Discordo.
Se eu morasse num lugar em que a prefeitura gastasse dinheiro dos impostos para uma decoração religiosa qualquer diferente da que herdei culturalmente, mas que é abraçada pela maioria, iria me sentir do mesmo jeito que me sinto agora. Quem somos nós para dizer como o sentimento religioso da comunidade deve ou não deve ser expresso?
Óbvio que:
1 - os gastos não devem ser ostensivos -- e nesse caso há mecanismos de fiscalização e ação popular;
2 - eu preferiria que o Estado fosse laico, mas não me incomoda nem um pouco que tradições antigas sejam festejadas como parte de nossa identidade cultural;
3 - acho perfeitamente válido lutar contra excessos. Por exemplo, aqui no Rio de Janeiro um vereador inventou de fazer do dia de São Jorge um feriado municipal -- e passou! A base para isso? O tal vereador era devoto do santo... absurdo. Mas que funcionário público, além de mim, não prefere deixar como está?