não tenho conhecimento de nenhum experimento capaz de demonstrar que do acaso possa surgir inteligência. Fico imaginando como seria um debate entre dois computadores (que são os melhores desenvolvimentos humanos até hoje), largados a si mesmos, discutindo entre si e sem intervenção humana, questões morais e filosóficas. Ainda que suas memórias fossem carregadas com toda a filosofia e preceitos morais já elaborados até hoje, como saber distinguir a verdadeira moral da falsa moral; a verdadeira filosofia da falsa filosofia, sem ninguém o pré-informar o que deve considerar certo ou errado? Não estou dizendo que seria impossível, pois não sei até onde pode chegar a tecnologia humana, mas pelo menos até hoje ainda não vi nenhuma demonstração a esse respeito. Quando houver, eu aceito colocar o acaso em nível acima da "hipótese espírita".

Citação de: Nina
Falar que o livro dos espíritos não tem erros chega a ser desonesto… dar desculpas de que há interferência humana na codificação, por sua vez, beira o vergonhoso. Mas eu me envergonharia mesmo da sua postura… Leia sua literatura base, Leafar. Leia os trechos em que ela se traveste (mal) de ciência.
Eu já li toda a obra de Kardec, inclusive os doze anos da Revista Espírita. Não há nada que você possa colocar que eu já não tenha visto, embora eu não possa relacionar tudo de cabeça.

Talvez você possa refrescar a minha memória, quem sabe naquele velho tópico "Crenças pseudo-científicas da DE", para não desvirtuar este. Não precisa colocar todos, basta um ou dois casos para discutirmos. Mas só lembre que o fato de muitas vezes não podermos comprovar um ensinamento nos moldes científicos exigidos não significa que já tenham sido refutados como impossibilidades. Cite algum que definitivamente já foi refutado. Então veremos, em primeiro lugar, se procede a afirmativa; e em segundo lugar que impacto isso teria na DE.

Citação de: Nina
E sobre materialismo, não encare o termo tão pejorativamente como a maioria dos espíritas faz… "materialista é alguém ruim, que vai ficar grudado ao corpo depois do desencarne"… OH, que hipótese mágica linda que necessita de ainda mais fé que as demais…
Eu só me responsabilizo pelas coisas que escrevo. Eu sou da tese que só fica preso ao corpo após a morte aqueles que têm demasiado apego aos bens e aos gozos materiais. Eu disse "demasiado", porque uso e fruto moderado não é nenhum pecado. Eu nunca disse que não poderiam existir materialistas desapegados. E eu já disse que existem religiosos que são apegados, como essas igrejas que vivem buscando as "bençãos da Terra".

Já disse também em outro tópico que o materialista bom tem mais mérito que o religioso bom, pois o religioso sabe que espera alguma recompensa e o materialista não espera nada e faz o bem por completa abnegação ao próximo.

O materialismo para mim é uma crença, nada mais, que por si só é nefasta. Mas isso não significa que eu pense que o materialista seja mau.

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #36 Online: 05 de Maio de 2007, 03:39:17 »
Citação de: Atheist
Então a existência de espíritos é uma hipótese, não um fato?
Acho que aqui então chegamos a um consenso sobre o que seria falácia ou não? O que eu disse na citação anterior é similar a este.

E já disse que aqui neste fórum eu considero o Espiritismo hipotético, embora eu tenha a convicção que não o seja. É simplesmente uma questão de respeito às regras da casa, pois não posso fornecer as evidências de veracidade nos moldes em que são exigidos aqui.

Citação de: Atheist
Se é uma hipótese, porque vocês não fazem experimentos bem conduzidos, pelo método científico, passíveis de reprodução, para apresentar algum fato que comprove a hipótese? Se isso não é feito, ou não pode ser feito, é necessário que parem de chamar a ciência em vão. Parem de falar de glândula pineal e perispírito, por exemplo. Glândula pineal é óbvio que sabemos que existe, mas daí a ela fazer a "ligação do corpo com o espírito" como vocês alegam é muita piração! Onde estão as evidências?
Experiências são feitas várias. Mas não podem ser repetidas em igualdade de condições com os mesmos resultados, pois o objeto de estudo é inteligente e tem vontade própria. É uma limitação do processo, goste você ou não. Há outros meios de se atingir a verdade sem ser a repetitibilidade absoluta. Senão, o que seria da economia, da psicologia e de outras ciências humanas?

