Autor Tópico: Crítica da razão na ciência.  (Lida 7847 vezes)

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blue pill

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Crítica da razão na ciência.
« Online: 10 de Agosto de 2007, 13:10:44 »
Prolongando a crítica de Kant em "Crítica da Razão Pura", vou fazer aqui um pequeno ensaio de analise lógica da razão, onde verifico que a mesma só pode culminar num paradoxo, e sugerir uma nova concepção da razão, agora não mais um objeto absoluto como normalmente, mas como o paradoxo como um todo, como tanto a idéia de que ela - a razão pura - exista, como a idéia de que a razão pura não exista, de forma que apenas com ambas as idéias podemos chegar a uma conclusão, mesmo que uma conclusão que nos remete para outra dúvida, que é justamente a dúvida do mérito do paradoxo, ou a qual das idéias deve se valer superior a outra...

Normalmente na vida cotidiana as pessoas se deixam levar por um dogma, um dogma naquilo que chamamos de razão, onde as pessoas acreditam, sem questionar ou analizar, a própria razão.

A analise lógica que pretendo fazer é muito simples, é provar usando a própria razão, que a razão não existe, ou seja, exclamar, ou propor um paradoxo.

Digamos que fulano use um conjunto de metodos e sistemas, e considere que tal conjunto e metodos represente aquilo que se chama a razão, e considere que aquilo deve ser usado por todos os demais, considere que aquilo ha em comum em todas as pessoas, considere que aquilo É, no sentido absoluto, e não que É sómente para ele.

Esta concepção nos leva para o seguinte caminho lógico, se analizarmos a origem desses metodos e sistemas, veremos que alguem deveria ter de escolher metodos e sistemas, num passado, a partir do momento em que não nascemos com eles, mas o aprendemos.

Então, é razoavel dizer que não ouve, antes desses metodos e sistemas, outros metodos e sistemas que guiassem a escolha e a criação desses metodos e sistemas que conhecemos hoje (ex: a lógica, a matematica, a física, a ontologia, enfim qualquer ciência que tenta compreender fundamentalmente o mundo), portanto podemos dizer que a origem de uma razão baseada nesses metodos "modernos" - (as ciências ja citadas), foi nada mais do que um conjunto sequencial e acumulativo de metodos e sistemas que aconteceu durante a história e evolução do pensamento.

Se pensarmos que, mesmo antes desses novos metodos que nos dão a razão hoje, antes deles ouvesse um outro método, isto não resolve o problema, pois podemos facilmente atribuir então a mesma lógica dessa impossibilidade de uma razão, para este metodo primeiro, e nos perguntar - "Então e esse metodo primeiro, qual metodo o originou ? Ou segundo qual lei ele se desenvolveu ?"

O que nos leva a entender que a razão é nada mais do que uma criação humana, que origina-se num ponto dentro do ser humano, onde não ha ainda uma determinação lógica, pois deste ponto as coisas se criam sem que conheçamos o metodo pelo qual se criam, elas "aparecem" numa forma misteriosa da qual chamamos a criatividade no ser humano.

A simples compreensão deste paradoxo não resolve o problema fundamental, pois justamente é um paradoxo, precisamos usar a razão para concluir que a razão não sabemos o que é.

Este é mais um paradoxo, como encontrado em qualquer area do conhecimento, cuja tese podemos dizer que é toda a complexa razão, e a antítese é justamente a remoção desta complexidade, substituíndo-a por um carater aleatório de origem criativa do ser humano, onde o ser cria coisas, como metodos e sistemas e o usa posteriormente.

Nem a tese e nem a antítese tem maiores motivos de ser, portanto, fazendo uma metáfora com a teoria dos jogos, "a síntese é de soma zero", onde a síntese não resulta num conhecimento sobre alguma coisa, portanto nenhuma proposição ou afirmativa deve ser uma verdade, mas considerada apenas pela ótica de uma tese que tem uma antítese equivalentemente forte, de maneira que uma anula a outra.

