A social-democracia é só um ramo do capitalismo praticado por aqueles que acreditam que alguns sacrifícios são necessários para o combate à miséria e a criação de um estado de bem-estar social. Este grupo e respeitável por suas intenções, apesar de ser passível de crítica a necessidade ou mesmo a efetividade destes sacrificios. Isto é bem diferente das ideologias malignas que levam o nome de "socialismo".
Dizer isso é pura ignorância, me desculpe, mas é verdade, até em uma fonte fuleira como Wikipédia vc pode ver que a social democracia nasceu dentro da internacional comunista.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Socialdemocracia
Dentro da internacional partidos do chamado socialismo democrático, e social democrata, sempre foram a mesma coisa. Origem marxista, porém que tinham suas divergências. Chamár eles de capitalistas é negar sua história.
Eu não nego que alguns desses partidos, e indivíduos, fizeram um caminho para a direita, como liberais fizeram caminho para o socialismo democrático. Mas negar o caráter socialista da medicina socializada, por exemplo, é pura ignorância. Senso comum transformado em consenso.
Eu por exemplo, me considero socialista, pq defendo a socialização do poder, para as massas. Pq defendo a socialização das riquezas, através da garantia dos direitos sociais (como saúde, educação...). Era esse mesmo socialismo bem próximo que Bertrand Russel falava, George Orwell, um socialismo no seu sentido original de divisão. Afinal quando vc diz vamos socializar o pão, estamos falando em dividir, e nada maligno há ai.
Já o socialismo autoritário, ditatorial, é condenável, e concordo com vc, mas ele não me afeta, no sentido que não o defendo, em nenhuma de suas formas. Tem a semelhança de ter surgido nos movimentos de esquerda, mas suas características são profundamente distintas, e incompatíveis, com os princípios e valores que acredito.
A social democracia, e o socialismo democrático, em suma defendem práticas socialistas dentro do capitalismo. Uma transformação gradual e continua, para uma sociedade socialista e democrática. Entendem que a geração de riqueza promovida pelas trocas, e pelo mercado, é importante na garantia dos direitos sociais, universais, e que a socialização da riqueza pode ser feita sem estatização total. Apenas algumas coisas devem ser estatizadas, e mesmo essas sem ser de forma compulsória.
Até pq socializar e estatizar nunca foram a mesma coisa, e pensar que são é uma interpretação rasteira. Hoje, na Europa, é inegável que a socialização da medicina contraria os interesses do capitalismo ( Ou talvez de uma parte dos capitalistas), no entanto se mantêm firme. Como uma conquista popular, e ai de quem tente desmantelar.
http://afilosofia.no.sapo.pt/11SocialDemocracia.htm
O único reparo que faço a esse link, é que em parte concordo que muitos partidos abandonaram a idéia de fazer um regime socialista, nos moldes do socialismo Real, esse nunca defenderam, ou uma sociedade que prescinde do mercado. Porém socialismo para esses significa algo diferente, e sua incompatibilidade não é com o mercado em si, podendo conviver com esse e esse ser até importante para seus propósitos, mas sim com a lógica interna do mercado, essa verdadeiramente incompatível com suas preocupações. E dessa forma continuam socialistas. A incapacidade de entender que termos como esse precisam de qualificativos para serem definidos, é comum. Infelizmente, o giro lingüístico a lingua como algo vivo, e o caráter histórico das palavras, é algo não largamente aceito, tende a ser ignorado, já que ver as nuances da trabalho.
Eu realmente ignoro a história do movimento social-democrata, assim como suas pretensões maiores. Tudo o que vejo é que países que adotaram governos social-democratas não romperam com o capitalismo, apesar de fazerem alguns "sacrifícios" atípicos do capitalismo a fim de combater a miséria e obter um estado de bem-estar social.
Eu pessoalmente me considero um liberal moderado. Sou contra, por exemplo, à privatização das instituições de ensino superior, por vários motivos, dentre os quais o que mais pesa é o fato de que seria um absurdo cobrar mensalidade de futuros professores de escola pública mal-remunerados. Por outro lado, sou a favor da concessão de estradas e fim do IPVA, uma vez que a iniciativa privada tem se mostrado muito mais eficiente que o poder público na manutenção da malha rodoviária.
Considero patéticos os esquerdinhas que querem a reestatização da Vale. O mote "A Vale é nossa!" consiste numa total indistinção entre estatal e público, o que fede a facismo.
