Seguem as opiniões que falei:
Julho de 1971
Chico, tem aqui uma pergunta de dona Maria Lúcia Silva Gomes, avenida Tucurumbi, 763. Pergunta como se explica o homossexualismo e a perturbação no comportamento sexual à luz da doutrina espírita.
R.: Temos tido alguns entendimentos com espíritos amigos e notadamente com Emmanuel a esse respeito. O homossexualismo, tanto como a bissexualidade ou bissexualismo, como a sexualidade são condições da alma humana. Não devem ser interpretados como fenômenos espantosos, como fenômenos atacáveis pelo ridículo da humanidade. Tanto quanto acontece com a maioria que desfruta de uma sexualidade dita “normal”, aqueles que são portadores de sentimentos de homossexualidade ou bissexualidade são dignos do nosso maior respeito e acreditamos que o comportamento sexual da humanidade sofrerá, de futuro, revisões muito grandes, porque nós vamos catalogar do ponto de vista de ciência todos aqueles que podem cooperar na procriação e todos aqueles que estão numa condição de esterilidade. A criatura humana não é só chamada à fecundidade física, mas também à fecundidade espiritual. Quando geramos filhos através da sexualidade dita normal, somos chamados também à fecundidade espiritual, transmitindo aos nossos filhos os valores do espírito de que sejamos portadores. Não nos referimos aqui aos problemas do desequilíbrio, nem aos problemas da chamada “viciação” nas relações humanas. Estamos nos referindo a condições da personalidade humana reencarnada, vamos dizer, muitas vezes portadora de conflitos que dizem respeito, seja à sua condição de alma em prova ou à sua condição de criatura em tarefa específica, de modo que, o assunto merecerá muito estudo e poderemos voltar a ele em qualquer tempo que formos convidados... (Almir Guimarães) Num próximo pinga-fogo. (Chico) ...vamos dizer, com licença, porque nós temos um problema em matéria de sexo na humanidade que precisaríamos considerar com bastante segurança e respeito recíproco. Vamos dizer, se as potências do homem na visão, na audição, nos recursos imensos do cérebro, vamos dizer, nos recursos gustativos, nas mãos, na tactibilidade com que as mão executam trabalhos manuais, nos pés, se todas essas potências foram dadas ao homem para a educação, para o rendimento no bem, isto é, potências consagradas ao bem e à luz em nome de Deus, seria o sexo, em suas várias manifestações sentenciado às trevas?
Dezembro de 1971
Chico, nós sabemos atualmente pelos estudos que se fazem no tocante a reencarnação, estudos esses levados a efeito por cientistas de grande gabarito como a professora Ian Stevenson, que é professor de psiquiatria e neurologia da universidade de Virgínia, nos Estados Unidos. Nós sabemos hoje, com base em observação experimental, que o espírito pode, de uma encarnação para outra mudar de sexo. E poderíamos até dar um nome para este fenômeno de “transexualidade”. Eu pergunto a você: haveria alguma relação entre homossexualismo e transexualidade no sentido reencarnatório?
R.: Na maioria dos casos, sim. Conquanto o cenário na antigüidade e as guerras de longo curso tenham estimulado determinado tipo de costumes menos construtivos. Mas não devemos desconsiderar de maneira nenhuma a maioria dos nossos irmãos que vieram e estão na Terra em condições inversivas do ponto de vista de sexo realizando tarefas muito edificantes ou em caminho de redenção de seus próprios valores íntimos. Consideramos isso com muito respeito e acreditamos que a legislação no futuro em suas novas faixas de entendimento humano saberá criar dentro da família, sem abalar as bases da família, a legislação humana saberá incorporar à família humana todos os filhos da humanidade, todos os filhos da terra, sem que a frustração afetiva venha a continuar sendo um flagelo para milhões de pessoas. Num congresso de neurologia realizada há muito pouco tempo se deu especial destaque ao problema da fome. É verdade que o problema da fome é removível com a redistribuição do trabalho, com a administração criteriosa do trabalho para a criatura humana em todas as idades da sua posição válida no plano físico. Mas a frustração afetiva é um tipo de fome capaz de superlotar os nossos sanatórios e engendrar os mais obscuros processos de obsessão e, por isso mesmo devemos ter esperanças de que todos os filhos de Deus na Terra serão amparados por leis magnânimas, com base na família humana, para que o caráter impere acima dos sinais morfológicos e haja compreensão humana bastante para que os problemas afetivos sejam resolvidos com o máximo respeito às nossas leis e sem abalar de um milímetro o monumento da família que é base do Estado.
Um abraço.