Autor Tópico: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.  (Lida 7891 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #50 Online: 17 de Junho de 2007, 10:28:16 »
Citação de:
Se uma pessoa conhece Deus, o viu pessoalmente e, questionou se não poderia haver outra explicação, então ela "sabe" que Deus existe seu teísmo é racional, não sendo necessário apenas "acreditar" nele.
O que seria uma atitude racional pra você?
Saber que Deus existe, é ter conhecimento sobre sua existência.

Uma atitude racional não poderia ser tão subjetiva quanto essa.  Teria de depender das características dos objetos externos e não das inclinações psicológicas e estéticas de quem especula.

Aliás, dos motivos para crer em Deus, "não há outra explicação" é de longe o mais pobre, mesmo deixando de lado o mérito racional ou a ausência do mesmo.

Citação de:
Eu só dei um exemplo de um "acreditar", um pouco mais racional, visto que existe uma tendência a pensar que toda crença é 100% irracional. Isso, porque no fim, sempre acabamos acreditando. É uma crença justificada de forma racional, essa justificativa pode ser mais forte, ou mais fraca.
Esse exemplo difere do exemplo de "saber" que Deus existe

Difere em que?

Eu não reconheço esse cenário que você propõe como crença racional.  Poderia ser se houvesse indícios concretos da existência de Deus, mas como não há… um exemplo mais cotidiano é a confiança que se pode ter no caráter de alguém (devido a experiências passadas e fatos testemunhados).  Aí é uma extrapolação do que se vivenciou.  Não chega a ser "racional", muito menos "crença racional".  E ainda assim é bem mais racional do que a crença em Deus, porque pelo menos se fundamenta em fatos concretos, não é só opinião.

Citação de:
Ai você está querendo sugerir que esse "achar mais provável", não tem base no que a pessoa observa e julga, mas que é influenciado pelo seu "desejo" que Deus exista… Bem, em alguns casos isso até poderia ser verdade, em outros não, seria um achar mais provável legitimo e com base no conhecimento que a pessoa tem.
Não é "menos assumido", é uma conclusão legitima.

É uma conclusão legítima, sem dúvida; nunca contestei o direito de crer em Deus.

O que não é, no entanto, é racional.  Senso estético não é razão.


Citação de:
(sobre a diferença entre religião e seitas/igrejas)
A diferença é que uma é institucional e a outra é como a filosofia, trata-se apenas de textos contendo idéias e observações.

Pode elaborar mais?  Neste momento parece que você acha que a religião é válida desde que não seja praticada…

Citação de:
Se você não aceita Deus como "possibilidade", dai fica difícil mesmo…
Só que essa crença na impossibilidade de Deus, já não pode se sustentar na razão, pois é diferente de "achar mais provável que ele não exista", esse é o máximo que podemos "acreditar", sendo racionais, visto que não temos conhecimento do universo todo, para concluir racionalmente que é impossivel Deus existir.

O que eu não acredito é que se possa provar que Deus existe.  E sua proposta de crença racional capaz de provar a existência de Deus realmente não me convence.


Citação de:
(sobre exclusividade sexual enquanto fidelidade)

Essa é a regra mais fundamental do modelo que nos é pregado pela nossa sociedade.

Tanto não é, que chega a ser raro cumpri-la.  Sentir culpa por descumpri-la, sim; estabelecer rituais de disputa de poder e auto-afirmação a partir dela, também; mas cumpri-la?  Não, dificilmente essa será a "regra mais fundamental".

Citação de:
Todos entenderam o que estamos discutindo aqui, mas você está tentando fazer mistério sobre isso.

De forma alguma; eu estou te dizendo que você está fantasiando algo que não existe na realidade (especificamente, algum tipo de tabu inato e fundamental contra relacionamentos afetivos-sexuais sem exclusividade); não há mistério algum aqui.  Você fez uma afirmação ambiciosa e eu a estou contestando diretamente.