Citação de: Athest
Enfim, se não é um fato, por que vocês vendem aos fiéis como sendo um fato?
Nós não vendemos. Nós só opinamos, expomos nossos argumentos, e quem quiser que se junte a nós. Quem não quiser, que vá em paz. Nós somos uma das poucas doutrinas no mundo que não dizemos: "Fora do Espiritismo não há salvação." Ninguém será condenado por não ser espírita. Em nossa opinião só se é condenado por ser mau, nada mais.

O Espiritismo veio como ferramenta para facilitar a nossa caminhada. Quem acha que há ferramentas melhores, sirva-se delas e muito boa sorte.

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #37 Online: 05 de Maio de 2007, 03:48:51 »
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Se é uma hipótese, porque vocês não fazem experimentos bem conduzidos, pelo método científico, passíveis de reprodução, para apresentar algum fato que comprove a hipótese?

Essa eu sei! Essa eu sei!!!! Me escolhe, vai!!!

É porque não são os céticos que devem dizer o que é ciência, mas os espíritas, como o Leafar sugeriu alí em cima na resposta a mim!

:sim:

Não transceda a minha resposta e não coloque na minha boca palavras que eu não disse. O fato de eu dizer que você não arbitrava não significa que eu quis dizer que eram os espíritas que arbitravam. Eu não ignorei a coletividade.

Quem arbitra é a opinião geral, na qual a minha opinião e a sua somente pesam na balança com um voto cada. Nós temos muitos homens de ciência do nosso lado. Eu acho que não são tão numerosos quanto os que estão do seu lado, mas essa unanimidade de rejeição dos fenômenos ditos espirituais que afirmou acima, não existe.

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Offline Nina

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #38 Online: 05 de Maio de 2007, 04:03:00 »
Amiguinho, opinião geral não arbitra o que é Ciência não... não é uma questão de democracia, de popularidade.

É por estas e outras que você não sabe a diferença entre algo ser falso e ser falseável.

Em ciência não existe "estar do lado" de céticos ou espíritas. Ciência não é feita para provar religiões.
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Atheist

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #39 Online: 05 de Maio de 2007, 04:08:51 »
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Talvez você possa refrescar a minha memória, quem sabe naquele velho tópico "Crenças pseudo-científicas da DE", para não desvirtuar este. Não precisa colocar todos, basta um ou dois casos para discutirmos.

Vou deixar o restante para a Nina, mas este eu assumo:

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Livro dos Espíritos, cap. 2, questão 34:

As moléculas têm uma forma determinada?
Sem dúvida, as moléculas têm uma forma determinada, mas não é para vós apreciável

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mol%C3%A9cula

Preciso responder?

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Livro dos Espíritos, cap. 3, questão 55:

Todos os globos que circulam no espaço são habitados?
Sim...

Até agora nada... E já fomos até a lua, trouxemos centenas de quilogramas de rochas e nada!

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Livro dos Espíritos, cap. 3, questão 46:
Existem, ainda, seres que nasçam espontaneamente?
Sim...

Absurdo! Preciso comentar este também?

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Livro dos Espíritos, cap. 3, questão 38:
Como Deus criou o universo?
Por sua vontade

Fala sério! Que tipo de espírito iluminado é esse que não sabe a diferença entre "como" e "por que"??? Como implica em mecanismo, em meio utilizado. E o esperto do Kardec nem para refazer a pergunta!

Offline Leafar

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #40 Online: 06 de Maio de 2007, 13:44:39 »
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Livro dos Espíritos, cap. 2, questão 34:

As moléculas têm uma forma determinada?
Sem dúvida, as moléculas têm uma forma determinada, mas não é para vós apreciável

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mol%C3%A9cula

Preciso responder?
Desculpe a minha ignorância, mas eu não entendi aonde quis chegar. A pergunta do LE é vaga e a resposta elástica. As moléculas de glicose, álcool etílico, etc., não têm uma forma determinada? Mesmo quando se mantêm a quantidade de átomos e muda-se o arranjo, não se têm um material com propriedades diferentes? Aonde o absurdo da resposta?

Quanto a ele dizer que não nos era apreciável, não poderia estar ele se referindo aos limitados recursos de observação da época?

De qualquer forma essa não é uma das questões chamadas de "fundamentais" para o Espiritismo.

