Autor Tópico: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.  (Lida 7889 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline NadaSei

  • Banido
  • Nível 14
  • *
  • Mensagens: 325
Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Online: 13 de Junho de 2007, 09:30:32 »
O teísmo pode ser totalmente justificado na razão, assim como o ateísmo.
Independente disso, algumas pessoas se mantém como teístas, por coisas não tão racionais assim, como por exemplo, por "sentir" que a vida não pode ser apenas isso e, que deve existir algo mais por de trás disso tudo.
Ao pensar nisso, costumam chegar a conclusão de que a morte não é o fim e, que deve existir um criador para tudo isso.

Apesar de não basear meu teísmo nisso, acho totalmente justificável e, não cobro dessas pessoas uma "atitude" mais racional que essa, entretanto, já vi alguns ateus o fazerem, alguns tendem até mesmo a pensar que por isso, o ateísmo é mais racional que o teísmo, visto que um se justifica na razão e o outro não. (o que não é necessariamente verdade, visto que o teísmo também pode se justificar de forma racional).
Dessa forma, essas pessoas costumam cobrar maior racionalidade desse tipo de teísta e, dão a entender que toda atitude necessita de uma base racional sólida para se apoiar.

O que eu queria saber de todos, teístas e ateus, quais os seus pontos de vista sobre isso, mas principalmente de possíveis ateus que achem esse tipo de justificativa muito "crente" e, por isso, um tanto invalida.
Quero também saber qual é a justificativa racional para a fidelidade. (relações monogâmicas que proíbem o que chamam de "traição".)

Existem bons motivos para se desejar uma vida a dois que inclua exclusividade?
Não seria isso, apenas uma idéia romântica e enganosa, de pessoas que, pelo vazio e solidão que sentem, buscam em outras pessoas o complemento para esse vazio?
Qual o motivo de querer ter uma pessoa inteiramente pra si e, se entregar por completo unicamente a essa pessoa?
Qual o motivo que justifique racionalmente, querer em um relacionamento, a fidelidade, ao invés da liberdade e variedade?
Amar uma pessoa como ela é, não significa ama-la, mesmo que ela queira transar com outros?
Se sair com outras pessoas faz a pessoa amada feliz, não deveríamos ficar felizes por ela?

Eu estou comparando a justificativa dos dois comportamentos e, querendo saber a opinião a respeito das duas coisas, além de estar procurando por justificativas racionais para a fidelidade.
« Última modificação: 13 de Junho de 2007, 09:33:44 por NadaSei »
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #1 Online: 13 de Junho de 2007, 10:39:38 »
O teísmo pode ser totalmente justificado na razão, assim como o ateísmo.
Você fez a sua argumentação baseada nessa premissa, mas discordo pois não há lógica no conceito de deus, que por si mesmo já é contraditório.

Independente disso, algumas pessoas se mantém como teístas, por coisas não tão racionais assim, como por exemplo, por "sentir" que a vida não pode ser apenas isso e, que deve existir algo mais por de trás disso tudo.
Ao pensar nisso, costumam chegar a conclusão de que a morte não é o fim e, que deve existir um criador para tudo isso.
Independente disso não, esse é exatamente a forma de criação do conceito de deus, explicado pela antropologia.
E as doutrinas religiosas fazem sempre esse apelo.

Apesar de não basear meu teísmo nisso, acho totalmente justificável e, não cobro dessas pessoas uma "atitude" mais racional que essa, entretanto, já vi alguns ateus o fazerem, alguns tendem até mesmo a pensar que por isso, o ateísmo é mais racional que o teísmo, visto que um se justifica na razão e o outro não. (o que não é necessariamente verdade, visto que o teísmo também pode se justificar de forma racional).
Eu mesmo sou um exemplo de ateu que não vê racionalidade no teísmo. Inclusive é o motivo pelo qual sou ateu.

Dessa forma, essas pessoas costumam cobrar maior racionalidade desse tipo de teísta e, dão a entender que toda atitude necessita de uma base racional sólida para se apoiar.
Racionalidade é cobrada de todos, não tem distinção se é ateu ou teísta. Para muitos teístas ateus são irracionais ao não "entenderem" deus.

O que eu queria saber de todos, teístas e ateus, quais os seus pontos de vista sobre isso, mas principalmente de possíveis ateus que achem esse tipo de justificativa muito "crente" e, por isso, um tanto invalida.
Crente não cobra racionalidade, cobra fé.  :P

Quero também saber qual é a justificativa racional para a fidelidade. (relações monogâmicas que proíbem o que chamam de "traição".)
A minha opinião é que a relação monogâmica não serve para mim. Traição para mim não está relacionado exclusivamente ao sexo, embora possa estar. Mas sou adepto do poliamor, do relacionamento não-monogamico consensual.

Existem bons motivos para se desejar uma vida a dois que inclua exclusividade?
Não seria isso, apenas uma idéia romântica e enganosa, de pessoas que, pelo vazio e solidão que sentem, buscam em outras pessoas o complemento para esse vazio?
Qual o motivo de querer ter uma pessoa inteiramente pra si e, se entregar por completo unicamente a essa pessoa?
Qual o motivo que justifique racionalmente, querer em um relacionamento, a fidelidade, ao invés da liberdade e variedade?
Amar uma pessoa como ela é, não significa ama-la, mesmo que ela queira transar com outros?
Se sair com outras pessoas faz a pessoa amada feliz, não deveríamos ficar felizes por ela?
Essas perguntas estão mais para as minhas respostas, é só tirar o ponto de exclamação.

Eu estou comparando a justificativa dos dois comportamentos e, querendo saber a opinião a respeito das duas coisas, além de estar procurando por justificativas racionais para a fidelidade.
Eu já vi muitas explicações racionais para a fidelidade mas se aplicam a casos individuais. Alguns se valem da genética por exemplo, e muitas das vezes a evolução. Mas para mim a fidelidade (no sentido de exclusividade sexual) faz parte do mito do amor romântico.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Mauricio Rubio

  • Nível 24
  • *
  • Mensagens: 1.019
  • Sexo: Masculino
  • Beyond Good and Evil
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #2 Online: 13 de Junho de 2007, 17:40:54 »
Minha opnião? Somente os fatores culturais influênciam nessas atitudes.

Se fossemos ensinados desde cedo a trair e a não ligar para isso, e o mundo inteiro fosse uma putaria, isso seria completamente normal para os que estão dentro da cultura.





ou não :D
« Última modificação: 13 de Junho de 2007, 17:43:03 por Mauricio Rubio »
"Para quem a agitação não existe,
e para quem ser/existir e não ser/existir
    estão superados,
ele é alguém – que está além do medo,
        feliz,
       sem angústia,
a quem os devas não podem ver"

Buda Sakyamuni

Offline uiliníli

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 18.107
  • Sexo: Masculino
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #3 Online: 13 de Junho de 2007, 18:19:02 »
O teísmo pode ser totalmente justificado na razão, assim como o ateísmo.

O nome disso não é deísmo?

Citar
Independente disso, algumas pessoas se mantém como teístas, por coisas não tão racionais assim, como por exemplo, por "sentir" que a vida não pode ser apenas isso e, que deve existir algo mais por de trás disso tudo.
Ao pensar nisso, costumam chegar a conclusão de que a morte não é o fim e, que deve existir um criador para tudo isso.

