Autor Tópico: Estatísticas e racismo  (Lida 4679 vezes)

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Offline Adriano

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Re: Estatísticas e racismo
« Resposta #25 Online: 16 de Outubro de 2007, 21:19:51 »
Adriano, me esclareça uma dúvida: como o "nível de escolaridade" de uma pessoa é medido nessas pesquisas?
Basicamente é através da quantidade de anos de estudos. Mas tem estudos complementares sobre educação.


Significa então que uma pessoa que teve 12 anos de estudo em uma escola pública de periferia (onde vigora a lei da "aprovação automática") é considerada como tendo o mesmo "nível de escolaridade" de uma outra com os mesmos 12 anos de estudo em uma caríssima escola particular?


A princípio sim, mas se considera todos os estrados sociais.

Portanto, é óbvio que se deve esperar desvantagens dos mais diversos tipos para uma pessoa que faz parte da população mais pobre, mesmo tendo a mesma quantidade de anos de estudo de uma pessoa que faz parte da população mais rica. Concorda?

Se concorda com isso, e também com o fato de haverem proporcionalmente mais negros pobres do que ricos, então terá de convir que não é de se estranhar que haja diferenças de ganho entre negros e brancos, mesmo eles tendo a mesma quantidade de anos de estudo; isso por não se levar em conta onde foram esses anos de estudo.

Eu gostaria que você me enviasse dados estatísticos mostrando tais diferenças entre negros e brancos na qual todas as demais condições relevantes (nível de renda dos pais, local onde a pessoa estudou, etc) fossem iguais.
(Não duvido que existam, só gostaria de vê-los diretamente).

Não tenho dados mais específicos, os que tenho são sobre o relatório da ONU e um outro sobre distribuição de renda comparado entre as etnias.

O problemas dos negros é eles serem em relação aos brancos mais pobres. Então é óbvio que eles não tem as mesmas possibilidades. Todos os dados estatísticos apontam piores condições para os negros. Principalmente entre os pobres e os miseráveis a proporção é a maior.

Lógico que os brancos tem uma renda melhor por terem melhores condições. Inclusive melhores condições educacionais. Sobre a interferência da renda na manutenção da pobreza, e da riqueza também, isso é constatado num estudo da Anpec sobre o ciclo intergeracional da pobreza, com dados empíricos do Brasil.

Logo:

Por que os negros são mais pobres que os brancos? Porque ganham menos. Por que ganham menos? Porque são mais pobres. Fica um circulo vicioso essa situação.


Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Estatísticas e racismo
« Resposta #26 Online: 08 de Dezembro de 2007, 19:28:59 »
Desenterrando...

Alguém sabe se foram feitos estudos demonstrando, no Brasil:

- desproporcionais graus de ascenção econômica (especialmente recente) ao longo do tempo de acordo com a cor da pele ou origem étnica, apesar de condições econômicas iniciais consideravelmente iguais, e dos mesmos graus de desenvolvimento econômico das regiões (preferencilalmente, comparando pessoas nas mesmas regiões)? Saliento que isso é diferente de apenas se constatar diferentes proporções de cores de pele em diferentes estratos econômicos - isso é só um "slide", queria saber se há diferentes ritmos de motilidade econômica de acordo com cor de pele ou origem étnica.

- que as pessoas em posições de contratação, promoção ou demissão sejam geralmente racistas? Imagino que possa ou poderia ter sido feito algo como, escolher dessas pessoas* mais ou menos aleatoriamente e fazer testes que tentassem averiguar uma tendência a escolher candidatos brancos apesar de melhores currículos e desempenhos dos mestiços, negros, ou asiáticos (através de currículos e candidatos fictícios mas talvez também com alguma amostra dos currículos que passaram pela empresa)



* Teoricamente, talvez não se precisasse nem escolher pessoas que estivessem nessas posições, porque esse preciosismo meio que implica a possibilidade de uma teoria da conspiração racista, como se essas pessoas específicas fossem mais racistas do que a média dos brancos, que eventualmente, poderiam ser colocados nessa posição. Mas talvez fosse interessante até comparar os dois, para ver se não é até o contrário, que é uma possibilidade teórica.