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Livro dos Espíritos, cap. 3, questão 55:

Todos os globos que circulam no espaço são habitados?
Sim…

Até agora nada… E já fomos até a lua, trouxemos centenas de quilogramas de rochas e nada!
Essa questão já foi finalmente refutada? "Ausência de provas não significa prova de ausência". Além do mais, se você tivesse lido mais atentamente o LE, veria que foi respondido que alguns globos são temporariamente estéreis ou sem condições para a vida corporal propriamente dita. Esses globos seriam apenas visitados pelos espíritos. (Questões 234 a 236 e nota da questão 188)

De qualquer forma, sendo permanentemente habitados como a Terra, ou visitados por espíritos, a questão não perde o seu sentido. A dispensa da minha casa poderia ser entendida como habitada por homens, embora ninguém viva permanentemente lá. A própria Lua já foi visitada pelo homem... Marte provavelmente será, etc...

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Livro dos Espíritos, cap. 3, questão 46:
Existem, ainda, seres que nasçam espontaneamente?
Sim…

Absurdo! Preciso comentar este também?
Absurdo depois que derem uma explicação satisfatória para o surgimento do primeiro ser vivo do Universo. Aliás, essa ainda é uma questão pendente entre nós. Foi espontâneo ou não o surgimento do primeiro ser? Se foi, por que não poderia continuar ocorrendo até hoje? E se não foi, quem (ou o quê) então o criou?

Por favor, respondam com uma resposta simples e direta e não com embromações. Ou então declarem ignorância a respeito logo de uma vez e a questão continua aberta e sem refutação.

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Livro dos Espíritos, cap. 3, questão 38:
Como Deus criou o universo?
Por sua vontade

Fala sério! Que tipo de espírito iluminado é esse que não sabe a diferença entre "como" e "por que"??? Como implica em mecanismo, em meio utilizado. E o esperto do Kardec nem para refazer a pergunta!
A resposta é clara: o "como" é por sua Vontade, ainda que você não compreenda ou aceite. Ainda que ele desenvolvesse a questão e obtivesse as respostas, de uma forma que não pudéssemos conceber ou compreender, você acreditaria? Não passaria por misticismo, ainda que fossem verdadeiras as respostas? Por isso questões deste gênero se mantiveram na generalidade. Aliás, na questão 13, quando Kardec tentava aprofundar questões do mesmo gênero, os espíritos responderam:

“Deus existe; disso não podeis duvidar e é o essencial. Crede-me, não vades além. Não vos percais num labirinto donde não lograríeis sair. Isso não vos tornaria melhores, antes um pouco mais orgulhosos, pois que acreditaríeis saber, quando na realidade nada saberíeis. Deixai, consequentemente, de lado todos esses sistemas; tendes bastantes coisas que vos tocam mais de perto, a começar por vós mesmos. Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o que será mais útil do que pretenderdes penetrar no que é impenetrável.”

Resolvamos antes os problemas da pré-primário antes de tentar entender assuntos universitários.

Um abraço.
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Offline Leafar

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #41 Online: 06 de Maio de 2007, 15:07:19 »
Amiguinho, opinião geral não arbitra o que é Ciência não… não é uma questão de democracia, de popularidade.
Arbitra sim, especialmente onde não haja consenso sobre a explicação de uma determinada realidade. Mas eu concordo que é preciso se atingir determinados pré-requisitos mínimos, como fatos, observações e explicações lógicas que dêem suporte a uma teoria, sem contradizer nenhum fato positivo já comprovado. Quando há mais de uma teoria, e estas divergem entre si, e nenhuma foi constatada falsa, ambas são consideradas ciência, embora uma esteja fadada a não ser mais no futuro.

É por estas e outras que você não sabe a diferença entre algo ser falso e ser falseável.
Por favor então me explique a diferença e como ela se aplica no contexto que eu usei. Vou definir abaixo o que eu entendo e você aponta o meu erro de definição ou de lógica, se houver:
Falso: algo do qual se afirma ser possuidor de características que não possui.
Falseável: algo que, embora possua as características apregoadas, pode ser imitado por outro que não possua.

Em ciência não existe "estar do lado" de céticos ou espíritas. Ciência não é feita para provar religiões.
Ciência existe para investigar, estudar, explicar e provar fatos, e religiões produzem fatos, ou pelo menos relatos de fatos.

E existem sim os partidos que procuram cada um explicar uma determinada realidade a seu jeito. Lembra do partido que pregava ser a luz ondulatória e outro que pregava ser a luz corpuscular? Ambos eram ciência até Einstein dizer que a luz era ondulatória e corpuscular.

Um abraço.
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Offline Luis Dantas

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #42 Online: 06 de Maio de 2007, 15:22:43 »
Amiguinho, opinião geral não arbitra o que é Ciência não… não é uma questão de democracia, de popularidade.
Arbitra sim, especialmente onde não haja consenso sobre a explicação de uma determinada realidade.

