Mas a sua afirmação de que o conhecimento é sem valor devido a não ter sentido não procede. Teriamos que partir designar o significado de sentido e de valor, ou seja buscar o conhecimento a respeito desses termos.
O problema é que a busca por esses significados, essas denominações, elas sempre acabam numa armadilha.
Vou explicar o que é esta armadilha... O conhecimento vai desenvolvendo-se, no sentido de que nosso cerebro começa a copiar sistemas, metodos, mecanismos, e quando "olhamos para tras", quer dizer, quando um mestre qualquer consegue analizar profundamente alguma questão do conhecimento, acaba por cometer um grande erro, que é começar a assumir premissas,
assume-se premissas para que um determinado alvo do conhecimento seja "completamente" compreendido, como por exemplo genérico: Assumimos uma razão pura inerente ao ser humano, inerente ao mundo, invisível, insubstâncial (não achamos onde é que procuramos essa tal razão), assumimos a premissa da razão pra embasar todo o conhecimento dito "racional", como por exemplo o conhecimento de uma hipotese, que por sua vez é validada por um outro metodo como o falsificacionismo, que por sua vez é textada laboratorialmente e por ultima
contemplada e interpretada por aquele que ja assumiu a premissa da razão pra poder fazer toda sua analize, sem contarmos é claro da transformação com que tal conhecimento é submetido pelo simples olhar subjetivo do cientista.
Se analizarmos degrau por degrau o conhecimento, olhando para tras na história, vemos um funil onde o conhecimento tende para uma epoca onde desconhecemos, ou seja, invariavelmente, só pelo fato de eu "aceitar" a minha linguagem, estou acreditando na história, estou "olhando para tras e acreditando para tras".
Esse é só um exemplo bem genérico do que significa a armadilha que eu disse, é sutil perceber onde é que se encontra a ausência de sentido do conhecimento, é muito sutil porque ela não faz parte das explicações mesmas, o entendimento da ausência de sentido não só do conhecimento, mas de todas as coisas por consequencia disto (por uma correlação indissoluvel, o ser humano é o que ele conhece, e o que ele conhece é o que ele é), é muito sutil o niilismo por não se tratar da explicação do mesmo, mas de uma contemplação mais aprofundada tanto do pensamento quanto de onde é que ele surgiu na história, o niilismo aparece a partir do momento em que seu conhecimento dos tempos remotos e imemoraveis do ser humano não poderia ter acontecido, que não por uma centelha que só pode ter dois formatos, ou um deus, ou numa criação humana mesmo, onde o ser humano assume uma capacidade criativa e por meio desta é que o conhecimento "aconteceu", uma pura criação.
Troca-se a criação divina pela criação dentro do ser, porque se faz isso sem que tenhamos que acreditar em algo? Mesmo sendo cético, é possível que acreditemos que existe um ser dentro de cada um capaz da criação ? Sim, é possível, porque o deus criador se diferencia deste deus de sí mesmo no momento em que o deus criador do universo ele é trancendente ao meu ser, ou seja, ele não esta em mim e não É eu, portanto eu posso duvidar da existência de tal ser, pois se levar a cabo o ceticismo acreditará apenas no próprio e único EU e somente nisto.
Ja o deus de sí próprio, essa coisa que chamamos do poder da criatividade, do poder de criar do nada, mesmo que apenas pensamentos, esse deus é possível que tenhamos sem precisar acreditar, pelo simples fato de SERMOS ele, pois o meu simples juizo: "Eu sou capaz de criar, eu sou um ser criativo, eu posso criar", esses juizos sobre a criatividade eu jamais poderia duvidar, que não o trocasse por uma crença a respeito do mecanismo do pensamento, sem isto eu jamais poderia duvidar da minha capacidade de criação.
Dizer que o conhecimento é sem sentido torna-se paradoxal, pois é uma frase que pretende apresentar um conhecimento, e se verdadeira, esta frase é sem sentido. É possivel dizer que todo o conhecimento é sem sentido e sem valor, então essa premisa, esse princípio também é.
Exatamente, um dos motivos pelo qual o conhecimento não tem sentido, é pelo fato de que para toda e qualquer tese existe uma antítese, de forma que o conhecimento é paradoxal em qualquer afirmativa, se eu afirmo "A bola é branca", uma analize profunda irá encontrar tantos paradoxos neste conhecimento que nos remete para a infinita história do passado, e nos remete a mesma pergunta de sempre "Porque ?", se analizarmos o motivo pelo qual esta afirmativa foi feita, vamos cair numa outra questão, e assim consecutivamente de forma que isso nunca finda, que não na total ausencia de sentido.