Citação de:
Se a outra pessoa se magoaria com alguma atitude minha (como por exemplo ter intimidade sexual com uma terceira pessoa) então ela precisa que eu evite essa atitude, ou no mínimo tome cuidados para que ela não se magoe apesar de uma eventual atitude desse tipo.  Se você não acha que isso é fidelidade, tudo bem, cada um define os termos como quer.
Citação de:
Só que eu não estou falando sobre isso.
Citação de:
É uma pena, porque essa é uma situação de valor prático, ao contrário da que você quer impor.
Citação de:
Valor pratico?
O nome que dão a isso é "traição" ou "chifrada" bem feita.
Sair com terceiros, sem o conhecimento do companheiro escolhido e, com o qual foi feito um acordo incluindo a exclusividade sexual/beijo-na-boca, é considerado como quebra desse acordo, traição, ou mesmo falta de amor e menosprezo pelos sentimentos da pessoa "corneada".

Eu quero é justamente saber, o que pode racionalmente justificar esse acordo.

Você continua se recusando a entender que na realidade dos fatos nenhum de nós tem a escolha de simplesmente "trair" ou "não trair"; não, a realidade é mais complicada; o que fazemos são decisões mais simples e de interpretação mais ambígua, que podem levar a uma variedade enorme de cenários.  Para começo de conversa, esse acordo que você tanto valoriza raramente é compreendido da mesma forma pelas duas partes envolvidas.  Por exemplo, em situações de trabalho frequentemente é necessário lidar com outras pessoas de alguma forma.  A fronteira exata do que é aceitável e do que não é NÃO é nada nítida, objetiva ou evidente.  E certamente não é definida pela mera intimidade física; há quem se incomode de ver o cônjuge simplesmente conversando muito com outra pessoa, e há quem não se incomode com o que se costuma chamar de infidelidade.  Não faz sentido fechar os olhos para essa realidade.

Citação de:
Eu já dei o exemplo onde os dois querem o mesmo acordo, ou seja esse acordo não é imposto.

Exemplo de fantasia, ou com alguma boa vontade de um ideal; não de uma situação concreta ou realisticamente possível. 

Na prática um acordo conjugal é um desafio constante, exatamente porque o entendimento e concordância do que se busca em comum acordo não tem nada de claro ou instintivo; é preciso cuidar desse entendimento, buscá-lo ativamente, para DEPOIS disso ter chance de concretizar projetos em comum.


Citação de:
Ainda assim, ninguém deu uma única justificativa para que se faça esse acordo.

Me parece que você, que acha esse acordo tão fácil de conseguir na realidade, é quem mais deveria propor motivos para fazê-lo… mas ainda assim eu me lembro de ter explicado que há um valor prático em buscá-lo, não foi?


Citação de:
Você só esta fugindo do assunto…

Você é que está fugindo da minha contestação das suas premissas.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Tash

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.191
  • Sexo: Masculino
    • http://about.me/alganet
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #51 Online: 17 de Junho de 2007, 14:43:54 »
Isso nem teria que ser justificado. Percebe a besteira que falou? Se você propõe algo, deve seguí-lo. Seguir a própria proposta não é circular.
A diferença é que a monogamia é um "acordo" a que se chega com o parceiro e, como tal, necessita que se tenha uma motivo racional para esse "acordo".

Não sei se todo casal que faz esse acordo pensa da maneira que eu, mas no meu caso, é exclusivamente por misturar sexo e amor.

Porque você propõe algo?
Você propõe algo e aceita um proposta com base em que?
Na razão ou em um "querer" irracional, em um sentimento e desejo?

Creio que desejos e vontades não precisam ser explicados na razão. Você pode buscar motivos pra eles, mas não conseguirá justificar necessariamente.

Já a não-monogamia, não é um acordo, não é uma proposta, não é nada, é apenas o estado natural da liberdade individual.
Se você vai analisar esse tipo de comportamento e, questionar os motivos de se privar de uma liberdade como essa, caso busque agir de forma racional, necessariamente vai ter que decidir por manter essa liberdade, pelo simples fato de não existir qualquer motivo racional para se privar disso.
Ou ainda, você pode decidir que sentimentos, são bons parâmetros para se basear uma atitude.

Se você analisar o indivíduo, uma pessoa só e sua própria escolha, não há motivo racional. No entanto, como já disse antes, um relacionamento envolve os interesses de mais de um indivíduo, portanto não podemos considerar "o estado natural da liberdade individual".