Depois dessa, não acho que você faz por merecer mais respostas do Atheist ou da Nina.

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É por estas e outras que você não sabe a diferença entre algo ser falso e ser falseável.
Por favor então me explique a diferença e como ela se aplica no contexto que eu usei. Vou definir abaixo o que eu entendo e você aponta o meu erro de definição ou de lógica, se houver:
Falso: algo do qual se afirma ser possuidor de características que não possui.
Falseável: algo que, embora possua as características apregoadas, pode ser imitado por outro que não possua.

Nada a ver com esse palavreado, Leafar. 

Falseável é um termo frequentemente usado com o critério de epistemologia de Popper, e se refere à possibilidade de realizar testes para tentar demonstrar se uma hipótese tem ou não relação com a realidade dos fatos.  A grosso modo é sinônimo de "testável no que se refere a corresponder à verdade".

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Em ciência não existe "estar do lado" de céticos ou espíritas. Ciência não é feita para provar religiões.
Ciência existe para investigar, estudar, explicar e provar fatos, e religiões produzem fatos, ou pelo menos relatos de fatos.

Em muitos casos são fatos subjetivos que não fazem parte do escopo da ciência, ou no máximo são parte do assunto das ciências humanas como a psicologia, a antropologia e a sociologia.

E você está fazendo uma equivalência indevida entre religião e fato originado na religião.  Isso é descabido, pois uma doutrina religiosa ou crendice não pode ser validada por meios científicos.

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E existem sim os partidos que procuram cada um explicar uma determinada realidade a seu jeito. Lembra do partido que pregava ser a luz ondulatória e outro que pregava ser a luz corpuscular? Ambos eram ciência até Einstein dizer que a luz era ondulatória e corpuscular.

Estude mais sobre método científico e terminologia da ciência.  Entre outros erros sérios nessa sua afirmação está o de achar que Einstein tinha o poder de mudar o que era ciência. 

Einstein, como qualquer outro mortal, podia propor idéias, mas elas só tinham valor científico depois de confrontadas e confirmadas por fatos observáveis em experimentos independentemente reproduzíveis.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
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Offline Leafar

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #43 Online: 06 de Maio de 2007, 20:10:08 »
Depois dessa, não acho que você faz por merecer mais respostas do Atheist ou da Nina.
Por que não deixa para o Atheist e a Nina decidirem se eu mereço resposta?

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É por estas e outras que você não sabe a diferença entre algo ser falso e ser falseável.
Por favor então me explique a diferença e como ela se aplica no contexto que eu usei. Vou definir abaixo o que eu entendo e você aponta o meu erro de definição ou de lógica, se houver:
Falso: algo do qual se afirma ser possuidor de características que não possui.
Falseável: algo que, embora possua as características apregoadas, pode ser imitado por outro que não possua.

Nada a ver com esse palavreado, Leafar. 

Falseável é um termo frequentemente usado com o critério de epistemologia de Popper, e se refere à possibilidade de realizar testes para tentar demonstrar se uma hipótese tem ou não relação com a realidade dos fatos.  A grosso modo é sinônimo de "testável no que se refere a corresponder à verdade".
Ok, Luis. Agora entendi o conceito de falseabilidade, que tenta produzir experiências que provem que determinada assertiva é falsa. Mas isso não estava relacionado ao "inversão do ônus da prova"? Acho que vocês, céticos desse fórum, só praticam a repetitibilidade e não a falseabilidade (hehe...)

Eu havia entendido a palavra falseabilidade como possibilidade de ser falsificado. Talvez a melhor palavra para este outro conceito fosse falsificabilidade? De qualquer forma, mais uma para o meu caderninho. Valeu pela aula e até que enfim uma dentro, hein?

De qualquer forma, a mudança conceitual só reforça o que eu disse anteriormente: O fato de uma experiência não poder ser repetida não invalida a sua veracidade, desde que não tenha sido falseada. O dia que mostrarem que a teoria espírita foi falseada eu dou a mão à palmatória.

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Em ciência não existe "estar do lado" de céticos ou espíritas. Ciência não é feita para provar religiões.
Ciência existe para investigar, estudar, explicar e provar fatos, e religiões produzem fatos, ou pelo menos relatos de fatos.

Em muitos casos são fatos subjetivos que não fazem parte do escopo da ciência, ou no máximo são parte do assunto das ciências humanas como a psicologia, a antropologia e a sociologia.
Estava me referindo só à segunda parte que fazem parte das ciências humanas.

