Tópico: Em qual país do mundo você gostaria de viver?

[Alegra]

Todos os países servem para viver, isto se gostarmos deles, e se tivermos em conta que nos iremos deparar com pessoas ignorantes racistas, então tudo pode correr bem.

Isso é mesmo verdade. 

Até dentro do mesmo país o preconceito existe. Já fui discriminado aqui em São Paulo por ser da Bahia. Existem lugares no Brasil onde "baiano" é uma ofensa e também é comum em alguns lugares a expressão "fazer uma baianada", significando fazer uma estupidez.

Mas ser discriminado fora do seu país parece que dói mais... 

[Barata Tenno]

Não acho......... acho que ser discriminado dentro do próprio país é como ser maltratado dentro de casa...............

[Alegra]

Por mais que tentamos acostumar com a discriminação há sempre um dia que não nos cai bem...

Terça-feira passada mesmo tive que "rodar a baiana" com um segurança no metro (não do metro, pois estes são super educados!) de Lisboa mal educado que me mandou voltar para o meu país.... Quando desci na estação da baixa-chiado pedi logo o livro de reclamações para denunciá-lo. Agora espero até três meses para uma resposta...
Sou da paz, ando na linha, pago meus impostos e evito ao máximo uma discussão principalmente com quem não vale a pena...mas desta vez teve de ser.  

[Alegra]

Não acho…… acho que ser discriminado dentro do próprio país é como ser maltratado dentro de casa………

Sei não...
Na verdade ser discriminado seja onde for é muito chato. Mas em casa tem sempre um consolo...

[Pregador]

acho que no sul o preconceito é pior do que no resto do país.

O povo do sul é talvez o mais ufanista do país. Aqui no RS aparece, vez e outra, um propondo o separatismo, e pessoas que se declaram mais gaúchas do que brasileiras é o que não falta.

Quanto ao fato de ser mais gaúcho que brasileiro eu não vejo nada de errado. Mas essas questões separatistas precisam ter um fim, não aguento mais essas palhaçadas.

Eu vou entrar para o circo então, acho. To começando achar que separar é a melhor solução. Ou o Brasil é uma federação de verdade, com entes federados REALMENTE autônomos, e não o engodo atual, um Estado unitário e centralizado disfarçado de federação, ou então separa tudo.

O tal do Supersimples é a mais nova afronta a federação. absolutamente inconstitucional, mas o STF, muito provavelmente vai dizer que é Constitucional...

[Luis Dantas]

Eu nunca entendi por que tanta rejeição ao seapatismo.  Discriminação, sim, é algo a ser combatido.  Mas AUTONOMIA POLÍTICA?!?

[Alegra]

[Quanto ao fato de ser mais gaúcho que brasileiro eu não vejo nada de errado. Mas essas questões separatistas precisam ter um fim, não aguento mais essas palhaçadas.

Também acho que isso não tem cabimento...chega a ser meio ridículo e meio assustador. Cheira a coisa de nacionalismo fanático...

[Luis Dantas]

Pode-se argumentar que ser contra o separatismo também é nacionalismo fanático... com a desvantagem de ser além disso ser cerceamento da liberdade política alheia.

[Südenbauer]

Autonomia sim. Essa questão que o Amom explora eu também defendo. Eu me indigno com esse movimento exacerbado que existe por aqui de se emancipar politicamente/socialmente/culturalmente do resto do Brasil. E não é só uma questão de autonomia, mas de ódio mesmo ao resto do país.

[uiliníli]

De pleno acordo. Os estados brasileiros precisam de mais autonomia política e fiscal, nos moldes dos estados americanos. Esse centralismo político que vigora em nosso país é uma âncora ao desenvolvimento de todos os estados. Ao dos mais ricos porque eles têm que sustentar outros mais pobres e ao dos mais pobres porque não incentiva a busca de alternativas para o progresso econômico.

[Worf]

Isso é uma simples confusão entre o conceito de povo ou nação e o de Estado. São coisas diferentes. Não há realmente uma obrigação em ser representado por brasília, afinal, o Estado que é uma criação nascida de certos desejos e escolhas humanas, não o contrário.