Expandir o conhecimento, agora, ja não é mais compreender a verdade, pois não deve haver uma verdade, mas várias, tantas verdades quanto proposições, por exemplo: "Deus existe" é tão verdade quanto "Deus não existe"
Expandir o conhecimento é compreender as coisas, de maneira que se chegue mais longe nas ramificações do conhecimento, mesmo sabendo que voltará a estaca zero, ao se dar conta da idéia contrária, que por ter e apresentar os mesmos motivos de ser, anulará ela, em qualquer longitude que seu conhecimento chegue.
« Última modificação: 10 de Agosto de 2007, 13:14:22 por Blue Pill »

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #1 Online: 10 de Agosto de 2007, 13:21:29 »
Continuação...

Usamos a razão que suponhamos existir no mundo, uma razão pura inerente ao ser, usamos ela pra demonstrar não haver razão em cada ser.

Por outro lado, usamos uma razão que suponhamos existir dentro de cada Ser para demonstrar não haver razão fora deste Ser

Nigh†mare

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #2 Online: 10 de Agosto de 2007, 14:03:09 »
:demente:

Offline Oceanos

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #3 Online: 10 de Agosto de 2007, 14:11:02 »
Ergh... A lógica foi "criada" de acordo com observações da natureza. Alguém percebeu que se chove, a rua molha; que se a rua está molhada, não necessariamente choveu, já que, afinal, outra pessoa pode ter lavado a rua, e esse alguém formalizou isso na escrita. A razão existe por-si-só. Ela foi percebida. Ela não foi obtida por nenhum método. É um axioma. Ela é assim porque funciona e pronto.

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #4 Online: 10 de Agosto de 2007, 14:23:41 »
Ergh... A lógica foi "criada" de acordo com observações da natureza. Alguém percebeu que se chove, a rua molha; que se a rua está molhada, não necessariamente choveu, já que, afinal, outra pessoa pode ter lavado a rua, e esse alguém formalizou isso na escrita. A razão existe por-si-só. Ela foi percebida. Ela não foi obtida por nenhum método. É um axioma. Ela é assim porque funciona e pronto.

É muito sutil a percepção da origem dos costumes mesmo, eu sei a dificuldade porque eu também sinto muita dificuldade em dicernir alguns pensamentos que parecem ser de genuína criação momentânea, de pensamentos condicionados pela história.

O que voCê fez não foi fundamentar a lógica, mas aplica-la, quando diz que A é B, B é C, logo A é C, este metodo você o utilizou, e não o fundamentou como sendo algo próprio do mundo, e não criação do ser humano, veja ao dizer:

Citar
A lógica foi "criada" de acordo com observações da natureza. Alguém percebeu que se chove, a rua molha; que se a rua está molhada, não necessariamente choveu

Se A, B, se B, não necessáriamente A.

Isto, este metodo, esta sistematização, quem criou foi Aristóteles, E em que ele se fundamenta? VOcê pode dizer que em observações da natureza, mas você não concorda comigo, que pra uma simples observação, é preciso atribuir uma premissa, que o ser que observa é capaz de fazer algo, de pensar, pelo menos pensar, e pra pensar, precisa de um metodo pelo qual ele valide o pensamento, antes da lógica, qual era a lógica pra construir a lógica? Simples, não existe uma outra lógica antecedente a lógica, existe o homem e sua criação, a criação do homem não se restringe exclusivamente a criação do metodo da lógica, mas consiste exatamente de criar toda a representação do universo, em Aristóteles por exemplo, que ele fez? Ele criou esta representação do universo que chamamos de lógica, ao fazer proposições lógicas.

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #5 Online: 10 de Agosto de 2007, 14:31:51 »
Podemos dizer grotescamente, podemos fazer uma afirmativa ousada..

O motivo pelo qual não podemos nos lembrar de um passado muito remoto, é pelo fato de que, todo o conjunto da sua consciêcia, todo o conjunto de metodos e de representação do mundo, eram bem diferentes, e "evoluem" no sentido de que "mudam", ao decorrer do tempo.
Pois então, se por um capricho da natureza, pudessemos observar hoje o mundo, com a consciência de quando tinhamos 5 anos, as formas geométricas não seriam por exemplo no triangulo a soma dos quadrado dos catetos igual ao quadrado da hipotenusa, pois não era assim que nós sabiamos que era o triangulo aos 5 anos.