E você está fazendo uma equivalência indevida entre religião e fato originado na religião.  Isso é descabido, pois uma doutrina religiosa ou crendice não pode ser validada por meios científicos.
Poderiam ser falseadas... Viu como aprendi rápido? Aliás, isso é mais comum do que se pensa. Muitas vezes refutamos alguns opositores não pela verdade que muitas vezes não podemos evidenciar, mas pela impossibilidade da assertiva contrária.

Por exemplo: Alguém diz que "Deus existe e é bom e justo" e ao mesmo tempo diz que existe um "inferno de eternos sofrimentos criado por Deus para os condenados". A veracidade de uma assertiva falsea a outra. Por isso a Igreja está em maus lençóis. Embora possamos concordar que não hajam evidências positivas de que qualquer delas seja verdadeira, sabemos que pelo menos uma dessas assertivas é falsa, e a Igreja se fundamenta em ambas. É uma questão de tempo para as pessoas acordarem para essa realidade.

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E existem sim os partidos que procuram cada um explicar uma determinada realidade a seu jeito. Lembra do partido que pregava ser a luz ondulatória e outro que pregava ser a luz corpuscular? Ambos eram ciência até Einstein dizer que a luz era ondulatória e corpuscular.

Estude mais sobre método científico e terminologia da ciência.  Entre outros erros sérios nessa sua afirmação está o de achar que Einstein tinha o poder de mudar o que era ciência. 

Einstein, como qualquer outro mortal, podia propor idéias, mas elas só tinham valor científico depois de confrontadas e confirmadas por fatos observáveis em experimentos independentemente reproduzíveis.
Eu entendi o que quis dizer. Mas enquanto os experimentos não vieram, as teorias antigas continuavam hipoteticamente válidas, e ambas podiam ser consideradas ciência. Hoje, quem diz que a luz é ondulatória ou corspuscular não estaria com a verdade. Deixou de ser ciência e virou mito.

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Offline Luis Dantas

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #44 Online: 06 de Maio de 2007, 23:48:47 »
Depois dessa, não acho que você faz por merecer mais respostas do Atheist ou da Nina.
Por que não deixa para o Atheist e a Nina decidirem se eu mereço resposta?

Sei lá.  Nem pensei nisso.  Você quer que eu responda?


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(...)
Falseável é um termo frequentemente usado com o critério de epistemologia de Popper, e se refere à possibilidade de realizar testes para tentar demonstrar se uma hipótese tem ou não relação com a realidade dos fatos.  A grosso modo é sinônimo de "testável no que se refere a corresponder à verdade".
Ok, Luis. Agora entendi o conceito de falseabilidade, que tenta produzir experiências que provem que determinada assertiva é falsa. Mas isso não estava relacionado ao "inversão do ônus da prova"?

Certamente.

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Acho que vocês, céticos desse fórum, só praticam a repetitibilidade e não a falseabilidade (hehe…)

Acha, é?

Então preste atenção e reveja as postagens.  Você verá que o que pode ser falseado e é no entanto comprovado pela observação experimental é tratado como mais confiável do que o que não pode ser falseado.

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Eu havia entendido a palavra falseabilidade como possibilidade de ser falsificado. Talvez a melhor palavra para este outro conceito fosse falsificabilidade? De qualquer forma, mais uma para o meu caderninho. Valeu pela aula e até que enfim uma dentro, hein?

Falseabilidade é um conceito importante, básico até quando se pretende dar credibilidade científica a uma afirmação.  Que bom que você o aprendeu.

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De qualquer forma, a mudança conceitual só reforça o que eu disse anteriormente: O fato de uma experiência não poder ser repetida não invalida a sua veracidade, desde que não tenha sido falseada. O dia que mostrarem que a teoria espírita foi falseada eu dou a mão à palmatória.

Pelo contrário; é por não poder ser falseada que uma idéia se mostra dogmática e portanto indigna de credibilidade científica.

Você pode continuar acreditando no que não pode ser falseado, mas não deve esperar que alguém trate tais idéias como se fossem cientificamente respeitáveis.


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E você está fazendo uma equivalência indevida entre religião e fato originado na religião.  Isso é descabido, pois uma doutrina religiosa ou crendice não pode ser validada por meios científicos.
Poderiam ser falseadas… Viu como aprendi rápido?

Não, ainda não aprendeu.

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Aliás, isso é mais comum do que se pensa. Muitas vezes refutamos alguns opositores não pela verdade que muitas vezes não podemos evidenciar, mas pela impossibilidade da assertiva contrária.

