Autor Tópico: Religião sem dogmas?  (Lida 9342 vezes)

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Offline Adriano

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Religião sem dogmas?
« Online: 03 de Maio de 2007, 18:40:44 »
Esta seria a religião perfeita e ninguém teria do que reclamar, pois não haveria justificativas imutáveis para os males  e atrocidades e nem de uma verdade absoluta para justificar as boas atitudes.
Ou estou enganado e mesmo assim teriam características da religião que não agradariam da mesma maneira?
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Luis Dantas

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #1 Online: 03 de Maio de 2007, 18:57:47 »
Adriano, você já leu Piaget?  Pelo que sei ele comenta melhor o que vou tentar expor abaixo.

Receio que sempre haverá demanda para religiões (e outras idéias) dogmáticas, porque a afinidade ao dogmatismo é parte normal e necessária do desenvolvimento humano.

Às vezes me parece que você espera muito das pessoas como um todo.

Religião agrada por oferecer respostas e esperanças, não necessariamente por ser confiável ou sólida.
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Offline Nina

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #2 Online: 03 de Maio de 2007, 19:11:54 »
Sem dogmas não se agradaria, mas com dogmas mutáveis já existe e agrada: espiritismo!! (psss... eles chamam isso de "estar em sintonia com a ciência", mas é mentira!).

:ok:
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Adriano

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #3 Online: 03 de Maio de 2007, 19:49:41 »
Adriano, você já leu Piaget?  Pelo que sei ele comenta melhor o que vou tentar expor abaixo.

Receio que sempre haverá demanda para religiões (e outras idéias) dogmáticas, porque a afinidade ao dogmatismo é parte normal e necessária do desenvolvimento humano.

Às vezes me parece que você espera muito das pessoas como um todo.

Religião agrada por oferecer respostas e esperanças, não necessariamente por ser confiável ou sólida.
As respostas e esperanças que a religião oferecem podem agradar por parecem confiáveis e sólidas. A religião tem muito mais influência social do que a ciência. O dogmatismo religioso poderia ser "mutável" e tentar dialogar com a ciência.

Sem dogmas não se agradaria, mas com dogmas mutáveis já existe e agrada: espiritismo!! (psss… eles chamam isso de "estar em sintonia com a ciência", mas é mentira!).

:ok:

Sobre o espiritísmo, eu tenho experiência com a consciênciologia, que é melhor tentativa de conciliação entre espiritismo e ciência, ao meu ver, e fui pesquisar a fundo, fiz vários cursos (deles mesmo).

Tem o texto que gosto muito pela explicação numa perspectiva antropológica da consciênciologia:

Citação de: Nau-USP
Waldo Vieira: entre a religião e a ciência

Conhecido no meio espírita pela produção de livros em co-autoria com Chico Xavier, Waldo Vieira realizou um percurso que pode ser balizado em dois momentos: o primeiro, aquele de sua juventude, compreende o período em que desenvolveu a prática mediúnica sob a liderança e na companhia de Chico Xavier; a ruptura com o Espiritismo, em meados dos anos 60, marca a segunda etapa, fase em que, depois de dedicar-se ao estudo da medicina, decide investir numa carreira solo, assumindo, alguns anos mais tarde, a liderança de um grupo voltado à prática de "experiências fora do corpo" (ou "viagem astral" como a denominam os espíritas). Conhecido pelo nome de Projeciologia, esse grupo fundado e liderado por Waldo Vieira teve o seu desenvolvimento desdobrado em duas fases: na primeira, segundo D'Andrea (1981) que realizou estudo de caso sobre o tema, predomina a construção carismática da imagem pública de sua liderança; a outra, mais recente, envolve a institucionalização e burocratização organizacional do grupo.

Assim como outras correntes que integram o universo das chamadas paraciências, a Projeciologia se caracteriza pela pretensão de promover uma síntese entre saberes científicos e não-científicos. Trata-se, portanto, da construção de um pensamento de cunho secular sobre fenômenos que, no senso comum, são tidos como próprios do domínio religioso. Neste caso, o objeto-alvo de produção de conhecimento é a experiência de consciência "fora do corpo físico".