Apesar de não basear meu teísmo nisso, acho totalmente justificável e, não cobro dessas pessoas uma "atitude" mais racional que essa, entretanto, já vi alguns ateus o fazerem, alguns tendem até mesmo a pensar que por isso, o ateísmo é mais racional que o teísmo, visto que um se justifica na razão e o outro não. (o que não é necessariamente verdade, visto que o teísmo também pode se justificar de forma racional).

Dessa forma, essas pessoas costumam cobrar maior racionalidade desse tipo de teísta e, dão a entender que toda atitude necessita de uma base racional sólida para se apoiar.

Quando o teísta fundamenta sua crença na razão (deísmo) o ateu não pode acusá-lo de ser irracional. O que o ateu vai dizer é que não concorda com o seu raciocínio. Quanto aos casos de teístas que acreditam em Deus por fé, bom, acho auto-evidente que eles são menos racionais tanto que os ateus quanto que os deístas. Só que não existe nenhuma lei obrigando ninguém a ser racional, não é?


Citar
Quero também saber qual é a justificativa racional para a fidelidade. (relações monogâmicas que proíbem o que chamam de "traição".)

Existem bons motivos para se desejar uma vida a dois que inclua exclusividade?
Não seria isso, apenas uma idéia romântica e enganosa, de pessoas que, pelo vazio e solidão que sentem, buscam em outras pessoas o complemento para esse vazio?
Qual o motivo de querer ter uma pessoa inteiramente pra si e, se entregar por completo unicamente a essa pessoa?
Qual o motivo que justifique racionalmente, querer em um relacionamento, a fidelidade, ao invés da liberdade e variedade?
Amar uma pessoa como ela é, não significa ama-la, mesmo que ela queira transar com outros?
Se sair com outras pessoas faz a pessoa amada feliz, não deveríamos ficar felizes por ela?

Eu estou comparando a justificativa dos dois comportamentos e, querendo saber a opinião a respeito das duas coisas, além de estar procurando por justificativas racionais para a fidelidade.


Acho que essa é uma questão que pede uma abordagem tanto cultural quanto biológica. Claro que minha explicação não é completa, talvez nem mesmo seja correta, mas eu penso assim: uma vez que nossa sociedade se baseia em uma família constituída por pai, mãe e filhos a fidelidade é a garantia que se tem da intenção de construir uma família funcional. O homem, por sua parte, quer ter a certeza de que os filhos que está criando são mesmo dele; já a mulher quer estar segura que seu parceiro não vá trocá-la por outra e deixá-la cuidando sozinha dos filhos. Se nosso modelo de sociedade fosse diferente, digamos, em vez de famílias fosse o Estado que tivesse a responsabilidade de cuidar de todas as crianças, a monogamia talvez não existisse.


Offline Tash

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.191
  • Sexo: Masculino
    • http://about.me/alganet
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #4 Online: 13 de Junho de 2007, 18:44:07 »
O teísmo pode ser totalmente justificado na razão, assim como o ateísmo.

Na verdade não. Tanto o teísmo quanto o ateísmo são cientificamente irracionais, ambos não passam de crença. Há uma discussão sobre isso correndo no fórum em um tópico chamado "Agnosticismo". A única postura racional seria o agnosticismo.

Independente disso, algumas pessoas se mantém como teístas, por coisas não tão racionais assim, como por exemplo, por "sentir" que a vida não pode ser apenas isso e, que deve existir algo mais por de trás disso tudo.
Ao pensar nisso, costumam chegar a conclusão de que a morte não é o fim e, que deve existir um criador para tudo isso.

Apesar de não basear meu teísmo nisso, acho totalmente justificável e, não cobro dessas pessoas uma "atitude" mais racional que essa, entretanto, já vi alguns ateus o fazerem, alguns tendem até mesmo a pensar que por isso, o ateísmo é mais racional que o teísmo, visto que um se justifica na razão e o outro não. (o que não é necessariamente verdade, visto que o teísmo também pode se justificar de forma racional).
Dessa forma, essas pessoas costumam cobrar maior racionalidade desse tipo de teísta e, dão a entender que toda atitude necessita de uma base racional sólida para se apoiar.

Religião é um ponto delicado. Se uma pessoa é ateísta e critica religião, ela provavelmente tem um motivo.

Um biólogo ateu por exemplo tem o direito de criticar um teísta que queira ensinar criacionismo nas escolas. Nesse caso hipotético, não é uma crença (teísmo) que é mais racional que outra (ateísmo) ou vice-versa, estamos falando de uma crença (criacionismo) contra uma teoria (evolucionismo).

O que eu queria saber de todos, teístas e ateus, quais os seus pontos de vista sobre isso, mas principalmente de possíveis ateus que achem esse tipo de justificativa muito "crente" e, por isso, um tanto invalida.

Eu procuro não criticar as crenças alheias, desde que a pessoa assuma que aquilo é uma crença (assim como eu assumo a minha crença na inexistência de deus).

Quero também saber qual é a justificativa racional para a fidelidade. (relações monogâmicas que proíbem o que chamam de "traição".)

Não entendi o ponto da questão, mas de qualquer maneira vou respondê-la. Do meu ponto de vista a justificativa racional é óbvia:

Se você gosta de uma pessoa, preocupa-se com o bem-estar dela.
Se a pessoa que você gosta não tolera traição, traí-la não trará bem-estar.
Se você se preocupa com o bem-estar de uma pessoa, se gosta de uma pessoa, não irá traí-la.

Portanto, gostar de alguém e ferir seu bem-estar é ser irracional, racional é ser fiel.

Existem bons motivos para se desejar uma vida a dois que inclua exclusividade?

É necessário motivo melhor do que admirar uma pessoa, prezar pelo seu bem-estar e querer sua presença?

Não seria isso, apenas uma idéia romântica e enganosa, de pessoas que, pelo vazio e solidão que sentem, buscam em outras pessoas o complemento para esse vazio?

Em alguns casos talvez, não em todos. Não consigo ver onde essa idéia é "enganosa", se você está solitário é meio óbvio que busque a companhia de outras pessoas.

Afinal, o que há de errado em buscar uma pessoa que lhe complete?

Qual o motivo de querer ter uma pessoa inteiramente pra si e, se entregar por completo unicamente a essa pessoa?

Fidelidade não é devoção, não é idolatria. Você apenas não deve trair a pessoa, não precisa entregar-se por completo. As pessoas continuam (em boa parte dos casos) vivendo suas vidas individualmente também.

Existem vários bons motivos pra querer unir-se conjugalmente a outra pessoa, como a vontade de criar filhos em um lar estável.

Qual o motivo que justifique racionalmente, querer em um relacionamento, a fidelidade, ao invés da liberdade e variedade?

Quando falamos de sexo talvez não haja motivo, quando falamos de relacionamentos a coisa é diferente. Fidelidade não necessariamente prende as pessoas, portanto não podemos dizer que uma pessoa fiel não é livre.

Se uma pessoa sente vontade de fazer sexo com outra que não seja seu cônjuge, ela tem todo poder para terminar o relacionamento e fazer sexo com quantas pessoas quiser, sem que haja traição.

Em outras palavras, se você mantém um relacionamento você deveria apreciar a companhia da outra pessoa e não sentir-se preso a ela. Se há a vontade de praticar sexo com outras pessoas, talvez não devesse haver um relacionamento.

Amar uma pessoa como ela é, não significa ama-la, mesmo que ela queira transar com outros?

"Amar uma pessoa como ela é" é bastante vago. Você ama pessoas, e pessoas não são 100% transparentes. Em um relacionamento espera-se do outro que haja transparência, e uma traição é um forte indício de que essa transparência não é muito boa, portanto aquela pessoa do começo já não é "a pessoa como ela é".