Em outras palavras, e dando um desconto para sua dificuldade com epistemologia, vocês preferem o dogma em vez da afirmação cientificamente validada

Eu já sabia, mas aprecio a confissão.

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Por exemplo: Alguém diz que "Deus existe e é bom e justo" e ao mesmo tempo diz que existe um "inferno de eternos sofrimentos criado por Deus para os condenados". A veracidade de uma assertiva falsea a outra. Por isso a Igreja está em maus lençóis. Embora possamos concordar que não hajam evidências positivas de que qualquer delas seja verdadeira, sabemos que pelo menos uma dessas assertivas é falsa, e a Igreja se fundamenta em ambas. É uma questão de tempo para as pessoas acordarem para essa realidade.

Leafar, por que você espera que alguém se convença por essa interpretação tão materialista e caricata do Cristianismo?  Doutrina de fé não é algo que se presta à análise lógica, isso não é novidade, muito menos algo que abale "A Igreja".

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Eu entendi o que quis dizer. Mas enquanto os experimentos não vieram, as teorias antigas continuavam hipoteticamente válidas, e ambas podiam ser consideradas ciência. Hoje, quem diz que a luz é ondulatória ou corspuscular não estaria com a verdade. Deixou de ser ciência e virou mito.

Estude.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Nina

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #45 Online: 07 de Maio de 2007, 14:49:05 »
Leafar, o Luis tá certo sim… sem que falemos a mesma língua, impossível discutir. O Atheist está viajando esta semana e eu tenho pouco tempo vago. Há certos conhecimentos que o interlocutor deve trazer… é impossível ensinar tudo, ainda mais quando o mesmo não quer mudar seus conceitos, mas tem uma necessidade de apenas provar seus pontos para fortalecimento de uma fé.

Se você fosse um bom debatedor e apoiasse algo provável, testaria cada vez mais o que você propõem como verdade e conseguiria convencer os outros, e isso é justamente o oposto do que acontece aqui, declarado por você mesmo (que fortalece sua fé, e apenas isso). Um posicionamento tão diferente disso só demonstra que você não entende a maneira como enxergamos o mundo, e isso é fruto da falta de conhecimentos em comum.

Você não sabe o que é ciência (afinal, para você, é questão de popularidade) e acha que o seu senso comum da coisa basta para uma discussão em qualquer nível. Sem querer crescer no conhecimento da coisa, nunca vai entender o que um cético científico diz. Se não quer entender, eu não vou ficar escrevendo a toa. Tenho mais o que fazer. Retórica não "enche barriga", Leafar… Começo a achar que um dos efeitos colaterais do espiritismo é fazer o espírita desaprender a língua portuguesa e a ser claro, e o faz ficar floreando e "enchendo linguiça" em comentários que deveriam ser curtos e com conteúdo. Prolixia enche o saco de qualquer um.

Então, além de ler ao menos um livro de metodologia e filosofia científica, você precisa aceitar que não sabe o suficiente, como provou com a historinha da diferença entre falso e falseável e do discurso totalmente non sense que fez para o Luis. Para começar, umas dicas (depois que você estudar mais um pouco e mostrar maturidade nestas idéias eu volto a discutir contigo, antes não).

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16 perguntas para diferenciar ciência de pseudociência:

1. Tem havido algum progresso no campo?

2. A disciplina usa “palavras técnicas” como Vibração ou Energia sem definir claramente o que são?

3. Aceitar os princípios da referida alegação implica em abandonar leis físicas amplamente estabelecidas?

4. As únicas evidencias apresentadas são estórias, anedotas, testemunhos ou lendas, não sendo fruto de experimentos controlados?

5. O proponente da questão alega que experimentos rigorosos foram realizados e que provam definitivamente a alegação, sendo impossível haver algum tipo de ludíbrio?

6. Os resultados mencionados foram repetidos por outros pesquisadores?

7. O proponente da questão alega haver sido excessivamente criticado?

8. Este tema é ensinado somente em instituições não-confiáveis?

9. Os melhores textos sobre o assunto foram escritos há muitas décadas?

10. O proponente se vale de argumentos corretos mas não relacionados à alegação principal?

11. Quando criticados, os defensores tendem a atacar o critico ao invés das criticas?

12. O proponente apela para a historia (…é sabido há muito tempo, então deve ser verdade)?

13. A questão sofre de “efeito de timidez” (as vezes funciona, as vezes não)?

14. O proponente apela para o argumento da ignorância (“existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa filosofia…”)?