Nesse caso, os sentimentos seriam justificativas suficientes, tanto para teístas quanto para casais monogâmicos, sendo que, não deveríamos exigir justificativa racional disso, bastam os sentimentos.

Como já afirmei antes, não critico o desejo de crer em deus. Não critico a crença em deus. Critico um teísta que tenta se impor, que tenta tomar a razão com base nesse sentimento.

Existem quem pense das duas formas, que os sentimentos justificam ou que só a razão justifica.
No caso, eu estava a querer saber se a monogamia pode se justificar pela razão, e não apenas no sentimento… Acho que a resposta já foi dada.

Sim, a vontade de ser monógamo é um sentimento que duas pessoas tem. A justificativa racional é manter o relacionamento com base nas crenças do outro.

O teísmo é um sentimento individual, você não depende de outra pessoa pra ser teísta. Ser ou não teísta (sem religião específica) não implica em agir diferente com outra pessoa ou grupo de pessoas.

Offline NadaSei

  • Banido
  • Nível 14
  • *
  • Mensagens: 325
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #52 Online: 19 de Junho de 2007, 06:17:03 »
Uma atitude racional não poderia ser tão subjetiva quanto essa.  Teria de depender das características dos objetos externos e não das inclinações psicológicas e estéticas de quem especula.

Aliás, dos motivos para crer em Deus, "não há outra explicação" é de longe o mais pobre, mesmo deixando de lado o mérito racional ou a ausência do mesmo.
Ora, se Deus aparece para pessoa prova que existe, está resolvido o problema.
Você está querendo o que?
A comprovação de terceiros?
Difere em que?
Um exemplo fala sobre pessoas que, por motivos racionais, acredita em Deus.
Já no outro, a pessoa te conhecimento sobre a existência de Deus, não necessita "crer".
Eu não reconheço esse cenário que você propõe como crença racional.  Poderia ser se houvesse indícios concretos da existência de Deus, mas como não há…
Você desconhece os indícios da existência de Deus, isso em momento algum significa que eles não existam.
um exemplo mais cotidiano é a confiança que se pode ter no caráter de alguém (devido a experiências passadas e fatos testemunhados).  Aí é uma extrapolação do que se vivenciou.  Não chega a ser "racional", muito menos "crença racional".  E ainda assim é bem mais racional do que a crença em Deus, porque pelo menos se fundamenta em fatos concretos, não é só opinião.
Isso é bem diferente da crença que uma pessoa existe, por exemplo.
Conhecer o caracter é mais difícil que conhecer a existência.
Ver é conhecer, basta assegurar-se que o objeto observado não é uma ilusão. (claro, dentro de um limite   razoável)
Citação de:
Ai você está querendo sugerir que esse "achar mais provável", não tem base no que a pessoa observa e julga, mas que é influenciado pelo seu "desejo" que Deus exista… Bem, em alguns casos isso até poderia ser verdade, em outros não, seria um achar mais provável legitimo e com base no conhecimento que a pessoa tem.
Não é "menos assumido", é uma conclusão legitima.
É uma conclusão legítima, sem dúvida; nunca contestei o direito de crer em Deus.
O que não é, no entanto, é racional.  Senso estético não é razão.
É racional, mesmo que de forma um tanto "fraca".
É tão racional quanto concluir que Deus não existe, pelo desconhecimento daquilo que o evidencia.
Citação de:
(sobre a diferença entre religião e seitas/igrejas)
A diferença é que uma é institucional e a outra é como a filosofia, trata-se apenas de textos contendo idéias e observações.