Offline Adriano

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Re: Estatísticas e racismo
« Resposta #27 Online: 08 de Dezembro de 2007, 21:11:21 »
O Huxlei postou uma pesquisa atual sobre a economia do racismo, feita com base econométrica e portando a melhor metodologia possível para aferição empírica disponível nas ciências sociais.

http://epge.fgv.br/portal/arquivo/1403.pdf

Bem, da forma como eu entendo (ou penso entender), a regressão múltipla faria exatamente o que eu disse, se delimitassemos um subconjunto "falso" (chamarei de X), constituído simplesmente pelas pessoas de menor renda, dentro de um conjunto maior de pessoas, todas da mesma raça.

Todas as outras eventuais variáveis além da variável "pertencer ao subconjunto X", não se associariam tão bem com a menor renda quanto o pertencer ao subconjunto X, que é por definição, o grupo de menor renda. :hein:

Se os negros na maior parte do tempo são os mais pobres dentre os mais pobres (isso independentemente de discriminação atual), acho que é praticamente a mesma situação. :|
Essa sua crítica ao estudo não confere, pois o mesmo trata de analizar somente as características irrelevantes para o tratamento desigual no mercado de trabalho.

Citar

A economia da discriminação é definida como o tratamento desigual baseado em critério irrelevante para a atividade envolvida.
Dentre os diversos tipos de discriminação economica (mercado de trabalho, entre as vizinhanças, segregação prossional, de linguagem, aparência física, dentro da famíia, etc.), a discriminação
no mercado de trabalho é destaque na literatura. Esse destaque advém do fato do modelo de discriminação de Becker (1957) ter dado impulso inicial ao estudo da economia da discriminação. Um dos aspectos que torna atraente essa espécie de modelo é sua fundamentação microeconômica. A existência de discriminação
econôomica no mercado de trabalho se dá quando um grupo de indivíduos que têm habilidades, educação, treinamento, experiêencia e produtividade iguais recebem salários diferentes ou recebam tratamento diferenciado por causa de sua raça, sexo, cor, religião, idioma, condição econômica e social, aparência física e etnia, sem que essas características tenham efeito sobre sua produtividade.


A discriminação no mercado de trabalho pode ser classificada em quatro tipos: discriminação salarial, discriminação de emprego, discriminação de trabalho ou ocupacional e discriminação ao acesso do capital humano.

* Discriminação salarial significa que trabalhadores do sexo feminino (negros) recebem salários menores do que do sexo masculino (brancos) fazendo o mesmo trabalho.

* Discriminação de emprego ocorre quando mulheres e negros ficam predominantemente em desvantagem no que se refere à baixa oferta de empregos, sendo, portanto, os mais atingidos pelo desemprego.

* Discriminação de trabalho ou ocupacional significa que mulheres (negros) têm sido arbitrariamente restringidas ou proibidas de ocupar certas ocupação, mesmo que sejam tão capazes quanto os homens (brancos) de executar esses trabalhos.

* Discriminação decorrente de oportunidades desiguais para se obter capital humano ocorre quando mulheres (negros) têm menores oportunidades de aumentar sua produtividade, tais como educação formal ou treinamento no trabalho.

Portando a discriminação decorrente de oportunidades desiguais, que é o que embasa a teoria dos ciclos intergeracionais da pobreza e portando a unica justificativa para levar em conta a condição sócio econômica para a distinção de renda na discriminação, é analizado separadamente e levado em conta na pesquisa.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Estatísticas e racismo
« Resposta #28 Online: 09 de Dezembro de 2007, 13:51:44 »
Adriano, acho que você não entendeu o meu ponto.


"Ser negro", é uma variável que irá se correlacionar fortemente com menor renda/desemprego e etc, em todas as áreas, segundo o Huxley, pelo que pude entender, mais do que outras possíveis variáveis que se queira incluir, como escolaridade e etc.

O problema que eu vejo, é que essa correlação não prova nada sobre discriminação, porque ela iria existir de qualquer jeito com a delimitação de um grupo arbitrário constituído pelos arbitrariamente mais pobres dentro de cada estrato, mesmo num grupo racialmente homogêneo.