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #6 Online: 10 de Agosto de 2007, 14:34:54 »
Talvez por isso não nos lembramos de como era a relação, e portanto não lembramos da representação de tal figura, não lembramos de nenhum triangulo, assim como não lembramos de quase nada de quando tinhamos 5 anos...

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #7 Online: 10 de Agosto de 2007, 14:43:52 »
De forma que é possível para alguns ditar tantos conjunto de representações a respeito do universo que passa a ser um criador de coisas, de mundos, de universos, ou seja, é possível criar um universo, como aquilo que os ateus dizem não ser possível, é obvio que é possível.

Quem ja fez isso, e só por este motivos vemos o mundo da forma como ele é, foi Einstein.
E não significa isso que não vai haver um outro gênio que mude toda a representação do universo, por uma outra teoria que compreenda ainda mais abrangentemente o universo, esse por sua vez criaria uma representação de outro universo ainda mais amplo.

E ainda tem gente que não acredita nos deuses.. Einstein foi um deus, e o deus responsavel específicamente pela criação da representação do universo como espaço-tempo, da luz constante, e mais algumas outras coisas...

O mundo esta em uma constante construção, deuses criando deuses, e pessoas normais apenas repetindo.
« Última modificação: 10 de Agosto de 2007, 14:46:21 por Blue Pill »

Offline Oceanos

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #8 Online: 10 de Agosto de 2007, 14:53:26 »
Recomendo: http://pt.wikibooks.org/wiki/Lógica/Introdução

:)

Offline Oceanos

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #9 Online: 10 de Agosto de 2007, 14:59:00 »
É muito sutil a percepção da origem dos costumes mesmo, eu sei a dificuldade porque eu também sinto muita dificuldade em dicernir alguns pensamentos que parecem ser de genuína criação momentânea, de pensamentos condicionados pela história.
Bem, se existem métodos melhores ainda não descobertos, eu não sei. Fato é que os "pensamentos condicionados pela história" (sic), pelo menos no que tange a matemática e a lógica, funcionam e ponto final. O resto é masturbação mental.

Isto, este metodo, esta sistematização, quem criou foi Aristóteles, E em que ele se fundamenta? VOcê pode dizer que em observações da natureza, mas você não concorda comigo, que pra uma simples observação, é preciso atribuir uma premissa, que o ser que observa é capaz de fazer algo, de pensar, pelo menos pensar, e pra pensar, precisa de um metodo pelo qual ele valide o pensamento, antes da lógica, qual era a lógica pra construir a lógica? Simples, não existe uma outra lógica antecedente a lógica, existe o homem e sua criação, a criação do homem não se restringe exclusivamente a criação do metodo da lógica, mas consiste exatamente de criar toda a representação do universo, em Aristóteles por exemplo, que ele fez? Ele criou esta representação do universo que chamamos de lógica, ao fazer proposições lógicas.
Novamente: A razão existe por-si-só. Ela foi percebida. Ela não foi obtida por nenhum método. É um axioma. Ela é assim porque funciona e pronto.

Repare o grifo: É um _axioma_.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Axioma

Ps. E se possível, evite overkills. :)

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #10 Online: 10 de Agosto de 2007, 15:01:40 »
Recomendo: http://pt.wikibooks.org/wiki/Lógica/Introdução

:)

De que adianta nós discutirmos, se o que você quer é me mostrar o como é que é a lógica, e eu mostrar a falta de sentido dela...

Quem vê o mundo com um sentido, por menor que seja, como na lógica contendo um pequeno sentido no curso do pensamento, este pensamento ja está condenado ao dogma do ato de querer dar sentido para todas as coisas.

A lógica, que é? Pode me explicar detalhadamente, mas mesmo que eu não soubesse pormenorizadamente toda a arvore deste conhecimento, mesmo assim ja posso fazer uma afirmativa de que está arvore não está fincada em lugar nenhum.

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #11 Online: 10 de Agosto de 2007, 15:07:37 »
Citar
Bem, se existem métodos melhores ainda não descobertos, eu não sei. Fato é que os "pensamentos condicionados pela história" (sic), pelo menos no que tange a matemática e a lógica, funcionam e ponto final. O resto é masturbação mental.
Cara, não é que funcionam, mas nós concordamos entre sí, porque assim fomos condicionados... Não consegue enxergar que tudo que nós pensamos, só podemos porque assim fomos condicionados ?