Pode elaborar mais?  Neste momento parece que você acha que a religião é válida desde que não seja praticada…
Muito pelo contrario, a pratica da religião, é uma das coisas mais importantes e, só a pessoa pode fazer isso...
Desde quando ir a igreja é praticar religião?
A pratica consiste em ensinamentos como não julgar, não mentir, eliminar os vícios, meditar, etc...
A pratica da religião, diz respeito a coisas que ela tem que fazer sozinha, não dentro de igrejas.
Inclusive um dos ensinamentos de Cristo, é que não devemos orar nas igrejas e a vista dos outros, mas sim no quarto e as escondidas.
O que eu não acredito é que se possa provar que Deus existe.  E sua proposta de crença racional capaz de provar a existência de Deus realmente não me convence.
Você pode provar a alguém que a aspirina elimina a dor de cabeça?
Não... no entanto, você pode comprovar isso pessoalmente.
Eu não estou falando sobre provar a terceiros que Deus existe, o máximo que se pode fazer, é oferecer um meio para que a pessoa verifique isso pessoalmente.
Citação de:
(sobre exclusividade sexual enquanto fidelidade)
Essa é a regra mais fundamental do modelo que nos é pregado pela nossa sociedade.

Tanto não é, que chega a ser raro cumpri-la.  Sentir culpa por descumpri-la, sim; estabelecer rituais de disputa de poder e auto-afirmação a partir dela, também; mas cumpri-la?  Não, dificilmente essa será a "regra mais fundamental".
Não importa se cumprem ou não, o que importa é que a grande maioria faz esse "acordo", mesmo que depois não o cumpra.
Citação de:
Todos entenderam o que estamos discutindo aqui, mas você está tentando fazer mistério sobre isso.
De forma alguma; eu estou te dizendo que você está fantasiando algo que não existe na realidade (especificamente, algum tipo de tabu inato e fundamental contra relacionamentos afetivos-sexuais sem exclusividade); não há mistério algum aqui.  Você fez uma afirmação ambiciosa e eu a estou contestando diretamente.
Como eu já disse, não importa que na pratica isso seja extremamente raro, o que importa é que o acordo nos é vendido e a maioria o compra.
A maioria dos relacionamentos, principalmente na época dos nossos pais, tem esse acordo como desejável e, envolver-se com terceiros é motivo de briga.
Você continua se recusando a entender que na realidade dos fatos nenhum de nós tem a escolha de simplesmente "trair" ou "não trair"; não, a realidade é mais complicada; o que fazemos são decisões mais simples e de interpretação mais ambígua, que podem levar a uma variedade enorme de cenários.
Dentre esses variados cenários, eu quero saber o que justifica apenas um... o acordo de monogamia.
Temos escolha de aceitar ou não esse acordo, temos escolha de impor ou não isso a nosso companheiro.
  Para começo de conversa, esse acordo que você tanto valoriza raramente é compreendido da mesma forma pelas duas partes envolvidas.
E quem disse que eu valorizo?
Eu sou da opinião de que é a razão quem manda em nosso comportamento, principalmente ao se manter em uma pratica que elimina nossa liberdade individual.
  Por exemplo, em situações de trabalho frequentemente é necessário lidar com outras pessoas de alguma forma.  A fronteira exata do que é aceitável e do que não é NÃO é nada nítida, objetiva ou evidente.  E certamente não é definida pela mera intimidade física; há quem se incomode de ver o cônjuge simplesmente conversando muito com outra pessoa, e há quem não se incomode com o que se costuma chamar de infidelidade.  Não faz sentido fechar os olhos para essa realidade.
Faz a partir do momento, que o que me interessa saber, é qual o motivo de se chegar a esse "acordo", independente de saber se um vai fazer vista grossa para o fato do outro estar quebrando o acordo ou não.
Esse tipo de hipocrisia não está em discussão, mas sim o que leva as pessoas a criar esse "acordo", ao invés de deixa-lo de lado e seguir a atitude mais racional.
Você está querendo discutir o acordo em si as diversas formas das pessoas lidarem com isso, eu por outro lado, quero saber apenas qual o motivo racional de se fazer um acordo desses, independente de qualquer outra coisa, se a pessoa faz o acordo e o segue, ou não o segue... é irrelevante nessa questão.
Citação de:
Eu já dei o exemplo onde os dois querem o mesmo acordo, ou seja esse acordo não é imposto.
Exemplo de fantasia, ou com alguma boa vontade de um ideal; não de uma situação concreta ou realisticamente possível. 
Como não?
A maioria dos casais deseja esse acordo, isso das duas partes, mesmo que uma delas saiba que não vai seguir, ela quer o acordo para que o companheiro siga.
Na prática um acordo conjugal é um desafio constante, exatamente porque o entendimento e concordância do que se busca em comum acordo não tem nada de claro ou instintivo; é preciso cuidar desse entendimento, buscá-lo ativamente, para DEPOIS disso ter chance de concretizar projetos em comum.
Não estamos discutindo as muitas características e desafios de um casamento, apenas o que leva casais a, dentre todas as coisas, desejar a monogamia.
Me parece que você, que acha esse acordo tão fácil de conseguir na realidade, é quem mais deveria propor motivos para fazê-lo… mas ainda assim eu me lembro de ter explicado que há um valor prático em buscá-lo, não foi?
Eu nunca disse que é fácil segui-lo, apesar de pessoalmente achar que seja... afinal, sou celibatário e, isso é muito mais difícil que ser fiel.
O que eu quero saber, não é se as pessoas conseguem cumprir o acordo, isso é irrelevante, eu quero saber é porque diabos fazem esse acordo...
A discussão do porque fazem o acordo se não conseguem seguir é outra, a hipocrisia disso é fácil de entender, o que eu quero saber é se existe um motivo racional para fazer o acordo em si, independente de mais nada.
Citação de:
Você só esta fugindo do assunto…
Você é que está fugindo da minha contestação das suas premissas.
De forma alguma, você está apenas perdendo o foco da questão e querendo discutir coisas que, por hora, não vem ao caso.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline NadaSei