Em outras palavras, se você antes amava uma pessoa fiel, pode ser que não ame mais uma pessoa que se torne infiel.

Se sair com outras pessoas faz a pessoa amada feliz, não deveríamos ficar felizes por ela?

Claro que sim, mas se o amor é recíproco, a pessoa amada não preocupa-se somente com a própria felicidade, preocupa-se com a felicidade do cônjuge.

Ao ver que a pessoa amada sai com outras pessoas e fica feliz, mesmo causando tristeza para o cônjuge, talvez seja melhor ela romper o relacionamento.

Eu estou comparando a justificativa dos dois comportamentos e, querendo saber a opinião a respeito das duas coisas, além de estar procurando por justificativas racionais para a fidelidade.

Boa sorte na sua busca :)

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #5 Online: 13 de Junho de 2007, 19:50:37 »
Fidelidade não é devoção, não é idolatria. Você apenas não deve trair a pessoa, não precisa entregar-se por completo. As pessoas continuam (em boa parte dos casos) vivendo suas vidas individualmente também.

Existem vários bons motivos pra querer unir-se conjugalmente a outra pessoa, como a vontade de criar filhos em um lar estável.
Existem casais que tem filhos e lar estável, mas praticam swing e menage, e vivem normalmente, com essas experiencias sexuais fazendo parte de sua privacidade e intimidade. E a não exclusividade sexual que ocorre é consentida e em nada retira o amor que um nutre pelo outro.

Quando falamos de sexo talvez não haja motivo, quando falamos de relacionamentos a coisa é diferente. Fidelidade não necessariamente prende as pessoas, portanto não podemos dizer que uma pessoa fiel não é livre.

Se uma pessoa sente vontade de fazer sexo com outra que não seja seu cônjuge, ela tem todo poder para terminar o relacionamento e fazer sexo com quantas pessoas quiser, sem que haja traição.
Assim como se for de comum entendimento dos dois eles podem ter outras experiências sem a necessidade de terminar o relacionamento. As vezes pode ser somente uma curiosidade sexual. E havendo consentimento não há traição.

"Amar uma pessoa como ela é" é bastante vago. Você ama pessoas, e pessoas não são 100% transparentes. Em um relacionamento espera-se do outro que haja transparência, e uma traição é um forte indício de que essa transparência não é muito boa, portanto aquela pessoa do começo já não é "a pessoa como ela é".

Em outras palavras, se você antes amava uma pessoa fiel, pode ser que não ame mais uma pessoa que se torne infiel.
Essa é a grande contradição que eu vejo no amor romântico, pois o amor que existe de uma pessoa para a outra desaparece com o conhecimento de uma experiência sexual fora da relação. Me parece que a priorização é o sexo e que todos os demais motivos de convivência não significa amor. Além do que várias traições são perdoaveis menos a sexual.

Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline NadaSei

  • Banido
  • Nível 14
  • *
  • Mensagens: 325
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #6 Online: 13 de Junho de 2007, 21:37:21 »
Bom, primeiro vamos a uma problema com a definição dos termos:
Encontrei no google duas definições para deísmo e teísmo.
DEISMO:
# Doutrina que considera a razão como a única via capaz de nos assegurar da existência de Deus, rejeitando, para tal fim, o ensinamento ou a prática de qualquer religião organizada.

# Crença na existência de um Deus Criador, acompanhada da rejeição das religiões reveladas (como todas as formas de Cristianismo, Judaísmo, Muçulmanismo e Espiritismo). Tradicionalmente, inspira-se fortemente nos estudos de Thomas Paine e enfatiza o raciocínio lógico. Não deve ser confundido com Teísmo, pois é uma forma bastante específica deste...

TEISMO:
# Teísmo é um conceito surgido no século XVII (R. Cudworth, 1678) contrapondo-se ao moderno ateísmo, deísmo e panteísmo.

# Postura filosófica ou religiosa que afirma a existência de um (ou mais de um) Deus. O Budismo tem variantes teístas e não-teístas. O Taoísmo, até onde sei, é não-teísta. O Deísmo, bem como o Humanismo Religioso em geral, é teísta, e na verdade a crença em Deus é a única diferença (relativamente insignificante em termos práticos) entre estes e o Humanismo Secular.

A definição de teísmo não me agrada muito e, erra em apontar o Taoísmo como não-teísta.
Quando pensei em Teísmo, pensei no contrario do ateísmo. (acreditar em Deus /não acreditar)
Seria apenas uma pessoa que acredita em Deus ou conhece sua existência.
Nesse caso, o deísmo não seria contrario a isso e, um partidário do deísmo, seria um teísta deísta.
Teísta por acreditar em Deus e deísta por ser adepto do ponto de vista do deísmo.
Eu, por exemplo, sou um teísta que justifica Deus na razão, mas não sou contrario a religiões supostamente reveladas ou sua pratica. (sou contrario apenas a igrejas e seitas).

Não concordo que o teísta não possa se apoiar na razão, eu mesmo o faço e, sem recorrer a sentimentos ou "revelações". Basta entender o conceito e observar as abundantes evidências de sua existência, principalmente dentro de nós.
Também não concordo que o ateísmo seja irracional, acho que uma pessoa que, não enxerga as evidências de Deus, nem compreende esse conceito de forma mais ampla, tem justificativas o bastante para achar mais "provável" a inexistência de Deus, que sua existência. (mas vale a dica do tópico, vou dar uma olhada).

Quanto a fidelidade, procuro por algo que justifique ela em si, não a adesão a ela por imposição do companheiro.
Por exemplo, alguns citam que isso pode ajudar a evitar DSTs e gravidez indesejada.
O problema, é que existem meios de se prevenir isso, como o anti-concepcional e a camisinha, mesmo que não sejam 100% eficientes.
Reduzir o número de parceiros diminui os riscos, sem a necessidade de fidelidade.
O problema é que DSTs e gravidez, não justificam tudo o que está dentro do que chamamos de fidelidade, como sair e "ficar" com diversas pessoas, nos chamados "amassos", beijo na boca e até mesmo masturbação mútua.

Formar uma familia e criar os filhos, o Adriano já disse bem, diversos casais adeptos do swing e outras praticas, o fazem sem a fidelidade, inclusive tendo prazer ao ver seu parceiro sentir prazer.
A união estável entre duas pessoas que se amam, não necessita da fidelidade.
Fazendo uma comparação, é como ter amigos.
Temos aquele que é o nosso melhor amigo, com o qual dividimos mais as coisas e, o qual tem a nossa preferência e maior dedicação que os outros amigos.
Fidelidade, seria como se o nosso melhor amigo, nos impedisse de ter amizade com outras pessoas que não ele.

Podemos ter uma mulher que amamos e, com quem queremos ter filhos e formar uma familia estável e duradoura.
Essa pessoa vive conosco, divide o teto, a cama e as contas.
Dedicamos a ela, uma maior parte de nosso tempo, ela recebe maior atenção e dedicação nosso que os nossos amigos e amigas. Ainda assim, temos "amigas" com quem vez ou outra saímos, beijamos e transamos... Talvez até mesmo "casais" de amigos, que vivem da mesma forma.
Ou seja, temos um parceiro preferencial, mas isso não nos impede de ter "amigos".
A fidelidade fica um tanto injustificável, se não pelo puro "desejo" por isso... Algo nada racional.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline NadaSei

  • Banido
  • Nível 14
  • *
  • Mensagens: 325
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #7 Online: 13 de Junho de 2007, 21:50:44 »
"Amar uma pessoa como ela é" é bastante vago. Você ama pessoas, e pessoas não são 100% transparentes. Em um relacionamento espera-se do outro que haja transparência, e uma traição é um forte indício de que essa transparência não é muito boa, portanto aquela pessoa do começo já não é "a pessoa como ela é".