Citar
Novamente: A razão existe por-si-só. Ela foi percebida. Ela não foi obtida por nenhum método. É um axioma. Ela é assim porque funciona e pronto.

Repare o grifo: É um _axioma_.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Axioma

Ps. E se possível, evite overkills. Smile
Não, a lógica não existe por sí só, pois foi exatamente isto que Imanuel Kant tratou em sua obra, retirando todo o alicerce da razão, e substituíndo por uma razão individual a que cada um se submete, e posteriormente arrancou tambem o alicerce da razão de cada um, e atribui ao conjunto desta contradição a deus, mas nisto eu não concordo.
Eu talvez concorde que esta contradição que é originada na analize da razão, que é a de que precisamos da razão pra construir a razão, ou que precisamos da razão pra nega-la, ou que só pode existir razão em uma das duas coisas, ou no Eu ou no Mundo, talvez nesta analise eu concorde com ele, mas o que muda é que atribuo ao conjunto deste paradoxo exatamente a uma realidade crua que não precisa ser explicada de acordo com uma idéia, mas que é as duas idéias contrárias ao mesmo tempo.

Nigh†mare

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #12 Online: 10 de Agosto de 2007, 15:19:05 »
Blue Pill, a Lógica não tem sentido mesmo... ELA É O SENTIDO!

Para demonstrar qualquer coisa (QUALQUER PORCARIA DE COISA) você precisa fazer com que o cérebro de seu interlocutor realize cálculos, somando, subtraindo, multiplicando, dividindo, condicionando... preposições. E isso é feito todo o tempo (TODO O TEMPO) com cada letra, som, fonema, palavra, frase...

Para demonstrar que a Lógica não tem sentido, você precisa usá-la. Se você for "bem sucedido", terá provado que a lógica não tem sentido usando a própria Lógica, e isso criará uma ruptura no espaço-tempo que terá como conseqüência o Apocalipse.

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #13 Online: 10 de Agosto de 2007, 15:31:20 »
Blue Pill, a Lógica não tem sentido mesmo... ELA É O SENTIDO!

Para demonstrar qualquer coisa (QUALQUER PORCARIA DE COISA) você precisa fazer com que o cérebro de seu interlocutor realize cálculos, somando, subtraindo, multiplicando, dividindo, condicionando... preposições. E isso é feito todo o tempo (TODO O TEMPO) com cada letra, som, fonema, palavra, frase...

Para demonstrar que a Lógica não tem sentido, você precisa usá-la. Se você for "bem sucedido", terá provado que a lógica não tem sentido usando a própria Lógica, e isso criará uma ruptura no espaço-tempo que terá como conseqüência o Apocalipse.

Só falou o que eu ja havia dito... Veja...

Citar
Para demonstrar qualquer coisa (QUALQUER PORCARIA DE COISA) você precisa fazer com que o cérebro de seu interlocutor realize cálculos, somando, subtraindo, multiplicando, dividindo, condicionando...
Você ta dizendo COMO é que o cerebro se utiliza da lógica, e não de onde é que se origina, ou onde se fundamenta a lógica.

Citar
Para demonstrar que a Lógica não tem sentido, você precisa usá-la. Se você for "bem sucedido", terá provado que a lógica não tem sentido usando a própria Lógica, e isso criará uma ruptura no espaço-tempo que terá como conseqüência o Apocalipse.

Citação de: blue pill
A simples compreensão deste paradoxo não resolve o problema fundamental, pois justamente é um paradoxo, precisamos usar a razão para concluir que a razão não sabemos o que é.

Ta vendo, você só está repetindo o que aprendeu ao ler o post original, repetiu o mesmo metodo que empreguei na analise do fundamento da razão, na tentativa de dar sentido para a razão, mas a única coisa que fez foi exatamente o que eu fiz, dar uma pequena noção de como é que a razão é, mas em nenhum momento pode concluir de onde é que a razão se origina, e nem sequer se ela existe.

Agora, que diabos é ruptura do espaço-tempo? Quer dizer que um paradoxo implica na ruptura do espaço-tempo? Você não estaria querendo dizer que um paradoxo implica na ruptura de uma lógica da qual fomos condicionados, ao achar que uma idéia não pode ser contrária a outra ?
Quem falou de espaço-tempo? Espaço-tempo nada tem a ver com o conjunto de representações que estamos analizando, espaço-tempo é a representação do universo físico, da estrutura física do mundo, e não da estrutura formal do pensamento.