  • Banido
  • Nível 14
  • *
  • Mensagens: 325
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #53 Online: 19 de Junho de 2007, 06:31:59 »
Não sei se todo casal que faz esse acordo pensa da maneira que eu, mas no meu caso, é exclusivamente por misturar sexo e amor.
Bem, eu misturo sexo e amor, nem por isso justificaria a monogamia.
Amor não tem nada a ver com exclusividade, é possível amar as pessoas e fazer sexo com elas, sendo que, sempre teremos alguém que será especial dentre as demais pessoas.
Creio que desejos e vontades não precisam ser explicados na razão. Você pode buscar motivos pra eles, mas não conseguirá justificar necessariamente.
Resta saber porque alguns desejam isso.
Eu, particularmente, acho normal que se justifique isso em um sentimento, mas prefiro seguir a razão.
Se você analisar o indivíduo, uma pessoa só e sua própria escolha, não há motivo racional. No entanto, como já disse antes, um relacionamento envolve os interesses de mais de um indivíduo, portanto não podemos considerar "o estado natural da liberdade individual".
Claro que podemos.
Os interesses do outro individuo, só entram em jogo quando algo diz respeito a ele.
A compra de uma casa, por exemplo, diz respeito aos dois, visto que ambos irão morar na casa.
Se eu vou tomar ou não um sorvete e, de que sabor, só diz respeito a mim, pois isso em nada interessa a outra pessoa, não envolve a vida dela, nem a priva de nenhum tipo de liberdade.
O mesmo vale sobre sair com outras pessoas, isso não é da conta do companheiro, visto que não interfere em nada com a liberdade dela.
Como já afirmei antes, não critico o desejo de crer em deus. Não critico a crença em deus. Critico um teísta que tenta se impor, que tenta tomar a razão com base nesse sentimento.
Assim como seria estranho alguém tentar impor a monogamia como a opção correta, com base no sentimento, é basicamente a mesma coisa.
O problema está em querer dizer que tanto o teísta, quanto ao casal, que estão errados, só porque não tem justificativa racional pra isso, tendo apoiado tudo apenas em um sentimento.

O sentimento é o suficiente como justificativa para grande parte das pessoas.
Sim, a vontade de ser monógamo é um sentimento que duas pessoas tem. A justificativa racional é manter o relacionamento com base nas crenças do outro.