Em outras palavras, se você antes amava uma pessoa fiel, pode ser que não ame mais uma pessoa que se torne infiel.
Esse ponto especifico me despertou bastante interesse.
Se alguém ama uma pessoa que ela "pensa" ser fiel, depois descobre que é infiel e passa a odia-la, então ela não amava uma pessoa de verdade, amava uma ilusão mental de uma pessoa, que ela criou na própria cabeça.
A traição tem um ponto negativo, a mentira.
No amor, não seria o caso de "perdoar" a mentira e, agora passar a aceitar um relacionamento aberto, já que descobriu que a pessoa amada não pode viver a monogamia?

Veja que o erro aqui, não é sair com outras pessoas, mas ter mentido.
Muitos podem inclusive faze-lo, por saber que o companheiro não aceitaria um relacionamento aberto e, para não perder a pessoa, mente e diz que aceita a exclusividade.

Que tipo de amor se desfaz por um detalhe tão pequeno, como uma mentira que não causou nenhum mal?
Que tipo de amor, não aceita o que a outra pessoa faz em seu tempo vago? (coisa que não diz respeito ao companheiro)
Seria como rejeitar uma pessoa, por ela gostar de correr na praia quando você sai pra trabalhar.
É diferente de ter uma característica de que você não goste, pois isso lida com o que ela faz, em seus momentos particulares.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline NadaSei

  • Banido
  • Nível 14
  • *
  • Mensagens: 325
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #8 Online: 13 de Junho de 2007, 21:52:29 »
Minha opnião? Somente os fatores culturais influênciam nessas atitudes.

Se fossemos ensinados desde cedo a trair e a não ligar para isso, e o mundo inteiro fosse uma putaria, isso seria completamente normal para os que estão dentro da cultura.





ou não :D
Acho que não... mexe com sentimentos muito fortes, como o apego, egoísmo e vaidade.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline Tash

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.191
  • Sexo: Masculino
    • http://about.me/alganet
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #9 Online: 13 de Junho de 2007, 22:07:28 »
Fidelidade não é devoção, não é idolatria. Você apenas não deve trair a pessoa, não precisa entregar-se por completo. As pessoas continuam (em boa parte dos casos) vivendo suas vidas individualmente também.

Existem vários bons motivos pra querer unir-se conjugalmente a outra pessoa, como a vontade de criar filhos em um lar estável.
Existem casais que tem filhos e lar estável, mas praticam swing e menage, e vivem normalmente, com essas experiencias sexuais fazendo parte de sua privacidade e intimidade. E a não exclusividade sexual que ocorre é consentida e em nada retira o amor que um nutre pelo outro.


Nesse caso, o casal concorda em fazer sexo com outras pessoas, portanto não é traição. É completamente irrelevante, já que mesmo que algumas pessoas pratiquem swing, uma parte das pessoas ainda considere a união conjugal como pré-requesito pra lar estável.

Não estou questionando o que é válido ou não como lar estável, isso é questão de opinião e nem quero entrar no assunto. O NadaSei pediu um motivo pra unir-se à uma pessoa, foi isso que eu lhe dei, posso garantir que casais são motivados por isso.

Quando falamos de sexo talvez não haja motivo, quando falamos de relacionamentos a coisa é diferente. Fidelidade não necessariamente prende as pessoas, portanto não podemos dizer que uma pessoa fiel não é livre.

Se uma pessoa sente vontade de fazer sexo com outra que não seja seu cônjuge, ela tem todo poder para terminar o relacionamento e fazer sexo com quantas pessoas quiser, sem que haja traição.
Assim como se for de comum entendimento dos dois eles podem ter outras experiências sem a necessidade de terminar o relacionamento. As vezes pode ser somente uma curiosidade sexual. E havendo consentimento não há traição.

Se não há mentira, não há traição.

"Amar uma pessoa como ela é" é bastante vago. Você ama pessoas, e pessoas não são 100% transparentes. Em um relacionamento espera-se do outro que haja transparência, e uma traição é um forte indício de que essa transparência não é muito boa, portanto aquela pessoa do começo já não é "a pessoa como ela é".

Em outras palavras, se você antes amava uma pessoa fiel, pode ser que não ame mais uma pessoa que se torne infiel.
Essa é a grande contradição que eu vejo no amor romântico, pois o amor que existe de uma pessoa para a outra desaparece com o conhecimento de uma experiência sexual fora da relação. Me parece que a priorização é o sexo e que todos os demais motivos de convivência não significa amor. Além do que várias traições são perdoaveis menos a sexual.


Não é regra. Nem todo mundo deixa de amar após uma traição, existem casos de perdão. Em um relacionamento o casal costuma ligar os momentos e lembranças ao sexo, quando se trai sexualmente, está traindo toda confiança do parceiro. Nem todo mundo sabe separar amor de sexo.

Offline Tash

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.191
  • Sexo: Masculino
    • http://about.me/alganet
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #10 Online: 13 de Junho de 2007, 22:22:40 »
"Amar uma pessoa como ela é" é bastante vago. Você ama pessoas, e pessoas não são 100% transparentes. Em um relacionamento espera-se do outro que haja transparência, e uma traição é um forte indício de que essa transparência não é muito boa, portanto aquela pessoa do começo já não é "a pessoa como ela é".

Em outras palavras, se você antes amava uma pessoa fiel, pode ser que não ame mais uma pessoa que se torne infiel.
Esse ponto especifico me despertou bastante interesse.
Se alguém ama uma pessoa que ela "pensa" ser fiel, depois descobre que é infiel e passa a odia-la, então ela não amava uma pessoa de verdade, amava uma ilusão mental de uma pessoa, que ela criou na própria cabeça.

"Ilusão" não é a palavra certa, é "imagem". Todo mundo cria imagens das pessoas que conhece e nos relacionamos com base nisso. Essa imagem se torna uma ilusão somente se a pessoa não for transparente, se for, continua uma imagem e não uma "ilusão".

A traição tem um ponto negativo, a mentira.
No amor, não seria o caso de "perdoar" a mentira e, agora passar a aceitar um relacionamento aberto, já que descobriu que a pessoa amada não pode viver a monogamia?

Perdoar sim, mas se um dos lados não concorda em manter um relacionamento aberto, não deve prejudicar-se pra benefício do outro. Deve haver benefício mútuo.

Se uma pessoa deseja relacionamento aberto, deve procurar alguém que também o queira. Se isso não for esclarecido desde o começo, já pode ser considerado falsidade.

Veja que o erro aqui, não é sair com outras pessoas, mas ter mentido.
Muitos podem inclusive faze-lo, por saber que o companheiro não aceitaria um relacionamento aberto e, para não perder a pessoa, mente e diz que aceita a exclusividade.

Pois é, esse "não perder a pessoa" é no mínimo egoísta. Você quer a pessoa, mas tem que enganá-la. Que relacionamento é esse?

Que tipo de amor se desfaz por um detalhe tão pequeno, como uma mentira que não causou nenhum mal?

Causa bastante mal. Talvez o amor nem sempre se desfaça, mas a capacidade de confiar no parceiro é seriamente afetada. Isso depende muito de pessoa pra pessoa, de quão grave a pessoa considera a traição. Foi por isso que logo no começo eu afirmei que é questão de bem-estar, e isso é puramente pessoal.