Agora você acha que te devo dar um parabés pela imagem do débil mental ?

Nigh†mare

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #14 Online: 10 de Agosto de 2007, 15:53:23 »
Blue Pill, a Lógica não tem sentido mesmo... ELA É O SENTIDO!

Para demonstrar qualquer coisa (QUALQUER PORCARIA DE COISA) você precisa fazer com que o cérebro de seu interlocutor realize cálculos, somando, subtraindo, multiplicando, dividindo, condicionando... preposições. E isso é feito todo o tempo (TODO O TEMPO) com cada letra, som, fonema, palavra, frase...

Para demonstrar que a Lógica não tem sentido, você precisa usá-la. Se você for "bem sucedido", terá provado que a lógica não tem sentido usando a própria Lógica, e isso criará uma ruptura no espaço-tempo que terá como conseqüência o Apocalipse.

Só falou o que eu ja havia dito... Veja...

Citar
Para demonstrar qualquer coisa (QUALQUER PORCARIA DE COISA) você precisa fazer com que o cérebro de seu interlocutor realize cálculos, somando, subtraindo, multiplicando, dividindo, condicionando...
Você ta dizendo COMO é que o cerebro se utiliza da lógica, e não de onde é que se origina, ou onde se fundamenta a lógica.

Citar
Para demonstrar que a Lógica não tem sentido, você precisa usá-la. Se você for "bem sucedido", terá provado que a lógica não tem sentido usando a própria Lógica, e isso criará uma ruptura no espaço-tempo que terá como conseqüência o Apocalipse.

Citação de: blue pill
A simples compreensão deste paradoxo não resolve o problema fundamental, pois justamente é um paradoxo, precisamos usar a razão para concluir que a razão não sabemos o que é.

Ta vendo, você só está repetindo o que aprendeu ao ler o post original, repetiu o mesmo metodo que empreguei na analise do fundamento da razão, na tentativa de dar sentido para a razão, mas a única coisa que fez foi exatamente o que eu fiz, dar uma pequena noção de como é que a razão é, mas em nenhum momento pode concluir de onde é que a razão se origina, e nem sequer se ela existe.
Bem, Kant explica muito bem com seus postulados sobre "Razão Pura" e "Razão Prática".

Para sintetizar (e correndo o risco de sair da proposta de Kant para não ser prolixo), existe uma "razão pura", que é observável, mas inalcançável em sua essência pelo entendimento, da qual deriva a "razão prática", a "nossa razão" (através da qual funcionam nossos pensamentos "racionais" — difícil falar isso sem ser tautológico, eu sei).

Talvez, nosso (e não estou falando de exclusividade humana) modo racional de ser tenha mais a ver com a possiblidade de existir algum mecanismo de imposição de racionalidade em nossos genes do que com um fator cultural.



Agora, que diabos é ruptura do espaço-tempo? Quer dizer que um paradoxo implica na ruptura do espaço-tempo? Você não estaria querendo dizer que um paradoxo implica na ruptura de uma lógica da qual fomos condicionados, ao achar que uma idéia não pode ser contrária a outra ?
Quem falou de espaço-tempo? Espaço-tempo nada tem a ver com o conjunto de representações que estamos analizando, espaço-tempo é a representação do universo físico, da estrutura física do mundo, e não da estrutura formal do pensamento.

Agora você acha que te devo dar um parabés pela imagem do débil mental ?
Essa parte do Apocalipse era uma piada, Blue Pill...

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #15 Online: 10 de Agosto de 2007, 16:51:21 »
Citar
Bem, Kant explica muito bem com seus postulados sobre "Razão Pura" e "Razão Prática".

Para sintetizar (e correndo o risco de sair da proposta de Kant para não ser prolixo), existe uma "razão pura", que é observável, mas inalcançável em sua essência pelo entendimento, da qual deriva a "razão prática", a "nossa razão" (através da qual funcionam nossos pensamentos "racionais" — difícil falar isso sem ser tautológico, eu sei).