Daí não dá para concluir que hajam oportunidades desiguais sendo impostas por racistas ou pessoas discriminando as pessoas mais próximas à base de cada estrato social. Podem haver até oportunidades desiguais, mas elas, por tudo que o estudo diz (se esse é o método) possivelmente seriam na maior parte do tempo simplesmente diferenças de oportunidades inerentes a diferenças de poder aquisitivo, sem ter como apontar algum tipo de discriminação. Existiriam também, igualmente, para os brancos e metiços claros (por vezes mais numerosos) na base de cada estrato social.

Nisso aí (talvez não no estudo, mas na forma como está sendo utilizado aqui) estão uma série de falácias, petição de princípio (já parte do princípio que os mais pobres dentre os mais pobres estão lá por discriminação, em vez de mostrar isso), falácia do apostador (que casos eventuais que alguém conheça de discriminação, são a causa desse padrão maior)/generalização, e talvez mais.

Offline Adriano

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Re: Estatísticas e racismo
« Resposta #29 Online: 09 de Dezembro de 2007, 14:04:00 »
Sim, entendi e concordo. Mas a referência em relação a essa pesquisa da FGV é que os dados são muito bem separados, totalmente isolados e não há nenhuma confusão como essa que supões existir, o que seria muito amadorismo para uma instituição como a FGV.

O que você alega é que é uma redundância dizer que os negros são discriminação por serem mais pobres, pois esse suposto resultado do que seria racismo não é de fato do racismo mas sim da pobreza e portanto algo exclusivamente econômico.

Mas esse é um ponto indefensável, e não pode ser usado como padrão, pois existem evidências em contrário, que mesmo eu não tendo acesso até então sempre soube existir pelo minhas leituras. O Huxlei trouxe essa pesquisa que é inequívoca, tanto na qualidade quanto na precisão, devido a qualidade metodológica emprega, sendo a econometria o que temos de mais avançado em metodologias de avaliação de dados empíricos.

Gostaria que analizasse pessoalmente a pesquisa e apontasse essa redundância que alega existir. No demais concordo contigo que esse estudo possa vir suprir essa lacuna existente entre os dados sócio-raciais e algo mais substancial que permita concluir com a existência da discriminação de forma inequívoca.
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rizk

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Re: Estatísticas e racismo
« Resposta #30 Online: 09 de Dezembro de 2007, 14:50:26 »
Olha, parece-me que o racismo tem influência sim, por uma coisa até boba: é difícil encontrar famílias de imigrantes que tenham chegado "com uma mão na frente e outra atrás", no final do XIX e começo do XX,  que não sejam hoje de classe média. Era bom ter dados, mas certamente PARECE.

Agora, como é que pode isso? Bem ou mal, os escravos "libertados" já estavam inseridos na sociedade, já tinham seus contatos, e ainda assim poucos conseguiram? Era caso de ver o que acontece com as crianças imigrantes que vieram morar aqui nos anos 90. 

Offline Luis Dantas

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Re: Estatísticas e racismo
« Resposta #31 Online: 09 de Dezembro de 2007, 14:56:38 »
Uma coisa é ser um imigrante voluntário, outra é ser descendente de escravos trazidos à força.  Mesmo que não tenham trazido nada de material, os imigrantes voluntários tinham pelo menos a convicção de que mereciam uma oportunidade.

E em muitos casos, principalmente no de imigrantes asiáticos e europeus, também traziam um bom "know-how" de sociedades funcionais e produtivas. :)  Isso os negros não tinham.  Por culpa européia, mas não tinham.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

rizk

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Re: Estatísticas e racismo
« Resposta #32 Online: 09 de Dezembro de 2007, 17:17:26 »
Daíii que eu disse que seria legal encontrar estudo comparativo entre as crianças imigrantes que vieram morar aqui no final do XX, pra tirar a escravidão da equação. Porque, veja, seria mais claro ver se realmente o racismo interfere na prosperidade econômica da pessoa SE comparasse as famílias, digamos, dos países africanos em guerra civil e as dos do leste europeu que vieram pra cá.

De resto, não sei se o "know-how de sociedades funcionais" ajuda em muita coisa na hora de ganhar o sustento, nem que os ex-escravos não achassem que merecessem viver dignamente, nem que todos os migrantes migrem voluntariamente. Essas hipóteses parecem-me coisa de manual escolar, sabe, explicações simples DEMAIS?