15. O proponente se vale de sua especialidade em outras áreas para validar sua alegação?

Vamos ver se você se encontra nestes ítens… ou talvez nestes:

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Características da Ciência Patológica (de acordo com Irwing Langmuir)

   1. O efeito máximo observado é fraco ou quase não detectável e a magnitude do efeito é substancialmente independente da intensidade do agente causador.

   2. O efeito é de magnitude no limite da detectabilidade; ou muitas medições são necessárias devido a baixa significância estatística dos resultados.

   3. Os proponentes alegam grande precisão.

   4. Hipóteses fantásticas contrárias a experiência.

   5. Criticas são freqüentemente rebatidas por “desculpas ad hoc”, levantadas no calor da discussão.

   6. A razão entre cientistas que apóiam a hipótese e aqueles que a criticam chega muitas vezes a 50%, declinando gradualmente daí em diante.

Lembre-se que essas informações não estão sob discussão, pois não é tema do tópico. Até porque, você não estaria "discutindo" nenhum dos pontos, pois seria preciso um bom conhecimento de filosofia e história da ciência para tal.

Eu, pelo menos, não vou discutir isso contigo.

É uma pena que ainda não surgiu um espírita aqui no fórum que pudesse mudar minha idéia sobre espiritismo… talvez seja porque eles gostem de fazer a pessoa engolir as histórias por cansaso e por infalivelmente chegarem a explicações do tipo "crente padrão" (deus quis). Além disso, se vejo tópicos longos com pouca informação simplesmente ignoro.

Mas eu confesso que ter estudado o kardecismo por 6 anos e ouvido coisas como "Um dia ela vai ser a força motriz deste centro espírita", e saber o que eu sei hoje sobre ciência, método e Navalha de Ockam, me faz depender de alguém com um pouco mais de robusteza em ambas áreas (a doutrina e ciência) para pensar além do que eu já faço sozinha.

Você pode achar que isso soa como orgulho, mas não é. É autenticidade e auto-conhecimento. Eu também conheço muito bem minhas limitações e acho que isso é uma das melhores coisas que já me aconteceu.
« Última modificação: 07 de Maio de 2007, 14:51:21 por Nina »
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Leafar

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #46 Online: 07 de Maio de 2007, 21:38:39 »
Ok, Nina.

Acho que já discutimos bastante então. Para ser sincero eu também tenho um sério problema de tempo para debates longos; eu não consigo muitas vezes acompanhar.

Os imparciais, contudo, saberão tirar bom proveito da nossa discussão, principalmente dos destroços abandonados pelo caminho, sejam de que lado foram.

Um abraço e boa sorte com suas crenças!
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Offline Nina

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #47 Online: 07 de Maio de 2007, 21:39:45 »
Ah, elas são tão poucas que nem vale a pena referí-las, mas obrigada. :ok:
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Leafar

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #48 Online: 07 de Maio de 2007, 21:42:03 »
Ou descrenças, então... :ok:
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #49 Online: 08 de Maio de 2007, 17:51:23 »
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Livro dos Espíritos, cap. 2, questão 34:

As moléculas têm uma forma determinada?
Sem dúvida, as moléculas têm uma forma determinada, mas não é para vós apreciável

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mol%C3%A9cula

Preciso responder?
Desculpe a minha ignorância, mas eu não entendi aonde quis chegar. A pergunta do LE é vaga e a resposta elástica. As moléculas de glicose, álcool etílico, etc., não têm uma forma determinada? Mesmo quando se mantêm a quantidade de átomos e muda-se o arranjo, não se têm um material com propriedades diferentes? Aonde o absurdo da resposta?

Quanto a ele dizer que não nos era apreciável, não poderia estar ele se referindo aos limitados recursos de observação da época?

O ponto era exatamente este. Se um espírito diz exatamente o que se pode saber sem ser através de espíritos, qual a utilidade do questionamento? Ou o espírito sabe mais do que sabemos aqui, ou ele é irrelevante para se questionar essas coisas. O fato é que sabemos a forma das moléculas e mais ainda, sabemos como acontecem as reações químicas, ataques nucleofílicos, transporte de elétrons, enfim, o espírito poderia ter dado um auxílio dizendo algo relevante, mas…

De qualquer forma essa não é uma das questões chamadas de "fundamentais" para o Espiritismo.

Ora, o que é que um espírito sabe mais do que o que sabemos aqui? O ponto não é a resposta em si, mas o que se pode tirar desta experiência.

Admitindo a possibilidade de existência do tal espírito, se ele não sabia nada sobre a matéria que não se sabia até o momento, o que comprova que as outras respostas estão corretas?