Waldo VieiraFundador do Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia, Waldo Vieira começou a divulgar sua experiência pessoal e conhecimentos sobre o tema por meio da realização de palestras públicas e da produção de livros. Os mais conhecidos dentre estes últimos foram lançados nas últimas décadas, com um intervalo de aproximadamente dez anos: Projeciologia: panorama das experiências da consciência fora do corpo humano foi publicado em 1986; 700 experimentos de Conscienciologia foi lançado em 1994. Nesse ínterim, entre uma publicação e outra, deu-se a institucionalização do movimento. Segundo D'Andrea esse processo foi conduzido por Waldo Vieira por meio da realização de cursos de treinamento, visando a formação de professores. Criando por meio desse expediente uma ampla rede de disseminadores de suas idéias, Waldo Vieira passou a ter nestes "profissionais" uma base para a disseminação de núcleos de estudo e pesquisa, os quais se encontram hoje espalhados no Brasil e no exterior.

Observa D'Andrea que esse processo de disseminação não atinge, contudo, a produção intelectual, que permanece sendo monopólio de seu fundador.

O estilo de liderança adotado é de tipo carismático: à semelhança de certos gurus indianos, Waldo Vieira usa uma vasta barba (branca), veste-se sempre de branco e ostenta, para além de traços distintivos de aparência, certos dons, dentre eles a mediunidade, a projetibilidade, a clarividência e a manipulação de energias para cura e materializações. A essas faculdades se soma ainda, como fator de distinção, a ostentação de sua condição de médico. A formação acadêmica serve nesse caso não apenas como fator de prestígio, mas, também, como suporte para a pretensão de cientificidade que reinvidica para a sua produção.

Com relação a esse último aspecto observa-se que a tentativa de aproximação do campo científico se realiza basicamente por meio de dois expedientes: 1) ênfase no experimentalismo, prática que envolve o desenvolvimento e a catalogação de técnicas de produção da projetibilidade, isto é, da capacidade de "sair do corpo"; e 2) investimento na construção de um universo conceitual singular. O rebuscamento lingüístico se apresenta como índice desse layout pretensamente científico, o qual se caracteriza pela criação de palavras, supostamente novas, que gradativamente vão sendo agregadas a um repertório cujo traço marcante é estar sempre em construção. A própria mudança de denominação do grupo para Conscienciologia se insere nessa lógica. Sendo seu objetivo é expresso nos seguintes termos: trata-se de um movimento que visa o "estudo da consciência (a partir de uma) abordagem integral, holossomática, multidimensional, bioenergética, projetiva, autoconsciente e cosmoética" (D'Andrea, 2000: 164; destaques meus).

Concebido como "índice de racionalidade", esse investimento de ordem lingüística visa marcar, simbolicamente, o distanciamento de Waldo Vieira de outros sistemas de idéias, que operam essas mesmas práticas, tendo porém como fundamento orientações tradicionais, doutrinárias. O intenso investimento na organização burocrático-administrativa, implementada por ele especialmente nos últimos anos, tem esse mesmo sentido: os padrões de racionalidade, eficiência e profissionalismo adotados visam, dentre outros, marcar seu distanciamento do campo religioso.

É interessante observar nessa trajetória a tendência à aproximação daquele que era o projeto de Allan Kardec, isto é, fazer do Espiritismo uma doutrina científica. Essa mesma intenção mobiliza Waldo Vieira com relação à Projeciologia, projeto que o distancia definitivamente da tradição espírita, em especial da interpretação religiosa consolidada sob a liderança de Chico Xavier. Como resultado tem-se, portanto, um deslizamento, isto é, a constituição de uma corrente dissidente, que assume como característica básica o deslocamento da ênfase no aspecto moral em favor do experimentalismo26.

Waldo Vieira sinaliza dessa forma um afastamento da tradição religiosa que marcou a sua iniciação. Os sinais diacríticos utilizados remetem simbolicamente à modernidade, cujo discurso tem na racionalidade um de seus valores fundamentais. Esses valores são explicitados de duas formas: por meio da produção discursiva e da ênfase que vem sendo dada nos anos mais recentes à organização burocrática. 
http://www.n-a-u.org/Stoll3.html
E a questão linguística me marcou muito, mas gosto da bagagem de autoconhecimento, e é curioso os métodos fisiológicos e psicológicos transmitidos de forma semelhante a uma escola, reproduzindo de certa maneira as instituições de ensino e pesquisa.
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Offline Brasília em Chamas

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #4 Online: 03 de Maio de 2007, 19:59:54 »
Esta seria a religião perfeita e ninguém teria do que reclamar, pois não haveria justificativas imutáveis para os males  e atrocidades e nem de uma verdade absoluta para justificar as boas atitudes.
Ou estou enganado e mesmo assim teriam características da religião que não agradariam da mesma maneira?

