Autor Tópico: Comércio de sangue e órgãos  (Lida 5904 vezes)

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Offline Herf

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Comércio de sangue e órgãos
« Online: 30 de Novembro de 2007, 19:40:50 »
Existe algum motivo plausível para não ser permitido o comércio de sangue e órgãos? Não consigo pensar em nenhum.

Rhyan

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #1 Online: 30 de Novembro de 2007, 19:59:53 »
Sou a favor, também.

Só não tenho opinião sobre o Market Baby.

Nigh†mare

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #2 Online: 30 de Novembro de 2007, 20:16:48 »
 :shock:

Offline Herf

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #3 Online: 30 de Novembro de 2007, 20:21:08 »

Offline Nyx

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #4 Online: 30 de Novembro de 2007, 20:21:53 »
Um motivo?


Tráfico.

Offline Herf

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #5 Online: 30 de Novembro de 2007, 20:23:51 »
Isso não é objeção. Não estou sugerindo que se comercie órgãos e sangue "separadamente"... Óbvio que não. Que a extração do sangue e órgãos seja feita apenas em locais autorizados. E que a aquisição seja regulada, também.

Offline Raphael

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #6 Online: 30 de Novembro de 2007, 20:37:06 »
Isso não é objeção. Não estou sugerindo que se comercie órgãos e sangue "separadamente"... Óbvio que não. Que a extração do sangue e órgãos seja feita apenas em locais autorizados. E que a aquisição seja regulada, também.

Mas isso não está relativo a doações?

Tipo, comerciar órgãos e sangue, mesmo que separadamente é, no mínimo anti-ético, creio eu. Isso deveria ser gratuito, na minha opinião.
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Offline Herf

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #7 Online: 30 de Novembro de 2007, 20:47:26 »
Isso deveria ser gratuito, na minha opinião.
Ótimo. Doe os seus, então. Eu também doaria sangue, ao invés de vendê-lo, caso vender fosse permitido.

Offline Raphael

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #8 Online: 30 de Novembro de 2007, 20:58:45 »
Isso deveria ser gratuito, na minha opinião.
Ótimo. Doe os seus, então. Eu também doaria sangue, ao invés de vendê-lo, caso vender fosse permitido.

Com certeza, vou doar meus órgãos, caso eu não morra queimado ou de qualquer causa que não venha a arpoveitá-los. Mas acredito que você levantou uma questão muito interessante, com certeza o comércio ilegal de órgãos deve ser muito lucrativo.

Me lembro de uma cena do filme "Central do Brasil", onde a Marília Pera era agenciadora que raptava crianças pra vender órgãos. Seria legar buscar fontes pra isso.

Vou procurar depois. :ok:
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #9 Online: 30 de Novembro de 2007, 21:01:47 »
Eu não sei. Acho que ao menos os órgãos das pessoas que morrem devessem ser doados. Já falta órgão para quem precisa, eles não precisam ainda por cima ser caros.

Por outro lado, talvez a venda aumentasse o número de órgãos e sangue disponível para doações, se por exemplo, o governo e/ou a caridade comprasse... mas fico preocupado com a possibilidade de falecimentos meio suspeitos. Talvez então pudessem continuar sendo os órgãos dos mortos necessariamente doados, para evitar isso... não sei...

Nigh†mare

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #10 Online: 30 de Novembro de 2007, 21:15:00 »
As pessoas não vendem honestamente nem leite...

Com exceção dos rins, os outros órgãos seriam negociados por terceiros... O país exportaria rins para o resto do mundo... Parcela dos pobres do país estariam todos com um rim a menos... Dieta ruim... Um rim só... Qual seria a probabilidade de problemas renais?... Exportaríamos rins e teríamos de importar aparelhos de hemodiálise.

E quem é que compraria os órgãos de um morto? Um doente-pobre? O preço seria tabelado? Ou poder-se-ia leioloar no Mercado Livre? E se o órgão não servisse? "Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta"?

Tarcísio

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #11 Online: 30 de Novembro de 2007, 21:26:20 »
Transplante de pele de bebe ia dar muito aborto.

Offline Herf

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #12 Online: 30 de Novembro de 2007, 21:40:42 »
As pessoas não vendem honestamente nem leite...

Com exceção dos rins, os outros órgãos seriam negociados por terceiros... O país exportaria rins para o resto do mundo... Parcela dos pobres do país estariam todos com um rim a menos... Dieta ruim... Um rim só... Qual seria a probabilidade de problemas renais?... Exportaríamos rins e teríamos de importar aparelhos de hemodiálise.