De qualquer forma, sendo permanentemente habitados como a Terra, ou visitados por espíritos, a questão não perde o seu sentido. A dispensa da minha casa poderia ser entendida como habitada por homens, embora ninguém viva permanentemente lá. A própria Lua já foi visitada pelo homem… Marte provavelmente será, etc…

Desculpe, habitar significa ocupar, residir, morar, viver. Nós já visitamos a lua, mas não residimos lá, ninguém mora lá, ninguém reside lá. Mesmo que um dia isto seja possível, na ocasião ela não era habitada. Esta é uma questão que requer a cronologia, diferente da anterior.

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Livro dos Espíritos, cap. 3, questão 46:
Existem, ainda, seres que nasçam espontaneamente?
Sim…

Absurdo! Preciso comentar este também?
Absurdo depois que derem uma explicação satisfatória para o surgimento do primeiro ser vivo do Universo. Aliás, essa ainda é uma questão pendente entre nós. Foi espontâneo ou não o surgimento do primeiro ser? Se foi, por que não poderia continuar ocorrendo até hoje? E se não foi, quem (ou o quê) então o criou?

Pasteur provou com experimentos simples que não há seres que nascem espontaneamente hoje. Caso não seja de seu alcance, à época do surgimento do primeiro ser, as condições eram outras. Provas de que não há ou não houve outros surgimentos é a cladística, cujas características quando analisadas, incluindo evidências de DNA, demonstram que todos temos ancestralidade comum, e não houve dois momentos de surgimento da vida, pelo menos entre as atualmente viventes. Não houve surgimento de vida nova no século XIX e não há agora.

Por favor, respondam com uma resposta simples e direta e não com embromações. Ou então declarem ignorância a respeito logo de uma vez e a questão continua aberta e sem refutação.

A resposta foi simples e direta, mas requer um mínimo de conhecimento seu, ou se não há conhecimento, um mínimo de esforço em buscá-lo.


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Livro dos Espíritos, cap. 3, questão 38:
Como Deus criou o universo?
Por sua vontade

Fala sério! Que tipo de espírito iluminado é esse que não sabe a diferença entre "como" e "por que"??? Como implica em mecanismo, em meio utilizado. E o esperto do Kardec nem para refazer a pergunta!
A resposta é clara: o "como" é por sua Vontade, ainda que você não compreenda ou aceite.

Você também não entende a diferença entre "como", "o que" e "por que"?

Como sugere um mecanismo, uma forma, um meio. Como você acessa o clube cético: através de um computador conectado a uma linha telefônica ou por banda larga, ou via satélite (perceba, inclusive, que o "como" pode ter alternativas, igualmente válidas). Ou se eu perguntar "Como você acessa  clube cético" você vai responder "de acordo com minha vontade"???

Ainda que ele desenvolvesse a questão e obtivesse as respostas, de uma forma que não pudéssemos conceber ou compreender, você acreditaria? Não passaria por misticismo, ainda que fossem verdadeiras as respostas? Por isso questões deste gênero se mantiveram na generalidade. Aliás, na questão 13, quando Kardec tentava aprofundar questões do mesmo gênero, os espíritos responderam:

“Deus existe; disso não podeis duvidar e é o essencial. Crede-me, não vades além. Não vos percais num labirinto donde não lograríeis sair. Isso não vos tornaria melhores, antes um pouco mais orgulhosos, pois que acreditaríeis saber, quando na realidade nada saberíeis. Deixai, consequentemente, de lado todos esses sistemas; tendes bastantes coisas que vos tocam mais de perto, a começar por vós mesmos. Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o que será mais útil do que pretenderdes penetrar no que é impenetrável.”

Resolvamos antes os problemas da pré-primário antes de tentar entender assuntos universitários.

Um abraço.

Meu questionamento foi em relação à compreensão da pergunta, enrolada pelo espírito (coisa que vocês aprenderam a fazer rapidinho) e não foi retomada pelo Kardec.

Ora, ou os espíritos que falavam com Kardec eram "evoluídos" e tinham algum conhecimento extra, ou qual seu valor para as questões?

É muito fácil observar que nas questões que envolvem o mundo natural, as respostas dos espíritos não iam além do conhecimento da época, que Kardec poderia alcançar em qualquer biblioteca. Por que é tão difícil aceitar, então, que as respostas outras não iam além do desejo de Kardec?
« Última modificação: 09 de Maio de 2007, 12:39:56 por Nina »

 

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