Talvez, nosso (e não estou falando de exclusividade humana) modo racional de ser tenha mais a ver com a possiblidade de existir algum mecanismo de imposição de racionalidade em nossos genes do que com um fator cultural.

Isso não é a mesma coisa que dizer que a razão pura não existe? Oras, se algo "existe" mas assume-se que não pode ser chego a "ver", a tocar, a sentir, e etc, é como dizer que não existe, pela mesma lógica empregada ao argumento da a inexistência de deus, pois se não é possível sentir, como é possível que ele exista? O que existe não é a rigor apenas o que podemos sentir, portanto existente dentro do mundo ?
Se, em nenhuma instância, for capaz de ser alcaçada, então em nenhuma instância, existe, e nem sequer estariamos falando dela agora, isso por sí só ja seria alcançar.

Sim, Kant pode ter usado como premissa uma razão pura, no entanto reconhece o paradoxo que culmina ela, isso por si só ja é negar a premissa, não no sentido ontológico de simplismente passar ignorar a razão pura e nunca mais pensar a respeito, mas negar no sentido de que reconhece não haver nenhuma verdade oriúnda desta razão pura, portanto, não haver nenhuma verdade.

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #16 Online: 10 de Agosto de 2007, 17:47:06 »
"O que importa para cada ser em sí, é tão somente ele e sua razão própria, por isso é que ninguem está errado."

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #17 Online: 10 de Agosto de 2007, 17:58:39 »
Finalizando a crítica, a ciência É tanto o fenomeno sem razão como o fenomeno com razão, seja ela de qual espécie.

Não existe filtros na ciência, não existe diferenciação sensível entre o cético e o crente, entre o culto e o ignorante, existe o mundo.

Deixem de fortalecer um costume tão medíocre como este de delimitar fronteiras entre as pessoas.

Offline Alexandre Malta

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #18 Online: 10 de Agosto de 2007, 22:03:10 »
Este paradoxo só conseguiria desacreditar os juizos sintéticos a priori perpetrados até então pela razão, na minha opinião não existe nenhuma antinomia no que respeita aos nossos juizos sintéticos e analíticos. Mas qual é a sua opinião sobre esses juízos?
"Governar acorrentando a mente através do medo de punição em outro mundo é tão baixo quanto usar a força." Hipácia (Matemática de Alexandria, assassinada por uma turba Cristã em 415 DC)

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #19 Online: 10 de Agosto de 2007, 22:40:58 »
Este paradoxo só conseguiria desacreditar os juizos sintéticos a priori perpetrados até então pela razão, na minha opinião não existe nenhuma antinomia no que respeita aos nossos juizos sintéticos e analíticos. Mas qual é a sua opinião sobre esses juízos?
Os juizos sintéticos a priori é nada mais do que o supra-valorização de um costume que começou em Aristóteles, onde para lógica é creditada uma verdade sem fundamento, no entanto não respeita uma coerência genealógica (sugerida em Niet), pois esses juizos a priori seriam nada mais do que criações humanas de um passado histórico, e como tal criação, não deve obedecer a uma ordem suprema, mas a dadaísmo criativo, e que considerar como uma ferramenta CERTA pra se chegar a verdade não teria nenhum sentido, mas uma ferramenta sofisticada simplismente, no entanto a verdade conseguida seguindo-se a lógica tem de ter o mesmo valor que a verdade que não se usa a lógica, como por exemplo dizer "azul é braco" tem o mesmo valor de dizer "fulano é brasileiro, todo brasileiro é sulamericano, logo fulano é sulamericano".
Este é o niilismo em forma de conhecimento, o conhecimento como desprovido de qualquer sentido.

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #20 Online: 10 de Agosto de 2007, 22:58:21 »
É muito dificil realmente perceber, compreender que o conhecimento não tem sentido, nem a lógica, nem a razão, nem nada.
Algumas experiencias mentais ajudam, por exemplo, tente achar onde se funda a lógica, após isso tente achar onde se funda aquilo que funda a lógica, depois tente achar onde se funda aquilo que se funda etc...
De maneira que vá construíndo uma arvore no conhecimento, verá que esta arvore tende para um passado tão remoto que nos remete para o infinito e para o desconhecido, para a eternidade de tudo, mas de forma alguma achamos o início.