O teísmo é um sentimento individual, você não depende de outra pessoa pra ser teísta. Ser ou não teísta (sem religião específica) não implica em agir diferente com outra pessoa ou grupo de pessoas.
Só que isso não justifica racionalmente a crença de nenhum dos dois.
Aceitar a monogamia pelo companheiro, só justifica a adesão de uma das partes, não a crença da segunda.
Quando isso é desejo dos dois, nenhum deles pode justificar a própria crença.
É o mesmo caso do teísta que justifica sua crença no sentimento.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline Tash

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.191
  • Sexo: Masculino
    • http://about.me/alganet
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #54 Online: 19 de Junho de 2007, 19:26:21 »
Não sei se todo casal que faz esse acordo pensa da maneira que eu, mas no meu caso, é exclusivamente por misturar sexo e amor.
Bem, eu misturo sexo e amor, nem por isso justificaria a monogamia.

Até aí, não muda o que eu disse. Revise a parte em negrito.

Amor não tem nada a ver com exclusividade, é possível amar as pessoas e fazer sexo com elas, sendo que, sempre teremos alguém que será especial dentre as demais pessoas.

Tá bom, então.

Se você analisar o indivíduo, uma pessoa só e sua própria escolha, não há motivo racional. No entanto, como já disse antes, um relacionamento envolve os interesses de mais de um indivíduo, portanto não podemos considerar "o estado natural da liberdade individual".
Claro que podemos.
Os interesses do outro individuo, só entram em jogo quando algo diz respeito a ele.
A compra de uma casa, por exemplo, diz respeito aos dois, visto que ambos irão morar na casa.

E sexo diz respeito a sua vontade de transar com outra pessoa, e a vontade do parceiro de não querer que você transe com outra pessoa. Estamos conversando em círculos denovo.

Se eu vou tomar ou não um sorvete e, de que sabor, só diz respeito a mim, pois isso em nada interessa a outra pessoa, não envolve a vida dela, nem a priva de nenhum tipo de liberdade.
O mesmo vale sobre sair com outras pessoas, isso não é da conta do companheiro, visto que não interfere em nada com a liberdade dela.

Se o amor e sexo entre duas pessoas se resume a uma analogia com um sorvete, por favor, tome esse debate como encerrado. Existem muito mais coisas além de "escolher um sabor" em um relacionamento.

Como já afirmei antes, não critico o desejo de crer em deus. Não critico a crença em deus. Critico um teísta que tenta se impor, que tenta tomar a razão com base nesse sentimento.
Assim como seria estranho alguém tentar impor a monogamia como a opção correta, com base no sentimento, é basicamente a mesma coisa.

Também acho. Critico quem impõe qualquer opinião pessoal como se fosse verdade absoluta.

O problema está em querer dizer que tanto o teísta, quanto ao casal, que estão errados, só porque não tem justificativa racional pra isso, tendo apoiado tudo apenas em um sentimento.

O teísta, assim como o monógamo, está errado quando tenta impor sua crença. É isso que critico na maioria dos teístas, eles se metem onde o que conta é opinião.

O sentimento é o suficiente como justificativa para grande parte das pessoas.

Justificativa pra fazer uma escolha, concordo. Já afirmei aqui que eu considero tanto o ateísmo quanto o teísmo irracionais nesse ponto, são escolhas sem nenhuma razão e não critico nem uma, nem outra por serem o que são.

Sim, a vontade de ser monógamo é um sentimento que duas pessoas tem. A justificativa racional é manter o relacionamento com base nas crenças do outro.

O teísmo é um sentimento individual, você não depende de outra pessoa pra ser teísta. Ser ou não teísta (sem religião específica) não implica em agir diferente com outra pessoa ou grupo de pessoas.
Só que isso não justifica racionalmente a crença de nenhum dos dois.
Aceitar a monogamia pelo companheiro, só justifica a adesão de uma das partes, não a crença da segunda.
Quando isso é desejo dos dois, nenhum deles pode justificar a própria crença.
É o mesmo caso do teísta que justifica sua crença no sentimento.

Ser teísta envolve uma pessoa, ser monógamo envolve duas. Não há como avaliar só "um lado" da monogamia, se o fizer, claro que perde a justificativa racional, você está deixando de lado o fato de existir um relacionamento.

Não entendo por que comparar o teísmo com a monogamia. Você mesmo afirma que a monogamia é irracional, aonde quer chegar?