Se os individuos estivessem mais preocupados com suas proprias atribuiçoes, o sentido de mundo seria mais real, estas preocupações humanisticas só criara mais divisões. Os que hoje se tornaram capazes de  de realizar algo, se sentem no direito de ensina, manipular a capacidade de decisão dos que ainda não passsaram por este processo. A capacidade de determinaçao esta dentro de cada individuo. Os que não conseguiram status social, foi por não fizem por onde; os que de algum modo, foram vitimas de atrocidades, foi pelo fato de se colocarem em lugar de vitimas.
Os que se perdem como vocês sobrevivem de uma fixação perfeccionista, ou de uma nostalgia culposa. Por hora, meu juízo absolutiza quase tudo para todos e relativiza quase tudo para mim mesmo, dependendo de onde eu estou como ser

Offline Adriano

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #5 Online: 03 de Maio de 2007, 20:16:26 »
Esta seria a religião perfeita e ninguém teria do que reclamar, pois não haveria justificativas imutáveis para os males  e atrocidades e nem de uma verdade absoluta para justificar as boas atitudes.
Ou estou enganado e mesmo assim teriam características da religião que não agradariam da mesma maneira?

Se os individuos estivessem mais preocupados com suas proprias atribuiçoes, o sentido de mundo seria mais real, estas preocupações humanisticas só criara mais divisões. Os que hoje se tornaram capazes de  de realizar algo, se sentem no direito de ensina, manipular a capacidade de decisão dos que ainda não passsaram por este processo. A capacidade de determinaçao esta dentro de cada individuo. Os que não conseguiram status social, foi por não fizem por onde; os que de algum modo, foram vitimas de atrocidades, foi pelo fato de se colocarem em lugar de vitimas.
Alguns percebem que suas atribuições são religiosas, e se profissionalizam nessa área. Seriam essas as preocupações ideais? E temos na inquisição um exemplo histórico das atrocidades religiosas, que houve muitos mortos e o fato para terem se colocarem como vítimas foi a descrença. É um exemplo de algo que tira a capacidade de determinação do indivíduo.
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Offline Brasília em Chamas

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #6 Online: 03 de Maio de 2007, 20:33:55 »
A luz do passado já não brilha tão intensamente.
Abu Dhabi  existe.
Os que se perdem como vocês sobrevivem de uma fixação perfeccionista, ou de uma nostalgia culposa. Por hora, meu juízo absolutiza quase tudo para todos e relativiza quase tudo para mim mesmo, dependendo de onde eu estou como ser

Offline Adriano

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #7 Online: 03 de Maio de 2007, 20:44:31 »
A luz do passado já não brilha tão intensamente.
Abu Dhabi  existe.
Mas não é a realizade brasileira nem de muitos outros paises.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Brasília em Chamas

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #8 Online: 03 de Maio de 2007, 20:51:44 »
A luz do passado já não brilha tão intensamente.
Abu Dhabi  existe.
Mas não é a realizade brasileira nem de muitos outros paises.
e nem era parte da realidad de Abu Dhabi e Dudhai
Os que se perdem como vocês sobrevivem de uma fixação perfeccionista, ou de uma nostalgia culposa. Por hora, meu juízo absolutiza quase tudo para todos e relativiza quase tudo para mim mesmo, dependendo de onde eu estou como ser

Offline Adriano

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #9 Online: 03 de Maio de 2007, 20:56:35 »
A luz do passado já não brilha tão intensamente.
Abu Dhabi  existe.
Mas não é a realizade brasileira nem de muitos outros paises.
e nem era parte da realidad de Abu Dhabi e Dudhai
E pode citar o que ocorreu? Me lembro de você ter falado disso em outro tópico, mas não ficou bem claro.
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Offline Leafar

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #10 Online: 03 de Maio de 2007, 23:20:26 »
Sem dogmas não se agradaria, mas com dogmas mutáveis já existe e agrada: espiritismo!! (psss… eles chamam isso de "estar em sintonia com a ciência", mas é mentira!).

