talvez esteja sendo injusto, dantas. permita-me dizer o que acho.
suponha uma folha de papel que contenha informação. pode ser a palavra "macaco", pode ser uma série de números. contanto que tenha sido vista ou reproduzida de alguma forma, o que aquela folha contém não se resume a tinta e celulose. o que ela contém pode ser reproduzido usando-se bactérias, terra, estrelas, laser, o que for. a
idéia de macaco é intangível, não tem base material. não é composta por matéria negra, nem pelo vácuo, nem por partículas subatômicas, nem por energia, nem por nada. não tem matéria, não tem energia, não ocupa lugar no espaço. mas é, digamos assim, detectável. contrariamente ao bom senso,
existe.
naturalmente sem quem as possa conceber ou perceber idéias não existem. assim se pode dizer que têm, sim, base material, nem que seja só o 'receptor' dessas idéias. se não houver um só homem no mundo que saiba ler 'macaco', a folha de papel terá tanto significado quanto uma árvore. mas se trocarmos o macaco por, digamos, o número pi, então é bem provável que mesmo que todos os homens morram e civilização renasça dali a 5000 anos, o novo homem possa um dia vir a entender pi, de modo que a idéia nunca tenha deixado de existir, mesmo sem base material alguma, só não teve quem a percebesse.
assim não sei se não convém, mesmo, chamar idéia de metafísica. é algo que está, de fato, além da física(natureza); é imaterial e não obedece às leis físicas.
não sei se fui claro. informação é algo que me intriga muito. a diferença do cd-rom pra folha em que se escreve macaco ou pi é nenhuma, para os efeitos do que queremos.
Se a frase que pus em destaque acima estivesse correta, não se seguiria que a arte não pode se valer de objetos físicos?
boa pergunta.