Para mim é um absurdo que sejam feitas tantas políticas de cunho social, como o Bolsa Família e o Fome Zero, em um país onde 30% do preço do arroz é de impostos. Acabar com estes impostos junto com estes gastos inúteis garantiria uma maior economia mais dinâmica, com mais oportunidades e maior poder aquisitivo.
Acredito numa mãe invisível do mercado que coloca a sociedade nos trilhos, mas tenho ressalvas quanto à velocidade que ela é capaz de fazê-lo. Quantas pessoas precisam morrer até que os consumidores deixem de comprar um remédio ineficaz? Quanto do meio ambiente deve ser prejudicado até que os consumidores exijam responsabilidade ambiental das empresas? Por estes motivos que orgãos reguladores governamentais são imprescindiveis, a despeito da crença dos anarco-capitalistas.
Por fim, devemos ter a máxima cautela com políticas bem intencionadas, mas que podem ter conseqüencias desastrosas. Vide o caso da França, que com leis trabalhistas tão benéficas aos trabalhadores que o desemprego ultrapassa os 10%.
Bem comentar sua mensagem não é tarefa fácil (vc falou sobre um monte de coisas diferentes hehehe), mas vou tentar fazer. Adianto que concordo com algumas coisas outras não, mas prefiro um liberal moderado, e vc realmente é pelas suas posições, do que os apologistas da ditadura do mercado, ou os que usam o liberalismo para no fundo defender apenas seus interesses.
Vamos lá, os social democratas podem não ter rompido totalmente com o capitalismo, e nisso concordo, e de fato estou a esquerda deles em algumas coisas. Porém em relação a outras coisas como o tamanho do Estado, provavelmente me colocariam a direita deles, pq enquanto eles defendem a presença do Estado, na cultura, por exemplo, eu sou favorável a redução do Estado nessas áreas, e o aumento do Estado nas áreas essenciais. Agora eles defendem coisas que contrariam sim o interesse do capital como a socialização da medicina e nisso concordo inteiramente com eles, com os trabalhistas e outros. O que me faz a esquerda é a socialização do poder, que se alguns indivíduos de fato defendem, isso ainda não virou bandeira. Mas a social democracia surgiu na Internacional Comunista, e sempre partidos social democratas e socialistas democratas, não tinham diferenças significativas. Logo eles são socialistas, apenas não de mesmo tipo. Se alguns se afastaram tanto que chegaram na direita, outros renovaram sua perspectiva de esquerda ampliando o conceito de democracia de massas. Os que pelas práticas deixaram de ser socialistas podemos dizer isso sobre eles, mas não dá para generalizar a todos. Nem dizer que socialismo e o "socialismo real" é a mesma coisa, é algo que proceda em debate científico, ou acadêmico, não se sustenta a pesquisa.
Quanto as suas posições, bem as únicas que discordo mesmo é em relação a políticas sociais. O Bolsa familia representa apenas um gasto de 0,4 do PIB e está tendo impacto tão grande, que o Banco mundial está realizando estudos, e programas copiando o modelo estão aparecendo. Devo deixar claro, sou favorável a esses programas porém eles devem conter condicionais, e ser bem fiscalizados. Condicionais como, manter os filhos nas escolas, realizar exames periódicos de preventivos, e ajudar na qualificação e na conquista de melhores empregos, para que as pessoas não mais necessitem do programa. Toda a idéia e mobilização deve ser que o programa deve ser temporário na vida das pessoas, ajudando a garantir o básico, até elas se estruturarem para que possam viver sem ele. Dessa forma o programa teria período de renovação, as pessoas não teriam apenas benefícios, mas uma serie de deveres, que se não cumpridos, levariam a perda do beneficio. Os programas podem ser poderosos instrumentos de estimulo, a qualificação, ao ensino.... e já está provado que seu custo não é tão elevado, a questão é aprimorar os mesmos, na garantia dos direitos sociais.
Quanto ao desemprego na França nem tudo pode ser atribuído as leis trabalhistas. Existem muitos trabalhadores não suficiente qualificados em um mercado muito competitivo, que requisita qualificação para muitos empregos. Apesar disso, com medicina e educação pública de qualidade, antes ser um desempregado na França recebendo auxilio desemprego, até se qualificar e ter um emprego razoável, ou bom, do que ter um subemprego nos EUA, no qual uma doença pode levar vc a mais absoluta miséria, vc e toda sua família. Como o estudo de Harvard que postei demonstra.