:ok:
Conheça um pouco mais sobre aquilo que discorre para não dizer bobagens. Nós não temos dogmas mutáveis. Esses não são dogmas, mas hipóteses.

Mas o Espiritismo tem os seus dogmas, que são as, por Kardec chamadas, "verdades adquiridas". Esses sim, são imutáveis. No LE, não me lembro em que questão, Kardec pergunta: "Em que se funda o dogma da reencarnação?". Portanto, ele considerava a reencarnação um dogma.

A diferença de nossos dogmas para os da Igreja é que os nossos não são inquestionáveis. E pela própria característica da doutrina, temos a obrigação de explicar racionalmente porque são considerados inquestionáveis. A Igreja, ao contrário, de tudo o que não pode racionalizar, se esconde atrás do mistério: o dogma da trindade, o dogma do inferno eterno, o dogma da salvação pela graça, etc... Não dá para explicar como é que três são um Deus, então é mistério, e assim sucessivamente.

Uma outra diferença fundamental da nossa forma de encarar os dogmas para a Igreja é que nunca afirmaremos que tal coisa é verdade porque simplesmente está escrito em nossa literatura, do tipo: "É verdade porque Kardec disse", ou "É verdade porque está no LE". A nossa literatura é orientativa e não impositiva. Nós não impomos dogmas aos nossos adeptos. Nós só dizemos quais são os ensinos que já podem ser considerados como tais, deixando a cada um a liberdade de aceitar ou não os argumentos.

O dogma também pode ser entendido como um ensinamento básico que oferece suporte a uma doutrina qualquer. Se um desses dogmas cai, toda a doutrina desmorona. A Igreja tem por base a ressurreição de Cristo, a Salvação pela Graça, o inferno eterno, etc... Se qualquer um desses fundamentos for provado errado, o edifício Igreja desmorona por falta de sustentação. O Espiritismo também tem os seus, como por exemplo, a reencarnação, a existência de Deus, a pluralidade dos mundos habitados, e outros. Da mesma forma que com a Igreja, se algum desses fundamentos cai, a DE também cai por falta de base. Nesse caso, esses ensinamentos podem ser considerados como dogmas do Espiritismo, pois o Espiritismo não pode existir sem eles.

Quanto a "estar em sintonia com a ciência", isso dependerá do que você entende por ciência. Se for aquela que é restrita ao medíocre método científico, que é capaz de tratar bem apenas de uma parcela da verdade, então o Espiritismo ainda não está completamente em sintonia, pois não somos capazes de repetir uma experiência nas mesmas condições e obter os mesmos resultados.

Mas eu entendo ciência como tudo aquilo que trata do estudo e da pesquisa de conhecimentos verdadeiros, ou que pelo menos podem ser verdadeiros. Ora, a existência dos espíritos é um fato, mas ainda que não fosse, é no mínimo hipotético, haja vista a quantidade de pessoas que afirmam manter contatos com espíritos. Seja num caso ou no outro, como verdade ou como hipótese, o Espiritismo estuda essa possibilidade e portanto, não só está em sintonia com a ciência como é uma ciência por si só. Quem discorda, é só provar que espíritos não existem e nem jamais poderiam existir. Aí o estudo deixa de fazer sentido e o Espiritismo deixa imediatamente de ser uma ciência.

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Offline Luis Dantas

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #11 Online: 03 de Maio de 2007, 23:35:30 »
(Suspiro...)
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Adriano

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #12 Online: 03 de Maio de 2007, 23:58:46 »
Leafar, eu abri um tópico sobre ateísmo dogmático, e a minha idéia de dogma estava dentro desse contexto que você falou. Penso que até as religiões, as igrejas, tenham seus dogmas e a sua doutrina para justificar esses mesmo dogmas. A racionalidade é sempre buscada, me admira o termo  fé raciocinada, tando que falei em fé na inexistência de deus numa idéia de tirar esse estigma dessa palavra, isso nesse tópico do ateísmo dogmático.
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Offline Nina

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #13 Online: 04 de Maio de 2007, 01:00:36 »
No meio de tanta retórica, Leafar, surgiram algumas "dúvidas".