Offline Luis Dantas

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Re: Estatísticas e racismo
« Resposta #33 Online: 09 de Dezembro de 2007, 17:25:46 »
De resto, não sei se o "know-how de sociedades funcionais" ajuda em muita coisa na hora de ganhar o sustento,

Você é brasileira.  Não sabe (necessariamente) o quanto ajuda ter referência de pai e avô na hora de decidir o seu lugar no mundo.

Citar
nem que os ex-escravos não achassem que merecessem viver dignamente,

Com certeza alguns acham, e sempre acharam.  Mas a influência do meio social é algo muito forte.  Mais de uma geração de negros brasileiros foi, literalmente, tratada como propriedade sem direitos.  Cresceram tentando se acostumar à idéia de que alguns eram gente, e outros eram como eles... reverter esse quadro e construir do zero - não, de abaixo do zero - uma mentalidade saudável de valor próprio é algo que não se conseguiu ainda.

A inexistência de uma cultura brasileira geral de cidadania plena que poderia servir de exemplo não ajudou... estamos no país do coronelismo, afinal de contas.

Citar
nem que todos os migrantes migrem voluntariamente. Essas hipóteses parecem-me coisa de manual escolar, sabe, explicações simples DEMAIS?

Bom, é um tanto evidente que há mais além do que eu mencionei.  Por exemplo, não é nenhum grande segredo que muitos imigrantes japoneses vieram motivados pela situação decorrente da Segunda Grande Guerra.  Você tem toda a razão, seria interessante pesquisar melhor esses fenômenos e suas fronteiras.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Estatísticas e racismo
« Resposta #34 Online: 05 de Janeiro de 2008, 16:27:02 »
Encontrei algo sobre estudos americanos similares a alguns que que eu tinha idealizado.

Aceitando-os como válidos sem examinar qualquer questão de metodologia*, os resultados indicam um grau de racismo bastante preocupante.

Os testes consistiam em enviar centenas de currículos fajutos, com dados falsos. Os resultados indicaram que os currículos com nomes que soam como tendo origem étnica negra tem substancialmente menos chances de receberem telefonemas para marcar entrevistas. Mais espantoso, "nomes brancos" em currículos que admitem que a pessoa é ex-condenada tem chances maiores do que de "nomes negros" de ficha policial limpa.

Também vi qualquer menção sobre que minorias nos EUA, como judeus e asiáticos, foram ao longo do tempo se precavendo disso mudando os nomes para nomes mais americanizados, enquanto os negros fizeram mais ou menos o contrário, foram dando aos filhos (e talvez em alguns casos mudando os nomes) para nomes mais africanizados.



Acho que no Brasil, por outro lado, algo mais ou menos equivalente seriam aqueles nomes meio "nordestinos", de misturar o nome dos pais como um rearranjo cromossômico, e nomes que imitam o som de nomes americanos, como "Maykellgekson" e esse tipo de coisa, porque ao menos quanto a maioria (acho que todos) negros que já conheci não tinham nomes discernivelmente "afro".

Race matters: studies show race, even black-sounding names, causes doors to shut - Diversity News




* Vi menções de estudos que davam 0% de importância/discriminação, uns dizendo 15%, e outros chegando até a 50%. Talvez varie de local para local.

Offline Adriano

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Re: Estatísticas e racismo
« Resposta #35 Online: 05 de Janeiro de 2008, 16:31:20 »
E eu comprei o livro A ação afirmativa (affirmative action) no direito norte americano de Paulo Lucena de Menzes. É a publicação de uma dissertação de mestrado que obteve a máxima aprovação pela USP.

Muito bom para contextualizar o tema, para considerar as diferenças legais que existem entre os dois países.
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Offline Oceanos

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Re: Estatísticas e racismo
« Resposta #36 Online: 05 de Janeiro de 2008, 16:39:06 »
[...]de misturar o nome dos pais como um rearranjo cromossômico[...]
:histeria:

rizk

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Re: Estatísticas e racismo
« Resposta #37 Online: 06 de Janeiro de 2008, 13:56:21 »
De fato, eu li um artigo sobre riqueza e as negras com nomes tipo Condoleezzzza e dizia coisa semelhante. Agora não sei citar. Guentem que um dia eu topo com ele.

 

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