Assim como Kant refuta Aristóteles em sua concepção de Deus, onde diz que Aristóteles comete o erro de dar ele mesmo um fim para o ciclo de causas/efeitos mesmo sem saber se ha ou não uma primeira causa, Faz a mesma coisa ao atribuir a alguns elementos do pensamento um valor "apriorístico", como se na arvore genealógica do conhecimento, ele mesmo desse um ponto final.

Esta é uma das grandes mudanças que Niet "cria" na filosofia no meu entendimento...

Offline Adriano

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #21 Online: 10 de Agosto de 2007, 23:04:27 »
Blue Piil, o que você chama de idealismo e realismo, eu chamo de racionalismo e empirismo. Veja sobre a crítica de Quine sobre o empirismo e juízo sintético:

Citação de: Wikipédia
Quine lecionou filosofia e matemática durante toda a vida na Universidade de Harvard, onde foi titular da Cadeira de Filosofia Edgar Pierce de 1956 a 1978. Entre seus principais escritos encontra-se "Dois dogmas do empirismo", o qual ataca a distinção entre juízos analíticos e sintéticos e defende um holismo epistêmico,quiçá semântico, e Word and Object, o qual aprofundou tais posições e introduziu a famosa tese da indeterminação da tradução. Quine mostrou que a distinção entre juízos sintéticos e juízos analíticos não estava apoiada em nada firme, era um dogma que era aceito sem nenhuma justificação, apenas pela necessidade dos empiristas de isolar a convenção dos juízos testáveis. Sem este dogma, este princípio do atomistmo na verificação também não se sustenta e portanto é aceito apenas como um outro artigo de fé, um segundo dogma. Quine então conclama os empiristas a se livrarem dos dois dogmas e, sem distinção entre juízos sintéticos e juízos analíticos e aderindo a um holismo quanto à verificação, a endossarem um empirismo sem dogmas.

A filosofia da ciência já avançou muito além do empirismo falsificacionista. Está apoiada em bases sociológicas e históricas, aliadas a questão epistemológica.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #22 Online: 10 de Agosto de 2007, 23:06:13 »
Alexandre Malta, a sua assinatura trata exatamente da crítica dos valores condicionados por costumes na história, onde até mesmo historiadores teriam sido enganados e não teriam percebido que todo o conhecimento tinha sido criado pelo próprio homem.

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #23 Online: 10 de Agosto de 2007, 23:09:10 »
Blue Piil, o que você chama de idealismo e realismo, eu chamo de racionalismo e empirismo. Veja sobre a crítica de Quine sobre o empirismo e juízo sintético:

Citação de: Wikipédia
Quine lecionou filosofia e matemática durante toda a vida na Universidade de Harvard, onde foi titular da Cadeira de Filosofia Edgar Pierce de 1956 a 1978. Entre seus principais escritos encontra-se "Dois dogmas do empirismo", o qual ataca a distinção entre juízos analíticos e sintéticos e defende um holismo epistêmico,quiçá semântico, e Word and Object, o qual aprofundou tais posições e introduziu a famosa tese da indeterminação da tradução. Quine mostrou que a distinção entre juízos sintéticos e juízos analíticos não estava apoiada em nada firme, era um dogma que era aceito sem nenhuma justificação, apenas pela necessidade dos empiristas de isolar a convenção dos juízos testáveis. Sem este dogma, este princípio do atomistmo na verificação também não se sustenta e portanto é aceito apenas como um outro artigo de fé, um segundo dogma. Quine então conclama os empiristas a se livrarem dos dois dogmas e, sem distinção entre juízos sintéticos e juízos analíticos e aderindo a um holismo quanto à verificação, a endossarem um empirismo sem dogmas.

A filosofia da ciência já avançou muito além do empirismo falsificacionista. Está apoiada em bases sociológicas e históricas, aliadas a questão epistemológica.
Está apoiada onde ??? Em criação humana...!! Pura criação humana...

blue pill

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Re: Crítica da razão na ciência.
« Resposta #24 Online: 10 de Agosto de 2007, 23:13:58 »
O homem olha para tras e não é capaz de ver tão profundamente de onde se origina o conhecimento, e então passa a "acreditar para tras".

 

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