Então "verdades aquiridas" são imutáveis.... questionáveis mais imutáveis... elas não são necessariamente lógicas, só imutáveis... mas questionáveis....  :vergonha:

Na prática, que diferença há entre dogmas imutáveis e inquestionáveis? Além do masoquismo de questionar algo que não é passível de mudança, não vejo nenhuma. você pode racionalizar o que quiser, se é imutável, não adianta queimar fosfato.

Vocês podem até afirmar que estas "verdades adquiridas" não são verdade apenas porque Kardec disse que eram estes os dogmas da DE (que são imutáveis). Mas vocês não as consideram verdades imutáveis? Então, mais uma vez vem a pergunta que não cala: que diferença faz dizer que não é verdade, se vocês a julgam assim e ela é imutável (portanto, absoluta)? Liberdade de aceitação todas as religiões têm. Você aceita os dogmas e fica ou não aceita e procura outra. Há inúmeros produtos nas prateleiras do supermercado da fé... e bastante gente gosta de comprar mais de um de cada vez (talvez por garantia...).

Não disse que todos os dogmas do espiritismo oscilam com o vento. Disse que aqueles que usam para dar roupagem moderna e atual à doutrina costumam ser trocados, sempre que não são mais úteis ou que a ciência os prova mentirosos.

Faz o seguinte, pega o Livro dos espíritos e dá uma lidinha, por exemplo. Você diria que tudo que está escrito lá é válido? Não é nele que constam as verdades contadas pelos espíritos ao próprio Kardec?

E Leafar, neste mundo que existe de fato, ciência atual é a restrita pelo método científico sim. Qualquer coisa que não cubra as predições do método e da filosofia científica atual podem ser qualquer coisa (pseudociência, ciência patológica e charlatanismo), mas não é ciência. Se vocês não são capazes de repetir experimentos é porque o acaso está em pé de igualdade com sua "teoria".

Detalhe:

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Mas eu entendo ciência como tudo aquilo que trata do estudo e da pesquisa de conhecimentos verdadeiros, ou que pelo menos podem ser verdadeiros. Ora, a existência dos espíritos é um fato, mas ainda que não fosse, é no mínimo hipotético, haja vista a quantidade de pessoas que afirmam manter contatos com espíritos.

Infelizmente você tem uma definição particular de ciência que se adequa a suas limitações, e é por isso que espíritas não são levados a sério, justamente pela falta de critério.

Quanto à falácia ad numerum, só um lembrete daquela respostinha que todos gostamos de ver de vez em quando: "coma merda, afinal, milhões de moscas não podem estar enganadas".  :papel:

Citar
Quem discorda, é só provar que espíritos não existem e nem jamais poderiam existir. Aí o estudo deixa de fazer sentido e o Espiritismo deixa imediatamente de ser uma ciência.

Não mesmo... Provem vocês que existem espíritos, e aí, quem sabe, o espiritismo pode passar a ser visto como ciência.

 :ok:
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Oceanos

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #14 Online: 04 de Maio de 2007, 01:17:14 »
Por favor, Leafar. Dê uma lida na lista de falácias que pode ser encontrada aqui. Só para indicar uma, por exemplo, você cometeu uma falácia bastante comum que é a inversão do ônus da prova.

Pelas regras do fórum o uso de falácias é proibido. Não que realmente esperamos de todos argumentos de todos os foristas sejam 100% lógicos e conseqüentemente livre de falácias, mas bem, essa proibição funciona de modo a forçar que os debates conduzam da forma mais bem argumentada possível.

Grato. :)

Offline Luis Dantas

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #15 Online: 04 de Maio de 2007, 04:57:36 »
Pois é.  Inventar rótulos que parecem biodegradáveis não tornam as idéias menos dogmáticas nem menos falaciosas.

Como tanta gente entra nesse bonde de puro marketing, eu não entendo.
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Offline Leafar

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #16 Online: 04 de Maio de 2007, 07:45:21 »
Olá, Oceanos!

Poderia me citar explicitamente aonde eu cometi a falácia, só para eu reescrever adequadamente?

P.S.: Eu não li as respostas anteriores e não poderei responder até a noite.

Obrigado.
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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #17 Online: 04 de Maio de 2007, 07:49:58 »
Olá, Oceanos!

Poderia me citar explicitamente aonde eu cometi a falácia, só para eu reescrever adequadamente?