E quem é que compraria os órgãos de um morto? Um doente-pobre? O preço seria tabelado? Ou poder-se-ia leioloar no Mercado Livre? E se o órgão não servisse? "Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta"?
Você não entendeu o que eu disse. Deveria ser proibida a negociação por terceiros. Fazer diferente seria desastroso, óbvio. Quem quisesse vender seu sangue ou algum órgão teria que ir em algum locar autorizado para extração, e quem quisesse comprar também só poderia fazê-lo nesses locais.

Vi um cartaz hoje em um mural anunciando uma demanda por doações de sangue para uma garota. Ela precisa de várias doações diárias durante uma semana. Fiquei pensando em como haveria mais oferta caso as pessoas pudessem vender seu sangue e em quantas pessoas poderiam ser salvas com isso.

Rhyan

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #13 Online: 30 de Novembro de 2007, 21:59:48 »
Já vi dabates longos e chatos sobre esse tema. Não tem um argumento bom o suficiente contra o comércio de orgãos.

Nigh†mare

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #14 Online: 01 de Dezembro de 2007, 00:09:29 »
Já vi dabates longos e chatos sobre esse tema. Não tem um argumento bom o suficiente contra o comércio de orgãos.
É por isso que o comércio de órgãos é uma prática institucionalizada global...

Offline Luiz Souto

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #15 Online: 02 de Dezembro de 2007, 00:47:25 »
As pessoas não vendem honestamente nem leite...

Com exceção dos rins, os outros órgãos seriam negociados por terceiros... O país exportaria rins para o resto do mundo... Parcela dos pobres do país estariam todos com um rim a menos... Dieta ruim... Um rim só... Qual seria a probabilidade de problemas renais?... Exportaríamos rins e teríamos de importar aparelhos de hemodiálise.

E quem é que compraria os órgãos de um morto? Um doente-pobre? O preço seria tabelado? Ou poder-se-ia leioloar no Mercado Livre? E se o órgão não servisse? "Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta"?
Você não entendeu o que eu disse. Deveria ser proibida a negociação por terceiros. Fazer diferente seria desastroso, óbvio. Quem quisesse vender seu sangue ou algum órgão teria que ir em algum locar autorizado para extração, e quem quisesse comprar também só poderia fazê-lo nesses locais.

Vi um cartaz hoje em um mural anunciando uma demanda por doações de sangue para uma garota. Ela precisa de várias doações diárias durante uma semana. Fiquei pensando em como haveria mais oferta caso as pessoas pudessem vender seu sangue e em quantas pessoas poderiam ser salvas com isso.

A comercialização do sangue foi abolida no Brasil início da década de 80 justamente pelo riscos à população causados pela transformação de um tecido  do organismo em mercadoria.

Ao serem pagos pela doação ,em um país com o índice de pobreza como o nosso ,diversas pessoas percorriam bancos de sangue diferentes em um período de tempo inferior ao necessário para a recomposição do sangue doado , tendo ocorrido inclusive mortes por anemia importante.
Naqueles que vendiam o sangue premidos pela miséria o índice de doenças transmissíveis ( Chagas , Hepatite B e C , HIV...) eram maiores e , em diversos bancos de sangue privados , o rastreio dos doadores  e os exames sorológicos eram feitos de forma inadequada pela tendência de ter uma "produção" aumentada e para maximixar o lucro ( já que os exames são onerosos).
Este cenário levou a que  a qualidade do sangue brasileiro fosse baixa , contribuindo para a disseminação inicial do HIV e a manutenção da alta prevalência da Hepatite B.

Foi apenas após a proibição da comercialização , garantindo que o sangue  era de doação voluntária , aliado a normas rígidas de qualidade esatabelecidas nacionalmente que este quadro foi revertido e hoje o nível de qualidade do sangue disponível no Brasil é um dos mais confiáveis no mundo.
Vale lembrar que a proibição da comercialização se refere ao produto final , o sangue e seus derivados, mas os custos envolvidos na sua produção ( como os exames sorológicos) podem e são cobrados pelos bancos de sangue privados ( que são muitos) dos convênios e do SUS.
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

Conheça a seção em português do Marxists Internet Archive

Offline Luiz Souto

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #16 Online: 02 de Dezembro de 2007, 00:51:58 »
Em tempo: se uma parte de meu corpo pode ser transformada em mercadoria e alienada voluntariamente ( como vender um rim) , qual o impedimento lógico para que eu não me torne totalmente alienável ( me vendendo como escravo?)
Só para esquentar o assunto :)
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

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Offline Luis Dantas

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #17 Online: 02 de Dezembro de 2007, 05:28:00 »
Existe algum motivo plausível para não ser permitido o comércio de sangue e órgãos? Não consigo pensar em nenhum.