Offline NadaSei

  • Banido
  • Nível 14
  • *
  • Mensagens: 325
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #55 Online: 20 de Junho de 2007, 19:19:25 »
E sexo diz respeito a sua vontade de transar com outra pessoa, e a vontade do parceiro de não querer que você transe com outra pessoa. Estamos conversando em círculos denovo.
A sua vontade sobre o que é individualidade do outro, não tem razão de ser.
Você pode "escolher" e "definir" como VOCÊ vai agir, não querer ter vontades sobre a ação do outro.
Eu querer escolher o sabor de sorvete que vou tomar é uma coisa, querer escolher o sabor do sorvete que o OUTRO vai tomar, já é outra coisa... Percebe a diferença?
Você não tem que ter vontades, sobre ações dos outros que não te dizem respeito, visto que elas não interferem com a sua individualidade.
Você só tem poder para decidir sobre suas própria atitudes, não sobre a dos outros, fazer isso, é nega-los a individualidade.
Se o amor e sexo entre duas pessoas se resume a uma analogia com um sorvete, por favor, tome esse debate como encerrado. Existem muito mais coisas além de "escolher um sabor" em um relacionamento.
E qual a diferença?
Ambas as coisas só dizem respeito a quem faz a escolha.
Ser teísta envolve uma pessoa, ser monógamo envolve duas. Não há como avaliar só "um lado" da monogamia, se o fizer, claro que perde a justificativa racional, você está deixando de lado o fato de existir um relacionamento.

Não entendo por que comparar o teísmo com a monogamia. Você mesmo afirma que a monogamia é irracional, aonde quer chegar?
Envolve duas pessoas e suas escolhas individuais, temos que analisar essas escolhas e o que as motiva.
A comparação é para demonstrar que, justificar uma atitude no sentimento, não é tão ruim quanto parece a principio e muitos dos que criticam teístas que o fazem, acabam agindo da mesma forma em outros assuntos.
Algumas coisas são racionais, outras contrariam a razão... mas por contraria-la estariam necessariamente erradas?
Uma justificativa emocional contraria a razão, é uma atitude errada?

Se você buscar sempre a atitude racional, vai encontrar problemas como esse, alguns insolúveis, problemas na fidelidade, homossexualidade, incesto, pedofilia, zoofilia, nudismo, exibcionismo, poluição visual e sonora, etc...
Talvez exista algum motivo para a chamada moral e para determinadas regras sociais.
A razão não parece resolver tudo, caso seja ela quem sempre deve dar a ultima palavra, estamos encrencados.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #56 Online: 20 de Junho de 2007, 22:15:35 »
NadaSei, não espere mais respostas minhas neste tópico.  Não considero suas premissas verossímeis o bastante para merecer tanta análise.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Tash

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.191
  • Sexo: Masculino
    • http://about.me/alganet
Re: Justificativa racional com base no sentimento, teismo e fidelidade.
« Resposta #57 Online: 21 de Junho de 2007, 15:00:31 »
E sexo diz respeito a sua vontade de transar com outra pessoa, e a vontade do parceiro de não querer que você transe com outra pessoa. Estamos conversando em círculos denovo.
A sua vontade sobre o que é individualidade do outro, não tem razão de ser.
Você pode "escolher" e "definir" como VOCÊ vai agir, não querer ter vontades sobre a ação do outro.
Eu querer escolher o sabor de sorvete que vou tomar é uma coisa, querer escolher o sabor do sorvete que o OUTRO vai tomar, já é outra coisa… Percebe a diferença?
Você não tem que ter vontades, sobre ações dos outros que não te dizem respeito, visto que elas não interferem com a sua individualidade.
Você só tem poder para decidir sobre suas própria atitudes, não sobre a dos outros, fazer isso, é nega-los a individualidade.
Se o amor e sexo entre duas pessoas se resume a uma analogia com um sorvete, por favor, tome esse debate como encerrado. Existem muito mais coisas além de "escolher um sabor" em um relacionamento.
E qual a diferença?
Ambas as coisas só dizem respeito a quem faz a escolha.

Encerro minha participação nesse debate. Os motivos deixei claros em negrito, na citação.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!