A total ausência de sentido pode findar qualquer conhecimento, pois o conhecimento nem
chega a ser, nem chega a ser para podermos questiona-lo, nem chega a ser pra perguntarmos o "porque ele não tem sentido?"
Nietzsche desconstruiu a idéia do conhecimento vindo de deus, da criação divina. Desconstruiu o sentido de uma sociedade religiosa e do pensamento teológico da época. Foi a base do existencialismo, que reconstruiu o sentido com base na existência.
E interessante que Feuerbach, já adiantava o existencialismo com o seu materialismo, veja esse trecho da Wikipédia:
A situação material em que o homem vive é que o cria. Feuerbach nega o conceito de que exista primeiro a idéia e depois a matéria. Para ele a maçã real precede a idéia da maçã. Afirma que deveríamos entender Hegel de cabeça para baixo. Para Feuerbach, Hegel descreve o homem de ponta-cabeça.
Feuerbach antes de Nietzsche, já dizia que não é deus que criou o homem, e sim o homem que criou deus, mas fez a projeção dessa vontade criadora, da vontade de compreender o mundo. Assim quando o homem diz que está contemplando a deus está contemplando a si mesmo.
Entendo o que esse Feuerbach tentava fazer, tentava construir todo o universo dentro de uma existência infinitamente digamos indissoluvel, onde a cada vez que pudessemos encontrar a origem da existência, uma outra origem iria "substituir" ou "anteceder" a esta mesma origem da existência.
Entendo também que ele achava que a
idéia da maçã era posterior a maça...
A diferença que você pode perceber na linha que eu defendo, é que nem a idéia e nem o mundo, nem um e nem outro tem um carater primevo, mas apenas existem em correlação.
A idéia do mundo só existe porque existe o mundo, o mundo só existe porque existe a idéia dele.
Assim como o mundo torneia a idéia dos seres humanos do "rebanho", assim como os seres humanos torneiam a "estrutura" metafísica do mundo (em forma de criação, criação da estrutura física, criação de representações do mundo em geral, ja dei varios exemplos dessas representação que foram por um lado CRIADAS e CRIADORAS, criadas pelo cientista, pelo físico, e criadoras pois foi este mesmo mundo que "criou" o cientísta, o físico, foi este mesmo mundo que antecedia o cientísta que "guiou" cada partícula do seu cerebro, a grosso modo).
Na minha opinião, o deus monopolizador é mais uma criação humana, e portando comparar o homem a deus, é desprovido de sentido, pois não é um objeto real. O ateísmo de Nietzsche apenas faz desacreditar da realidade desse termo, da falta de sentido. Ele declara a morte de deus, mas como algo que perdeu a razão de ser, perdeu o seu valor e o seu sentido.
A questão é que uma, UMA eu digo QUALQUER QUE SEJA, a questão é que uma criação é IMPOSSIVEL DE NEGAR, pois estou eu aqui, esta você ai, estamos todos, ESTAMOS.
Vou parafrasear pra vc entender...
"Podemos desacreditar em tudo, mas jamais você vai poder não acreditar que está desacreditando em tudo."
Portanto, pelo menos uma criação existe, pelo menos uma coisa foi criada, e para mim neste ponto concordo com o existêncialismo que acha que essa questão fundamental é
impossível de ser solucinada, mas quanto ao desenvolvimento APÓS esta criação, ou seja, o desenvolvimento do ser humano, do mundo, da materia, das galaxias, este é proposto de várias teorias, e a minha metafísica é justamente baseada numa sucessão de criações humanas, onde o mundo é idêntico a criação do humem, a grosso modo "Newton inventou a gravidade" pelo simples fato dele ter inventado esta
representação do mundo, a representação que ele criou e o mundo em sí, são idênticos, pois antes dele não havia isto, não havia esta coisa que foi criada, esta coisa pela qual as pessoas passam a entender o mundo como que "todos os corpos se atraem".
Isto, Newton inventou, é razoavel chamar de invensão, pois ele foi o primeiro a fazer isso, a VER isto, a ENTENDER isto.
Deus na minha metafísica é uma relação de humanos para outros humanos, ser deus é o ser humano cuja pessoa para a qual ele é deus, não tem conhecimento do outro em alguma area específica.
Ou seja, deus na minha metafísica é uma relação de seres humanos e de seus conhecimentos próprios, onde o que possui mais é "mais" deus, ou é deus para mais seres.