Além do que já foi dito, há a questão puramente ética.  Na minha opinião um dos campos mais elitistas da atualidade é a medicina, onde há muitos tratamentos caros ao ponto de que se deveria pensar seriamente na conveniência econômica e ética de se submeter a eles. 

Se a venda de sangue for legalmente permitida em um país como o Brasil, na prática será mais um mecanismo para aumentar a qualidade de vida e perspectiva de sobrevida dos mais ricos em detrimento das dos mais pobres.  Acaba sendo uma forma relativamente atenuada de "reengenharia sócio-econômica".
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Herf

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #18 Online: 02 de Dezembro de 2007, 13:30:33 »
A comercialização do sangue foi abolida no Brasil início da década de 80 justamente pelo riscos à população causados pela transformação de um tecido  do organismo em mercadoria.

Ao serem pagos pela doação ,em um país com o índice de pobreza como o nosso ,diversas pessoas percorriam bancos de sangue diferentes em um período de tempo inferior ao necessário para a recomposição do sangue doado , tendo ocorrido inclusive mortes por anemia importante.
Naqueles que vendiam o sangue premidos pela miséria o índice de doenças transmissíveis ( Chagas , Hepatite B e C , HIV...) eram maiores e , em diversos bancos de sangue privados , o rastreio dos doadores  e os exames sorológicos eram feitos de forma inadequada pela tendência de ter uma "produção" aumentada e para maximixar o lucro ( já que os exames são onerosos).
Este cenário levou a que  a qualidade do sangue brasileiro fosse baixa , contribuindo para a disseminação inicial do HIV e a manutenção da alta prevalência da Hepatite B.

Foi apenas após a proibição da comercialização , garantindo que o sangue  era de doação voluntária , aliado a normas rígidas de qualidade esatabelecidas nacionalmente que este quadro foi revertido e hoje o nível de qualidade do sangue disponível no Brasil é um dos mais confiáveis no mundo.
Vale lembrar que a proibição da comercialização se refere ao produto final , o sangue e seus derivados, mas os custos envolvidos na sua produção ( como os exames sorológicos) podem e são cobrados pelos bancos de sangue privados ( que são muitos) dos convênios e do SUS.
Ora, absolutamente nada no que se refere à qualidade é objeção, visto que, como eu comentei acima, isso poderia ser facilmente resolvido impondo alta regulação à prática. Não sugiro que se permita vender rim e sangue de terceiros na rua, sem o menor controle. Estabeleça que a transação só pode ser feita entre o portador do sangue/órgão e o receptor. E também que a extração só possa ser feita em locais autorizados.

Da mesma maneira que o sangue brasileiro doado hoje é de boa qualidade por existir forte controle, as mesmas restrições quanto à qualidade (e as condições físicas do seu portador) poderiam ser feitas, a idéia é apenas permitir que alguém o venda.

Nigh†mare

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #19 Online: 02 de Dezembro de 2007, 13:39:21 »
Os direitos e garantias fundamentais são inalienáveis. Princípio básico secular. É por isso que não se pode vender sangue.

Offline Herf

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #20 Online: 02 de Dezembro de 2007, 13:44:55 »
Se a venda de sangue for legalmente permitida em um país como o Brasil, na prática será mais um mecanismo para aumentar a qualidade de vida e perspectiva de sobrevida dos mais ricos em detrimento das dos mais pobres. Acaba sendo uma forma relativamente atenuada de "reengenharia sócio-econômica".
Aumentar a qualidade de vida dos mais ricos em detrimento dos mais pobres? Se você quer ver as coisas dessa maneira, tudo bem. Mas então qualquer atividade "degradante" que só os mais pobres costumam aceitar fazer, justamente pela necessidade de dinheiro, poderia ser classificada assim.

Mais uma vez, aceitar a possibilidade de venda e compra de sangue não significa aceitar que alguém possa vender até a sua última gota por dinheiro. Há um tempo mínimo de intervalo entre uma retirada de sangue e outra e várias exigências com relação à saude do doador. Por que deveria ser diferente com a venda e compra autorizadas?
Em tempo: se uma parte de meu corpo pode ser transformada em mercadoria e alienada voluntariamente ( como vender um rim) , qual o impedimento lógico para que eu não me torne totalmente alienável ( me vendendo como escravo?)
Acho que é um declive escorregadio, não? Uma coisa não necessariamente implica na outra.

