Enquanto o Beira-Mar comanda o tráfico de dentro da cadeia com todas as mordomias de um preso ilustre e rico - ao qual todas as leis são rigorosamente cumpridas - o preso comum é tratado assim:
Um relatório da Caravana da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, destacado no livro A Prisão, de Luís Francisco Carvalho Filho, informa que, no Ceará, presos se alimentavam com as mãos. A comida, estragada, era servida em sacos plásticos. Mas tudo bem. Em Pernambuco, os presos defecavam em sacos plásticos. Mas tudo bem. No Paraná, um preso passou sete anos em cela de isolamento, sem visita nem banho de sol. Mas tudo bem. É por causa dessa tolerância com a barbárie que a menina de 15 anos passou 24 dias no inferno no Pará.
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/É claro que os presos não reclamaram da presença da menina na cela no Pará - já que estava lá, por que não dar um estupradinha. Acho que todos consideram que os estupros foram uma coisa muito natural. É natural. Tudo natural, afinal os homens são assim, os presos são assim mesmo. Nenhum deles vai ser julgado por isso - uma putinha. Bobagem...
Tem mais:
25% dos presos de São Paulo têm doença mental, diz estudo
De Fabiane Leite:
Quando a costureira Maria notou os primeiros sinais de doença mental no filho, João (os nomes são fictícios), que cumpria pena por assalto, recebeu uma explicação simples de outro detento. “O rapaz se aproximou e disse: ‘Senhora, ele está com problema psicológico. Isto aqui tem sido cruel pra ele’.”
Estudo inédito feito pela Universidade Federal de São Paulo, em parceria com o governo do Estado, revela que um quarto dos detentos e quase a metade das mulheres confinadas no maior sistema prisional do País, o da Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo, manifestaram ao menos uma doença mental no ano anterior à avaliação - realizada a partir de maio de 2006 e encerrada este ano.
São ao menos 30 mil homens doentes sem nenhuma assistência organizada nas prisões paulistas, que tem uma população majoritariamente masculina (96,5% do total). A pesquisa mostrou ainda taxas de doenças graves, como esquizofrenia e transtorno bipolar, até três vezes maiores do que as da população em geral.
Não acredito mais em absurdos, no brasil tudo é possível: até o Fernandinho Beira-Mar.