Mas, é claro, dando um pouco mais de autonomia aos Estados, esse problema tende a se dissipar.

[Pregador]

O ideal era uma Confederação do Brasil. Transformaríamos este país em algo como a União Européia só que com uma Constituição comum. Isso garantiria ampla autonomia aos entes confederados. Moeda única, livre trânsito, livre comércio, e e unidade militar.

Ou então separar de vez. Não é questão de ser melhor ou pior que o resto do Brasil, é questão de parar de ser explorado e sugado pelo poder centralizado em Brasília e de quebrar o desiquilíbrio político atual, onde o nordeste abusa do poder que tem por que dividiu o seu território em uma montuera de Estados pequenos que mal conseguem se sustentar, mas que elegem muitos políticos.

[uiliníli]

Por que a comparação com a União Européia, constituída de países independentes, em vez da referência mais direta aos Estados Unidos, Amon?

[Pregador]

Por que a comparação com a União Européia, constituída de países independentes, em vez da referência mais direta aos Estados Unidos, Amon?

Sabe por que? A Constituição atual é uma federação. Mas ela é constantemente desvirtuada e cada vez mais o Estado está sendo centralizado. É um vício neste país que ocorre devido ao desiquilibrio de representação no congresso. Mesmo uma nova Constituição, aos poucos iriam desvirtuá-la novamente, centralizando o Estado. Um exemplo é que eu duvido que topassem que o nordeste tivesse a Paraíba, o Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Pernambuco unificado em um Estado único.

Na confederação a autonomia é maior. Poderíamos ter estados presidencialistas, parlamentaristas, e até monarquiasm e mesmo assim ser confederado. Maior autonomia é melhor.

[uiliníli]

Talvez em vez disso pudéssemos simplesmente abolir o Senado. Ficamos com um parlamento unicameral com vagas distribuídas proporcionalmente à população dos estados.

[Pregador]

Talvez em vez disso pudéssemos simplesmente abolir o Senado. Ficamos com um parlamento unicameral com vagas distribuídas proporcionalmente à população dos estados.

E passar quase todas as competências tributárias para Estados e Municípios. Autonomia envolve basicamente dinheiro. É possível também eliminar os Estados e manter apenas municípios ou regiões metropolitanas. Voto distrital para representantes direto em Brasília. Isso eliminaria mais uma penca de cargos políticos como as Assembléias legislativas estaduais, governadores, secretários etc. Para a União ficaria a responsabilidade para legislar sobre direito processual penal e civil e direito penal e civil, eleitoral, etc. Quase toda competência tributária e trabalhista passaria para os municípios ou regiões metropolitanas.


Nas regiões muito pobres seria interessante instalar territórios com governo centralizado, por que não teriam condições de se sustentar sozinhos. Exemplo: regiões da Amazônia em que nem cidades existem bem dizer.

[Herf]

Autonomia sim. Essa questão que o Amom explora eu também defendo. Eu me indigno com esse movimento exacerbado que existe por aqui de se emancipar politicamente/socialmente/culturalmente do resto do Brasil. E não é só uma questão de autonomia, mas de ódio mesmo ao resto do país.

Sim. Sobre uma maior concessão de autonomia aos estados e a divisão do Brasil serem boas idéias administrativas eu concordo.

Mas os movimentos separatistas que aparecem por aqui tem um caráter exclusivamente patriota, segregacionista. Ridículo, a meu ver.

[Südenbauer]

Exato. Muita ideologia.

[Luis Dantas]

Eu detesto regionalismos, mas acho difícil censurar quem busca praticar cidadania... coisa que para as populações sulistas é consideravelmente mais difícil fazendo parte do Brasil.

[Herf]

Mas regionalismo e cidadania necessariamente andam juntos?

Digo, nem todo fanático é cidadão, tampouco todo cidadão é regionalista.

[Luis Dantas]

Mas regionalismo e cidadania necessariamente andam juntos?

Digo, nem todo fanático é cidadão, tampouco todo cidadão é regionalista.

Não, não andam sempre juntos, e de fato muitas vezes lutam um contra o outro.

Mas não no caso do Brasil; para nós a maturidade política passa por buscar autonomia e superar a mentalidade predatória.