Se eu tenho o direito de prestar um serviço a uma pessoa por dinheiro, qual o impedimento lógico para que eu o faça em troca de muito pouco (comida e alojamento), me tornando um escravo? Impedimento lógico não há, mas mesmo assim a lei a que estamos submetidos proibe.

Os direitos e garantias fundamentais são inalienáveis. Princípio básico secular. É por isso que não se pode vender sangue.
Uma coisa não incorre na outra. É isso que estou tentando demonstrar.


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« Última modificação: 02 de Dezembro de 2007, 14:39:46 por Procedure »

Offline Fabrício

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #21 Online: 02 de Dezembro de 2007, 13:53:59 »
Pra mim este comércio seria extremamente anti-ético e degradante. Olhando do ponto de vista de quem pode comprar, as vantagens são evidentes. Olhando do ponto de vista de quem venderia, seria mais alguns golpes de picareta para aumentar o abismo extremo e desumano entre ricos ou mesmo "remediados" e miseráveis.

Eu não consigo imaginar ninguém que queira em sã consciência vender um rim ou mesmo sangue, a não ser que esteja em extrema penúria. Aliás, pode até ser que a ganância de alguns chegue a este ponto, mas na minha opinião a grande maioria dos "vendedores" seria de  pessoas desesperadas e miseráveis.

Acho uma extrema falta de solidariedade o cara comprar parte do corpo de outra, é a definitiva mercantilização da vida e do ser humano. O comércio seria incontrolável, formaríamos em pouquíssimo tempo um mercado negro abastecido por pessoas miseráveis, na "melhor" das hipóteses, e por assassinatos, na pior delas.

Eu, sem demagogia nenhuma, não me sentiria nem um pouco bem comprando um rim de uma pessoa que eu sei que só me vendeu porque está tão desesperado a ponto de vender partes do próprio corpo. Sei muito bem que, se estivesse dependendo de hemodiálises, a tentação de comprar seria enorme, ao ponto de abrir mão deste princípio. Por isso mesmo, nem quero ter este tipo de opção, e não concordo de forma alguma que seja uma coisa normal a venda de sangue ou órgãos.
"Deus prefere os ateus"

Nigh†mare

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #22 Online: 02 de Dezembro de 2007, 16:38:51 »
Os direitos e garantias fundamentais são inalienáveis. Princípio básico secular. É por isso que não se pode vender sangue.
Uma coisa não incorre na outra. É isso que estou tentando demonstrar.
Hoje você venderia seu sangue?

Aposto que não.

Se amanhã pagarem bem pelo seu sangue e você esteja num estado de extrema necessidade, com mpinimas alternativas, você venderia seu sangue?

Só venderia sangue quem estivesse num estado de extrema necessidade. Isso é abusar da dignidade humana. E a dignidade humana é o núcleo axiológico dos direitos e garantias fundamentais.

Offline Spitfire

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #23 Online: 02 de Dezembro de 2007, 18:14:27 »
Um questionamento interessante que um conhecido meu me fez, por coincidência, a poucos dias atrás...

1- Quantas vezes na vida já viste um VIP espernear pela longa espera na fila de transplantes?

2- Quantas vezes já viste um familiar de um VIP espenear que esta pessoa morreu em decorrência de falta de órgãos na fila de espera?

Não soube responder... alguém aqui saberia? 
O que ocorre?

Offline Herf

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Re: Comércio de sangue e órgãos
« Resposta #24 Online: 02 de Dezembro de 2007, 18:34:10 »
Só venderia sangue quem estivesse num estado de extrema necessidade. Isso é abusar da dignidade humana. E a dignidade humana é o núcleo axiológico dos direitos e garantias fundamentais.
"Abuso da dignidade"? Ora, só por que você quer.

Se você prefere falar em "dignidade violada", isso não seria tão mais "indigno" do que fazer qualquer serviço que hoje classificamos como degradante, que pessoas pobres fazem em troca de dinheiro.

Não é nada difícil estabelecer um sistema altamente regulamentado de venda e compra de sangue que não desse brechas para qualquer tipo de crime decorrente desta legalização (proibir negociação por terceiros, restringir a transação em locais autorizados, manter critérios que autorizam pessoas a doar/vender). A oferta de sangue aumentaria e muitas pessoas poderiam ser salvas mais facilmente.

 

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