Isso se resume, para alguns, na diferença entre não acreditar da existência e acreditar na inexistência. Para mim é tudo a mesma coisa, pois não acredito na sua existência por acreditar que inexiste.
Vejo como joguetes de palavras que muitos se apegam, e ainda fazem disso distinção entre militantes e moderados. O que quer dizer que o ateísmo tem o seu politicamente correto, e convém mesmo não utilizar o que a norma do grupo acha errado, para evitar confusão entre estes.
Não é apenas jogo de palavras.
Penso que sim. Faz parte do que considero
proselitismo ateísta.
Pode não ter sido mensionado nesse tópico mas não existem entidades ateístas que definem as diretrizes do que pensa ou não um ateu.
Existem entidates ateístas e diversas comunidades virtuais sobre ateísmo. Temos também os grande autores ateus, de hoje e de ontem. Existe um livro sobre a história do ateísmo, e temos grandes pensadores ateus, que influenciaram em muito a sociedade.
Um exemplo comum que encontrei em alguns outros fóruns da internet são de pessoas que dizem que "não acreditam que deus existe por causa do sofrimento dos inocentes" ou qualquer coisa semelhante ou derivada dessa afirmação. Mas perceba que essas pessoas estão se limitando a uma visão de que deus teria que ser bondoso e se importar com os seres humanos. Isso é uma visão limitada a um único "tipo de deus", e é o que se imagina quando se pensa quando se fala de alguém que não acredita em deus: alguém que apresenta um conjunto de argumentos para justifcar por que não acredita na existência de deus, sem perceber que está se limitando a uma descrição de deus específica, geralmente de um grupo social ou familiar do qual o "ateu que crê na inexistência" faz parte.
Já outras pessoas, como eu, não dizem algo como "Eu não acredito em deus por que ..." pois não é que tenham coletado argumentos que embasariam a alegação "Deus não existe" mas sim por considerar insuficientes, inconsistentes, etc... os "alegados" argumentos com os que se deparou de pessoas tentando justificar a alegação "Deus existe".
Esse é um entendimento agnóstico sobre o ateísmo. Já escrevi sobre isso, de uma forma um pouco agressiva, fazendo uma analogia a uma fuga em dar uma resposta a questão.
http://adrianoped.blogspot.com/2007/05/o-agnosticismo-uma-fuga.htmlPode parecer apenas jogo de palavras para quem vê o ateísmo como uma negação do deus cristão, mas a crença em uma entidade divina não se restringe a essa. E os diferentes modos de expressar se alguém "não acredita que" ou "acredita que não" fazem MUITA diferença para entender o que alguém quer dizer quando diz que é ateu.
Fazem muita diferença para quem dá importância a essa picuinha gramatical. Já me envolvi em muitas discussões aqui sobre a diferença entre o ateísmo e o agnosticismo, sendo até punido com supensão de 15 dias, por ter acreditado que existe realemente uma diferença significativa. Não é nada disso, é apenas uma maneira de expor o que se pensa, e por isso a instituição do politicamente correto no meio ateu, como é o caso aqui.
Me aprofundei da filosofia analítica para estudar sobre as sentenças, um pouco da filosofia matamética e sobre retórica. A nova retórica me trouxe um novo entendimento, de que o contexto é importante para se definir o conteúdo da mensagem e não a simples frieza da análise "lógica" das proposições, que são bem aprofundadas na filosofia analítica, com Bertrand Russel e Gottlob Frege principalmente.
E essa distinção entre "não acredita que" e "acredita que não" não se restringe ao deus cristão, ou às visões ocidentais de deus, ou qualquer crença em qualquer divindade em qualquer lugar ou época, se aplica também a coisas como "seres alienígenas visitam a terra em naves", "esses seres realizam experiências com humanos", "existem conspirações para manter a existência desses seres em segredo", "existe vida após a morte", "seres humanos possuem alma", "a alma de pessoas mortas pode se comunicar com pessoas vivas chamadas de médiuns", e por aí vai em um ETC... pra lá de gigantesco.
A distinção entre não acreditar na existência e acreditar na inexistência que abordo é específica do ateísmo. Para os demais casos temos o ceticismo, no qual a dúvida guia o indivíduo no melhor entendimento da situação, de acordo com a ciência. O ateísmo é um ceticismo específico com relação a crença em deus.
Observe que para cada afirmação isolada uma mesma pessoa pode assumir posturas diferentes: achar que não existem argumentos suficientes para considerar a alegação "Deus existe" como verdadeira ou ao menos plausível e por outro lado achar que existem argumentos consistentes e suficientes para considerar a alegação "Seres alienígenas não visitam a terra" como válida.
Para a justificação do ateísmo, não existem diferenças significativas entre alguém que diga que não acredita em deus, ou alguém que acredita que deus não existe. O que existe é uma tentência de se opor a utilização da expressão acredito que deus exista, devido a questões epistemológicas, ao entender isso como um crença, no sentido oposto de ceticismo.
Por isso que existe o argumento da dragão invisível na garagem, que justifica também a descrença em duendes, papai noel e qualquer outra criação humana, que não tem origem com bases empíricas.