Que tipo de amor, não aceita o que a outra pessoa faz em seu tempo vago? (coisa que não diz respeito ao companheiro)

Se a pessoa trai, a questão não é o "tempo vago" e sim a traição, oras. Você pode jogar cartas, plantar árvores e andar de bicicleta no tempo vago, mas se seu parceiro não se sente bem com você o traindo, é irracional fazê-lo.

Seria como rejeitar uma pessoa, por ela gostar de correr na praia quando você sai pra trabalhar.

Falsa analogia. Traição é um ponto geralmente explícito entre casais, uma boa parte não tolera. Correr na praia é tolerável pela maioria dos casais. A questão é o bem estar do parceiro, não sua liberdade pra fazer o que quiser.

Novamente afirmo, se uma pessoa se sente "presa" em um relacionamento, talvez seja melhor acabar com ele.

É diferente de ter uma característica de que você não goste, pois isso lida com o que ela faz, em seus momentos particulares.

Um casal não é composto de dois indivíduos com ações interdependentes. Algumas coisas que um faz, refletem no outro, portanto deve-se levar em consideração a opinião do parceiro, ou terminar o relacionamento.

Offline NadaSei

  • Banido
  • Nível 14
  • *
  • Mensagens: 325
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #11 Online: 14 de Junho de 2007, 06:16:09 »
Não estou questionando o que é válido ou não como lar estável, isso é questão de opinião e nem quero entrar no assunto. O NadaSei pediu um motivo pra unir-se à uma pessoa, foi isso que eu lhe dei, posso garantir que casais são motivados por isso.
Na realidade, esses motivos não exigem a fidelidade.
Eu perguntei por motivos racionais que, fazem pessoas quererem unir-se a outras de forma exclusiva.
Essa é a questão, querer formar uma familia, não justifica a fidelidade, pois uma familia pode ser formada sem ela.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #12 Online: 14 de Junho de 2007, 08:22:39 »
NadaSei, algumas observações:

Bom, primeiro vamos a uma problema com a definição dos termos:
Encontrei no google duas definições para deísmo e teísmo.
DEISMO:
(...)

TEISMO:
# Teísmo é um conceito surgido no século XVII (R. Cudworth, 1678) contrapondo-se ao moderno ateísmo, deísmo e panteísmo.

Perceba uma das dificuldades aqui.  O teísmo é um termo geral que inclui o deísmo e o panteísmo, ou estes dois últimos se contrapõem ao teísmo?  (Uma das definições de deísmo que você apresentou declara que o deísmo é uma forma específica de teísmo, com o que concordo).

Citar
# Postura filosófica ou religiosa que afirma a existência de um (ou mais de um) Deus. O Budismo tem variantes teístas e não-teístas. O Taoísmo, até onde sei, é não-teísta. O Deísmo, bem como o Humanismo Religioso em geral, é teísta, e na verdade a crença em Deus é a única diferença (relativamente insignificante em termos práticos) entre estes e o Humanismo Secular.

A crença em Deus é SEMPRE insignificante em termos práticos, EXCETO enquanto ferramenta de motivação.  Afinal de contas a realidade não muda por crermos ou descrermos em Deus, o que muda é a nossa fé e motivação.

E isso acontece porque Deus é um conceito dos mais vagos que existem.  Tão vago que não é sequer fácil definir se um cristão (ou, calculo, muçulmano) _realmente_ acredita na existência de Deus ou simplesmente não tem muito motivo para questionar ou expor suas dúvidas ou descrenças.

Aliás, a classificação do Budismo como tendo variedades teístas e não-teístas é questionável; pode-se facilmente argumentar que não existem divindades "verdadeiras" (e portanto não há teísmo tampouco) em forma alguma do Budismo.  Mais questionável ainda é a afirmação de que o Taoísmo é necessariamente não-teísta.

Citar
A definição de teísmo não me agrada muito e, erra em apontar o Taoísmo como não-teísta.
Quando pensei em Teísmo, pensei no contrario do ateísmo. (acreditar em Deus /não acreditar)

Parece uma boa definição, com valor prático.  Mas não é.  O conceito de Deus e a crença em Deus são coisas por demais vagas e fugidias para sustentar uma distinção clara entre ateus e teístas.  Aparências à parte, é mais verdadeiro dizer que os teístas criam deuses do que que acreditam neles.  Afinal de contas, deus algum é sustentado por muito mais do que a crença nele...

Citar
Seria apenas uma pessoa que acredita em Deus ou conhece sua existência.
Nesse caso, o deísmo não seria contrario a isso e, um partidário do deísmo, seria um teísta deísta.
Teísta por acreditar em Deus e deísta por ser adepto do ponto de vista do deísmo.
Eu, por exemplo, sou um teísta que justifica Deus na razão,

Justificar Deus na razão não é uma contradição por definição?

Citar
mas não sou contrario a religiões supostamente reveladas ou sua pratica. (sou contrário apenas a igrejas e seitas).

O que diferencia uma religião que é igreja ou seita de uma que não é?

Citar
Não concordo que o teísta não possa se apoiar na razão, eu mesmo o faço e, sem recorrer a sentimentos ou "revelações". Basta entender o conceito e observar as abundantes evidências de sua existência, principalmente dentro de nós.

Teísmo não EXCLUI o uso da razão, claro; mas também não tem como se SUSTENTAR (enquanto teísmo, ou seja, crença em algum Deus) pela razão.  A sustentação do teísmo está na estética e nos sentimentos, não na razão.

Citar
(...)

Quanto a fidelidade, procuro por algo que justifique ela em si, não a adesão a ela por imposição do companheiro.

Fidelidade é algo difícil de definir, e com todo o respeito a definição que você apresentou não tem valor prático.  Dedicar-se "exclusivamente" a outra pessoa não é algo possível nem desejável na prática, pois ter uma vida funcional EXIGE que se dê atenção de vários tipos a outras pessoas e idéias além dessa única pessoa.  Senão caímos em alguma psicopatologia.

Mais razoável é entender fidelidade como algo definido _a partir das expectativas de ambas as partes envolvidas_.  E nesse sentido é um alvo móvel, um desafio permanente, e vai BEM além da mera questão da exclusividade sexual.  Pois sexo é um forma de interação entre muitas outras, e está bem longe de ser a única que pode sustentar ou prejudicar um relacionamento de compromisso.

Quanto a sua justificativa, a fidelidade faz sentido porque é, simplesmente, a opção por cuidar e preservar algo que consideramos importante para nossa qualidade de vida.  Se eu gosto de estar em um relacionamento, devo querer cuidar para que ele possa continuar.  Isso por definição é querer ser fiel - não no sentido de ter essa pessoa como único parceiro sexual, o que na prática raramente é possível ou importante _em si_, mas no sentido de estar realmente empenhado em descobrir o que a outra parte espera de mim e procurar não desapontá-la (dentro dos limites razoáveis, é claro).

Na verdade fidelidade se fundamenta muito mais na qualidade do diálogo do que em qualquer ato externo específico.

Citar
(...)
A união estável entre duas pessoas que se amam, não necessita da fidelidade.

