O meu é o Feynman:
"A filosofia da ciência é tão útil para os cientistas quanto a ornitologia é para os pássaros."
Concordo em 90% com o que a frase diz. De fato, os cientistas quando estão pesquisando em seus respectivos campos conseguem resolver suas questões, sejam metodológicas, sejam de comunicação, sem necessitar de nenhum conhecimento de epistemologia muito além do velho bom senso.
Porém, como em todas as áreas, sempre aparecem os criadores de problemas, os chatos que tentam estragar tudo. No caso da ciência, esses criadores de problemas podem ser classificados em 2 grupos:
1-
Pseudo-cientistas: São aqueles que tentam vender idéias e teorias como "científicas" (com todas as implicações decorrentes desse rótulo), sem no entanto seguir as regras metodológicas de objetividade que a ciência usa que são as responsáveis por seu progresso e, daí, o seu prestígio. É aí que a epistemologia entra em cena: é através dela que as metodologias das ciências são formalizadas (como bem disse o Dr Manhatann) e assim poderão ser usadas para que se avalie se uma área é ou não "científica", com decorrências teóricas e práticas disso para o progresso do conhecimento e para o uso eficiente dos recursos destinados à pesquisa.
2-
Anti-cientistas: São os relativistas, que afirmam que o conhecimento científico é tão verdadeiro quanto qualquer outro, que o conhecimento científico não é mais objetivo do que outros, que não ocorre avanços na ciência, etc etc.
É principalmente nesses casos-limite que a filosofia da ciência atua. Assim como as pessoas no seu dia-a-dia não necessitam conhecer profundamente as leis para exercerem suas atividades diárias, os cientistas também não precisam conhecer profundamente epistemologia para pesquisarem.
E assim como as leis existem e estão "formalizadas" nos diversos códigos, a metodologia científica também está formalizada e se trabalha constantemente em seu aperfeiçoamento.
Assim como são necessários juízes, advogados, promotores, procuradores e desembargadores para resolverem as questões jurídicas que aparecem, também é necessário os conhecedores de filosofia da ciência para resolverem essas pendengas criadas, entre outras, pelos criadores de problemas já citados.
Alguns filósofos atuam como "advogados" da ciência, como Karl Popper. Outros atuam mais como "promotores", como Feyerabend e Thomas Kuhn. Mas a causa da ciência está mais do que ganha, pelo menos até onde eu conheço.