P.S.: Eu não li as respostas anteriores e não poderei responder até a noite.

Obrigado.

Aqui:
Citação de: Leafar
Quem discorda, é só provar que espíritos não existem e nem jamais poderiam existir. Aí o estudo deixa de fazer sentido e o Espiritismo deixa imediatamente de ser uma ciência.

Exigir que alguém prove que espíritos não existem é inverter o ônus da prova. Vocês alegam que existe, provem.

O ad numerum a Nina já apontou.

Offline Brasília em Chamas

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #18 Online: 04 de Maio de 2007, 10:50:20 »
A luz do passado já não brilha tão intensamente.
Abu Dhabi  existe.
Mas não é a realizade brasileira nem de muitos outros paises.
e nem era parte da realidad de Abu Dhabi e Dudhai
E pode citar o que ocorreu? Me lembro de você ter falado disso em outro tópico, mas não ficou bem claro.
Com a descoberta do petroleo a trinata anos atras e a comercialização do mesmo possibilitaram  o desevolvimento de Abu Dhabi, Dubhai. O lugar vivia  basicamente da pesca, da caça de pérolas e da agricultura. Hoje, Dubhai é a cidade mais rica do mundo.
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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #19 Online: 04 de Maio de 2007, 10:56:50 »
O assunto não era outro?  Você e Adriano estavam falando de Religião, não de Economia.
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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #20 Online: 04 de Maio de 2007, 11:12:48 »
O assunto não era outro?  Você e Adriano estavam falando de Religião, não de Economia.
ele me perguntou como tudo começou?
Os que se perdem como vocês sobrevivem de uma fixação perfeccionista, ou de uma nostalgia culposa. Por hora, meu juízo absolutiza quase tudo para todos e relativiza quase tudo para mim mesmo, dependendo de onde eu estou como ser

Offline Adriano

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #21 Online: 04 de Maio de 2007, 11:29:19 »
O assunto não era outro?  Você e Adriano estavam falando de Religião, não de Economia.
ele me perguntou como tudo começou?
E são temas que se relacionam basta lembrar do famoso livro "A ética protestante e o espírito do capitalismo" de Max Weber.
Na questão de Abu Dhabi, BeC me parece defender que haja o secularismo convivendo com a religião harmoniosamente. Mas seria uma religião sem dogmas?
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Brasília em Chamas

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #22 Online: 04 de Maio de 2007, 11:36:25 »
O assunto não era outro?  Você e Adriano estavam falando de Religião, não de Economia.
ele me perguntou como tudo começou?
E são temas que se relacionam basta lembrar do famoso livro "A ética protestante e o espírito do capitalismo" de Max Weber.
Na questão de Abu Dhabi, BeC me parece defender que haja o secularismo convivendo com a religião harmoniosamente. Mas seria uma religião sem dogmas?


O istã é a religião de Estado, o que o governo não faz é interferir na crença dos cidadãos. Ja existe um projeta para que seja construida um mesquita que sera a maior do mundo.
Os que se perdem como vocês sobrevivem de uma fixação perfeccionista, ou de uma nostalgia culposa. Por hora, meu juízo absolutiza quase tudo para todos e relativiza quase tudo para mim mesmo, dependendo de onde eu estou como ser

Offline Galthaar

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #23 Online: 04 de Maio de 2007, 12:13:58 »
Uma religião sem dogmas é uma contradição pois a própria definição de religião é "um conjunto de crenças", ou seja, uma religião sem dogmas não poderia ser considerada uma religião, talvez uma filosofia.
"A dominação social no capitalismo, no seu nível mais fundamental, não consiste na dominação das pessoas por outras pessoas, mas na dominação das pessoas por estruturas sociais abstratas constituídas pelas próprias pessoas."

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Offline Luis Dantas

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Re: Religião sem dogmas?
« Resposta #24 Online: 04 de Maio de 2007, 12:17:30 »
Adriano: não basta dizer que são assuntos que se relacionam, é preciso mostrar que relação o avanço econômico e a suposta liberdade religiosa teriam neste caso.

BeC: como é que uma religião de Estado se torna algo que NÃO interfere na crença dos cidadãos?  E que relação isso teria com o projeto da Mesquita?

Galthaar: dogma é uma falha da religião - uma falha em minha opinião superável, eliminável - e não uma característica necessária da mesma.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

 

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