[Dr. Manhattan]

Eu detesto regionalismos, mas acho difícil censurar quem busca praticar cidadania… coisa que para as populações sulistas é consideravelmente mais difícil fazendo parte do Brasil.

Acho isso tudo muito vago, Luiz. Aliás, qual a sua definição de cidadania? E de que forma o fato de
os sulistas fazerem parte do país impede sua prática?

Quanto à questão do separatismo, fica a pergunta: isso seria realmente benéfico para os estados
do sul, do ponto de vista econômico? Sei que muitos dos que defendem a separação, no fundo,
acreditam que a pobreza do norte e do nordeste seria um estorvo [1] ao seu desenvolvimento, e que
a economia desses estados estaria melhor se eles fossem autônomos, ou soberanos. Mas será isso verdade?
Não é uma pergunta retórica. Alguem saberia responder? E, no caso de separação: o que impediria SP, por exemplo, de elevar os impostos de exportação para o sul? Ou Pernambuco aumentasse as taxas para
o álcool?

[1] Sei que existe um elemento de racismo também, mas acho melhor evitar falar disso.

[Spitfire]

Bom... basta pegar mapas-mundi de 200 anos, outro de 100, outro de 50  e um atual... essencialmente tudo ruma para a descentralização. Nem é muito difícil entender os sentimentos dos gaúchos em relação ao acúmulo de poder em Brasília e a pouca autonomia dos estados, é um processo histórico... e universal... gostando ou não, esta é a tendência.

[Rodion]

Talvez em vez disso pudéssemos simplesmente abolir o Senado. Ficamos com um parlamento unicameral com vagas distribuídas proporcionalmente à população dos estados.

E passar quase todas as competências tributárias para Estados e Municípios. Autonomia envolve basicamente dinheiro. É possível também eliminar os Estados e manter apenas municípios ou regiões metropolitanas. Voto distrital para representantes direto em Brasília. Isso eliminaria mais uma penca de cargos políticos como as Assembléias legislativas estaduais, governadores, secretários etc. Para a União ficaria a responsabilidade para legislar sobre direito processual penal e civil e direito penal e civil, eleitoral, etc. Quase toda competência tributária e trabalhista passaria para os municípios ou regiões metropolitanas.


Nas regiões muito pobres seria interessante instalar territórios com governo centralizado, por que não teriam condições de se sustentar sozinhos. Exemplo: regiões da Amazônia em que nem cidades existem bem dizer.

os estados do nordeste, salvo tocantins ou piauí, não são nem sub nem super representados. depois do sudeste é o nordeste, afinal, a região mais populosa do país, superando o sul. o grande desequilíbrio, na câmara dos deptuados, envolve mesmo são paulo e o norte; o primeiro tem cerca de 40/50% menos de deputados do que deveria e a maior parte dos estados do norte têm mais ou menos o contrário.

já no senado talvez se possa apontar uma injustiça no número de representantes dos estados do norte/nordeste em detrimento do sul/sudeste. há muitos estados no nordeste levando em conta a população e o território, em comparação com o sudeste pelo menos..

quando ao separatismo, o estado federal brasileiro está muito solidamente estabelecido e não sai de cena até onde meus olhos possam ver.

[n/a]

Bom… basta pegar mapas-mundi de 200 anos, outro de 100, outro de 50  e um atual… essencialmente tudo ruma para a descentralização. Nem é muito difícil entender os sentimentos dos gaúchos em relação ao acúmulo de poder em Brasília e a pouca autonomia dos estados, é um processo histórico… e universal… gostando ou não, esta é a tendência.

Isso é complicado de se analisar. Se por um lado há divisões, por outro há formação de blocos e uma tendência a passar por cima de fronteiras na busca por novos mercados e parceiros.

Além disso, não podemos desprezar o impacto das evoluções incríveis nas comunicações e nos transportes no último século que aproximaram todos os países e permitiram que se criasse aquela idéia de "aldeia global". Talvez as coisas caminhem para a descentralização em alguns lugares, mas com certeza a dependência entre os diferentes povos é gigante e a aproximação entre eles deve continuar crescendo.