Adriano, acho que você não entendeu o meu ponto.
"Ser negro", é uma variável que irá se correlacionar fortemente com menor renda/desemprego e etc, em todas as áreas, segundo o Huxley, pelo que pude entender, mais do que outras possíveis variáveis que se queira incluir, como escolaridade e etc.
O problema que eu vejo, é que essa correlação não prova nada sobre discriminação, porque ela iria existir de qualquer jeito com a delimitação de um grupo arbitrário constituído pelos arbitrariamente mais pobres dentro de cada estrato, mesmo num grupo racialmente homogêneo.
Daí não dá para concluir que hajam oportunidades desiguais sendo impostas por racistas ou pessoas discriminando as pessoas mais próximas à base de cada estrato social. Podem haver até oportunidades desiguais, mas elas, por tudo que o estudo diz (se esse é o método) possivelmente seriam na maior parte do tempo simplesmente diferenças de oportunidades inerentes a diferenças de poder aquisitivo, sem ter como apontar algum tipo de discriminação. Existiriam também, igualmente, para os brancos e metiços claros (por vezes mais numerosos) na base de cada estrato social.
Nisso aí (talvez não no estudo, mas na forma como está sendo utilizado aqui) estão uma série de falácias, petição de princípio (já parte do princípio que os mais pobres dentre os mais pobres estão lá por discriminação, em vez de mostrar isso), falácia do apostador (que casos eventuais que alguém conheça de discriminação, são a causa desse padrão maior)/generalização, e talvez mais.