Se a outra pessoa se magoaria com alguma atitude minha (como por exemplo ter intimidade sexual com uma terceira pessoa) então ela precisa que eu evite essa atitude, ou no mínimo tome cuidados para que ela não se magoe apesar de uma eventual atitude desse tipo.  Se você não acha que isso é fidelidade, tudo bem, cada um define os termos como quer.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Tash

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.191
  • Sexo: Masculino
    • http://about.me/alganet
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #13 Online: 14 de Junho de 2007, 10:12:54 »
Não estou questionando o que é válido ou não como lar estável, isso é questão de opinião e nem quero entrar no assunto. O NadaSei pediu um motivo pra unir-se à uma pessoa, foi isso que eu lhe dei, posso garantir que casais são motivados por isso.
Na realidade, esses motivos não exigem a fidelidade.
Eu perguntei por motivos racionais que, fazem pessoas quererem unir-se a outras de forma exclusiva.
Essa é a questão, querer formar uma familia, não justifica a fidelidade, pois uma familia pode ser formada sem ela.

 :arrow:

Citação de: Luis Dantas
Quanto a sua justificativa, a fidelidade faz sentido porque é, simplesmente, a opção por cuidar e preservar algo que consideramos importante para nossa qualidade de vida.  Se eu gosto de estar em um relacionamento, devo querer cuidar para que ele possa continuar.  Isso por definição é querer ser fiel - não no sentido de ter essa pessoa como único parceiro sexual, o que na prática raramente é possível ou importante _em si_, mas no sentido de estar realmente empenhado em descobrir o que a outra parte espera de mim e procurar não desapontá-la (dentro dos limites razoáveis, é claro).

 :ok:

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #14 Online: 14 de Junho de 2007, 14:56:48 »
Não estou questionando o que é válido ou não como lar estável, isso é questão de opinião e nem quero entrar no assunto. O NadaSei pediu um motivo pra unir-se à uma pessoa, foi isso que eu lhe dei, posso garantir que casais são motivados por isso.
Na realidade, esses motivos não exigem a fidelidade.
Eu perguntei por motivos racionais que, fazem pessoas quererem unir-se a outras de forma exclusiva.
Essa é a questão, querer formar uma familia, não justifica a fidelidade, pois uma familia pode ser formada sem ela.

 :arrow:

Citação de: Luis Dantas
Quanto a sua justificativa, a fidelidade faz sentido porque é, simplesmente, a opção por cuidar e preservar algo que consideramos importante para nossa qualidade de vida.  Se eu gosto de estar em um relacionamento, devo querer cuidar para que ele possa continuar.  Isso por definição é querer ser fiel - não no sentido de ter essa pessoa como único parceiro sexual, o que na prática raramente é possível ou importante _em si_, mas no sentido de estar realmente empenhado em descobrir o que a outra parte espera de mim e procurar não desapontá-la (dentro dos limites razoáveis, é claro).

 :ok:
Com base neste entendimento as relações não-monogâmicas também incluem a fidelidade, pois os parceiros estão interessados um no bem estar do outro, na qualidade de vida de ambos. E são pessoas que não se magoam com a liberdade sexual. 
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Tash

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.191
  • Sexo: Masculino
    • http://about.me/alganet
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #15 Online: 14 de Junho de 2007, 16:05:53 »
Não estou questionando o que é válido ou não como lar estável, isso é questão de opinião e nem quero entrar no assunto. O NadaSei pediu um motivo pra unir-se à uma pessoa, foi isso que eu lhe dei, posso garantir que casais são motivados por isso.
Na realidade, esses motivos não exigem a fidelidade.
Eu perguntei por motivos racionais que, fazem pessoas quererem unir-se a outras de forma exclusiva.
Essa é a questão, querer formar uma familia, não justifica a fidelidade, pois uma familia pode ser formada sem ela.

 :arrow:

Citação de: Luis Dantas
Quanto a sua justificativa, a fidelidade faz sentido porque é, simplesmente, a opção por cuidar e preservar algo que consideramos importante para nossa qualidade de vida.  Se eu gosto de estar em um relacionamento, devo querer cuidar para que ele possa continuar.  Isso por definição é querer ser fiel - não no sentido de ter essa pessoa como único parceiro sexual, o que na prática raramente é possível ou importante _em si_, mas no sentido de estar realmente empenhado em descobrir o que a outra parte espera de mim e procurar não desapontá-la (dentro dos limites razoáveis, é claro).

 :ok:
Com base neste entendimento as relações não-monogâmicas também incluem a fidelidade, pois os parceiros estão interessados um no bem estar do outro, na qualidade de vida de ambos. E são pessoas que não se magoam com a liberdade sexual. 

Em um relacionamento polígamo aberto não há sequer conceito de fidelidade no sexo. São coisas auto-excludentes.

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #16 Online: 14 de Junho de 2007, 16:18:38 »
Com base neste entendimento as relações não-monogâmicas também incluem a fidelidade, pois os parceiros estão interessados um no bem estar do outro, na qualidade de vida de ambos. E são pessoas que não se magoam com a liberdade sexual. 

Em um relacionamento polígamo aberto não há sequer conceito de fidelidade no sexo. São coisas auto-excludentes.

Engano seu, existem relacionamentos poligamicos onde há exclusividade sexual entre os parceiros, apenas não são duas pessoas na relação.

E a questão do tópico ao meu ver é entender o motivo de definir exclusividade sexual monogamica como sinônimo de fidelidade num relacionamento. Já que este é um entendimento implícito, tradicional e cultural. É conhecido como amor romântico pois um parceiro idealiza a felicidade e a completude no outro parceiro, evocando o sexo como o mais sublime sentimento de entrega de um ao outro. Assim caso o parceiro se interesse por outra pessoa significa que rompe essa completude e já não mais tem o amor mútuo absoluto.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Tash

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.191
  • Sexo: Masculino
    • http://about.me/alganet
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #17 Online: 14 de Junho de 2007, 16:27:58 »
Com base neste entendimento as relações não-monogâmicas também incluem a fidelidade, pois os parceiros estão interessados um no bem estar do outro, na qualidade de vida de ambos. E são pessoas que não se magoam com a liberdade sexual

Em um relacionamento polígamo aberto não há sequer conceito de fidelidade no sexo. São coisas auto-excludentes.

Engano seu, existem relacionamentos poligamicos onde há exclusividade sexual entre os parceiros, apenas não são duas pessoas na relação.

Releia as parte em negrito e mantenha o foco.

E a questão do tópico ao meu ver é entender o motivo de definir exclusividade sexual monogamica como sinônimo de fidelidade num relacionamento. Já que este é um entendimento implícito, tradicional e cultural. É conhecido como amor romântico pois um parceiro idealiza a felicidade e a completude no outro parceiro, evocando o sexo como o mais sublime sentimento de entrega de um ao outro. Assim caso o parceiro se interesse por outra pessoa significa que rompe essa completude e já não mais tem o amor mútuo absoluto.

A questão do tópico é se fidelidade pode ser racional e se existem motivos racionais pra querer unir-se a somente uma pessoa.

O objetivo do NadaSei, ao que me parece, é comparar o amor à crença em deus. Como eu considero o amor e a fidelidade com possibilidade (depende do caso) de ser racional, acredito que a comparação é inválida.

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #18 Online: 14 de Junho de 2007, 16:42:09 »
Com base neste entendimento as relações não-monogâmicas também incluem a fidelidade, pois os parceiros estão interessados um no bem estar do outro, na qualidade de vida de ambos. E são pessoas que não se magoam com a liberdade sexual

Em um relacionamento polígamo aberto não há sequer conceito de fidelidade no sexo. São coisas auto-excludentes.

Engano seu, existem relacionamentos poligamicos onde há exclusividade sexual entre os parceiros, apenas não são duas pessoas na relação.

