Mas, na verdade, o cursinho só é ruim se você busca a técnica mas não o conteúdo. Se você souber buscar os dois lados, não é algo tão ruim assim. Entenda isso como ver certas coisas por outro ponto de vista. Além disso, o cursinho tem a vantagem de ser um outro parâmetro para você avaliar se realmente entende bem de algum assunto ou não.
Um exemplo: o indivíduo que aqui escreve terminou o segundo grau achando que sabia tudo sobre redação. A menor nota que eu havia tirado durante todo o meu segundo grau havia sido 7,5, então achei que no cursinho não teria problemas com redações e que nem precisava estudar e praticar isso. Mas quando veio a primeira redação, a princípio eu me preocupei porque era de um tipo com o qual não estava acostumado a escrever (carta). Então, depois de uns dias espremendo a cabeça para ver se saía alguma idéia, de repente desembestei a escrever e acho que foi a redação mais longa que já escrevi. No final, eu estava me sentindo o f*dão, achando que tinha arrasado. Uma semana após entregá-la, recebi-a corrigida e minha empolgação desapareceu rapidinho. A nota havia sido 3,5. O comentário da corretora (apenas duas frases) me fez perceber algo que eu não havia me dado conta durante toda a redação. E por causa disso eu decidi prestar mais atenção às aulas de redação. E foi assistindo-as que percebi que não sabia nada sobre redação.
Comentei isso com uma pessoa que trabalhava comigo e que havia feito o segundo grau na mesma escola que eu. Ele na época também fazia cursinho e me disse que passou pela mesma coisa. Uma outra pessoa (que também havia estudado na mesma escola, só que dez anos antes) disse que passou por algo similar em matemática.
Há outra coisa que um cursinho te chama a atenção: desempenho no vestibular não depende só de conhecimento, mas também de treino para o estilo da prova. Nunca ouvi falar de algum lugar que, durante o ensino médio, aplique uma prova com todas as matérias e que tenha a duração de quatro ou cinco horas. Então, mesmo a pessoa sabendo as coisas, pode ir mal por causa do cansaço ou por estranhar o estilo da prova. E também ocorre da pessoa ir bem em um vestibular considerado difícil e ir mal em um considerado mais fácil, como um físico que conheci que havia passado na prova da Fuvest mas não conseguiu passar na prova da Vunesp.
Concluindo, um cursinho tem seus aspectos bons e ruins. Cabe ao aluno saber o que fazer para aproveitar o que ele oferece de bom sem ficar com os vícios que esse sistema tem.