Como assim? Não entendi mesmo.
Raito matava bandidos, em sua maioria...
E é aí que pega.
Para aprender mais sobre o funcionamento do Death Note, suponho. Novamente, não entendo por que você tem tanto problema com isso.
Sério, cara? Pensei que era axiomática a idéia de que não se pode matar outra pessoa ou contribuir para que isso ocorra, com ela concordando com a idéia ou não.
Oh, não. Não no meu entendimento, pelo menos. O que torna um ato moralmente válido (ou não) são suas consequências. Matar pode ser a única coisa ética a fazer, se as consequências forem claramente melhores do que as de não matar. É a situação em que L se vê praticamente em toda a história (exceto pelo detalhe de que ele não mata, mas põe outras pessoas em risco) e é inclusive a situação em que Raito se vê quando a TV o informa sobre Kurou Otoharada, que veio a se tornar sua primeira vítima. Essa foi a única morte moralmente aceitável (e até mesmo necessária) que Raito causou, pois se tratava de legítima defesa de terceiros. Quando matou Raye Penber Raito já estava além de qualquer esperança de regeneração e precisava ser detido a qualquer custo. Nem me pergunte sobre Naomi Misora...
Se eram bandidos condenados à morte, então L não estava decidindo pela morte alheia, apenas escolhendo a forma de execução.
Não sei se cabe à ele decidir isso.
Eu sei que não me cabe atropelar pessoas enquanto corro só porque tenho pressa. Mas não hesitaria em fazê-lo se estivesse em uma situação em que alguém está se afogando em uma piscina e essas pessoas estão no meu caminho, por exemplo.
L não apenas tinha o
direito, tinha a
obrigação de usar todos os recursos que tinha para evitar o alastramento do mal, desde que causasse o mínimo possível de dano ele próprio no processo. Como ele pode inclusive ter causado algum alívio em Lind L. Tailor, que afinal de contas não tinha exatamente um futuro promissor pela frente e provavelmente não era lá muito feliz, é duvidoso que L sequer tenha contribuído para causar algum mal nessa situação. E em troca ele conseguiu informação muito valiosa para deter as mortes de Kira.
"It's a no-brainer", Francisco...
"Acho" é pouco... eu afirmo com toda convicção.
Não acho que a pessoa querer ou estar ciente de que vai morrer seja um motivo para que se deixe ela morrer.
Essa é uma questão controversa, mas como a situação de Lind L. Tailor tinha outros elementos mais decisivos, não chega a se aplicar aqui.
Sim, mas o trecho que você havia postado estava apenas ilustrando que Raito é hipócrita, interessado no próprio conforto e não em um mundo melhor. O que não diz nada sobre L.
Não, o trecho que postei o compara com L. Mostra que matar os agentes do FBI não foi uma ação aleatória e sádica.
Da parte de Raito? Realmente não foi aleatória e sádica. Foi egocêntrica, megalomaníaca, inconsequente e sádica.
Matar Raye Penber tornou necessário matar outros onze agentes, bem como Naomi Misora. Se até eu percebo como é difícil deter essa avalanche uma vez iniciada, não acredito que Raito não tenha percebido o tamanho do buraco em que estava se metendo. Ele sabia que era um caminho sem volta e sem redenção, mas arrogantemente se achava maior do que seus próprios crimes futuros.
E nesse ponto, talvez apenas nesse ponto, era um completo imbecil.
Só sendo forçado, calculo. Mas coragem não é sacrifício; é um pré-requisito, mas não é sacrifício. Raito ficou nas preliminares. A coragem dele é fundamentada na vaidade, não na virtude moral.
A não ser que ele não dê valor a própria vida, realmente, não foi um sacrifício. Mas eu acho que ele dava valor à ela, sim. 
Primeiro, ele sempre soube que ia morrer; conhecer um Shinigami ou fazer acordos com ele não muda esse fato básico, só torna o caminho até esse ponto mais complexo e emocionante. Não é à toa que Ryuki chega a dizer que Raito já é um Shinigami. Isso é bem verdade; Raito é um Shinigami sim, e dos mais cruéis e desumanos.
Segundo, não sei em que você se baseia para achar que ele valoriza a própria vida. Se valorizasse não se apegaria tanto a uma fantasia de se tornar um deus vingativo às custas de tantos inocentes.
De fato, há também vaidade e uma fantasia doentia que ele chama inadequadamente de "senso de justiça".
Vaidade, sim. Mas eu não chamaria o "senso de justiça" dele de fantasia doentia.
"Eu criarei um mundo novo no qual os que são maus (ou simplesmente estão no meu caminho) morrerão porque eu assim desejo e eu serei o Deus desse novo mundo" não é uma fantasia doentia?
E em que isso desabona L?
Não é óbvio?
Estamos falando sobre a decisão de L de pôr Lind L. Tailor em risco, correto?
Não, não vejo em que essa decisão põe em dúvida o caráter ou escolhas de L. Pelo contrário, é algo que testemunha a favor tanto do caráter quanto do brilhantismo dele.
L não se sentia culpado pela existência de um Kira. E nem deveria. Não hesitou em tirar proveito da existência de Lind L. Tailor, previamente condenado à morte, e escolher uma situação que poderia levar essa morte a ocorrer por vontade de Kira.
Isso não chega sequer perto de depor contra os valores morais de L. No máximo informa que ele não é filosoficamente oposto à Eutanásia, e sugere fortemente que ele tem uma perspectiva Utilitarista ou similar.
(No que faz muito bem...

)