Releia as parte em negrito e mantenha o foco.
Mesmo assim permanecem como pessoas fieis umas as outras, pois não há engano nem traição, e o sexo com outra pessoa é consentido entre os parceiro. Erro é utilizar fidelidade como sinônimo de exclusividade sexual, e um preconceito com outras formas de relacionamento.

E a questão do tópico ao meu ver é entender o motivo de definir exclusividade sexual monogamica como sinônimo de fidelidade num relacionamento. Já que este é um entendimento implícito, tradicional e cultural. É conhecido como amor romântico pois um parceiro idealiza a felicidade e a completude no outro parceiro, evocando o sexo como o mais sublime sentimento de entrega de um ao outro. Assim caso o parceiro se interesse por outra pessoa significa que rompe essa completude e já não mais tem o amor mútuo absoluto.
A questão do tópico é se fidelidade pode ser racional e se existem motivos racionais pra querer unir-se a somente uma pessoa.
Veja que já começa de maneira equivocada ao definir fidelidade como sendo uma atitude exclusiva do ato sexual monogâmico. A fidelidade é fundada no consentimento de ambos os parceiros independente de serem dois ou mais.

O objetivo do NadaSei, ao que me parece, é comparar o amor à crença em deus. Como eu considero o amor e a fidelidade com possibilidade (depende do caso) de ser racional, acredito que a comparação é inválida.
O amor romântico é uma crença, pois eu mesmo vivêncio o poliamor, não necessito manter uma exclusividade sexual para com as pessoas que amo, pois o amor vai muito além do sexo.

E acrescentando que existem muitas relações monogamicas em que existe a liberdade sexual, seja com o menage ou swing, há diversos locais específicos para este fim.
« Última modificação: 14 de Junho de 2007, 16:44:42 por Adriano »
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Tash

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.191
  • Sexo: Masculino
    • http://about.me/alganet
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #19 Online: 14 de Junho de 2007, 16:54:27 »
Com base neste entendimento as relações não-monogâmicas também incluem a fidelidade, pois os parceiros estão interessados um no bem estar do outro, na qualidade de vida de ambos. E são pessoas que não se magoam com a liberdade sexual

Em um relacionamento polígamo aberto não há sequer conceito de fidelidade no sexo. São coisas auto-excludentes.

Engano seu, existem relacionamentos poligamicos onde há exclusividade sexual entre os parceiros, apenas não são duas pessoas na relação.

Releia as parte em negrito e mantenha o foco.
Mesmo assim permanecem como pessoas fieis umas as outras, pois não há engano nem traição, e o sexo com outra pessoa é consentido entre os parceiro. Erro é utilizar fidelidade como sinônimo de exclusividade sexual, e um preconceito com outras formas de relacionamento.

Em momento algum citei a fidelidade usando esse significado, tampouco demonstrei preconceito quanto a outros tipos de escolha. Comentário dispensável, mantenha o foco na justificativa da fidelidade em casos de monógamos, polígamos não precisam justificá-la.

E a questão do tópico ao meu ver é entender o motivo de definir exclusividade sexual monogamica como sinônimo de fidelidade num relacionamento. Já que este é um entendimento implícito, tradicional e cultural. É conhecido como amor romântico pois um parceiro idealiza a felicidade e a completude no outro parceiro, evocando o sexo como o mais sublime sentimento de entrega de um ao outro. Assim caso o parceiro se interesse por outra pessoa significa que rompe essa completude e já não mais tem o amor mútuo absoluto.
A questão do tópico é se fidelidade pode ser racional e se existem motivos racionais pra querer unir-se a somente uma pessoa.
Veja que já começa de maneira equivocada ao definir fidelidade como sendo uma atitude exclusiva do ato sexual monogâmico. A fidelidade é fundada no consentimento de ambos os parceiros independente de serem dois ou mais.

Reclame com o criador do tópico, não fui eu quem levantou essa questão. Apenas estou comentando-a e concordo, é questão de tranparência e bem-estar de ambos os parceiros, como venho afirmando desde o começo.

O objetivo do NadaSei, ao que me parece, é comparar o amor à crença em deus. Como eu considero o amor e a fidelidade com possibilidade (depende do caso) de ser racional, acredito que a comparação é inválida.
O amor romântico é uma crença, pois eu mesmo vivêncio o poliamor, não necessito manter uma exclusividade sexual para com as pessoas que amo, pois o amor vai muito além do sexo.

Cada um ama de um jeito, discutir isso é contraproducente. Eu citei a minha opinião apenas em caráter informativo.

E acrescentando que existem muitas relações monogamicas em que existe a liberdade sexual, seja com o menage ou swing, há diversos locais específicos para este fim.

Isso também já foi citado.



Não entendo aonde você quer chegar. Releia minhas respostas e verá que eu não faço afirmações genéricas e absolutas, ou seja, não critico polígamos e não tento definir fidelidade como um conceito geral.

Respondi esse tópico apenas pra mostrar que é possível existir uma justificativa pra fidelidade, conforme solicitado pelo autor do tópico.. eu não estou dizendo que essa justificativa é universal, mas que existe pra alguns, existe.
« Última modificação: 14 de Junho de 2007, 17:04:37 por Tash »

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #20 Online: 14 de Junho de 2007, 17:31:34 »
Com base neste entendimento as relações não-monogâmicas também incluem a fidelidade, pois os parceiros estão interessados um no bem estar do outro, na qualidade de vida de ambos. E são pessoas que não se magoam com a liberdade sexual. 

Podem perfeitamente incluir, sim.  Acho que fui bem claro: fidelidade não é função direta do número de parceiros ou do comportamento sexual, e sim da qualidade dos entendimentos, comportamentos e expectativas existentes.

Eu ia dizer que há dúzias de combinações possíveis, mas pensando bem até essa seria uma simplificação; cada relacionamento é diferente do outro e muda de um dia para outro também.

Para não nos perdermos inutilmente em complicações irrelevantes, prefiro simplesmente definir infidelidade como desrespeito às expectativas emocionais do parceiro e deixar os detalhes para os estudos de casos individuais.  Não te parece o melhor a fazer?
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline NadaSei

  • Banido
  • Nível 14
  • *
  • Mensagens: 325
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #21 Online: 14 de Junho de 2007, 18:47:19 »
E a questão do tópico ao meu ver é entender o motivo de definir exclusividade sexual monogamica como sinônimo de fidelidade num relacionamento. Já que este é um entendimento implícito, tradicional e cultural. É conhecido como amor romântico pois um parceiro idealiza a felicidade e a completude no outro parceiro, evocando o sexo como o mais sublime sentimento de entrega de um ao outro.
Sim, exatamente isso.
Eu nem defini fidelidade, por achar que isso não fosse causar um problema.
O pessoal está complicando demais o negocio.

Eu estou falando sobre justificar racionalmente relações monogâmicas.
Alberto namora com Marta.
Alberto só pode beijar, tocar sexualmente e transar com Marta.
Se alberto beijar Maria, Marta vai considerar isso uma traição e pode até romper o  relacionamento por isso.

Como justificar racionalmente esse tipo de exigência em um relacionamento?
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline Tash

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.191
  • Sexo: Masculino
    • http://about.me/alganet
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #22 Online: 14 de Junho de 2007, 18:57:08 »
Sim, exatamente isso.
Eu nem defini fidelidade, por achar que isso não fosse causar um problema.
O pessoal está complicando demais o negocio.

Eu estou falando sobre justificar racionalmente relações monogâmicas.
Alberto namora com Marta.
Alberto só pode beijar, tocar sexualmente e transar com Marta.
Se alberto beijar Maria, Marta vai considerar isso uma traição e pode até romper o  relacionamento por isso.

Como justificar racionalmente esse tipo de exigência em um relacionamento?

1 - Alberto namora com Marta.
2 - Alberto só pode beijar, tocar sexualmente e transar com Marta.
3 - Marta só pode beijar, tocar sexualmente e transar com Alberto.

4 - Se Alberto beijar Maria, Marta vai considerar isso uma traição e pode até romper o relacionamento por isso.
5 - Se Maria beijar Roberto, Alberto vai considerar isso uma traição e pode até romper o relacionamento por isso.

Os itens 2 e 3 não são verdades universais, são coisas que apenas Alberto e Maria podem concluir. Se ambos conversaram sobre isso e chegaram a essa conclusão, nada mais racional do que as consequências dos itens 4 e 5, tudo já fora decidido anteriormente. É um acordo sendo rompido.

Agora se Alberto não concorda com o item 2 porém concorda com o item 3, não deve esconder isso de Marta, e vice-versa.

Tudo parece racional e justificado pra mim.

Offline NadaSei

  • Banido
  • Nível 14
  • *
  • Mensagens: 325
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #23 Online: 14 de Junho de 2007, 19:35:38 »
Perceba uma das dificuldades aqui.  O teísmo é um termo geral que inclui o deísmo e o panteísmo, ou estes dois últimos se contrapõem ao teísmo?
Inclui isso tudo.
Se acredita em Deus, é teísta.
Citar
A definição de teísmo não me agrada muito e, erra em apontar o Taoísmo como não-teísta.
Quando pensei em Teísmo, pensei no contrario do ateísmo. (acreditar em Deus /não acreditar)

Parece uma boa definição, com valor prático.  Mas não é.  O conceito de Deus e a crença em Deus são coisas por demais vagas e fugidias para sustentar uma distinção clara entre ateus e teístas.  Aparências à parte, é mais verdadeiro dizer que os teístas criam deuses do que que acreditam neles.  Afinal de contas, deus algum é sustentado por muito mais do que a crença nele…
Só que ai você está considerando que seria impossível a existência de um Deus e, por isso, impossível alguém "saber" que ele existe ao invés de ter que "acreditar" nele ou, que alguém tenha um conceito e percepção de Deus, que possa se justificar pela razão sem a simples crença.
É bom também entender, que "acreditar", nem sempre é um ato irracional, "acreditar", pode ser considerar algo mais "provável" e por isso crível.
Muitos teístas acreditam em Deus, por achar mais provavel sua existência que sua inexistência e, o fazem após analisar diversas coisas.

É como "acreditar" que em algum lugar do universo, deve existir alguma outra forma de vida, após observar o tamanho do universos e suas possibilidades.
É uma crença justificada em um questionamento racional sobre as possibilidades e suas probabilidades.
Isso, mesmo que esteja errado, é diferente de "acreditar" porque sempre ouviu falar ou porque "sente" ou "intui" que algo maior deve existir.
Justificar Deus na razão não é uma contradição por definição?
Não.
Se eu observo o conceito de Deus "uno" e transcendente, que existe em tudo e em todos, depois percebo como em toda a minha vida tenho sido "guiado" e "manipulado" tanto por dentro quanto por fora, por algo que se mostra consciente e com um objetivo, fica fácil perceber que esse "algo" é o que recebe por muitos o nome Deus.
Dai concluir que Deus existe, é perfeitamente racional.
Citar
mas não sou contrario a religiões supostamente reveladas ou sua pratica. (sou contrário apenas a igrejas e seitas).
O que diferencia uma religião que é igreja ou seita de uma que não é?
Seitas e igrejas são grupos e instituições criadas com base em uma religião, mais especificamente, com base em um conjuntos de textos, idéias e ensinamentos de religiosos.
O cristianismo os textos da bíblia judaica e os evangelhos com os ensinamentos de Cristo.
Com base nisso, criam seitas e igrejas, como a católica, protestante, evangélicas, etc...
Seitas e igrejas, normalmente tem uma interpretação especifica desses textos e se organizam em forma de uma instituição, com uma liderança e rituais específicos.

Seria como criar uma instituição, interpretando textos da filosofia ocidental e, ao interpreta-los, criar regras segundo nossa própria visão desses textos.
Isso cria uma distinção entre essa instituição especifica e, a filosofia ocidental em si.
Teísmo não EXCLUI o uso da razão, claro; mas também não tem como se SUSTENTAR (enquanto teísmo, ou seja, crença em algum Deus) pela razão.  A sustentação do teísmo está na estética e nos sentimentos, não na razão.
E se Deus aparece para alguém e prova que ele existe?
A pessoa já não teria que "acreditar" nele... (provar, significa inclusive provar que não é uma ilusão)
Isso seria no mínimo, "possível".
Bem, esse não é o meu caso.
No meu caso, eu tenho o conhecimento por dezenas de motivos, que minha vida é "guiada" por algo consciente e que está além do que chamo de "eu", o meu "consciente" atual e minha personalidade.
(se estou "encoleirado", nada mais natural que perceber isso).

Esse "algo" que me guia, tem conhecimentos que eu não tenho de forma consciente e, me controla tanto pela minha própria mente, quanto pelo uso e controle das pessoas a minha volta.
Isso é algo que eu já comprovei de diversas formas e, se encaixa bem no conceito de Deus que tenho.
Nada mais racional que concluir, que esse "Deus" do qual falam, é esse "algo" consciente que guia minha vida, dai a minha justificativa racional para o teísmo.
Antes disso, foi por achar mais provável a existência dele, que a inexistência.
Fidelidade é algo difícil de definir, e com todo o respeito a definição que você apresentou não tem valor prático.  Dedicar-se "exclusivamente" a outra pessoa não é algo possível nem desejável na prática, pois ter uma vida funcional EXIGE que se dê atenção de vários tipos a outras pessoas e idéias além dessa única pessoa.  Senão caímos em alguma psicopatologia.
Exclusivamente, de forma amorosa/sexual.
Estou falando apenas sobre não poder beijar e transar com outras pessoas.
Se a outra pessoa se magoaria com alguma atitude minha (como por exemplo ter intimidade sexual com uma terceira pessoa) então ela precisa que eu evite essa atitude, ou no mínimo tome cuidados para que ela não se magoe apesar de uma eventual atitude desse tipo.  Se você não acha que isso é fidelidade, tudo bem, cada um define os termos como quer.
Só que eu não estou falando sobre isso.
Aceitar uma relação monogamica, que não permita sexo e beijo na boca de outras pessoas, por imposição do parceiro, justifica a adesão a essa pratica, em respeito a vontade "irracional" do parceiro, mas não justifica racionalmente a pratica em si.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline Tash

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.191
  • Sexo: Masculino
    • http://about.me/alganet
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #24 Online: 14 de Junho de 2007, 19:40:54 »
Citação de: NadaSei
Aceitar uma relação monogamica, que não permita sexo e beijo na boca de outras pessoas, por imposição do parceiro, justifica a adesão a essa pratica, em respeito a vontade "irracional" do parceiro, mas não justifica racionalmente a pratica em si.

Não é somente respeito, é a vontade de trazer bem-estar ao parceiro, a vontade de manter existindo algo que traz bem-estar pra ambos, o relacionamento. Não se pode buscar justificativas fora dessa vontade, se ela depende dessa vontade.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!